Capitúlo 19| Lorena


Estávamos no apartamento novo de Jorge.

Eu estava fazendo as pipocas e eles estavam no sofá vendo desenhos, Jorge não parecia estar incomodado com as princesas e o facto de Sophia estar cantando todas as musicas do filme.

Ele e Sophia pareciam pai e filha, ou irmãos, se davam muito bem, e eles pareciam passar tempo juntos varias vezes.

Coloquei as pipocas numa tigela grande e levei a eles

— Eu e minha irmã comemos pipoca com leite condensado — eu digo e eles riem

— Não da dodói na barriga? — Sophia pergunta

— Eu nunca tive dor de barriga —

— O tio Jorge uma vez comeu uma tigela grande de sorvete e ficou com uma dor de barriga e fez cocô nas calças — Sophia diz e nos rimos

— Era para ser segredo — ele diz envergonhado

Flashback desse dia
{Jorge narrando}

Que ódio...quem me mandou comer toda aquela tigela e mais chocolate amargo.

Porra que dor...meu estômago martelando e eu precisava sair daqui.

Estáva numa festa com Sophia no colo e a mãe dela não aparecia, eu não sabia com quem deixar ela,não tive opção

— Sophia o tio está com dodói na barriga, eu vou beber água quer vir?

— Sim tio! — fomos até a cozinha, eu estava bebendo água senti que as minhas fezes descerem

— Caralho...me caguei! — falei baixo, Sophia começou a rir

— O tio falou palavrão! Está me devendo um dólar — Sophia diz, eu e ela combinamos que cada vez que eu for dizer um palavrão eu tenho que dar a ela um dólar, bem que não me fazia muita falta, mais me ajudou a parar de dizer palavrões algumas vezes, eu saí correndo para a casa de banho.

Depois combinei com Sophia que seria um segredo só nosso.

Narrando por Lorena

Eu não acredito — eu disse e rimos

— Olha... se é para rirem de mim melhor eu ir dormir — ele diz e se levanta

— Não tio! Desculpa...— ela falou um pouco triste

— Não faz mal Sophia, minha irmã também contava todos os meus segredos para alguns amigos meus — eu disse e ele se sentou

— Não fala mais nenhum — ele diz a Sophia

— Tá bem tio prometo, e o tio ainda não me deu meu um dólar

— Eu vou dar, amanhã me faça lembrar

Comemos as pipocas, vimos todos os filmes, até que Sophia adormeceu no meu colo

— Que dia! — Jorge suspira

— É mesmo! Sophia é um amorzinho, cuidar dela é bem divertido e ela gosta muito de você — eu digo

— Eu sei, eu passo o dia com ela, damos um passeio, eu poderia dizer que Sophia é quase minha irmã

— Vocês parecem pai e filha

— Sério! — ele olha para mim espantado

— Sim, se entendem bem

— A mãe dela quase não fica com ela, não é tão responsável, por isso estou quase sempre com ela, ela quando está em casa os pais sempre discutem — Jorge diz

— Coitadinha

— Também acho, se eu pudesse eu adotava ela

— Acho que seria um bom pai para ela — eu digo

Eu a levei para a cama e fiquei algumas horas com ela. Me fez lembrar das vezes que eu levava Charlotte para a cama, acabei adormecendo sentada.

De manhã cedinho, acordei com a luz do sol e com as voz de Sophia nos corredores, eu estava na cama, talvez ontem Jorge me carregou até a cama.

Sophia entrou no quarto e pulou na cama

— Bom dia! — ela grita toda animada

— Bom dia Sophia! Dormiu bem?

— Sim tia! O tio Jorge está lá embaixo a espera, ele vai me deixar na escola

— Está bem, diz que já desço — ela desceu da cama correndo — Não corra na escada Sophia

— Não vou correr — ela grita

Tomei banho me vesti e desci as escadas, Sophia estava comendo cereais e lente e Jorge bebendo café, fui pegar a minha chávena e Jorge me dá um beijo da boca

— Sério? Com Sophia aqui — eu digo

— Ela já sabe que somos namorados — ele diz

— Já? — eu pergunto e olho para ela

— Já sim! — ele responde e me beija de novo

— Tio terminei! — Sophia diz

— Tão rápido princesinha! Agora pegue a sua mochila e vamos — ele diz, eu a ajudei a descer da cadeira e ela foi correndo pegar a mochila, Jorge parou do meu lado

— Vamos princesa, um pouco maior mas mais gostosa — ele pergunta e ri

— Sim — eu respondo e riu, e ele me beija profundamente, até que Sophia nos interrompe

— Chega tio — ela diz e me puxa no braço

— Desculpa— ele diz e fomos

Eu deixei ela na porta da creche

— Eu vou poder ficar com a tia hoje? — ela pergunta tristonha

— Acho que sim amorzinho! Sua mãe tem que dar a autorização — eu respondo — Mas eu posso vir te buscar! E depois vamos brincar no parque — tentei alegrar ela, pelos vistos ela não gostava mesmo de ficar em casa

— Eu quero ficar com você Lorena — ela diz e me dá um abraço, deixei uma lágrima escorrer pelo meu rosto mas limpei rapidamente para ela não notar o quanto eu ficava triste só de ver ela pedir para não ficar em casa. Crianças da idade dela deveriam chorar para voltar para casa com os pais, mas ela...ela não quer isso e demonstra que ela não fica bem em casa dela.

— E eu quero ficar com você Sophia! Eu vou ligar para sua mãe e falar com o tio Jorge para irmos juntos para o parque tudo bem?

— Promete? — a sua vozinha saiu triste e feliz

— Prometo pequenina — eu dei um abraço a ela e ela foi.

Voltei para o carro e respirei fundo

— Que foi?

— Sophia... ela...

— Eu sei amor... ela detesta estar em casa, mas hoje...eu saio mais tarde — Jorge diz

— Eu quero falar com a mãe dela, mas...não quero que ela ache que estou roubando a filha dela...mas alguém tem de dizer a ela como Sophia está

— Eu falarei com a minha mãe, talvez ela consiga conversar com a minha tia

— Está bem

Eu voltei para casa de táxi e comecei a arrumar algumas coisas e lavar algumas roupas, fiquei pensando em Sophia.

Uma criança de quarto aninhos ficar desse jeito quando dizem para ela ir para casa ficar com os pais. Ela não merece ficar desse jeito, ela é muito pequena, e parece ter depressão, e eu não ficarei bem se Sophia continuar desse jeito.

Passaram-se horas, até que chegou a hora de ir buscar Sophia, Jorge me enviou uma mensagem dizendo que não poderá sair conosco por causa do trabalho e dia seguinte teria uma viagem de trabalho. E disse que a mãe de Sophia fará uma viagem e deixará Sophia comigo porque não terá tempo e o pai é irresponsável.

Fui a busca dela na creche e ela estava alegre ao me ver me deu um forte abraço

— Oi bonequinha! Como foi a aula hoje? — perguntei sorridente

— Muito boa! Aonde está o tio Jorge? — ela pergunta

— Está no trabalho, hoje o dia é só nosso — ela deu pulos de alegria e fomos ao MacDonald e depois compramos Milkshakes para nós.

Estávamos em casa, ela tinha acabado de fazer os trabalhos e já tínhamos suas roupas e ela estava pronta.

— Tia Lorena...os pais da tia já gritaram um com o outro? — Sophia pergunta enquanto pinta no seu livro de desenhos

— Já! Muitas vezes

— Os meus fazem isso todos os dias, e a mamãe sempre chora. O papai fala palavrão, mas o tio Jorge me ensinou que isso não se diz

— Mas você já disse para a sua mamãe que você fica triste quando eles discutem? — eu pergunto

— Não. Ela diz que é normal um casal discutir, mas eu não acho porque o tio e a tia nunca discutem

— As vezes eu e o tio discutimos, mas depois resolvemos

— Eles não, estão sempre gritando, por isso eu fico com a vovó ou com a tio Jorge

— Mas quando você voltar vai ter que falar com a mamãe sobre isso está certo?

—Vou tentar — ela diz depois boceja

— Melhor irmos dormir — eu a levei na cama e não demorou muito para ela adormecer.

Dia seguinte, estava preparando o café para Sophia quando ouvi a campainha e fui atender, era um homem jovem, com uma barba castanha da mesma cor que os cabelos e usava óculos

— Bom dia! Estou procurando uma mulher chamada Lorena? A minha esposa disse que ela vive aqui — o homem diz

— Sou eu! Porquê me procura? — perguntei

— Sou o pai de Sophia, Clause! Eu vim ver como ela está

— Ah claro! Entre — dei espaço para ele entrar, entrou e ele olhou para mim de um jeito bem desconfortável, parecia um olhar malicioso

— Você é bem linda — ele diz e morde o lábio de maneira maliciosa

— Obrigado! Mas você é casado

— Sou mas a única coisa que nos mantém juntos é a Sophia — ele se aproxima e coloca as mãos na minha cintura e tenta me beijar mas eu me afasto

— Mas mesmo assim... eu tenho namorado e pretendo trair ele com um homem casado

— Mas um beijo nunca fez mal! Você é tão linda e gostosa, de certeza que seu namorado não tão bonito como eu — ele diz

— Te garanto que sim! — me afastei dele — Eu vou buscar Sophia

— Ah e quando estiver disponível me avisa gata! A minha mulher não tem um corpo tão gostoso como o seu desde que Sophia nasceu

— Você não tem vergonha? Agora entendo porque sua mulher não se cansa de discutir com você — eu disse me afastando

— Não é por isso! Mas o que tenho certeza é que eu e você ainda vamos acabar na cama gatinha — eu alarguei meus passos.

Eu não acredito que esse homem pode ser tão...tão...podre. Coitada da mulher dele, é por isso que a mãe dela está constantemente discutindo com ele. Deu em cima de mim e ainda me chama para fazer sexo? Tem a máxima coragem de fazer isso com uma aliança de casamento no dedo.

Eu subi e Sophia já estava acordada e estava descendo da cama

— Bom dia bonequinha

— Bom dia tia! — ele veio correndo e me deu um abraço, eu dei um beijo em sua têmpora

— Veio alguém te fazer uma visita — disse para entusiasma-lá , mas ela me pareceu calma

— Quem?

— Vamos ver? — descemos as escadas, e ela não gritou e pulou chamando pelo pai, parecia confusa e não parecia feliz com a visita do pai

— Oi pai — ela falou calmamente e baixo e deu um abraço nele

— Oi filhinha, está tudo bem? Esse rostinho triste? — ele pergunta

— Nada...veio me buscar? — ela pergunta triste

— Sim! Eu e sua mãe conversamos e ela disse para você viajar com a sua avó para a Disney — ele a alegra

— DISNEY! OBA! — ela pula — Mas a tia Lorena pode vir? — ela pergunta

— Não sei ao certo filha, teremos que falar com sua avó — o pai dela diz — Mas temos que ir já

— Já? Ela ainda não comeu! — eu digo

— Ela vai comer lá, vamos?

— Não quero! — Sophia diz chateada, nunca a vi daquele jeito — Eu quero ir com a Lorena

— Sophia... — chamei ela baixo e a chamei, agachei até o seu tamanho — Vamos fazer assim...Vamos ligar para sua avó para perguntar que horas você vai para lá esta bem?—

—  E você vai ficar? — ela pergunta com lágrimas nos olhos

— Ei bonequinha! Não chore — eu limpei suas lágrimas e a dei um abraço e olhei para o pai que piscou o olho para mim, como ele poderia fazer isso? Nas costas da filha — Eu não vou, vai você e me conta tudinho da viagem esta bem — ela nem sorriu

— Está bem

Ligamos para confirmar e era mesmo verdade, ela saiu chorando com o pai o que partiu o meu coração, ela ficava mesmo chateada quando estava com os pais, talvez com a mãe ficava mais feliz.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top