CAPITULO 7
Alexa caminha de um lado para o outro me deixando tonta.
_ Alexa!_ a chamo e ela me olha confusa.
_ Ah, claro, é que eu recebi isso hoje de manhã, não sabia quem procurar, daí lembrei que você tem aquele seu laboratório aqui então pensei que você possa descobrir de quem é._ fiz sem pausa e assinto.
Vamos ao laboratório e ligo minhas bebês de análise. Eu amo meus equipamentos e minhas geringonça como Jhonny as chama, eu gosto de descobrir e analisar coisas vivas ou não.
_ Isso me parece feminino_ seguro o dedo após colocar minhas luvas_ Eu diria que por volta dos cinquenta anos.
_ E você descobriu isso só olhando? Fala sério Kallyna._ resmunga e reviro os olhos.
_ Menina de pouca fé_ falo e recebo um cutucão leve_ Tá vendo essas variações?_ ela assente_ A pele com o passar dos anos vai perdendo a elasticidade, esse dedo eu diria que foi arrancado cerca de 22 horas atrás e pelo cheiro foi cuidadosamente banhado no formol por isso está intacto.
_ Você deve ser de outro mundo sua nerdona_ abro um sorriso de lado_ o que mais você consegue?
_ Eu descubro a identidade em até umas 12 horas, ganhei folga essa semana._ falo e ela me abraça.
_ Você é demais, mas por que folga?
_ Fui atacada hoje_ coloco a mão no peito e ela ri.
_ Como se você não pudesse se defender!
_ Ah querida eu não podia mostrar as habilidades na frente de toda a central._ resmungo retirando um pedaço de pele do dedo.
_ Ah credo Kallyna! _ ela se vira enojada e reviro os olhos.
Pego uma amostra do sangue grudado na pele e começo a análise.
_ Se uma pessoa toma um tiro por você o que significa?_ pergunto tentando me manter impassível.
_ Que ele tem problemas.
_ Foi o que pensei._ resmungo.
_ Ou ele está apaixonado_ diz e reviro os olhos_ Espera um segundo alguém levou um tiro no seu lugar!?
_ Deduziu sozinha?_ me irrito.
_ Ah pela resposta mau humorada acho que sim!_ ela pula pra perto de mim._ Quem é o gatinho?
_ Não tem nenhum gatinho!
_ Fala Kallyna!_ diz me dando uma cotovelada fazendo com que eu derrube o dedo no chão _ Desculpa.
_ Foi só o Oliver_ pego o dedo e coloco longe dela_ Ele só me defendeu.
_ Kallyna ele não ia tomar um tiro só pra te defender, se você não significasse algo para ele, ele jamais se meteria numa furada dessa._ Assinto um pouco confusa_ Você foi ver ele no hospital?
_ Ele está em casa.
_ EM CASA!? Ele é louco? Ah céus como assim!
_ Eu não sei, mas pelo pouco que conheço dele deve ter fugido do hospital_ abro um sorriso de lado e balanço a cabeça.
Ele pode ser teimoso quando quer, e nada o prende se ele não quiser. Oliver Jersey é um cara bem cheio de gracinhas e por incrível que pareça eu me sinto segura na presença dele e depois desse dia posso ver que há motivos para isso.
_ Parece que o resultado saiu._ ela aponta para o computador.
_ É_ abro o arquivo e ela arfa surpresa._ Margô Olimpia, 56 anos.
_ Eu a conheço_ diz apertando para imprimir_ mas não entendo por que me mandaram isso, será que ela ainda está viva?
_ Sei lá, sintoma cuidado Ale, isso tá me parecendo bem planejado._ falo olhando a foto da mulher.
_ Eu tenho que ir_ recolhe os papéis_ Posso levar isso?_ aponta para o dedo.
_ É seu_ sorrio irônica pra ele que revira os olhos e sai correndo como se o mundo fosse acabar.
Desde que ela entrou para o FBI as coisas meio que se complicaram para ela. Ameaças são agora parte de sua rotina, mas nada que ela não dê conta, afinal ela de nós três se dava muito bem com armas brancas. Soco inglês é o favorito dela.
Ouço batidas na porta e olho no relógio. São duas da manhã, quem é doido o suficiente pra bater na porta dos outros a essa hora?
Me levanto e abro a porta sendo surpreendida pelo peso de Oliver sobre mim. Olho para seu abdômen e realmente a coisa não estava nada bonita, os pontos abriram e ele estava ardendo em febre.
_ Por que você não ficou no hospital?_ resmungo o arrastando para dentro com um pouco de dificuldade_ As vezes me pergunto se você sabe o significado de amor a vida.
_ Você reclama demais_ sussurra e o deito no sofá.
_ Eu tenho motivos.
Caminho até o banheiro e pego minha mala de primeiros socorros, pego o umas toalhas do armário debaixo da pia e volto para a sala.
_ Isso vai doer_ falo jogando o álcool na ferida, ele geme e agarra minha mão_ Eu avisei.
_ Você é tão carinhosa sabia!?_ pisco para ele e passo a toalha para limpar o sangue.
_ Isso vai precisar de pontos novos_ pego a agulha e ele tenta se levantar_ Eu sei fazer isso.
_ Não sem anestesia Scott!
_ Relaxa Jersey eu tenho anestesia.
_ Não vou deixar você me costurar Kallyna.
_ Nenhum dos corpos que costurei reclamou_ ironizo e ele revira os olhos.
_ Eles estão mortos por isso não reclamam!
Olho para ele com raiva e ele deita no sofá gemendo de frustração. Aplico a anestesia e começo com o meu trabalho de mestre. Coloco gase e esparadrapo para tampar a ferida.
_ Prontinho seu medroso_ resmungo e quando olho para ele vejo que está dormindo.
Reviro os olhos e pego alguns lençóis para ele, o cubro e me deito na cama.
O que eu posso fazer durante essa semana afastada? Minha mente viaja em milhares de possibilidades e sorrio, eu posso ir treinar, posso ir também em alguma missão da máfia.
Ah que saudade de uma tortura. Não vejo a hora de Lorenzo parar com essa paranóia de que há alguém que sabe sobre nossas operações.
.....
Oliver
Abro os olhos e a claridade me incomoda. Olho ao redor e vejo Kallyna na cozinha cantarolando baixinho. Me sento e um cheiro bom de café me atinge, caminho devagar até ela e quando me aproximo vejo que ela está com fone de ouvido.
Qual será seu gosto musical?
_ O que foi Jersey?_ a olho espantado e ela me olha_ Fui treinada esqueceu?
_ Você e sua super sensibilidade a presença_ resmungo e ela me entrega uma xícara de cafe_ Não sabia que cozinhava.
_ Eu sei um pouco de tudo_ resmunga e segura uma xícara com o desenho de uma banda “daugtry”.
Fico em silêncio a observando e aos poucos seu rosto assume um tom rosado que me faz rir. Quem diria que Kallyna Scott fica constrangida? Eu vejo nela uma força e uma determinação tão grande que esqueci de que ela também é mulher, uma bela e magnífica mulher. Ela está com uma camiseta lilás, uma calça de flanela xadrez azul e seu cabelo está solto exalando um cheiro muito bom, seu rosto por algum motivo parece até mais jovem que o normal. E o incrível é que ela está com um sorriso mínimo no rosto.
_ O café está muito bom_ falo e ela assentem desviando o olhar_ Sabe eu estava pensando se você não gostaria de dar um volta?
_ Com você ferido?_ cruza os braços_ de jeito nenhum você vai sair assim, seus pontos podem abrir novamente e ...
A puxo para os meus braços e a beijo. Ela coloca as mãos em meu braço e passo meu braço esquerdo por sua cintura enquanto com a outra mão seguro em seu cabelo. Peço passagem para minha língua e ela cede me fazendo conter um gemido. Seus corpo encaixa perfeitamente no meu e sinto que estou finalmente completo. Uma sensação estranha me invade e não faço questão de espantar ela pois sei que estou cada vez mais apaixonado por ela.
E pensar que ela me odiava tanto a ponto de desviar para o outro lado só para não falar comigo.
_ Você fica linda preocupada comigo._ dou um selinho nela e ela me olha com ironia.
_ Quem disse que estou preocupada?
_ Ah não então por que não vamos dar um passeio?
_ Por que você não deve se esforçar demais e..._ A beijo novamente_ Oliver!
_ Tá bom parei_ digo sorrindo e em troca recebo um tapa no braço_ Aí essa doeu.
_ Se fosse para fazer carinho eu não teria batido não acha?
Eu deveria ficar irritado com esse jeito dela mas a única coisa que faço é sorrir. Kallyna construiu em volta de si mesma um muro de proteção e se depender eu escalo até o final apenas para tê-la para mim, para que ela possa confiar em mim.
_ O que vai fazer então?_ pergunto a seguindo até a sala novamente.
_ Eu vou praticar um pouco, sinto falta dos treinos pesados de artilharia_ diz e tira da cintura sua Glock e uma adaga preta com prata._ Só não decidi se vai ser um alvo ou um alvo vivo.
_ Vai desafiar o Lorenzo?
_ Ele nunca mandou em mim, ele só comanda as operações_ diz e seu telefone toca_ Oi Vó... Claro eu vou sim... Até mais tarde.
_O que houve?_ sua expressão fica tensa.
_ Parece que minha mãe andou aprontando novamente_ ela cerra os punhos e minha curiosidade aumenta_ Eu tenho que ir, você pode ficar aí se quiser.
Antes que eu possa dizer alguma coisa ela vai para o quarto e fecha a porta. Quando sai, está usando uma calça jeans surrada, uma blusa branca e um tênis azul escuro. Ela me surpreende com um beijo na bochecha e sai bate do a porta.
Tão doce e ao mesmo tempo tão amarga.
_ Como te entender Kallyna?
Saio do apartamento dela e levo a chave comigo, entro no meu apartamento e me deito no sofá com minha cabeça girando em um turbilhão de perguntas sem resposta.
Preciso aproveitar esse tempo de folga para descobrir o que houve com ela!
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