Eu queria muito estar com Lorena noutra casa, mas estava com minha irmã e não havia contado a ela sobre minha irmã.

— Vai morar aqui! É mais próximo do meu apartamento — eu digo

— O apartamento é ótimo! — Diana diz

Eu a entreguei o cartão a ela

— Só gaste se precisar —

— Eu vou! Tenho algumas coisas para comprar, e a sua namorada? —

— Está com Sophia —

— Que saudades dela! Deve estar bem grandinha —

— E está! Só os pais mesmo que não mudam —

— Aqueles dois deverias se separar, mas seria muito difícil para Sophia — ela diz

— Realmente! Coitada sempre chora na hora de ir para casa —

— Ainda chora? —

— Sempre! —

Não é só agora, desde os dois anos que ela chora, os pais discutem desde os dois anos dela, meus pais já pensaram em receber ela dos pais, até mesmo Diana quis ficar com ela, mas a mãe sempre resiste, não é por amar ela, mas ela apenas não quer que as pessoas fiquem com ela, Daphne só quer mostrar para as pessoas que é boa mãe mas não é.

— A mãe dela não muda mesmo...a menininha vai crescer com pais daqueles — Diana diz

Meu celular tocou era minha mãe

— Alô mãe —

— Jorge estou com Sophia, vou fazer uma viagem com ela para a Disney com alguns primos, mas Sophia está insistindo para você e Lorena irem também —

— Deixa eu falar com ela! — minha mãe chamou ela

— Tio... — ela responde com voz de choro

— Porque você está chorando princesinha? — falei apreensivo

— O papai foi a casa da Lorena e foi me buscar para viajar, mas eu quero ir com vocês, não quero ficar com o papai e a mamãe —

— Mas a vovó está aí —

— Não! Eu quero vocês — ela diz e chora

— Esta bem princesinha! Eu vou ir com você não chora está bem! Eu vou buscar a Lorena esta bem?! —

— Sim! — ela desliga

— Vou ter que ir agora —

— Ué? Chegamos a pouco — Diana diz

— Sophia está chorando para eu e Lorena viajarmos com ela, os pais vão mas ela não quer ficar com eles —

— Já está demais né — ela diz

— E deu para ouvir os pais gritando com ela, tenho que ri — dei um beijo na testa dela — Quando tiver telefone me envia mensagens —

— Está bem —

Sai rápido e fui ao apartamento de Lorena, toquei a campainha e não demorou muito para ela abrir, estava com cara de sono mas estava de calça jeans e uma blusa rosa

— O que faz aqui essa hora? E não tinha viajado? — 

— Sobre isso... —

— Me mentiu? —

— Não, posso entrar — ela deu espaço e eu entrei — Faz as malas, vamos para a Disney —

— Dis...que? — ela falou confusa

— A Sophia fez a maior confusão na casa da minha mãe e convenceu ela a irmos! E já agora quem levou Sophia lá? —

— Temos que nos justificar...os dois —

— Façamos isso no caminho —

Ela fez as malas e a caminho expliquei a ela sobre a minha irmã

— Percebeu?! — eu digo

— E sua irmã está noutro apartamento sem a sua mãe saber?! —

— Sim! E sobre Sophia —

— Você vai odiar a história —

— Depende... —

— Bom...de manhã o pai dela foi lá dizendo que quem deu o endereço foi a mãe dela... ele chegou e... — ela parou e respirou

— O que ele fez? Bateu em Sophia? —

— Não...ele deu em cima de mim, usou umas palavras... falou um pouco mal da sua tia — ela disse

— Não me irritou tanto, só o facto dele ter dado em cima de você me deixou com uma vontade de dar soco a alguém —

— Mas não quero ver luta hoje, nem amanhã ok?! Principalmente com o seu tio —

— Está bem! Isso por você e por Sophia —

— Acho bom —

Chegamos em casa da minha mãe, não tinha muita gente, só alguns primos, minha mãe, meu pai os meus tios(os pais de Sophia) e ela, estava sentada no sofá de couro branco da minha mãe

— Finalmente chegaram! Porque a demora? — minha mãe nos recebe com um abraço

— O trânsito estava um pouco ruim, e da casa de Lorena até aqui é uma longa viagem — dei um beijo na testa da minha mãe

— Tio! — Sophia veio correndo e nos abraçou, eu segurei ela no colo e a levei para a cozinha

— Porque chorou tanto? Não precisa tanto escândalo — disse um pouco chateado

— Eu não quero ficar com meus pais... —

— Eu sei...mas você tem que ficariam eles porque são seus pais, e...tem que conversar com eles —

— Vou tentar...tenho um segredo, promete que não vai ficar zangado — ela baixa o tom de voz

— Vai depender...mas prometo— ela encostou no meu ouvido

— O papai tem fotos da Lorena no celular —

Era o que eu precisava ouvir para partir o nariz torto daquele homem

— Como você sabe?— eu pergunto pondo ela no chão e me agachando

— Eu vi com Belinha — ela sussurra — mas não fala isso pra ele, ele vai me bater —

— Se ele te bater você me avisa! Ele não vai tocar em você —

(...)

Já estávamos nos hotéis de Orlando. Nos corredores estávamos levando nossas malas, eu abri a porta do quarto e entrei e dei conta que Lorena vinha atrás.

Meu tamanho às vezes, não me permitia ver Sophia direito, ela entrou nosso quarto de forma calma sem fazer barulho, depois que tranquei a porta e me virei vi ela se sentando na cadeira almofadada do quarto

— Como entrou? — perguntei confuso

— Pela porta — ela responde, Lorena solta uma gargalhada

— Ok...você tem que ir ficar com seus pais —

— Porque? —

Ela realmente fez essa pergunta?

— Porque são seus pais! —

— Sophia vai ficar com eles...quando quiser depois vem ficar comigo está bem!? — Lorena diz e ela aceita e vai, depois que batemos quem abre é o pai dela, eu quis dar logo um soco no rosto dele mais me concentrei

— Obrigado! — ele agradece e puxa de forma bruta o pulso de Sophia

— Ei não puxe ela assim —

— Não me dê ordens não sou seu empregado — ele fecha a porta na minha cara

A última pessoa que fez isso levou uma surra minha, eu e Clause nunca nos demos bem, e agora que ele fechou a porta na minha cara, já arranjou problemas suficientes comigo.

De noite, eu e Lorena estávamos jantando no quarto, a conversa fluía, até que ouvimos vidros partindo, parecia ser um vaso grande arremessado na parede

— Eu estou maluca ou... —

— Eu ouvi também — nós continuamos a olhar para a porta quando o corredor começou a ficar cheio, ouvimos gritos e logo alguém bateu na nossa porta, quando abri, Sophia está chorando e com o rosto pálido com algumas gotas de sangue, o que me assustou completamente

— Lorena pega Sophia — ela levantou e pegou Sophia no colo e levou ao banheiro tentando lhe acalmar, eu saí e fechei a porta, o quarto de minha tia estava cheio de gente na porta, imaginei que fosse algum assassinato.

Ao me aproximar da porta Clause estava deitado no chão e tinha um vaso partido e alguns vidros na sua cabeça, minha tia Daphne sempre teve um pontaria ótima, então presumi que ela é que tivesse arremessado o vaso nele, na cabeça, em cheio.

— O que houve? — perguntei a minha mãe

— Clause estava traindo Daphne, ela não se controlou e —

— Arremessou o vaso nele..! Em cheio — minha mãe olhou para mim nervosa — Desculpe! Onde ela está? —

— Foi embora, disse que ia a polícia, porque ele tentou atacar ela por isso o vaso voou —

— Nossa... —

— Vocês ficaram com Sophia, e tenho algo para lhe dizer... — ela me levou para fora do quarto,depois os paramédicos passaram por nós — Eu acho que vocês vão ficar uns bons anos com Sophia —

— Como assim? —

— A mãe dela precisa de um tempo, ela não está em condições de criar Sophia, e Você e ela se dão muito bem —

— Mãe... eu não posso ficar com ela —

— Pode sim! Lorena cuida muito bem dela seria um ótima mãe por um tempo —

— Não mãe! Ela precisa de um emprego e eu estou sempre viajando, e eu não posso levar Sophia nessas viagens, vai atrasar os estudos dela, ela tem que ficar com vocês —

— Problema é que ela quer vocês —

Eu não sabia como criar Sophia, eu tinha muito trabalho, e eu não sei como é sustentar uma criança, até porque nunca me dei ao trabalho de pensar sobre isso. Eu dei afinidade a mais para Sophia, talvez isso também tenha estragado o relacionamento dela com os pais.

Sophia era uma boa menina, mas eu não me imagino a ouvi-la me chamar de "papai"

— Fica a senhora com ela — eu digo

— Não posso filho! Eu já não estou em condições de conduzir, e procurar motorista não é o meu forte —

— Garry está sempre disponível — eu digo

— Jorge! Ela quer ficar com vocês, de tanto ouvir os pais dela, ela já começava a falar palavrões, ela com vocês fica melhor —

Era mentira, minha mãe não gosta e nunca gostou de ficar com crianças depois da minha irmã, ela era um piolho, estava sempre arranjando problema e fazendo lixo, ela não quer trabalho só isso. E ela quer que eu aprenda algumas dicas para quando eu arranjar uma mulher e ser pai.

Mas eu não quero! Mas ela simplesmente ignora, ela acha que as coisas têm que ser do jeito dela, a hora que ela quer, no dia e o momento que ela acha que tem que ser.

— Está bem! Mas só por um mês, SÓ —

— Está bem! —

Eu voltei para o quarto e ela estava comendo no meu prato

— Eu ia comer isso — eu digo e Sophia ri

— Estava delicioso! — ela diz

— Estava! Só não acabei de me deliciar — eu coloco ela no meu colo e sento.

Ficamos horas comendo e conversando até Sophia adormecer