Amigos e parentes rodeiam o caixão da minha vó e fico de longe apenas observando junto a Oliver que está com os braços colocados sob meus ombros de forma protetora.

Eu não sinto vontade de chorar. Quero apenas sacudi-la para que acorde mesmo sabendo que não vai.

_ Você está tão quieta meu amor.

_ Você tem noção de que finalmente acabou?_ o olho e ele assente_ Eu sei que perdi muita coisa por não ter feito isso antes mas finalmente acabou.

_ O que importa agora é seguir em frente Kally.

_Talvez eu não consiga esquecer totalmente minha vida de antes e você precisa entender que isso está em mim.

Ele assente com um sorriso de lado.

_ Kallyna, _minha mãe se aproxima e me abraça_ Podemos conversar depois?

Tento retribuir seu abraço mas ainda me sinto distante. Há muita mágoa envolvida e não sei se vai ser fácil esquecer.

_ Claro. _ é o só que digo e ela se afasta.

O velório e o enterro são dolorosos mas quando acabam a dor não passa.

Quando chego em casa meu filho dorme no sofá enquanto Charles que não quis ir ao enterro está sentado no sofá com o olhar distante. Seu rosto está se recuperando e ainda precisa repousar de por alguns dias antes de voltar a sua vida normalmente.

_ Como foi?_ pergunta ao me ver

_ Doloroso._ tiro o sapato._ Vou tomar um banho.

Olho para Oliver e ele me acompanha até o quarto.

_ Banha comigo?_ peço.

_ Tudo bem.

Tiro minha roupa e ele a dele.

Debaixo do chuveiro onde posso camuflar minhas lágrimas as deixo sair finalmente. Oliver me abraça me mantendo perto de seu peito e o abraço fechando os olhos.

Tudo o que passei, tudo o que vivi nunca fez sentido até encontrá-lo. Minha vida parece não existir se não estiver com ele e meus filhos.

A partir de hoje eu irei viver intensamente por que depois de toda essa merda que foi minha vida não quero mais perder tempo me preocupando com nada. Quero esquecer todos os meus medos, todos os medos que Sebastian me causou.

Finalmente acabou.

_ Vou me encontrar com minha mãe no café aqui perto._ Oliver diz que tudo bem e  saímos do banho.

Me arrumo com uma roupa simples e vou caminhando até o encontro de minha mãe.

Quando me vê  ela tenta sorrir mas vejo que não tem clima. Me sento e ela me olha por alguns segundos.

_ Eu sinto muito por tudo._ reviro os olhos e bufo.

_ Será que sente mesmo Alisson?_ debocho_ depois de tantos anos será que você realmente se arrepender de ter feito tanto mal aos seus filhos!?

Eu duvido muito que um dia eu vá a perdoar por tudo.

_ Você não entende minha filha._ seus olhos brilham com lágrimas contidas.

_ É mesmo? Então me explica por favor._ não consigo esconder minha raiva._ como é abandonar duas crianças para se perder no álcool, deixando uma delas ser estuprada bem embaixo do seu nariz e fazer o seu papel de mulher e mãe?

A raiva domina meu corpo  e ela começa a chorar.

_ Eu fui uma tola, me deixei levar pelas promessas dele, eu estava sofrendo pela morte do seu pai Kallyna e Sebastian prometeu cuidar de vocês.

_ Faz um favor pra nós Alisson,_ me levanto _ Some das nossas vidas que você estará fazendo um bem muito grande.

Saio da lanchonete.

Ela nunca esteve presente. Por causa da sua ausência eu sofri um inferno dura te minha infância e agora que acabou não deixarei com que ela aproveite a fase boa que estar por vir.

..............❤️............

Oliver acaricia minha barriga de leve e sinto pequenos arrepios pelo meu corpo.

_ Eu sempre quis ser pai sabia?_ beija minha barriga_ Obrigado por esse presente incrível Kallyna.

_ Eu quem deveria te agradecer e pedir desculpas_ acaricio seu cabelo_ te agradecer por não ter desistido de mim mesmo com todos os meus defeitos e pedir desculpas por ter quase quebrado seu nariz.

Vejo um sorriso se espalhar por seu rosto e ele fica por cima de mim apoiando o próprio peso nós braço.

_ Acho que foi merecido._ diz e concordo o fazendo rir ainda mais.

_ Foi sim._ passo meus braços por sua nuca e o puxo mais para baixo para que eu alcance seus lábios macios.

O beijo é calmo e carinhoso. Ele deita de costas e acabo ficando por cima, suas mãos agarram minha cintura e apertam de leve.

_ Eu te amo._ sussurro separando nossos lábios e olha do em seus olhos para que ele saiba o quanto.

_ Eu te amo Kallyna, desde o momento em que você me expulsou do seu laboratório com aquela marra toda e banca de impenetrável.

Dou um sorriso mínimo.

Eu realmente vou ser feliz de hoje em diante.