brincadeiras á tarde.
─── Papai! ── A garotinha abraçou-o, toda feliz. ─── Papai?
Sunghoon olhava para um ponto fixo dentro do apartamento de Wonyoung, e na sua cabeça tocava o replay da fala de Heeseung. Wonyoung, para tentar acordá-lo de seus pensamentos, abana sua mão na frente dos olhos do ex-namorado. Park pisca e então percebe os bracinhos de Seol agarrando suas pernas, e dá um sorriso.
─── Oi amor, sentiu saudade? ── Se abaixou para igualar a altura, e a abraça.
─── Sim! Quero colo.
Levanta-se novamente, e pega a menina em seus braços, a qual deitou a cabeça em um dos ombros do pai, sonolenta.
─── Então... ── Wonyoung sussura. ─── Como foi?
Sunghoon voltou a pensar no assunto, e o nervosismo daquele momento voltou a tona.
Depois da proposta do mais velho, houve um longo silêncio, pois Park não tinha a menor ideia do que dizer. Cerca de um minuto depois, Heeseung diz que pode esperar por uma resposta, e o resto do jantar foi livre de conversas. A única coisa que o universitário quis fazer foi enterrar sua cabeça em algum lugar, mas em contraste a ele, seu veterano não parecia nem um pouco incomodado com a situação. Assim que acabaram o jantar, se separaram e Sunghoon não conseguia tirar aquilo da sua cabeça.
─── Foi legal. ── Gaguejou um pouco na fala. ─── Preciso ir. ── Sorriu sem jeito, e deu um leve tchau para Wonyoung enquanto já andava em direção aos elevadores.
─── Só isso? ── Murmurou, assistindo Sunghoon pelas costas.
⏳
Assim que chegou em casa, colocou Seol para dormir, a qual já estava em seus pijamas por causa do horário em que Sunghoon a foi buscar. Já o mais velho decidiu ir estudar para aliviar os pensamentos, no entanto, ainda se via olhando para lugares aleatórios de seu quarto enquanto pensava no assunto.
Heeseung era cativante, com certeza, mas Sunghoon nao tinha a capacidade de usar uma pessoa para esquecer de outra. Park não queria aceitar, porque no fundo não queria perder o interesse por Sunoo. No entanto, sua opinião poderia mudar, e Lee disse que esperaria. Não. Isso seria o usar como estepe, e Sunghoon definitivamente não queria isso.
Mesmo assim, era uma boa proposta, não podia a jogar no lixo sem nem pensar direito. E como Sunghoon não estava tentando conseguir nada com seu colega de departamento, Heeseung não poderia ser considerado estepe.
A ideia foi de Lee no final das contas.
⏳
Passaram-se alguns dias, e Sunghoon manteve-se em silêncio quanto a Heeseung, como se fingisse que nada havia acontecido. Já seu relacionamento com Sunoo não evoluiu em nada, pois Sunghoon já era muito ocupado, e quando tentava evitar alguém, era bem fácil.
Como em qualquer boa tarde, buscou sua filha mais cedo da creche, pois recebeu uma folga do estágio após a conclusão de um trabalho importante. Com o maior sorriso nos lábios enquanto via aquele rostinho no retrovisor, dirigiu para o parquinho, preparado para vê-la se divertir a tarde toda no parquinho e conversar sobre o tempo com as mães das outras crianças.
Assim que estacionou na praça, ouve seu celular tocar, mas esse estava nas mãos de Seol, que antes brincava em algum dos aplicativos reservados para ela. A pequena, sem saber quem é, clica em atender sem querer, e antes que causasse algum problema, Sunghoon tira o aparelho das mãos da criança, dando uma leve olhada no nome antes de falar qualquer coisa. Era Sunoo.
─── Oi? ── Falou meio atrapalhado.
─── Ah, oi hyung. ── Respondeu a doce voz pelo telefone, a qual só de ouvir novamente fazia o coração de Sunghoon bater mais rápido. ─── Na verdade estou ligando no lugar da minha irmãzinha. Ela quer convidar a Seol para brincar com ela hoje ainda, se vocês estiverem livres. Desculpa, é meio encima da hora.
Ficou meio confuso com as palavras ditas, não estava pensando muito bem no que ele estava oferecendo.
─── A Yeri quer ver a Seol? Agora? ── Perguntou, o que foi um erro, pois sua filha estava logo no banco traseiro.
─── Eu quero! ── Gritou, se remexendo na cadeirinha. ─── Vamo papai!
Deu para ouvir uma risada vinda do outro lado da linha, enquanto o mais velho tentava acalmar a pequena.
─── Nós vamos, tudo bem? ── Falava para a garotinha. ─── Pode mandar seu endereço de novo? Eu perdi.
Depois de alguns minutos fazendo o trajeto até a cas dos Kim, Sunghoon se viu estacionado na frente daquela mansão. Estava meio nervoso, saiu do carro com um sorriso meio amarelo, e soltou Seol do banco. Antes que pudessem ir até a campainha, ouviram a voz de Yeri gritando da porta.
─── Seol!
A outra garotinha sorriu aberto, soltou-se dos braços do pai e foi ao encontro de Yeri. As duas estavam usando maria-chiquinhas, o que deixava a cena ainda mais adorável. Sunghoon solta uma leve risadinha, e tranca o carro, para depois seguir a filha até a porta. Sunoo já o esperava ali, sorrindo pequeno, enquanto segurava a maçaneta.
─── Oi. ── Falou o mais velho, enquanto passava a mão pelas calças, nervoso.
─── Oi. ── Abriu o sorriso. ─── Pode entrar. Minha mãe não está hoje, nem meu pai, então vai ser só nós quatro.
Sunghoon entrou assim como lhe foi pedido, enquanto tentava engolir a informação de que estariam sozinhos. Estariam com as meninas, mas não contava.
Começou a sentir coceira no pescoço e uma formigação na barriga ao mesmo tempo que Sunoo o guiava pela casa. Até subiram as escadas dessa vez, e isso não ajudou a acalmar o Park com uma paixonite óbvia pelo mais novo, a qual parecia só ter aumentado com o tempo que não haviam se falado. Os dois pararam na frente de uma porta no começo do corredor, e assim que Sunoo a abriu, puderam ver as duas meninas brincando felizes ali dentro. Era incrível como com aquelas perninhas curtinhas elas conseguiam correr tão rápido. Seol notou os dois adultos as olhando, e fechou a cara em um bico adorável.
─── Sai! Essa brincadeira é só para nós duas. É segredo. ── Exclamou.
Yeri somente concondou com a cabeça, o que fez os dois garotos rirem um pouco antes de fechar a porta, mantendo a privacidade das duas.
─── Não se preocupe com elas. Vou pedir para a nossa empregada dar uma checada de vez em quando. Podemos ficar tranquilos. ── Explicou Sunoo, passando a mão no ombro do outro.
─── Ah... Uma empregada. Queria ter dinheiro para poder contratar uma. Iria ser muito útil. ── Suspirou.
─── Vamos para o meu quarto por enquanto. ── Comentou.
Sunghoon arregalou seus olhos, mesmo consciente que não eram necessárias segundas intenções para se levar um amigo até seu quarto. Concordou com a cabeça, e assim que o mais novo se virou, mordeu seus lábios tentando se distrair dos cenários que havia criado em sua cabeça. Com duas crianças logo ao lado, como poderiam fazer qualquer coisa?
O quarto de Sunoo não era gigantesco, mas também era de um tamanho incomum para uma pessoa como Sunghoon. Havia espaço para uma cama de casal, uma escrivaninha de bom tamanho, outra escrivaninha só para o computador, um armário bem grande e duas poltronas, as quais ficavam bem ao lado da grande janela do quarto. E o que mais invejava o mais velho, uma porta que só podia indicar um banheiro.
─── Uau. ── Exclamou ao entrar. ─── Só uau. Nunca entrei em um quarto desses.
─── É legal, né? Faz pouco tempo que eu redecorei. Antes era todo vermelho, com o tema de Carros. Escolhi quando eu tinha oito anos. ── Comentou enquanto se jogava na cama de lençóis branquinhos.
─── Seol iria adorar então. ── Sorriu, de pé, encarando o outro.
─── Sunghoon, não fique aí em pé, senta aqui comigo. Eu não vou te atacar. ── Arrumou-se no lugar, e deu umas batidinhas ao seu lado.
Mesmo ainda se sentindo meio desconfortável e envergonhado, sentou-se ao lado do mais novo. Sunoo era uma pessoa tão legal, e Sunghoon não parava de ser cauteloso ao seu lado.
─── Desculpa... É que eu não costumo visitar ninguém que não seja...
No meio de sua frase, foi interrompido por Sunoo o segurando pelo braço e o jogando na cama, dessa
forma ficando por cima. O coração de Sunghoon foi a mil em poucos segundos, e tudo que ele conseguia fazer era encarar os lábios do garoto. Sua respiração começou a ficar mais profunda, especialmente com uma visão mais ampla da pele de Sunoo por causa da gola larga da camiseta que usava.
─── Aquilo foi uma mentira. ── Usou o braço vago para passar a mão pelos cabelos castanhos do mais velho. ─── Vê-lo assim era tudo o que eu queria.
Sunghoon riu anasalado, pois não pensava que o outro fosse querer ficar por cima. Em um movimento rápido, trocou as posições prensando ambos os braços de Sunoo na cama ao lado de sua cabeça, impossibilitando que os usasse.
─── Já eu acho que você fica muito melhor nessa posição.
O mais novo deu uma leve risadinha, mostrando suas covinhas, mas logo voltou a encarar Sunghoon.
─── Vai ficar parado, Alpha Lupus? Não vai me beijar?
Os pensamentos de Park estavam tão bagunçados naquele momento, que não podia tomar nenhuma decisão que não fosse impulsiva.
Não demorou nem um segundo para que juntasse seus lábios aos de Sunoo em um beijo lento. Os lábios dele eram tão macios quanto esperava, e pareciam encaixar-se perfeitamente nos do mais velho. Conseguiu sentir o leve gosto de menta, ele parecia ter se preparado para aquilo, como se tivesse certeza que aconteceria.
Ainda com os lábios juntos, ouvem uma batida na porta, o que os faz parar imediatamente, e sentar-se normalmente na cama.
─── Entre! ── Gritou Sunoo.
Uma mão adulta abriu a porta, mas quem entrou correndo foram as duas garotinhas, as quais foram direto agarrar as pernas dos garotos. Os dois, naturalmente, riram com a situação, pois aquelas bochechas rosadinhas e chiquinhas nos cabelos as faziam muito adoráveis.
─── Papai.
─── O que foi, amor?
─── Vamos brincar.
Sunghoon encarou Sunoo com um leve sorriso no rosto, e foi respondido da mesma forma. Seguiram as meninas para fora, até o quarto de Yeri, onde brincaram juntos pelo resto da tarde. Dessa vez, ficaram mais nos jogos de mesa, mesmo as pequenas não sabendo muito bem como se jogava. Seol até mesmo tentou demonstrar suas novas habilidades em Uno, e para uma criança que nem sabia ler, ela havia aprendido as regras bem.
Durante esse momento, os dois mais velhos não paravem de trocar olhares rápidos, o que fez o coração de Sunghoon não parar no lugar por um segundo. As vezes se atrapalha tanto quanto as crianças, pois só conseguia pensar em Sunoo deitado naquela cama, o encarando com um sorriso atraente.
Pelo final da tarde, logo após o por do sol, Sunghoon e sua filha foram embora, e as dúvidas sobre qual era a sua relação com Sunoo começaram.
⏳
─── Vocês o que? ── Falou Ryujin, com o sorriso mais brilhante possível.
─── Pois é. ── Respondeu-a, meio encolhido na cadeira do refeitório, segurando seu café com ambas as mãos. ─── Foi muito de repente. A gente não é tão próximo assim.
─── Eu que falei pra ele tomar algum tipo de iniciativa. ── Admitiu, um pouco que naturalmente demais. Sunghoon arregalou os olhos, quase cuspindo o seu café.
─── Por acaso você está tentando perder a minha confiança Shin Ryujin? ── Iria gritar, mas acabou falando com uma voz um tanto baixa, para se conter.
─── Eu só fiz o que deveria ser feito. Você só fala dessa coisa de estabilidade e blá blá. Sunoo gosta de ti e você gosta dele. Porque isso não entra na sua cabeça?
─── Porque... Porque eu já estou saindo com alguém!
Falou sem pensar muito, e imediatamente se arrependeu das suas palavras. Não havia pensado bem o bastante sobre a proposta de Heeseung.
Ryujin o olhou surpresa, sem saber o que perguntar direito, mesmo sendo uma tagarela sem limites. Sunghoon acabou continuando com a sua mentira.
─── Ele é bem sucedido e já acabou a faculdade.
Foi do encontro às cegas. ── Mesmo tentando soar natural, acabou gaguejando.
─── Achei que você tinha ido somente para o rejeitar... Impressionante Park Sunghoon. Mas o Sunoo está realmente interessado em você, como você vai se explicar?
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