NAYVA
Joana trabalha há dez anos no Hospital da Cidade. É concursada. Tem uns cinco anos que não tira férias, e a cada dia está ficando mais estressada.
Os plantões como chefe do setor de enfermagem, acumulam duas separações, tendo a última o estresse e a tristeza de pegar o marido na cama com outro homem, e a vergonha de ter apanhado do amante.
O refugio no trabalho e sua dedicação, são os dois caminhos escolhidos que lhe renderam prêmios e aumentos salariais.
Joana, vai até o seu setor no terceiro andar, verifica as medicações passadas pelos médicos, analisa o par-estoque de cada remédio, espera o elevador e sobe.
Ela faz o mesmo processo no quarto andar... Apenas com a diferença de juntamente com os dois médicos, conversarem sobre a surpreendente melhora do delegado.
— Realmente está mais para um milagre do que sorte, se realmente há uma diferença, — Comenta o Dr. Pedro, fazendo anotações nos prontuarios dos pacientes que foram visitados por ele, e segue falando: — Porque o homem chegou todo quebrado e baleado.
– Pedro, você está sendo simplista demais... A situação do delegado foi grotesca, o cara chegou cravado de balas, além das múltiplas fraturas dos ossos dos pés, das mãos e sem as unhas.
— Sem falar, que ainda temos que refazer... — Pedro olha para Dr. Cezar e Joana. – Toda genitália do Delegado.
— Sim! Verdade... É muito improvável ele voltar a ter uma ereção.
— Serio? — Pergunta Joana, levando sua mão à boca.
— Sério? É seríssimo! Os testículos dele estão amassados!
Joana arrepiasse, fechando os olhos.
Pedro e Cezar a olham e sorrir.
— É, você que não tem os ovos, ficou assim... Quanto mais nós que vimos. Só de pensar, já me sobe um calafrio, pela espinha.
— Não é por que minha genitália é diferente, que não possa sofrer por ele!
Os médicos param de rir. Entendem que a piada foi um pouco a mais do que deveria.
— Doutores, preciso seguir até o quinto andar, e visitar o paciente de quem estamos falando.
Joana, termina sua vistoria, na recepção do andar e segue até o elevador, que está parado no décimo sexto andar.
— Sabe de uma coisa... Vou de escada. — A enfermeira segue até a porta "Corta incendio", e sobe a escada, já se vendo nas suas proximas folgas, que estão marcadas na próxima semana.
Porém, ela xinga... Chama vários palavrões, por que lembrou-se que vendeu sua folga.
Ela sobe o segundo lance de escada.
— Merda. A luz queimada novamente. — Joana, pega seu celular enquanto procura na barra de configurações do aparelho, a lanterna. — Porra! — A enfermeira escorrega e cai, batendo com o joelho no chão, e o ombro no corrimão de ferro da escada.
Rapidamente, Joana levanta-se e passa a mão no joelho.
O tecido da roupa está úmido.
A enfermeira sente o frescor de um cheiro que lhe é conhecido.
— Jesus e Maria José! — Joana está com a lanterna do seu celular iluminando o local da sua queda.
"Sangue?!"
A enfermeira, segue visualmente a trilha espessa do liquido vital, e subindo seu olhos pelos degraus:
JOANA GRITA!
E sem querer, por causa do nervosismo, Joana toca numa função da lanterna do celular, que a deixa no modo "flash".
A luz psicodélica e circular do celular, pulsa incessantemente, parecendo que a imagem do corpo da mulher degolada e sentada no chão, está sendo mostrada por slides.
No pescoço, há dois cortes grosseiros na garganta e seus intestinos estão para fora.
JOANA CONTINUA A GRITAR.
A parede atrás do corpo degolado e estripado, está lavada com o sangue saído pela artéria carótide. A mulher senta-se num degrau olhando à vitima, porém não para de gritar.
A falsa sessão de slides, provocada pelo flash da lanterna não para, Joana, desespera-se ainda mais por sujar seu rosto com o sangue da vítima.
A porta "Corta incêndio" do quinto andar, é aberta por outra enfermeira que escuta o grito, e vem ao socorro de quem está gritando.
Joana, entra em colapso nervoso ao ter a cabeça da mulher, sem os olhos, jogada em seu colo, arremessada pela porta ao ser aberta.
Arnie acorda com Drake mexendo nas ferramentas de torturas.
— Vocês se acham tão sofisticados, mas não sabem sentir prazer ao aplicar um flagelo. É tudo muito certinho e sujo demais ao mesmo tempo. Entende o que digo? — Drake olha sorrindo para Arnie, que está amarrado com as mãos para trás e sentado numa cadeira sem fundo. — Olha esse porrete, é todo roliço e duro!
Drake puxa uma cadeira para perto do rapaz, que está quase morrendo pelo frio.
– Ar, presta bem atenção nesse porrete, a metade da nossa vida já foge para a eternidade, só em vê-lo. — Drake o mexe como se fosse uma espada. — Ele é bom quando você quer acabar logo o serviço e matar a pessoa... O que logicamente não é o nosso caso.
— Você é louco... Eu não sou igual a você. — O rapaz não consegue ficar parado tamanho o frio.
Drake sorrir ao constatar a verdade que eles não são iguais.
— Verdade Arnie, não somos e nunca seremos iguais. Eu tenho prazer em matar. Principalmente merdas iguais a você. — Drake olha para o porrete, suspira e levanta-se.
— Não importo o que você vai fazer comigo! — Arnie tenta responder à altura do seu algoz, mas, a dor provocada pelo frio, queimando sua pele é alucinante.
– Sei que não se importa... Você é o durão. Foi treinado e testado para suportar todas as dores possíveis e imagináveis... Eu tenho tanto orgulho de você, um verdadeiro macho Alfa! — Drake faz o sinal de "pungência" e grandiosidade com as suas mãos, para depois piscar os olhos para Arnie, que geme com frio.
– Ar, sabe o que me deixa mais entediado nesse século?
O homem franze o cenho, quando escuta a pergunta: "nesse século?"
— Desculpas pela minha grosseria, você me conhece por Viktor Drake e Drake significa Dragão, mas como estamos ficando amigos, vou contar como surgiu esse nome.
Ele joga o porrete sobre suas costas, caindo na mesa de ferramentas, depois, encosta-se na mesa e seus olhos estão ficando cada vez mais enegrecidos e continua:
— Foi depois que zerei o game Uncherted. — Arnie o olha sem nenhuma reação facial, e continuar a escutar Drake falando empolgado sobre o jogo da Sony, e ele sem acreditar no que está ouvindo.
Só então, o imperador da Valáquia, percebe o olhar incrédulo do assassino.
— Ar... Não me diga que você nunca jogou video game? — Ele pergunta mexendo as duas mãos, como se estivesse segurando e jogando com um controle. — Cara, então, se você nunca jogou Uncharted, não conhece a cidade sagrada de Shamballa!
O assassino, que está sentado na frente de Drake, continua não acreditando no que está vendo.
Drake suspira desapontado.
— Caralho Arnie, então não vamos recitar o Credo dos Assassinos. Estou frustrado. E isso é ruim.
Drake pega um flagelo igual um açoite.
— É sério, morguei legal. — Ele volta a sentar de frente para Arnie. — Meu verdadeiro nome é Vlad Tepes, mais conhecido como Drácula... Não olhe assim para mim, até me faz parecer um louco. A descrença magoa sabia?
— Você não me assusta. Eu já te disse.
— Arnie, eu não quero te assustar, e sim me divertir... sentir prazer quando torturo você e saborear seus gritos antes de beber seu sangue. — Arnie, percebe a mudança na voz de Drake. — Eu, não estou aqui para te deixar com medo, mas para te fazer sofrer lentamente. Espero que tenha entendido a diferença.
Drake abre o flagelo.
O instrumento de tortura, tem sete cordas seguradas por uma argola de aço, presa num bastonete de madeira.
Em cada corda, na sua ponta a ganchos, chamados de "unhas de águia", e descendo pelas cordas, em fileira e amarrados por um arame farpado, trançado em volta da corda, retalhos de ferro, aço e pregos.
— Arnie, na minha época o sucesso de uma tortura, era prolongar por mais tempo possível, o sofrimento do torturado. Sempre gosto de ver a cara de frustração da pessoa ao acordar, e saber que ainda não morreu e que seu sofrimento vai recomeçar.
— Quando vamos começar?
— Logo, acredite. Sei que você está querendo ver e sentir as garras e cordas grudarem no seu corpo, e ter sua carne arrancada ao ser puxada de volta. O frio vai ajudar no inicio, mas com o passar dos minutos, você vai perceber que o ar gelado vai queimar tudo que está ferido.
Drake puxa o primeiro balde que está embaixo da mesa dos monitores.
— Quando você me ouvir contar dez, vou parar de usar o flagelo e pegar esse balde com água e sal e jogar no seu corpo.
— Eu sei onde meu chefe está.
— Arnie, depois de cinco minutos, farei tudo novamente. Você sabe o que vai lhe manter vivo por mais tempo? — Drake levanta-se da sua cadeira. — Eu vou te deixar gritar.
— Só um esclarecimento, quando você tampam a boca da vítima, a não deixando gritar, é como se fechasse a boca de um vulcão, que vai entrar em erupção, logo o que acontece?
Arnie, continua a tremer pela temperatura que continua caindo.
— O ar meu jovem, que era para sair, voltar para os pulmões, com um fator a mais. O som.
Drake pega uma faca cega.
— Então já deve ter me entendido. O som tem massa, o ar tem volume, — Drake faz um gingado com uma mão e depois a outra, segurando a faca que perdeu o fio de sua navalha. — É por isso Arnie, que no início da nossa conversa, disse que sua geração não sabe provocar a prolongação do martírio. —A expressão de Drake está pesada. Ele vira sua cabeça para o lado esquerdo, depois olha para Arnie:
— Charles, foi o único que se importou com minha filha. Ele não sabia até o dia de hoje que, o que eu sou é verdadeiro. Sabe Arnie, há um provérbio do Rei Salomão onde ele diz: "Há amigos mais chegados que um irmão"... Entende agora, o problema que vocês estão metidos?
Arnie escuta o tom da voz de Drake ir ficando bestial, seu rosto sendo transformado... Suas presas se sobrepondo ao lábios que antes eram finos.
— Arnie, Charles é esse irmão inocente, que vocês quase mataram. — Drake balança o flagelo, e o som dos metais tilintando, começam a causar pavor no homem. — Sua amiga, Nayva foi morta por uma pessoa minha... Ela foi degolada e estripada. — Jack sempre é espalhafatoso na hora de matar... Ele sempre foi assim: rapido, metodico e brutal.
O assassino da KFA observa Drake mexer o flagelo enquanto segue falando:
— Não olhe assim surpreso... Pelo menos Jack a matou rapido, e como já disse, isso não vai acontecer com você.
Arnie olha para Drake que está batendo com o lado da faca em seu torax nu:
— Poderia colocar a língua para fora? É somente para você não morrer engasgado com ela... Por favor, me dê a língua. Faz "uuuna." — Arnie, olha para a faca, e agora entende que sempre foi treinado para aguentar a tortura que vem atrás das respostas, e não esta que o procura agora.
O assassino da KFA, compreende que o homem à sua frente, está a procura do prazer que o cheiro, a cor e o sabor que o sangue lhe oferece, e não tortura-lo sem paixão.
Arnie, grita muito de dor... Ele grita alto... A todos pulmões, por que é a dor provocada por alguém que ama o que faz.
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