KRISTIN
— Leia, a carta toda! — Nefasto grita, ameaçando atirar nele novamente.
Drake volta a ler a carta. No decorrer da leitura, seus olhos mudam de cor.
Lágrimas, despencam dos seus olhos azuis, quando se fecham e se abrem.
As letras contidas na carta, cortam sua carne, causando mais dores do que as estacas fincadas nos seus pés, ou as águas correntes que queimam sua pele.
— O que está acontecendo? — Pergunta Dom Sebastian III, para Nefasto que está uns dez metros de Drake, saboreando o sofrimento da alma dele.
— Ele, — Nefasto vira-se para Dom Sebastian e começa a explicar: — está lendo a carta que certa vez, uma mulher que ele amou, deixou para ele ler. — Nefasto termina falando com a voz suave.
Dom Sebastian III gargalha.
— Oh, meu Deus... Que peninha. — O velho caçoa com Drake. — Não acredito que um dos maiores assassinos de todos os tempos, é pura emoção latente. — Dom Sebastian continua com seu deboche. — Que imagem deplorável.
Drake com esforço, puxa violentamente seus pé das armadilhas de prata.
Nefasto e Dom Sebastian, observam o rei de Valáquia, equilibrar-se e volta a ler a carta do início .
— Você deve está se perguntando como essa carta veio parar nas minhas mãos? — Nefasto, saboreia a expressão de dor no rosto de Drake,
que se perpetua a cada nova leitura que ele faz.
— Ela estava grávida. — Drake cheira a carta, procurando sentir os resquícios do aroma de sua amada, guardado dentro da plastificação.
— Foi coisa do destino Drake. Você acha que pode se vingar do mal, sem se torna parte dele? — Pergunta Nefasto saboreando o momento desolador que Drake está passando.
— Ela estava grávida. — Sem tirar os olhos da carta, ele franze o cenho.
Nefasto gargalha.
— Sim, Drake... O nome dela deu origem ao que somos.
Nefasto vira-se para Dom Sebastian III, pisca os olhos e acerta-o também com um disparo da besta.
E ela, com total euforia, grita com os dois braços abertos:
— Pai, eis aqui seu filho! — Nefasto aponta Dom Sebastian III para Drake.— E filhos eis aqui seu pai! — Nefasto termina a frase gargalhando.
Kristin Filomena Antonieta, conheceu Drake ao ser salva por ele, quando era perseguida por simpatizantes de Francisco Franco.
Ela assinava KFA, para que suas reportagens não perdessem credibilidade nos meios de comunicação, por causa do machismo da época. E, protegendo sua identidade, Kristin municiava os jornais com informações sobre a ascensão do governo totalitário e sangrento de Francisco Franco na Espanha.
Eles se amaram profundamente, foi amor a primeira vista.
Drake, em 1930, partiu para uma missão: Proteger a vida do então coroado imperador de Etiópia, Ras Tafari, também auto intitulado "Reis do Reis", ou "Leão de Judá", e mais adiante, mudou seu nome para Halie Selassie.
Com ajuda da Coroa Britânica, Drake conseguir deter a invasão de Mussolini que tentava matar Halie Selassie, com isso, a vida dele e o trono foram garantidos.
Drake ainda não acredita que ali está seu filho com Kristin:
Dom Sebastian III.
— Sabe Drake, a minha pesquisa me levou ao seu filho, o Dom Sebastian. A sua amada foi envenenada por um dos quatro cavaleiros, que você conhecia tão bem. E isso tudo, por que eles pensavam que a sua linhagem genética continuaria nele, mas não foi o que aconteceu .
Drake solta a carta no chão e enterra suas mãos dentro da água como um auto-flagelo.
— Isso, poderoso Vlad Tepes... Pode chorar e se lamentar como sua vida é amaldiçoada. A organização que você fazia parte e pela qual matou meu avô, eles foram o embrião do que somos hoje.
Dom Sebastian III, tenta se erguer, mas, devido a idade avançada, volta a cair.
— O Dom Sebastian III, seu filho, cresceu no meio de assassinos. Aos vinte e poucos anos já matava. E isso vai deixar você orgulhoso. — Nefasto, vai afastando-se de Pandora, enquanto explica o passado, — Ele, matou o assassino de sua amada Kristin. O filho vingou a mãe, da mesma forma que estou vingando meu avô!
Drake olha para suas mãos, que aos poucos vai se dissolvendo.
— Ele e meu pai se conheceram em Londres. Dom Sebastian e meu pai, Dom Salazar, fizeram um pacto e se tornaram os melhores amigos, sem terem a mínima ideia que o pai dele, você... havia matado o pai do meu pai. A vida não é escrota Drake?
— Nefasto, acredite eu vou te matar. — Drake deita-se com o peito direito para cima.
Nefasto não percebe os olhos de Pandora acendendo, e se sobressaindo pela venda.
— Você não pode salvar suas três vadias, digo quatro né, contando com sua filha. E vou te dizer o que farei, antes de você morrer pela sua segunda vez. Nesse exato momento, nossos assassinos estão invadindo a casa de Dom Sebastian III, durante o aniversário de sua nora, a esposa dele, e nesse exato momento estão matando seus netos... Os filhos dele.
As presas de Pandora crescem.
— Depois, tenha certeza Drake, que vou procurar a puta da sua mulher, colocar meus homens para estoura-lá e depois a matarei com minhas próprias mãos.
Ela, ajoelha-se a poucos metros do vampiro, que tem seu corpo castigado pela água corrente.
— Então o todo poderoso Vlad Tepes, o empalador, diga-me o que você vai fazer?
Um tiro é ouvido por trás dele, onde Pandora encontra-se.
Drake, mesmo morrendo gargalha com as forças que ainda lhe restam.
O kamikaze Francis, que terminou escolhendo viver antes de ter a adaga de Drake transvasada pelo pescoço, atira na cabeça do homem que está por trás de Pandora.
Ele, é um dos encapuzados, que levaram Pandora até ali. Foi ele, quem deu a notícia que Drake estava vindo para Londres, e mentiu, ao falar que foi deixado vivo para entregar a mensagem dele para Nefasto.
— Matem os dois! — Nefasto grita para o assassino que está preparado com a segunda besta. Ele dispara na cabeça de Pandora.
— Que porra é essa? — Nefasto ver o dardo de prata parar no ar, há poucos metros da cabeça de Pandora. — Drake você é mesmo muito poderoso! — Ela, vira-se para o moribundo dentro da água corrente e atira no peito esquerdo do avô de Pandora. Para em seguida, voltar a olhar para Pandora.
A lança continua parada no ar, como se estivesse cravada numa parede invisível.
Nefasto arregala os olhos.
O artefato de prata, começa a girar sozinha. Mudando sua direção.
O assassino que está com a besta, rodopia e cai com a lança cravada e transvasada em sua cabeça.
O dador entrou entre os dois olhos dele.
Ele cai, tendo como última visão, o Dom Sebastian III, se arrastando até o local onde pai dele está.
— Maldita! — Ela, dispara mais três vezes. Os dardos também param na frente da garota vendada e algemada.
Nefasto, saca sua arma, sem perceber que Dom Sebastian III, está puxando o corpo de Drake para fora da água corrente.
— Vamos, força! Não vai ser agora, depois que te encontrei que você vai morrer. — O Dom Sebastian sussurra no ouvido de Drake.
— Ela, preferiu se esconder, a me colocar em perigo. Sua mãe não sabia quem eu sou. — A respiração de Drake está bem fraca. — Eu pensei que ela havia me abandonado, por ter pedido tanto um filho à ela.
— Pai, eu sei. Agora você precisa se alimentar. — Dom Sebastian, se sobrepõe ao corpo de Drake.
— Eu... nunca... Irei fazer o que você está pensando.
— Drake! Vamos! Meus filhos e minha esposa estão mortos, você mesmo escutou. Eu não tenho como fazer mais nada, a não ser encontrar-me com eles.
— Não, por favor... Não faça isso! — Drake abre por um breve instante seus olhos. — Essa sua morte será dura demais para minha alma carregar.
Dom Sebastian grita para Pandora:
— Sacrifique-me pela vida de meu pai, seu avô! — Se projetando pra frente de Drake, ele abre seus braços.
Pandora atende o pedido de Dom Sebastian.
O filho cai, sobre o corpo do seu pai, com um dardo de prata, atravessado em sua garganta.
O sangue dele, começa a encharca todo o rosto de Drake.
O frenesi, provocado pelo sangue de Dom Sebastian, faz com que Drake una-se ao corpo de Dom Sebastian III, como se fossem um.
— Não! — Nefasto vira-se para atirar em Drake, quando ela escuta o som de algemas serem soltas e bateram no chão.
Um medo invade sua alma, ao ver as algemas que prendiam os pés da menina, abertas e caídas no chão, sem saber o quê, como ou quem, as abriu.
As algemas das mãos caem logo em seguida.
— Ela? Quem está abrindo? Como? — A mulher sussurra, perguntando para si mesma.
A mordaça eletrônica, é arremessada para longe, como se uma mão invisível a tivesse jogada.
Os dois dardos, continuam suspensos e parados em frente de Pandora.
A menina, leva suas mãozinhas até seu rosto, e tira a venda.
Drake ao ver os olhos da menina, um calafrio percorre sua espinha.
Nefasto, olha para Drake, com todo seu ódio e pergunta:
— Por que você tão somente não morre? — Drake tira o dardo do peito esquerdo. Ele e Pandora tem o coração no outro lado, no direito.
— O destino é tudo Nefasto. E você acha que pode se vingar do mal, sem se tornar parte dele?
Nefasto continua a puxar o gatinho em vão! A pistola não aciona. As balas estão bloqueadas por uma força invisível.
— Acredite moça. — Drake ainda está ajoelhado, com seu filhos em seus braços. — Eu sou o mínimo dos seus problemas. — Drake termina a frase, vendo o que não deseja ver: A parte que Pandora herdou do pai dela.
O corpo de Nefasto é erguido do solo, por uma mão invisível, há três metros do chão.
Ela urra de dor, ao ter os seus joelhos quebrados para dentro.
Os dardos, são arremessados mentalmente por Pandora, fazendo-os perfurarem as pernas de Nefasto.
Pandora eleva-se, como quem se libertou da lei da gravidade.
A menina para diante de Nefasto. As duas ficam frente a frente. Pandora vira sua cabeça à esquerda.
Drake é atraído novamente para os olhos da neta, que parecem existir imensos buracos negros em movimento arrebanhadas pelo infinito.
Os seus cabelos encaracolados, estão vivos e se mexem iguais ao da Medusa.
Nefasto vê uma imensidão negra e silenciosa, saltarem para fora dos olhos da menina.
O avô deseja está errado e faz sua súplica ao Altíssimo que esteja errado, mesmo reconhecendo que sabe de quem Pandora herdou aquele olhar inconfundível.
Drake, angustiado com a descoberta de saber quem é o pai da sua neta, teme pela humanidade, e pelo mundo dos homens.
Pandora, com suas mãozinhas pega a adaga que está no cinto de Nefasto e coloca na mão dela.
A menina abre um sorriso monstruoso.
— Eu não vou suplicar piedade, sua aberração. — Grita a mulher para a menina.
— Você, matou minha mãe, acaba de matar meu tio e seus filhos, tentou por duas vezes matar meu avô.bE eu que sou uma aberrarão. — Pandora majestosamente flutua diante de Nefasto e continua: — Claudia, — Nefasto é pega de surpresa, quando Pandora diz seu nome. A menina sorri. — Eu escutei todos os seus planos, desde que aqui cheguei... até deixei que coletassem meu sangue, queria ver até aonde chegaria sua sordidez. Logo, eu sei o tamanho da sua fome.
— Como você sabe meu nome? – A mulher engole seco.
— Acredite Claudia Salazar, eu sei exatamente onde mora cada sangue seu. Mas, sou igual ao meu avô... Não perturbo os inocentes com minha maldade.
— Você não tem essa capacidade. — Pandora, com suas duas mãos, segura nas bochechas de Claudia, e a mulher perturba-se ao ver o inferno dentro dos olhos da menina.
— Você tem razão, não sou igual a você! Mas, vai morrer, sabendo que vou crescer e quem sabe, vivo escutando que mudamos quando ficamos mais velhos... Talvez a pessoa que sou hoje, mude algum dia.
Pandora gargalha como uma demônio, aperta a adaga na mão de Nefasto e diz:
— Coma sua língua.
( O tipo de morte sugerido por VANESSASILVA517, vai também está em negrito! Muito obrigado por dividir sua sugestão de tortura 🤣🤣🤣 !
A assassina luta para não fazer o que foi lhe ordenado. Parece, que sua vontade não prevalece contra seus membros.
Nefasto, puxa sua língua para fora, corta-a e come. Ela, ainda está mastigando, quando Pandora novamente ordena:
— Corte seus lábios fora e os mastigue.
A assassina, puxa os lábios para frente, e entre os dentes e o tecido labial, enfia a adaga rasgando a boca, e jogando o pedaço de carne para dentro dela a mastigando novamente.
A mulher, inicia uma nova rotina de auto-canibalismo, comandada por Pandora.
Drake não interfere, se há uma lição que a menina tem que aprender, é o seu limite.
Por fim, faltando pedaços por todo o corpo, e banhada no próprio sangue, que se espalha sobre o chão embaixo dos seus pés, Pandora sorri com desprezo para Nefasto e diz:
— Meu avô está pedindo, para terminar logo. Ele não diz, mas posso senti-lo em minha mente. — A mulher sem olhos, nariz, ouvidos, procura escutar o que a menina está falando.
— Cláudia, um último pedido... poderia arrancar seu coração pelo pescoço e come-lo?
Nefasto, tenta impedir com todas força que lhe resta, de fazer o que é pedido. Ela chora. Mas não demove a face feliz e realizada de Pandora.
A assassina, faz uma rasgão com sua adaga, começando embaixo do pomo de adão e segue serrando ate o midiastino.
As gofadas de sangue pulando da boca, se multiplicam, porém Pandora continua assistindo- a fazer a incisão.
Sem tirar os olhos da menina, Claudia enfia sua mão pelo buraco no pescoço, aproveitando a abertura que fez por fora, e sente espamos ao tocar no proprio coração.
— Não adormeça. Continue. — Ordena Pandora. — Você vai conseguir... Pelo menos espero.
Claudia, puxa o coração por dentro do pescoço, o deixando atrás da arcada dentária, na saída da garganta.
Ela começa a come-lo... E morre sentindo o sabor do própio coração.
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