68
Johnny Depp me odeia.
Agora eu estou falando sério.
E eu tenho certeza.
Primeiro que já estávamos em janeiro.
Tá legal.
É primeiro de janeiro.
Mas e daí, já estamos em janeiro e eu não vejo ele desde o ano passado por que ele foi embora.
E ainda sem se despedir.
Me largou sozinha com meu cachorro e o inútil do melhor amigo dele.
Brian otário Hugh vacilão Warner.
E eu odeio os dois;
Brian Warner e Johnny Depp.
Deve ser proibido ser feliz ao lado de quem ama, por que eu estou tão solitária e triste.
Nosso Natal foi incrível.
E o ano novo também.
Porém poderia ser melhor se Johnny não me abandonasse no dia seguinte.
Tá difícil essa vida.
Pior que ele não quer nem que eu vá ver ele.
Fui uma vez, uns dias depois do meu aniversário, para nunca mais, porque ele me deixa sozinha e ainda me deixa falando sozinha.
E ainda disse que eu o atrapalho porque sou muito gostosa!
Achei um absurdo.
Eu vou superar tá tudo bem.
Vou pedir o divórcio.
Ele que me aguarde.
Não, eu vou realmente pedir o divórcio porque agora que eu lembrei das coisas que a Polina falou e eu nem tive tempo de brigar com ele por causa disso, ainda.
Ele que me aguarde mesmo.
Esse velho safado.
Acha que só por que ele é gostoso e eu amo ele muito que eu vou deixar essas coisas passar? Jamais.
Assim que eu o ver eu vou falar.
— Você é maluca, Chloe.
Ouvi Lauren dizer, mas nem dei bola.
Vou pedir o divórcio sim.
— Você tem que ficar do meu lado. — me virei pra ela. — Vai saber se Johnny está me traindo ou não.
Talvez eu esteja ficando maluca.
— Você é doida, Chloe, para de falar essas coisas.
Ela fala isso porque não o conhece como eu conheço.
Ele só tem um rostinho bonito só, esse safado.
E ele é danado, se eu soltar ele demais ele vai ficar mais safado ainda.
E eu só quero que ele seja safado comigo!
— Você não entende...
— Minha filha, esse homem tá com você o tempo todo, você acha mesmo que ele está te traindo?
— Não acho.
— Então para de ser doida, não tem nexo isso que você está dizendo.
— Lauren, eu estou te dizendo, a mulher falou que ele pediu para se casar com ela! E ele falou para mim que foi apenas sexo! Você não está entendendo o grau do negócio.
— Quem é essa mulher?
— Uma mulher não tão bonita, que não dança bem e que não tem peitões.
— Ah sim, — ela riu. — Estou entendendo a situação agora.
— Não! Isso que você está pensando não tem nada a ver.
— Hm, ok. Acredito em você.
Mais uma que me odeia.
Tá tudo bem.
Eu aceito a derrota.
Todos contra mim.
— Você falou com Johnny sobre isso? — ela quis saber. — Se não falou, deveria já que te incomoda tanto.
— Eu só lembrei disso hoje que ele foi embora. Nosso fim de ano foi incrível e eu não deixaria nada atrapalhar.
— Certo. E quando você vai ver ele novamente?
— Nunca mais.
Só quando ele acabar as gravações ou então decidir por um milagre vir me ver.
— Mesmo? Ou você não quer falar sobre?
— Um pouco dos dois. – dei de ombro. — Ele falou que eu o atrapalho quando estou junto dele lá, então, nunca mais. A gente vai se ver quando ele vier.
— Uh, complicado.
— Demais.
Eu só queria que tudo desse certo.
Quando cheguei em casa quase a noite, Brian estava lá é claro.
— Vamos? — ele chamou. — Iremos nos atrasar.
Dois dias antes do ano novo, por um milagre ou ameaça ao seu médico, ele tinha tirado o gesso da perna e usava uma bota agora e tudo mais e, estava quase cem por cento. O braço ainda estava ruim e ele infelizmente não usava mais muletas. Queria que ele ficasse mais tempo usando por que agora não para de me seguir.
Ele basicamente tá morando comigo.
E se eu vou sair para algum lugar ele dá um jeito de ir junto.
Eu não aguento mais.
Eu o mando ir embora todos os dias, ele faz drama e não vai.
Eu me lamentei as festas inteiras para o Johnny sobre isso e ele falou que iria falar com o idiota, mas, eles são amigos, não acho que faria diferença.
— Para onde mesmo?
— Vamos ficar com Johnny. — falou. — Por que você não está pronta?
— Espera, o que?
Do que esse doido tá falando?
As vezes ele dá uma dessa mesmo.
— Passar uns dias com o Johnny, boneca, estamos com saudades não estamos?
É...
— Sim. Nós estamos. Mas, ele sabe sobre isso?
— É claro que sim. — ele meio que riu. — Se vamos ir ficar com ele, lógico que ele tem que saber.
— Verdade né!? — eu ri. — Vou ir arrumar minhas coisas.
— Isso! — ele sorriu grande. — Não demora!
Estou feliz. Vamos ir ficar com ele.
E já que foi ele que pediu, ele não vai falar que eu atrapalho.
Eu amo tanto ele que dói.
Chegamos em Vancouver de madrugada.
E estava um frio dos infernos.
E por isso bati no Brian assim que descemos do avião.
— O que foi, mulher? — ele esfregou o braço. — Eu não fiz nada e nem falei nada, cacete!
Chorei um pouco me despedindo do meu cachorro. Minha mãe prometeu que faríamos chamada de vídeo todos os dias.
Queria muito ter trazido ele.
— Por que você não avisou que estava frio?
— Não sou o cara do tempo, idiota! — ele me deu um empurrão. — Você que quis vir toda piriguete.
Eu não estava toda piriguete.
Eu só decidir usar minha blusa que me deixa com peitão pra fazer o Johnny feliz e ele me fazer feliz.
E para pensar apenas em mim.
— Johnny não gosta que vocês se agridam. — Sean falou atrás de mim. — Ele reservou um hotel perto do set, vamos para lá.
Sean era outro que me seguia para todo o lugar e eu odiava.
Porém ele me mimava sempre comprando sorvete.
Então eu o adoro. Porém preferia que ele e Brian tirasse umas férias longe de mim.
Mesmo tendo visto Johnny ontem, eu estava com saudades.
Tudo estava bem, até eu lembrar da Polina e que não tinha brigado com ele por causa disso.
Estávamos casados.
Ainda não tínhamos decido nada para oficializar e meus pais irem, apenas estávamos casados no civil.
O mundo inteiro estava sabendo, menos meu pai.
Ele me ligou falando que tinha ouvido notícias, porém eu fiz ele acreditar que era tudo fake news.
Tadinho, mas foi preciso. Eu não quero perder ele por ataque cardíaco.
Por todo o mundo saber, eu estava sendo perseguida por todos menos por meu pai.
E eu posso lidar com isso.
Eu tinha muitas solicitações na rede social, e, não aceitava ninguém.
E as únicas pessoas que eu tinha o prazer de ter o follow era da Lily, minha mãe e infelizmente Brian.
Eu tinha tirado ele do meu perfil, porém o pilantra pegou meu celular e autorizou o acesso dele mesmo novamente.
E ainda me ameaçou dizendo que lamberia minha cara se eu fizesse algo do tipo de novo.
E eu não quero ter mais traumas na minha vida relacionada a lambidas dele na minha cara.
Enfim, todo o dia eu posto uma foto do Johnny apenas para essas três pessoas e apenas para o Brian comentar o quão gostoso ele é.
Também concordo.
Muito gostoso.
Já no quarto do hotel eu troquei de roupa e me deitei pra me esquentar.
E eu acreditei que Johnny viria dormir de conchinha comigo, porém ele não fez.
Talvez eu tenha chorado até alguém bater na minha porta e eu levantar correndo acreditando que era o meu amor.
Mas não era.
Infelizmente era o melhor amigo dele.
— Já começou a chorar? — ele empurrou a porta do quarto e entrou. — Veste uma roupa porque Johnny está gravando e vamos ir dar uma olhadinha nele.
— Não quero.
Na verdade, eu quero sim. Mas não quero atrapalhar.
— Vai logo, Chloe.
Sei que se eu disser não mais uma vez ele vai me carregar até lá do jeito que estou.
E eu não estou bonita com os olhos vermelhos e a cara inchada de tanto chorar.
Não tinha amanhecido por completo, mas daqui a pouco iria.
Eu ainda estava com frio então fui vestir uma calça, calçar meu tênis e colocar um casaco para finalmente ir.
E fomos.
Estranhei o fato de Sean não estar conosco, por que ele sempre está, mas não falei nada e apenas acompanhei Brian pela rua pouco movimentada até a entrada de um pub.
Tá tudo bem.
— Johnny está aqui? — perguntei estranhando, mas me calei quando vi diversas pessoas e muitas câmeras e muitos tripés e luzes e outras coisas. — É, tá sim.
Brian falou com alguém e ele passou o braço a minha volta e me levou para um cantinho, cantinho esse que Jerry estava.
Cumprimentamos o segurança e quando Brian perguntou por Johnny ele indicou o salão e eu passei mal.
Só agora eu estava ouvindo a música baixa, e uma música lenta e uma maldita música que eu vou passar a odiar o resto da minha vida.
E só agora eu tinha a visão perfeita de Johnny.
Lindo de morrer em um terno bonito, provavelmente com uma barba postiça porque até ontem ele não tinha isso tudo de barba não, seu cabelo estava bonito, ele todo estava e até aí tudo bem.
Só que, tinha uma maldita com ele, agarrada a ele, abraçada a ele enquanto eles dançavam juntinhos e agarradinhos e ele todo sorriso para ela.
A gente nunca dançou agarradinho assim então por que ele tá fazendo isso com ela?
— Eles já gravavam essa cena umas dez vezes...
Dez vezes?
Vai a merda.
Não quero saber dessas coisas.
Não quero ver essas coisas.
Quem falou isso?
Eu dei uma cotovelada na barriga do Brian porque a culpa é dele e ele me largou.
— Me trouxe aqui pra ver o Johnny me traindo é? — eu vou chorar. — Te odeio, Brian, não fala comigo.
Tenho ciúmes não gosto dessas coisas.
— Além de maluca é cega! — ele esfregou a barriga. — Ele não está fazendo nada demais.
Esse homem não sabe o que diz.
E eu vou ir lá fora chorar.
— Chloe...
Brian até tentou segurar meu braço, mas eu dei uma olhada para ele e ele ficou com medo e me soltou.
Não quero falar com ele nunca mais, muito menos com o traidor.
Fui lá pra fora e me sentei do outro lado da rua porque tinha um banco.
E fiquei me corroendo e morrendo de ódio.
Não dá. Eu não consigo. Sou muito ciumenta não gosto dessas coisas.
Exatos vinte e três minutos depois eu observei Johnny caminhar até mim todo bonito, e para acabar com o restante de mim, ele tinha um cigarro aceso entre os lábios.
— O que tá fazendo aqui, baby?
— Chorando, não tá vendo?
Ele riu e tirou o cigarro da boca só pra me dar um beijinho e soltar a fumaça na minha cara.
— Vem. — ele pegou minha mão e me puxou pra cima, segurou meu rosto e secou as últimas lágrimas que eu tinha. — Não precisa chorar, não fiz nada demais.
— Eu sei...
Mesmo assim não gosto.
Eu sei que é o trabalho dele, mas eu ainda estou aprendendo a lidar com isso de verdade.
— Veio ficar uns dias comigo, uh?
— Se for para ficar vendo essas coisas eu não quero.
— Bom, você está com sorte pois todas as cenas de saliências foram finalizadas.
Eu vou morrer de ciúmes.
Quantas cenas desse tipo ele já fez?
— Isso me deixa feliz e triste ao mesmo tempo, como é possível?
Ele beijou minha cabeça e abraçada a ele nós voltamos para dentro para pegar suas coisas e irmos embora.
Ele quis ficar comigo no hotel.
Tínhamos ido um momento no seu trailer apenas para ele tirar todo o figurino e pegar umas coisas.
— Estou com fome. — ele falou assim que colocou suas coisas em cima da cama do quarto. — Vamos tomar café?
— Uhum.
Eu faria qualquer coisa que ele quisesse.
— Aqui ou lá embaixo, amor?
Como eu demorei a responder, ele se sentou na cama e começou a tirar a camisa.
Lindo.
Toda vez que ele fazia algum papel ele ficava diferente.
No bom motivo, é claro.
Mas nada que eu estivesse acostumada.
No bar mesmo, ele estava todo coberto por causa do terno e apenas suas mãos estavam a mostra.
E não tinha uma única tatuagem, algo que eu estava acostumada desde sempre.
Então, com ele agora tirando a camisa e me deixando ver todas as tatuagens me deixa muito feliz.
— Vem. — ele chamou e bateu na perna, e eu fui na mesma hora. — Senti saudades, sabia?
- Eu também, gatinho.
Me sentei em seu colo e passei meus braços ao redor de seu pescoço, o abraçando apertado para mostrar a minha saudade.
É tão ruim quando ele está longe.
E quanto mais tempo eu passo com ele não parece o suficiente.
Ele me abraçou de volta e fez um carinho bom nas minhas costas, me apertando também.
Ele tocou minha nuca e segurou parte do meu cabelo para distribuir beijos por meu pescoço e ficar assim o tempo que ele quisesse.
E quando ele se afastou um pouco foi só pra me dar um beijinho carinhoso.
— Eu te amo. — ele falou entre o beijo. — Muito. Porém eu estou morrendo de fome, vamos logo comer.
Vamos mimar o velho.
Claro que ele quis incluir Brian no nosso café da manhã.
Por isso fomos até o quarto dele chamá-lo.
E eu torci para ele não estar.
Mas ele estava.
E fomos os três juntinhos comer.
Obriguei Brian a pegar coisas boas de comer para mim várias vezes só pra eu conseguir me lamentar para o Johnny.
— Johnny, amor, é sério! Eu não aguento mais, obriga ele a sair de casa, por favor.
Meu gostoso marido que estava comendo parou de mastigar para me olhar.
— O que você quer que eu faça, querida?
Quando eu ia falar que queria que mandasse ele para o quinto dos infernos, porém com carinho, o dito cujo chegou.
— Toma! — ele colocou o prato com três bolinhos na minha frente. — E não me pede mais nada, estou cansado e com fome.
Eu bufei e olhei chorosa para o Johnny, querendo que ele fizesse algo a respeito, porém ele apenas tocou minha perna e acariciou devagarinho.
Que ódio, eu não aguento mais.
Eu gosto muito do Brian, mas eu não aguento mais.
Assim que voltarmos eu vou voltar a morar com meus pais.
Não tô nem aí.
Eu saí de casa sim, mas agora eu vou voltar enquanto Johnny estiver longe.
Por meses.
Eu não aguento essa distância.
Tenho certeza de que ele tem o poder de me deixar com ele pra sempre, porém não faz porque não quer.
Ele que me aguarde.
Existe um complô contra Chloe e eu não estou sabendo.
Eles que fiquem ligados.
Johnny queria nos levar para passear na cidade, porém estava com um sol desgramento que eu estava odiando.
Estava frio até de manhã cedo e agora tá calor?
Cidade doida.
E praticamente em todo lugar que a gente ia tinha fãs dele nos cercando. E muitos paparazzis querendo trabalhar.
Os meninos estão trabalhando demais quando nós dos saímos juntos porque todo mundo quer tocar no Johnny e conseguir ao menos uma fotinha.
Vou passar a sair só com o Marilyn, ele não tem fã.
Brincadeira, ele tem sim, porém é tão tranquilo...
— O que vocês querem fazer? — gatinho perguntou e se sentou ao meu lado. — Vamos fazer o que vocês quiserem.
Bom, eu queria fazer coisas que o Brian não pode estar presente, mas ele não vai nos deixar nunca.
— Acho que deveríamos ir acampar.
Brian é tão engraçado as vezes.
— Eu não quero. — falei e olhei para ele. — Vai você sozinho.
— Boneca, fica quietinha, fica. — ele jogou a almofada em mim. — E aí, Johnny?
— Chloe não quer. — meu amor falou e eu fiquei feliz. — Outra coisa.
— Outra coisa eu não quero! — ele falou emburrado.
Eu ri feliz da vida. Gosto quando ele se irrita.
— Vocês dois são dois mimados, sabiam?
Por incrível que pareça meu marido que deveria ficar do meu lado, não fica.
E ainda me odeia.
Olhei para o Brian com ódio por que tudo que acontece comigo é culpa dele.
Eu só quero ficar de conchinha com o Johnny até ele ter que me largar.
É pedir demais?
É pedir demais sim.
Estávamos na droga de uma van indo acampar.
Porque Brian é muito insistente e o Johnny não sabe dizer não.
Para mim ele fala não sempre, para o amiguinho dele nunca aconteceu.
Eu estava emburrada, sentada longe dos dois e morrendo de ódio.
Johnny vinha sentar-se perto de mim as vezes, tentando me beijar e puxar assunto, porém eu estava brava demais.
Eu não gosto de acampar, não gosto.
É escuro demais e silencioso demais, me sinto sozinha.
E eu não gosto de me sentir sozinha.
Enfim, de tardezinha eles pararam a van no estacionamento o nós descemos.
Jerry estava aqui junto com Sean e um outro cara que eu esqueci o nome, sei que ele tem um bigode legal.
Brian estava todo saltitante e feliz, e se ele viesse com graça para o meu lado eu ia dar um murro nele.
- Se anima, Chloe! — ele veio pra perto de mim e eu só não avancei pra cima dele porque Johnny me segurou pela cintura. — Que isso, boneca, mais animação pois ainda temos que andar três quilômetros.
— Vocês não estão velhos demais pra ficarem andando tudo isso? — os cinco homens olharam pra mim e eu fiquei com vergonha. - Sem ofensa ao Sean, Jerry e você do bigode, eu adoro vocês!
Que droga, odeio isso.
Eles me ignoraram e fomos fazer a maldita caminhada.
Estou cansada.
Só quero deitar.
Esses homens são doidos com esse pique todo.
Eu que tô velha, não é possível.
Quando nós chegamos, eu tive que admitir que a visita é bonita.
Estávamos em frente a um imenso lago, com vista para as montanhas e atrás a floresta assustadora.
Eu espero que alguém saiba como voltar, por que eu não prestei atenção em nada e já vi que aqui não tem sinal.
Espero que alguém tenha trazido sinalizador.
Eu não arrumei nada e não peguei nada também.
Espero que Johnny tenha feito uma mala de sobrevivência para mim.
Eu não vou sair do lado dele nunca mais.
Tínhamos quatro barracas grande ao total.
Eu fiquei bonitinha sentadinha apenas olhando eles montarem tudo e se cansarem.
Não ajudei nem a segurar uma vareta.
Porém não gostei porque não era longe o suficiente uma das outras.
Se alguém me ouvir gemer o nome do Johnny eu nunca mais vou sair dessa barraca.
Como já estava anoitecendo, eu tinha duas lanternas do meu lado só para não passar mal quando tudo ficar escuro por completo.
Não gostei nada dessa ideia.
E estou com fome.
E eu queria ir no banheiro.
E como que vai no banheiro na droga de uma floresta?
Eles tinham feito uma fogueira e estavam todos sentados ao redor se esquentando.
Eu estava dentro da barraca porque os bichos já começaram a me irritar e eu tenho medinho.
Eu estou triste, como fome e preciso fazer xixi.
E eu estava só esperando Johnny olhar para mim, para vir até aqui e ele me levar.
Eu não vou sozinha nem morta.
E ele estava demorando tanto que eu fiquei de saco cheio e me levantei com as duas lanternas para ir até ele.
Eu nem falei nada, apenas me aproximei e com a mão livre eu segurei na sua e o puxei até estarmos longe dos caras.
— Gatinho, eu estou tão triste...
— Por que querida?
Ele pareceu bem preocupado comigo agora, até pegou as lanternas pra ele mesmo segurar.
— Por que você aceitou Brian nos trazer aqui...
— Você sabe como ele é, Chloe, não tem como falar não.
— Tem sim, você sempre pode dizer não... — falei chorosa. — Eu tô com fome e preciso fazer xixi.
— Tem comida na barraca. — falou. — Trouxe muita coisa que você gosta e, você pode ir no matinho, não acho que tenha banheiro por perto.
— O que? — eu ri nervosa. — Você tá falando sério?
Eu não vou fazer nada no meio do mato.
Esse velho tá cada vez mais biruta.
— Meu bem, você está vendo algum banheiro por perto? Ou é no mato, ou é no mato.
— Johnny, eu quero um banheiro de verdade.
— Que pena, querida, não vai ser possível, vai ter que ser no matinho.
Obriguei Johnny descer a trilha comigo só pra eu ir em um banheiro de verdade.
— Você é muito mimada, Chloe. — falou e ainda soltou minha mão. - Inacreditável.
— Não solta minha mão não! — eu agarrei de volta e segurei com mais força a sua mão e a lanterna também. — É tudo culpa sua, não me culpe.
Brian não quis vir e foi um milagre, diz ele que sua perna começou a doer e isso é óbvio, ele ainda está usando a bota.
Eu não sei por que ele quis acampar desse jeito, de verdade.
E o idiota do melhor amigo dele ainda concorda com essas coisas.
Tudo estava tão escuro e as únicas coisas que podiam ser ouvidas eram nossas vozes e o som dos bichos.
Eu não gosto disso.
— No matinho seria bem mais fácil... — ele reclamou. — Vamos lá, faça bem aqui mesmo e...
— Eu não quero! — parei de andar. — Meu bem, é sério, eu odeio acampar e eu não vou conseguir fazer xixi no meio do mato!
— Por que você tem que ser tão difícil?
Descemos a trilha toda com ele reclamando e quando finalmente chegamos no estacionamento eu fui correndo fazer xixi porque já não aguentava mais segurar.
E eu fiquei tão aliviada depois de feito.
Lavei a mão na única pia que tinha do lado de fora e fui atrás do meu gatinho toda feliz.
Estávamos perto de uma loja de conveniência então minha barriga roncou de fome ao pensar nas delícias que deveria ter lá dentro.
— Estou com fome, amor. — falei assim que parei em sua frente. — E com sede também.
A correria até o banheiro e a descida até aqui me cansou.
— O caralho! — ele xingou. — Eu não vou descer aqui novamente se você precisar usar o banheiro.
— Como você é malvado, Johnny Depp...
Isso porque ele me ama.
Mas é assim mesmo que a gente conhece as pessoas.
Quando a gente mais precisa não está presente...
Nem ligando pra ele entrei na loja e fui atrás do que eu queria.
Peguei chocolates, alguns bolinhos e água.
Porém, quando estava quase indo para o caixa, passei por um corredor cheio de preservativo.
E eu parei para olhar.
Nós nunca usamos e provavelmente nunca iremos.
Porém, como será que era?
E para que tantos tipos diferentes?
A caixa que Lauren tinha me dado eu nunca abri, até porque Brian roubou de mim antes disso então eu nunca vi nem a cor.
Vou pegar para experimentar e é isso.
Se Johnny não quiser ele que passe a querer, só posso usar com ele.
Peguei uma de morango porque eu amo morango e peguei uma de menta só porque a embalagem era bonita e dizia estimular o prazer.
Deve ser interessante fazer um oral com gostinho de morango.
Tá ótimo.
E assim que cheguei no caixa, a mocinha que estava lá, depois de passar toda a compra, ficou olhando pra minha cara.
Eu sei que sou linda, mas o Johnny é ciumento e ela tá me olhando demais...
Foi aí que eu me liguei que ela estava esperando eu pagar.
Que vergonha.
Ainda bem que não tem muitas pessoas.
E eu não tenho dinheiro.
Que maravilha.
Olhei para o Johnny que nem tinha entrado na loja, pedindo socorro, porém ele apenas fez com a mão o número quatro e três.
Que merda isso significa?
Aparentemente a menina entendeu e só faltou jogar a sacola na minha cara me expulsando do lugar.
— Ela foi malvada comigo. — contei a ele assim que sai. — E ela não falou absolutamente nada, acredita?
Estou bem triste.
— Vamos voltar, chatinha?
Ele me odeia muito.
Até que a volta na trilha foi rápida, e assim que chegamos finalmente eu fui correndo para a barraca me fechar lá dentro e comer minhas coisas.
Johnny falou que tinha trazido muitas coisas boas e eu fui comer é lógico.
Deixei um docinho pra ele porque não sou malvada, porém os caras trouxeram muitas coisas boas também.
E nem me ofereceram!
Mas tá tudo bem, estou cheia e agora me sinto mais feliz.
Me ajeitei na barraca e abri só um pouquinho pra ver se Johnny já estava vindo porque eu estava com sono e ele estava, ainda bem.
Dei espaço pra que ele passasse e fiquei olhando-o.
— O que foi?
Ele se sentou e começou a tirar os tênis e a camisa, e ele estava tão coisa linda de mamãe hoje por que sim, que eu não consegui tirar meus olhos dele.
De manhã mesmo, quando a gente foi tomar café, ele estava usando um moletom e até de bermudinha ele estava, com pernas bonitas e tatuadas de fora e eu boba nem nada só apertando em qualquer oportunidade.
Amo quando ele usa roupa assim porque esse velho acha que arrasa com as roupas dele, e sim, ele fica lindo, mas ele assim, minha nossa, muito maior e melhor.
Enfim, eu amo ele de bermuda igual amo ele só de cueca.
— Nada, gatinho.
Terminei de beber minha água e fechei a garrafa.
— Estou cansado. — ele falou e se deitou cobrindo o rosto com o braço. — Você me fez andar doze quilômetros hoje.
— Você que deixou Brian nos trazer pra cá. — falei. — E por isso é só metade.
Eu não sou tão malvada assim, e claro que se depois que todos fossem dormir eu precisar me aliviar não vou fazê-lo descer aquilo tudo comigo, no máximo vou acordar ele pra segurar minha mão no matinho.
E isso ele não pode dizer não.
Ele se ajeitou de ladinho e olhou pra mim.
— Vamos dormir?
— Não, gatinho, não vamos, temos é que colocar as fofocas em dia!
Não fofocamos tanto nas festas do fim de anos porque Brian estava sempre por perto e a maioria das fofocas que eu tinha era sobre ele.
— Deita aqui comigo então.
Eu fiz e tão feliz, amo ficar juntinho dele.
E dei até um beijinho antes de me afastar para olhar para ele.
— Ouvi Brian dizer para alguém que estava querendo alugar uma boate por uma noite inteirinha, para que será?
— Mesmo? Eu não sei, querida.
— Não sabe, é?
Eu estava esperando a coisa mais banal possível, não esperaria mesmo que ele.
— Eu não sei.
— Ele falou também que queria muita descrição e muitas mulheres e muita bebida e maconha, eu fiquei curiosa, sabe?
— Uhum, eu imagino.
Ele estava falando superbaixo ao telefone, mas como eu fiquei curiosa fiquei de longe ouvindo, e se ele não falou sobre não é para ninguém saber.
Ele não confia em mim... Que pena, não gosto dele mesmo.
— Enfim, gatinho, você viu como o sorvetinho já cresceu?
Falamos sobre tantas coisas que eu cansei e fui dormir.
Quando abri meus olhos novamente Johnny estava juntinho de mim, dormindo e segurando meu peito.
Eu fiquei quietinha vendo-o dormir, porém quase gritei quando ouvi um barulho lá fora.
A gente vai morrer.
Eu disse que não era uma boa ideia acampar, eu disse.
É por isso que eu não gosto dessas coisas...
— Silêncio, princesa, todos já estão dormindo...
Eu não estou acreditando nisso.
Por que Brian é assim? E quem é a abençoada da vez?
Eu tentei me levantar pra ver a cara da moça por que eles ainda estavam todo sorrisinhos do lado de fora, porém Johnny me segurou.
— Dormir, Chloe, dormir.
— Que susto do inferno! — bati em sua mão no meu peito e ele largou pra eu conseguir massagear e fazer parar a taquicardia. — Eu passo mal quando isso acontece.
— O que você está fazendo acordada? — ele falou contra o travesseiro, abafado, e eu quase não consegui entender. — Vai dormir.
— Brian trouxe alguém.
— Hum...
— E eu preciso fazer xixi....
- Ah, puta que pariu. Não, apenas não.
— Mas...
— Chloe, — ele olhou pra mim sério. — Não. Se você quiser te levo no matinho, mas lá embaixo não.
— Você é um ingrato! — bufei. — Vamos logo.
Eu nem queria ir tanto assim fazer xixi, eu queria era mesmo ver a cara da pessoa com o Brian para ver se ela é bonita ou não.
Saí primeiro que Johnny da barraca, porém assim que ele quis sair eu o barrei.
— Só de cueca não. — o impedi. — Tá doido é?
Tem uma suposta mulher lá fora, não vou deixá-lo sair sem roupa.
— E por que não? — ele tentou passar, me ignorando total, porém eu o segurei gentilmente. — Chloe...
— Vai saber quantas doidas sedentas por Johnny Depp tem por aqui, não é? — tentei sorrir. — Veste uma calça ou sei lá, por favor.
E ele foi fazer e resmungando.
E ainda não quis vestir uma camisa...
Tá vendo, é ele que causa os ciúmes em mim e ainda diz que sou ciumenta.
— Meu bem, agora você é um homem casado... — falei assim que saímos da barraca e já agarrei seu braço porque está tudo escuro. — Você não pode ficar saindo sem roupa, senão eu fico triste demais.
Fiz ele andar bem devagarinho quando passamos ao lado da barraca do Brian só pra eu ver se conseguia ouvir algum nome, porém foi apenas risinhos baixos.
Droga, eu fiquei curiosa agora.
E eu só quero saber apenas para proteger a imagem dos velhos, e como Brian é um bocudo, não falar o que não deve.
Mas é sempre tão difícil...
Quando Johnny achou que estávamos em uma distância boa das barracas, ele soltou meu braço.
— Pronto, agora vai logo que eu estou com sono.
Ele não sabe que essas coisas não funcionam assim?
— Na verdade, gatinho, eu nem quero fazer tanto xixi assim... Eu queria era mesmo saber com quem Brian está.
Meu marido simplesmente deu meia volta e saiu andando, quase que correndo, e me deixando sozinha.
— Johnny seu...
Lindo.
Odeio ele.
Sou eu que odeio ele e não ao contrário.
Tive que correr atrás dele lógico porque senão eu iria chorar até de manhã cedo e depois chorar mais.
O alcancei ainda bem, porém nem quis segurar minha mão quando tentei pegar.
Muito malvado.
— Johnny, você tá bravo?
— Não.
Sei.
— Que bom então meu bem, achei que estava.
Se ele está dizendo...
Eu o obriguei a andar ao meu lado quando peguei sua mão e não deixei que ele soltasse, ainda bem.
Do jeito que o velho está, abandonou a própria esposa para trás, não posso vacilar.
Achei que fossemos ir direto para o nosso cantinho, porém Johnny só faltou rasgar a barraca do Brian tentando abrir.
— Brian! — ele chamou. — Abre essa droga, agora!
— Não dá! — ouvi sua voz lá de dentro. — Estou ocupado!
Ocupado fazendo o que?
Não sei o que Johnny fez que conseguiu abrir o zíper da barraca e Brian gritou quando ele abriu.
E cobriu a pobre pessoa que estava com ele.
— Ei, querida, qual o seu nome?
Por que esse velho tá querendo saber o nome dela?
E chamando ela de querida?
Vou surtar.
— JD, dê o fora, porra! — o adorável pediu, porém, foi ignorado. — Anda!
A jovem mulher, coitada, olhou para todos nós de olhos arregalados antes de finalmente conseguir responder.
— Kate... — ela falou com a voz baixa, parecendo pensar se esse é seu nome mesmo. — O que está acontecendo, Brian?
— Qual sua idade mesmo? — meu marido quis saber, curioso demais para o meu gosto. — Minha mulher está muito curiosa querendo saber quem é você e por que está de sorrisinho com o melhor amigo dela.
— Eu? — gritei e bati no seu braço. — Que mentira....
Ele olhou para mim e eu fiquei quieta.
Talvez seja verdade.
— Tenho vinte e sete, e acredito que seja uma amiga...?
Que saco, não era isso que eu queria.
Johnny olhou para mim bravo e saiu andando me deixando com os dois bocós.
Devemos ter ficado um minuto, nós três, um olhando para a cara do outro.
Eu não sabia o que fazer.
— Empata foda do caralho você, Chloe!
Eu nem fiz nada.
Dei um tchauzinho para os dois e fui correndo de volta para a minha barraca.
Entrei e fechei o zíper, me ajeitando para deitar ao lado do meu gatinho e tirar soninho feliz.
— Eu te amo, você sabe né Johnny?
— Uhum.
— Estou com dúvidas se você me ama mesmo por que chamou aquela doida lá de querida...
Não vou esquecer tão cedo.
— Chloe...
— Você tá bravo comigo, não é? — choraminguei. — Eu nem fiz nada.
— Querida...
— Não gosto mais de querida.
— Como você está chata hoje né? — ele se virou para mim. — Que merda aconteceu?
— Nada.
Deus, eu estou muito triste.
De verdade.
Antes que eu pudesse começar a chorar, me virei de costas pra ele e fiquei quieta.
— Baby....
— Não fala comigo. — engoli o choro. — Vou dormir.
Vou é chorar até ficar desidratada e mais triste do que já estou.
Chorei até dormir.
E quando acordei meus olhos doíam.
Passei a mão a procura de Johnny, porém eu estava sozinha.
Pediu o divórcio será?
Ficaria surpresa mais nem tanto.
Esfreguei o rosto afastando o sono e me sentei.
Onde o velho está?
Espero que não sem roupa por aí...
Só de lembrar que a mulher de ontem viu ele sem camisa... Eu penso em chorar e chorar mais.
Minha nossa, por que a vida é tão difícil?
Eu sou uma pessoa tão legal então por que essas coisas têm que acontecer comigo?
Eu também estou tão chateada com o Johnny porque sim.
Ele não foi legal comigo ontem. Tá, eu também não fui tão legal com ele só que eu sou muito triste ele não pode fazer essas coisas comigo que eu choro...
Antes que eu pudesse voltar a chorar o negócio da barraca foi aberta e Johnny apareceu.
— Oi.
Ele falou, porém, eu o ignorei e voltei a me deitar e a me cobrir e a ficar quieta.
Não quero conversar.
— Chloe...
Eu queria tanto um sorvete agora... E o meu sorvetinho também...
Não quero falar.
Claro que ele invadiria todo o meu espaço só para conseguir fazer eu falar.
Ele se deitou ao meu lado e se enfiou embaixo do edredom comigo só pra tocar meu rosto e fazer olhá-lo.
— Fala comigo, amor.
— Não.
Mesmo assim eu deitei meu rosto no seu peito e o abracei porque eu amo ele demais e jamais ficaria sem falar com ele.
Eu só não quero conversar agora...
— O que você tem? — ele quis saber enquanto beijava minha cabeça e me aconchega em seu peito. — Fala comigo.
— Não é nada demais, eu só estou muito triste.
— Por quê?
Porque você chamou a menina de querida.
E porque você está longe de mim.
Não nesse momento, mas, sempre.
— Eu só não queria ficar longe de você, gatinho.
— Eu sei. — ele beijou minha cabeça. — Eu sei.
Sabe e não faz nada mesmo assim.
Eu entendo de verdade, só que eu não consigo.
Eu consigo passar o meu dia sem ele, de verdade, porém quando chega a hora de dormir eu fico tão sentimental e triste que não compensa nada...
Eu só não queria ser tão apegada a ele...
Johnny ficou comigo abraçado enquanto eu chorava de saudade com antecedência.
— Toma. — ele me entregou o enxaguante bocal. — Tá com fome?
Onde que eu vou cuspir esse negócio meu deus?
Levantei-me correndo e sai da barraca andando um pouquinho e cuspindo o negócio ardido.
Eu não gosto de acampar.
— Sim, estou com fome. — falei a ele assim que retornei. — E com calor.
Esse tempo aqui é doido.
Não consigo entender.
— Eu também.
É, dá pra perceber que ele também.
Está sem camisa.
Perto de quem ele estava sem camisa?
— A menina lá já foi embora? — perguntei e me sentei ao seu lado pra trocar de roupa, talvez colocar um biquíni e talvez entrar nesse lago. — Eu espero que sim.
— Ainda não.
— Hum.
Então ele estava sim desfilando por aí sem camisa para pessoas indesejáveis velo tão gostoso dessa maneira.
É complicado...
— Ela é legal. — falou. — Deveria ser legal com ela também.
— Então eu não sou legal? — parei de procurar um biquíni e olhei para ele. — Se ela é tão legal assim, você deveria pedir o divórcio para mim e se casar com ela!
— Por que você é assim?
— Assim o que, precavida?
— Ciumenta, Chloe, ciumenta!
— Eu nem sou tão ciumenta assim... Você só me julga, Johnny.
— Você também é muito dramática!
— Obrigada! — olhei pra ele. — Agora sai que eu quero trocar de roupa e você tá me irritando e só falando calúnia sobre mim.
— Você... — ele bufou e se levantou. — Eu te amo.
Assim eu fico toda boba.
— Veste uma camisa! — falei antes que ele saísse por completo da barraca. — Por favor.
Ele pegou a bendita camisa e saiu resmungando.
Eu amo tanto ele.
Vesti um biquíni de duas cores bonitinho que Johnny tinha separado para mim e coloquei um short porque sabia que ele iria reclamar e saí da barraca.
Espero ir embora hoje.
O céu estava bonito e azul e a água muito clara.
Quantos bichos devem ter dentro?
Só de pensar fico medrosa.
Eu não gosto dessas coisas.
Olhei em volta procurando pelo meu amor e o encontrei perto de Sean, então eu fui até eles. Cumprimentei o segurança e Johnny me entregou um prato com bolinhos e uma garrafa térmica avisando que era café com leite.
Me sentei ao lado dele para comer e voltei a olhar em volta, atrás de Brian e sua amiga, porém eles não estavam avista.
Mas logo apareceram quando saíram de dentro de um matinho rindo.
Hum. Entendo.
Eles não estavam de mãos dadas nem nada, porém estavam mais perto um do outro do que apenas amigos estariam.
Outro que vai me abandonar agora é o Brian.
Não sei se fico feliz ou triste.
Terminei de comer e entreguei as coisas para o Johnny e fiquei encarando o casal do ano se aproximarem para comer.
Kate era bonita. E claro, bonita demais para o Brian que tem o mínimo de beleza, e eu ainda fico muito curiosa em como ele consegue. O cabelo dela era curto e escuro e, por ela estar usando um biquíni rosa, de modelo muito diferente, eu conseguia ver diversas tatuagens em corpo e outras coisas que não seria necessário.
Ela está de biquíni...
Na frente do Johnny.
Eu já quero chorar.
— Você está encarando demais... — ele falou com a voz baixa perto do meu ouvido e me beijou. — Para de ser maluca.
Maluca, ciumenta, dramática...
Quantos mais defeitos meu próprio marido irá me dar?
— Podemos conversar? — pedi e olhei séria para ele. — Por favor.
Ele se levantou e me ofereceu a mão para levantar também.
De mãos dadas andamos em frente ao lago até estarmos longe o suficiente de todos, e quando eu parei parou também.
— O que é? — ele perguntou já todo curioso. — O que aconteceu?
— Qual é a cor do biquíni dela?
— O que? — ele riu nervoso. — Dela quem?
— Não se faz de sonso, amor, você é lerdo, mas nem tanto.
— Hum... — ele riu e pensou um pouco. — Rosa...? — eu bati no seu braço, brava por que ele estava olhando. — Ai, porra!
— Você estava olhando, é?
— Querida...
— Não! — o interrompi. — E fecha os olhos. — pedi, o interrompendo novamente quando quis falar. — Vai. — ele fez e ainda cruzou os braços. — Qual a cor do meu biquíni?
— Preto!
— Branco e preto! — bati no seu braço novamente e ele abriu os olhos reclamando. — Você errou!
— Para de ser doida! — pediu e me puxou para perto. — O que está acontecendo com você?
— Quero ir embora ficar de conchinha com você.
— Se fizermos isso você vai voltar a ser menos doida?
— Eu te odeio. — eu o afastei com as mãos. — Vamos embora ficar de conchinha vendo algum filme seu, ok?
— Sim, senhora! O que você quiser, minha deusa, é o seu momento de ser mimada!
Ele tá tirando uma com a minha cara, não é possível.
A tarde voltamos para o hotel só eu e ele.
E Jerry.
Mas eu já não sabia por onde andava o amigável segurança.
Tomamos banho e agora eu estava sentadinha na cama esperando Johnny terminar de falar ao celular e escolhendo o que iríamos comer.
Sorvete era óbvio, porém além disso eu ainda estava em dúvida.
— Estou muito ocupado. — ele falou e tocou minha perna. — Veja com o Stephen, Gina, eu não sei de mais nada.
Ah que legal, Gina!
E ele está sempre rodeado de mulheres.
Isso é tão maravilhoso!
Ele finalmente desligou e eu me virei para ele.
— Estou com fome de verdade, gatinho.
— Já escolheu? — ele perguntou enquanto deixava o celular de lado e se virava para mim. — O que vai ser?
— Vai ser Piratas do Caribe 3 para a gente chorar com o Will e a Elizabeth se despedindo.
Ele me olhou com ódio e pegou um dos diversos cardápios que eu tinha por perto.
— O que vamos comer, Chloe, comer.
— Ah tá, não sei, escolhe. Sei que quero sorvete.
— Tá legal.
Ele pediu sorvete e batata.
Ele pediu mais coisa também, porém isso foi a única coisa que eu comi.
Eu também tomei suco de morango.
Estava satisfeita e feliz da vida por ver um filme do meu amor com o meu amor.
— Não acho que devemos ver um filme meu. — ele começou. — Vamos ver outro, por favor.
— Mas...
— Por favor, querida...
— Tá. — cruzei os braços emburrada. — Nem queria ver nada seu mesmo.
Ele beijou minha cabeça e pegou o controle remoto.
Nem prestei tanta atenção no filme que ele colocava porque estava brava e chateada, eu só queria ver um filmezinho dele com ele.
Um dia eu consigo.
Ele colocou o filme e eu me ajeitei pertinho dele o abraçando para assistir.
O filme era de comédia e sobre gêmeos, com um ator famoso por fazer o gênero de comédia e que tinha muitos filmes bons.
Não me lembro de ter visto esse, então, eu estava prestando atenção e rindo toda vez que achava alguma cena engraçada. Ou seja, quase todas.
Estava quase dormindo quando do nada ele apareceu na droga da tela.
E eu até me engasguei com nada e comecei a tossir.
— Que isso, Chloe? — ele se ergueu preocupado. — Respira.
— Quando foi que você fez isso e por que eu não sabia? — praticamente berrei não tirando os olhos da televisão e quando ele foi responder eu pedi que ele fizesse silêncio para eu apreciar a beldade.
No filme, ele estava com Al Pacino assistindo a um jogo de basquete, não focou tanto no Johnny quanto eu gostaria, porém ri quando a personagem interagiu com ele falando sobre Duran Duran e quando a cena acabou, eu me vire feliz da vida.
— Eu não sabia disso. — falei toda boba. — Quando foi isso, em 2011? Você estava todo lindo com o cabelo cumprido...
— É, algo assim. — ele sorriu.
— Sobre Duran Duran, eu não entendi bem. Ela estava falando sobre quando você fazia a abertura da banda ou sobre quando você atuou em Don Juan?
— Eu não sei, querida, os dois?!
Eu também não sei.
Sei que gostei muito e vou ver mais uma vez.
Deve ter dormido em algum momento porque despertei com beijos no meu pescoço e agora desperta, um aperto considerável no meu seio esquerdo.
O quarto estava escuro, apenas uma luz fraca vinda do lado de fora, comprovando que eu realmente dormi antes do filme terminar e Johnny desligar tudo.
Resmunguei quando ele passou a mão pelo meu peito novamente e senti ele se mexer, vindo para mais perto de mim.
— Eu te amo. — ele falou com a voz baixa, acariciando meu rosto com os dedos e me dando um singelo beijo. — Tá acordada?
— Não.
Eu fui me virar para ele me abraçar e eu voltar a dormir feliz, porém ele só deixou que eu deitasse de barriga para cima.
Eu estou morrendo de sono.
E ainda sonolenta deixei que ele me tocasse e beijasse o corpo.
Quando ele chegou perto da minha boca para beijar meus lábios eu senti o gosto suave do seu cigarro, ele estava fumando.
Ainda de olhos fechados, eu recebi um beijinho seu e antes que eu pudesse pensar em algo, ele chegou bem pertinho do meu ouvido para sussurrar;
— Eu quero muito te chupar.
Abri meus olhos.
Estou acordada.
Todo meu sono evaporou.
Nunca estive tão acordada na minha vida.
Ele riu quando me viu totalmente desperta e me beijou dizendo que me amava.
Deixei que ele erguesse minha blusa e deixasse meus seios livres.
— Eu amo seus peitos.
Nós três sabemos.
Qualquer oportunidade que ele tem ele faz isso, o toca, e aperta e, o coloca na boca.
E eu fico tão feliz.
Ele passou a língua no meu mamilo e eu já senti coisas.
Ele subiu em cima de mim e se colocou entre minhas pernas, levantando um pouco uma para que ele se ajeitasse melhor.
— Tá acordada agora? — perguntou risonho contra minha boca. — Eu te amo tanto...
Às vezes acho que estou sonhando.
Não é possível que ele esteja só de cueca em cima de mim, todo carinhoso e me beijando...
Suspirei quando ele tocou meu rosto e beijou meu pescoço, o mordendo e chupando.
E ele seguiu fazendo isso por todo o caminho até chegar na minha barriga e mais embaixo.
Ele tocou minhas pernas e as levantou acariciando, as afastou um pouco uma da outra apenas para tocar minha calcinha e retirá-la.
Ele não avisou que iria ir logo caindo de boca então eu gritei.
E ele reclamou.
— Quietinha. — pediu e levantou a mão para segurar meu peito. — Não estamos em casa.
Eu sei disso, inferno.
Eu só...
Fechei meus olhos quando ele passou a língua e chupou minha boceta.
Por que toda vez é a mesma coisa e eu não consigo respirar direito e sinto que estou falecendo?
Eu estou falando sério, eu sempre passo mal de verdade.
Ele ficou me lambendo enquanto segurava meu peito e apertava meu mamilo, fazendo dar uma dorzinha boa por causa da pressão com o piercing.
Ele subiu mais a mão e segurou meu pescoço, apertando. Eu suspirei e abrir meus olhos, já ofegante.
Eu quis gritar quando ele me mordeu, porém eu segurei sua mão em meu pescoço e apertei.
Levantei um pouco a cabeça só para ver ele entre minhas pernas, de olhos fechados trabalhando com a língua.
Eu vou morrer.
Quando eu já estava molhada o suficiente e preste a gozar, ele simplesmente parou vindo para juntinho de mim me beijar.
Ele me virou de frente para ele e me puxou para mais perto, levantando minha perna e passando ao redor de sua cintura.
E eu senti o quão duro ele estava pela cueca.
— Por que você parou? — reclamei contra sua boca, ainda sentindo meu próprio gosto e tocando seu braço forte. — Eu estava quase gozando.
— Eu sei, baby. — ele mordeu minha boca e passou a mão por minha perna e acariciando. — Mas você não está dormindo ainda? Cansada?
— Não mais, Johnny.
Eu que nunca iria reclamar de ser acordada assim sempre, não tô maluca ainda.
— Hum... — ele falou apenas isso e se esfregou em mim com toda sua ereção. — Como você quer?
— Do jeito que você quiser.
Tô aceitando qualquer coisa, sério.
— Legal. — ele me deu um selinho. — Do jeito que eu quiser.
Sim.
Ele ficou me olhando demais e pensando, então, para adiantar o processo eu abaixei sua cueca e peguei seu pau, o acariciando.
— Eu comprei camisinha, sabia? — contei lembrando apenas agora. — De morango e de menta.
— É? — ele segurou minha mão, me impedindo de continuar a masturbar ele. — E você está pensando em me trair com quem, sua safada?
— Amor... — eu ri. — Comprei pra chupar seu pau mesmo, tá doido é?
Por que ele é assim?
— Legal. — ele sorriu um pouquinho. — Agora?
— Agora não...
Agora eu quero é ele dentro de mim.
Ele me beijou todo feliz e liberou minha mão, deixando que eu voltasse a tocá-lo. Como eu já estava impaciente, eu o segurei e levei até a minha entrada, esfregando um pouco a cabecinha por minha boceta antes de colocar dentro de mim.
Eu gemi e fechei os olhos ouvindo-o gemer baixinho também.
Com as duas mãos ele segurou minha bunda e se empurrou todo para dentro, me puxando mais para perto e grudando seu peito no meu, e segurando na minha nuca para me beijar novamente.
— Como você pode ser tão boa sempre, uh?
Eu mordi sua boca quando ele deslizou para fora e entrou novamente, com força.
Ele segurou minha cintura e antes que eu pudesse reclamar já estava por cima.
— Não quero assim... — reclamei tocando seu peito.
— Você falou do jeito que eu quiser.
Droga, eu gosto quando ele faz tudo...
Ele apertou minha cintura e me fez me mexer.
— Do jeito que você quiser menos comigo por cima, gatinho, eu sou cansada...
— Só um pouquinho, então. — ele propôs e se sentou me ajeitando no seu colo. — Quero olhar um pouco para os seus peitos bonitos enquanto você senta em mim.
Eu fico tão boba por ele, sério.
Não aguento com essas coisas.
Ele levou minhas mãos para trás de mim, as apoiando em suas coxas e voltou a tocar minha cintura, ajudando com os movimentos.
Quando Johnny se inclinou para colocar um dos meus peitos na boca, o telefone dele começou a tocar.
E eu agradeci tanto porque já estou cansada de ficar por cima.
Observei ele se deitar na cama e se inclinar para pegar o celular na cabeceira e ver quem era.
— É o Brian. — ele mostrou o aparelho. — E é três da manhã, provavelmente ele está morrendo.
Que maravilha.
— Vamos ignorar?
Ele ainda está dentro de mim com o pau duro então eu espero mesmo que ignorarmos.
— Sim, querida, claro. — ele tocou minha perna e desligou o celular. — Não tem como ele saber que estamos acordados.
Não tem.
Na verdade, tem sim, Brian começou a esmurrar a porta e chamar por Johnny.
Eu não acredito nisso.
E claro que Johnny iria levantar para ver o que ser amiguinho quer.
Com ódio, eu me levantei da cama e peguei minhas roupas para colocar no banheiro e logo em seguida sumir dessa cidade.
Enquanto colocava minha roupa, fiquei ouvindo os dois idiotas rindo de algo, e assim que eu abri a porta encontrei os dois juntinhos e deitados na cama.
— Mas que merda...
— Vim dormir com vocês, boneca! — Brian falou animado, já debaixo do lençol. — Não atrapalhei nada, não é?
- Sim, seu...
— Claro que não, Brian, não estávamos fazendo nada.
Volto a dizer; Johnny Depp me odeia muitíssimo.
Emburrada, eu saí do quarto e deixei os dois sozinhos.
Fui até a varanda e me sentei brava, olhando as poucas luzes dos prédios ao redor.
Um momento depois Johnny chegou.
— Você tá brava? — quis saber. — Ele não quis ficar sozinho no quarto.
— Ele é um...
— Chloe!
— Eu o odeio e odeio você. — cruzei meus braços. — Não quero dormir com nenhum dos dois e digo mais, você não vai transar comigo nunca mais!
— Que absurdo! — ele arregalou os olhos. — Eu nem fiz nada!
— Exatamente! Não fez antes e nem vai fazer agora!
Sou muito malvada.
Amo tanto.
— Querida, não faz assim...
— Eu vou dormir no quarto e vocês arranjem outro lugar, tô falando sério.
Se não posso dar em paz, eu tenho que dormir em paz.
— Amor, como eu vou conseguir dormir sem seu peito?
— Se vira, pega no do Brian.
— Baby...
— Diga, Johnny.
— Por que você me odeia tanto?
— Eu não te odeio, amor, eu te amo, na verdade eu odeio o Brian e apenas ele.
Ele ficou me olhando incrédulo, provavelmente não acreditando, mas é verdade. Eu amo ele e odeio o Brian.
— Posso te dar um beijo e um abraço de boa noite?
— Um abraço. Beijo eu não quero.
Ele balançou a cabeça e eu me levantei para ir juntinho dele, deixar que me abraçasse.
Ele passou os braços ao redor de mim e me apertou forte, antes de se afastar ele beijou meu ombro e senti suas mãos descerem para minha bunda e apertar legal.
— Da próxima vez que a gente transar, porque eu não acredito nisso de nunca mais, eu vou comer seu cuzinho e eu tô falando sério.
Tomara que esse momento nunca chegue.
Eu dormi sozinha e foi tão triste.
Brian tinha arrastado o colchão do quarto dele para eles dormirem na sala e quando eu acordei de manhã fui deitar com eles, juntinho do Johnny por que eu já estava com saudades.
E fiquei tão feliz quando ele me abraçou e beijou minha cabeça, com certeza sentiu saudades.
Quando eles acordaram complemente, pedimos café no quarto e comemos felizes.
Quando Johnny perguntou o que gostaríamos de fazer eu tapei a boca do Brian impedindo que ele propôs-se algo porque agora é minha vez.
Mas, antes que eu pudesse falar algo, meu celular tocou e eu peguei para atender.
— Alô.
— Olá, sumida. — ouvi a voz do Tom. — Onde você está?
— Hum, Canadá.
— Legal e seu belo marido está com você?
— Sim.
Eu olhei para ele, todo curioso querendo saber quem era.
— Certo, vocês já estão indo embora?
— Ainda não, por quê?
— Vou até aí para gente conversar sobre as fotos, fevereiro já é o mês da campanha e eu já quero deixar tudo certo.
— Tá legal...
— Quando eu desembarcar, eu te ligo.
— Certo.
— Até logo.
— Quem era? — Johnny quis saber. — E tira a mão da cara do Brian porque senão ele vai desmaiar.
Eu tirei na mesma hora a mão do coitado que está todo vermelho e respirando com dificuldade.
— Te odeio. — ele me beliscou e se levantou. — Estou passando mal...
Ignorei ele e olhei para o gatinho.
— Hum, acho que chegou o momento de você fazer fotos apenas de cueca.
E eu nunca fui triste nessa minha vida.
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