58
Ele diz que não está bravo ou chateado, mas eu sei que está sim.
Eu não fiz de propósito, estou triste também porque era um anel lindo demais. Só que, não tem por que tudo isso.
Está tudo bem.
Não vamos terminar por causa disso. Eu acho.
E bom, não sei o que fazer.
Johnny me chamou pra comer, porém falei que estava sem fome, e eu estava mesmo, porém ele disse que traria algo mesmo assim.
Não consigo nem pensar em comer.
Eu poderia voltar lá fora e procurar mais um pouco só que já está de noite e eu tenho medo.
- Sai dessa, Chloe. - ouvi sua voz. - Você perdeu, acontece.
- Por que você está tão calmo agora?
Se fosse ele que tivesse perdido a aliança que eu tinha dado, eu estaria surtando e muito puta da vida.
- O que você quer que eu faça? - ele parou no meio do quarto. - Eu já falei que vou te dar outro, o que mais você quer?
Eu odeio isso.
- Você é grosso demais, sabia? - agora eu tô puta. - Sua personalidade e seu pau também.
- Puta merda. - ele riu. - Cala a boca, Chloe, o que isso tem a ver?
- Nada. - dei de ombro. - Apenas comentei. - aliás, saudades. - Enfim, tô com fome agora, o que você vai trazer?
- Vim aqui exatamente perguntar o que você quer.
- Qualquer coisa.
- Tá legal. Tem certeza? Se você reclamar sobre o que eu trouxer vou ficar bravo.
- Por que? Sou eu que vou comer, não você.
- Meu deus, por que você está tão chata hoje?
- Posso dizer o mesmo de você, querido.
Ele tá chato.
- Meu deus! - ele esfregou o rosto. - Eu não sei como eu te aturo, deve ser por que eu te amo né?
Nossa.
- Deve ser. Tô com fome.
- Tá.
Agora eu tô triste.
Ele me trouxe um prato de comida e eu comi a força.
Ele não falou nada e eu também não.
Não temos nada pra falar mesmo.
- Brian ligou. - começou. - Disse que está com saudade.
- Hm.
Eu também.
Estou um pouco feliz por estar passando um tempo longe dele, porém é, saudades.
- Está brava pelo que eu disse?
Nossa, ele tem consciência.
- Nah.
Talvez brava não seja a palavra e sim triste e com depressão.
- Eu ainda não sei por que pergunto, você fica triste ou brava com tudo que eu faço.
- Você acha isso, Johnny?
- Foda-se, não importa. Me desculpe pelo que falei.
- Tá. - cansei de mexer na comida do meu prato. - Acabei, obrigada.
- Você mal comeu, Chloe. - ele suspirou e pegou o prato da minha mão. - O que foi, querida?
- Nada, estou bem.
- Precisa de algo?
- Acho que quero um pouco de água, por favor.
Ele balançou a cabeça e saiu do quarto.
É sobre isso e não tá nada bem.
- Você e meu pai estão estranhos.
- Estamos bem. - falei. - Eu acho.
Eu estava deitada na cama com Lily-Rose, aproveitei pra vir ficar um pouco com ela enquanto Timmy tomava banho.
- Ele está triste.
Eu também.
- O que aconteceu?
- Não sei se ele falou ou não, mas, estamos noivos, eu acho.
- O que? - ela gritou. - Desde quando?
- Hoje. Ontem, sei lá.
- E ai? - ela sorriu. - Não era pra estarmos felizes?
- Estamos. - eu ri. - Só que, ele me deu uma aliança muito bonita e acontece que eu perdi.
- Perdeu?
- É, perdi.
- Claro que perdeu. - ela riu. - Meu deus amiga, como isso foi possível?
- Eu não sei, emoção talvez.
- Sua cara mesmo. - ela me abraçou. - Estou feliz demais! Jack não vai nem acreditar, mamãe.
- Cala a boca.
- Mas sério, eu estou feliz. Você faz meu pai muito feliz e ele merece.
Sim, ele merece.
Sou eu que não mereço.
Quando Timmy voltou, nós três ficamos conversando um pouco e quando Lily falou sobre nos mudarmos eu saí correndo.
Eu não sei de mais nada.
Sei lá que horas são porém aparentemente todo mundo já está deitado e percebi isso quando desci e tudo já estava apagado.
Inferno, como que querem que eu enxergue se está tudo escuro? Tinha que ter uma luzinha no corredor pelo amor de deus.
Tomei água e me deitei no sofá pra ficar olhando para o teto.
Nada de bom pra fazer.
Johnny está distante de mim e eu estou distante dele.
Mas vamos nos entender e tudo vai melhorar, estou torcendo pra isso.
- Você não vem pra cama?
- Puta merda por que você faz isso?
Ele ainda vai me matar do coração.
Eu vou morrer primeiro que ele, eu sinto.
Me ignorou totalmente e deitou comigo no sofá.
- Quando for pra gente subir, me avisa. - ele me abraçou. - Vou ficar aqui com você.
Droga, eu amo ele.
Mas eu queria ficar sozinha.
- Eu quero ficar sozinha.
- Mesmo? - ele abriu os olhos e olhou pra mim. - Por que?
- Estou cansada, quero pensar em paz.
- Não estou te atrapalhando ou irritando, eu não quero te deixar sozinha.
- Mas eu quero ficar.
- Você não quer conversar sobre isso comigo?
- Não...
- Tá. - ele beijou minha cabeça. - Vou fazer o que você quer então.
Ele se levantou e saiu, como eu queria, mas agora eu estou mais triste ainda.
Não adiantou nada ficar sozinha pois só pensei em merda e não me ajudou em nada. Decidi subir e ir dormir que eu ganhava mais.
Quando abri a porta e entrei, Johnny já estava dormindo.
Nem me esperou.
Subi na cama e deitei junto dele, toquei seu rosto e o beijei de leve. Ele resmungou no sono e me abraçou, já fiquei feliz.
Fiquei fazendo carinho na cabeça dele até que ele acordou.
- Desculpa. - pedi. - Não queria te acordar.
- Não tem problema, querida. - ele falou, a voz rouca e me apertou no abraço. - Você está melhor?
É, tá indo né.
- Sim, desculpa por... Você sabe.
- Sim, claro. - ele suspirou. - Quando voltarmos pra casa, eu vou te dar outro anel. Prometo.
- Foi sem querer.
- Eu sei, querida, e eu já entendi. - ele tocou meu rosto. - Vamos concordar que você é meio doidinha né?! Eu juro que pensei que você perderia quando estivesse bêbada, iria até te lembrar de tirar, mas, você se superou.
- Obrigada, você é muito gentil com suas palavras.
Eu sei que não é um elogio, mas eu prefiro acreditar que é sim.
- Você sabe que é verdade. - ele riu. - De verdade, está tudo bem. Aconteceu, não tem problema.
- Mesmo?
- Sim, mesmo, Chloe.
- Então tá bom.
Posso dormir tranquila.
- Vamos dormir? - perguntei. - Quando vamos voltar? Quero meu anel bonito logo, sinto que falta algo comigo, e não quero me sentir assim.
- Eu não sei, vai demorar um pouco para você ter de volta.
- Tá legal, isso é triste mas ok, é compreensivo. - beijei ele. - Vou dormir, tô com sono.
- Vira que eu te abraço. - eu fiz. ele me apertou e beijou meu ombro. - Eu te amo, Chloe.
- Eu sei.
Ele me apertou contra o seu peito e logo eu estava dormindo.
Nunca fui triste.
Eu acordei sete da manhã.
Do nada.
Johnny ainda estava dormindo e eu deixei ele assim.
Levantei, fui no banheiro e me arrumei. Voltei, desci até a cozinha e comi algo. Subi de volta e decidi ir tomar um sol.
Aproveitar que o dia está amanhecendo e não tem ninguém pra encher meu saco.
Não que eu odeie meus amigos e meu namorado, longe de mim, mas eu só...
Sei lá esse povo dorme demais.
Subi, coloquei um biquíni, desci, bebi água, sai e sentei.
E fiquei.
Sentindo o cheiro do mar, o vento forte e agoniada com a areia.
Não quero mais ficar aqui.
Estou inquieta.
Fui lavar o corpo por que eu já estava toda cheia de areia, e eu nem sei como é possível pois não sai rolando por aí, e quando finalmente me dei por satisfeita eu entrei na casa.
Tinha alguém na cozinha, Jack, ele estava sentado e aparentemente comendo.
- Bom dia, mamãe. - desejou falando de boca cheia. - Dormiu bem?
Lily-Rose fala demais.
- Não fala de boca cheia, Jack. - pedi. - Você é tão lindinho.
Ele fez uma careta e mastigou mais ainda de boca aberta, pra me irritar, mas preferi ignorar.
- Você tá falando igual a minha irmã e isso não é legal. E também igual a minha mãe. - ele bebeu um pouco de sei lá o que da xícara. - Estranhas.
- Obrigada. E sua mãe é muito sensata, prefeita demais para ser julgada.
- Também acho.
- Como você está? - perguntei pra puxar assunto, fazia tempo que não tínhamos uma conversa digna. - Como está sua namorada?
Acho que ela ainda morava em Los Angeles ou seja, relacionamento a distância.
Igual a mim e Johnny, mas, não por muito tempo espero.
- Bem e ela está ótima. Vai passar o próximo final de semana comigo.
- Isso é incrível, Jack. - sorri. - Vocês são lindos juntos.
Muito pitiquinhos.
- Então... - ele riu e se levantou. - Você e meu pai.
- Sim, eu e seu pai...
Isso era tão estranho, eu não era muito mais velha que sua irmã e minha nossa, eu namorava o pai deles.
Só que eu não tava nem aí por que o Johnny é um gostosão e eu amo ele.
Estou com ele apenas pela aparência sim, me julgue.
- Apenas muito obrigado por não ficar se agarrando com ele na nossa frente. - ele fez careta. - Eu amo vocês, só que, ele é meu pai, sabe?
- Eu sei. - ri. - Tá tudo bem, seu pai é todo tímido, não é de ficar fazendo muita demonstração em público.
- Então eu vou agradecê-lo. - ele riu. - Vou dormir.
- O que? Você não acabou de acordar?
Ele não estava tomando café?
- Não, mamãe, estou indo dormir agora mesmo.
- Cala a boca, Jack.
Ele passou por mim, não antes de me beijar o rosto e me abraçar de lado, e subiu as escadas.
- Fofo. - ri sozinha e fui na geladeira pegar água. - To com sede.
E eu tenho que parar de falar sozinha.
Olhei no relógio grande que estava na sala e não entendi absolutamente nada das horas, mas decidi que era tarde para eu ficar sozinha então irei acordar meu velhinho pra ele ficar comigo.
Subi as escadas correndo e quase caí por causa disso pois meu corpo ainda estava molhado. Ainda bem que ninguém viu meu quase tombo, eu iria morrer de vergonha.
Feliz da vida, eu abri a porta do quarto dele e entrei.
E claro que ele tá dormindo.
Suspirei, um pouco triste mas nem tanto por ter que acordar essa beleza de homem divino que está dormindo, mas mesmo assim fiz.
Subi na cama, em cima dele e o beijei no rosto até ele despertar.
E demorou.
Mas quando ele finalmente fez, fiquei feliz.
- Bom dia minha vida. - desejei. - Tá tarde, acorda e vem ser feliz comigo.- eu me sentei no seu colo e sorri quando ele abriu os olhos. - Vida?
- Você está molhada... - ele tocou meu joelho e voltou a fechar os olhos. - Em cima de mim.
- Sim. - ri. - Levanta, por favor. - toquei seu peito. - Vamos fazer algo, estou entediada.
- Não deveria. - ele falou, a voz rouca. - Dorme e me deixa dormir mais um pouco que o tédio irá passar, prometo.
Chato. E velho.
- Tudo bem. - suspirei e deitei a cabeça no seu peito nú. - Vai demorar pra você acordar?
- Nah.
Ele afastou o cabelo molhado das minhas costas e puxou o nó do meu biquíni.
Interessante...
- O que você tá fazendo? - perguntei, por que do nada eu fiquei toda boba mesmo sabendo o que ele tá fazendo.
- Tirando isso de você por que eu estou ficando agoniado com você molhada e eu seco.
Fresco. Perfeito.
Mas eu que não vou reclamar.
Ele me tirou de cima dele e me fez deitar ao seu lado, tirou a parte de cima do meu biquíni e deixou de lado, me abraçando logo em seguida e beijando minha cabeça.
- Meia horinha só e iremos fazer o que você quiser, querida.
Isso é o que eu chamo de felicidade.
Dormi, claro que eu dormi. Não tem como deitar com o Johnny, ficar agarradinha com ele e não dormir.
Fui feliz.
Mas agora, beijos.
É, beijos.
Amo beijos.
E beijos do Johnny me deixa fraca.
- Bom dia, querida noiva de anel desaparecido.
Aí eu perco tudo.
Perco tudo real, real.
Ele beijou meu rosto e eu abri meus olhos, feliz da vida.
- Então, vamos fazer o que? - ele logo quis saber.
E meu deus eu ainda estou dormindo, o que eu quero fazer é dormir.
- O que você quiser, claro. - falei ainda sonolenta. - Sempre o que você quiser.
Ele riu e beijou minha cabeça.
- Levanta e se troca, as crianças querem ir na cidade.
Ele fala igual velho, minha nossa.
Ah tá, ele é mesmo.
E o mais bonito de todos com certeza.
- Eu vou na frente! - Jack gritou e saiu correndo pra entrar no carro, estava calor demais e ele não é bobo nem nada e com certeza quer todo o se condicionado pra ele, não julgo, quero sentar na janela também por que eu que não iria sentar no meio do banco, quero vento em todo o meu rosto pra ver se não passo mal.
Está um sol do cacete.
Eu não sei o que a gente vai fazer, mas sei que quero qualquer coisa que vá fazer eu me refrescar.
- Entra logo, vai, vai! - minha amiga me empurrou até o carro, deixando o namorado dela pra trás. - Senta em uma ponta e eu em outra, deixa o meio para o Timmy e ele que lute com o calor.
- Que péssima. - eu sei risada, porém não julgo.
- Amigas antes de namorados minha querida, espero que você pense igual a mim.
- Mas é claro que sim.
Eu só consigo pensar no Johnny, apenas isso.
Timmy veio até o carro e entrou, só faltava Johnny para nos levar porém ele estava demorando muito e Jack decidiu ir atrás dele.
- Deixa que eu vou. - falei e sai do carro antes que ele. - Já volto!
Fui atrás do Johnny e o chamei assim que pisei dentro de casa, porém ele não me respondeu. Andei um pouco pelos cômodos e estava pronta pra chamá-lo novamente quando ouvi sua voz, ele estava falando no telefone com alguém, eu acho.
- Eu sei. - ouvi. - Eu sei disso, mas, você poderia parar de me ligar, por favor? Eu estou cansado já e...
Puta merda, que não seja quem eu estou pensando.
- Amber, cacete, você já está me enchendo, poderia parar, por favor?
Tomara que eu exploda.
- Eu não quero mais, eu não posso mais... Eu não quero. Por que eu não quero. Poderia entender isso?
Por que ele simplesmente não manda ela a merda?
Eu posso fazer isso por ele, se ele quiser.
- O que você quer que eu diga? Que eu não gosto mais de você? Que eu não sou mais apaixonado por você? - ele suspirou. - Bom, eu não sou. E já faz um bom tempo, você sabe disso. Tudo isso é culpa sua, poderia deixar eu seguir minha vida? Já não basta você ter feito tudo que fez? Por que não me deixa em paz?
Aí que dor no coração.
- Não diga que você me ama e que fez tudo isso por amor, você não fez. Isso não é amor, não se faz isso quando se ama alguém. Você tem sérios problemas... Sim, maluca, você é maluca. Se não gosta de ouvir a verdade para de me ligar, conserve com o meu advogado
se for preciso mas para de me ligar pelo amor de deus, pode ser?
Ela não tem que querer nada, ela simplesmente tem que parar.
Se eu encontrar essa mulher um dia...
- Minha namorada é louca, ciumenta e surtada, ela te odeia então para de me ligar por que se ela souber você vai ter problemas. Adeus, Amber.
Meu deus, olha o que ele pensa de mim.
Amei.
Vou começar a pagar de louca mesmo pra vê se dá certo e ela deixa a gente em paz.
Voltei para o carro sem ele, e meus amigos quiseram saber onde ele estava. Falei que logo vinha, e ele veio.
- Amiga. - chamei. - Onde nessa cidade tem alguma joalheria em? - quis saber. - Seja discreta.
- Joalheria? - ela berrou e eu quis bater nela. - Aí, calma, só pesquisar.
Os meninos estavam por aí, em algum canto do mercado e eu estava com ela em outro e coloquei uma idéia na cabeça, quero muito fazer isso.
- Então pesquisa logo e vamos dar uma olhada.
- Tá pensando em que? - ela quis saber. - Me conta, sou curiosa.
- Vai, vai, pesquisa que agora eu tô ansiosa.
Vai ser tudo, se tudo der certo.
- Tá legal, tenha calma. - ela pegou o celular.
- Mas antes. - parei pra pensar um pouco. - Você vai ter que ir atrás do seu pai e pegar algum anel dele.
- E por que eu faria isso? - ela riu e foi aí que ela se ligou. - Isso vai ser incrível.
Encontramos uma joalheria e eu encontrei o que queria e agora eu tô passando mal e pobre, por que gastei todo o dinheiro que eu tinha na minha conta.
Meus pais vão me matar.
E por que anel de noivado é tão caro?
Mas tô nem ai, to feliz e sou incrível, está tudo bem.
Minha amiga está surtando e achando o máximo, e eu também.
Eu iria falar que eles não notaram nosso sumiço mas eles notaram sim, Johnny me ligou várias vezes e eu não atendi por que não vi, mas quando ele ligou pra filha e ela atendeu e passou pra mim; ele brigou por eu não ter atendido o telefone, claro. E queria saber onde estávamos.
Menti. E sou uma péssima mentirosa.
Mas acho que ele acreditou.
Não demoramos muito a voltar ao mercado e fui logo atrás de Johnny pra me explicar.
- Eu só fui no banheiro homem, que isso, pra que todo esse estresse?
- Esse banheiro é na puta que pariu né? Só pode, pra ter demorado tanto.
- Sim, foi lá mesmo. - segurei sua mão. - Vamos embora? Tô cansada.
- Tá.
Está tudo bem.
Não demoramos muito a voltar pra casa.
E eu subi correndo pra esconder o anel do Johnny pra ele não saber antes da hora porém esse homem não saí do meu pé.
Não tô reclamando...
E quase, quase ele me pega no flagra.
- Tá vendo pornô de novo?
- Cacete! - gritei e enfiei a caixinha dentro da minha bolsa. - Privacidade por favor.
Ele me ignorou, claro que sim, e me abraçou por trás beijando meu rosto.
- Você é safada demais.
- Eu não estou fazendo nada de errado, ok? - falei na defensiva. - Logo eu, uma pessoa maravilhosa, fazer algo de errado? Lógico que não.
- Eu não falei nada. - ele deu risada. - Sim, você é maravilhosa, eu não duvido disso. Vamos descer?
- Sim, claro.
Graças a Deus.
- Quando você vai dar pra ele em? - minha amiga quis saber. - Estou nervosa.
- Eu também. - suspirei. - Espero que ainda hoje, só que ainda não me sinto pronta. Vou passar mal.
- Você vai conseguir. - ela falou. - Na verdade, eu espero que sim. Isso é tão girl power!
- Sim, eu sei.
Não sei o que eu tenho na cabeça pra pedir ele casamento, ele já me pediu e eu aceitei, porém mesmo assim eu quero fazer isso por que eu posso e por que ele é meu; No máximo ele vai dizer não.
Então eu espero que ele não faça isso.
Sei que ele é muito cadelinha por mim as vezes porém geminiano né, imprevisível.
- Vamos comer! - chamou e se colocou de pé. - Estou com fome.
- Eu também.
Nos levantamos da areia fofa da praia, eu muito agradecida por isso, e fomos almoçar.
- Eu acho... - Jack falou de boca cheia e deu uma pausa dramática. - Deixa pra lá, eu esqueci.
Tínhamos acabado de comer porém ele ainda estava comendo, claro.
Meu gatinho almoçou conosco porém logo se retirou da mesa e disse que iria lá fora olhar a vista e descansar. Eu ri, claro, por que né, ele é velho e tal, se cansa rápido.
Menos quando...
Saudades, aliás.
- Chloe? - senti um peteleco no meu rosto. - Tá no mundo da lua? - minha amiga quis saber. - Se liga no que eu tô falando.
- Estou ligada.
Eu não estava não, e se ela souber irá fazer seu draminha todo.
- Temos que ir decidindo e juntas onde cada coisa irá ficar, depois não vamos conseguir colocar, tem que avisar com antecedência.
- Verdade...
Eu nem estava prestando atenção no que ela estava falando, estava mais preocupada com o Johnny gostosão lá fora sem camisa fumando.
- Minha querida? - ela fez menção de bater na minha cara e eu voltei a dar atenção pra ela. - Então, o que vai ser?
- Vai ser o que você quiser, concordo com tudo.
Meu deus eu sou uma péssima amiga. E uma namorada também, tenho quase certeza. Espero que ela me perdoe e Johnny também, por que dependendo do que eu escolher, um dos dois vai ficar chateado.
Maravilha, amo minha vida.
- Certo! - ela sorriu. - Estou ansiosa, vai ser nosso momento de felicidade.
É, sou uma pessoa horrível.
Eu ri nervosa e voltei a olhar para o Johnny. Ele estava sentado na varanda, todo tranquilo, bonitão, lindo, gostoso; Apenas coisas boas. Estava sem camisa, mas eu já tinha falado isso mas mesmo assim, sem camisa e lindo.
Eu sou muito apaixonada ok, é mais forte que eu.
E sem camisa ainda, com todas as tatuagens aparecendo? Nossa, eu fico toda fraca. E o melhor; fumando... Aí que eu perco tudo e fico toda boba.
Eu amo ele.
- Vai logo lá, Chloe. - ouvi a voz do Jack. - Sua baba tá chegando aqui no meu prato já.
- Otário. - me levantei por que eu ia mesmo, não sou besta. - Vou e vou feliz.
E fui.
Feliz da vida.
Nunca senti tristeza na minha vida.
Caminhei até lá fora e me sentei ao lado do meu gatão.
- Oi, te amo. - tive que deixar claro. - Saudades.
Passei um pouco mal quando ele tirou o cigarro da boca e segurou entre os dedos, soltando a fumaça pelo nariz, e, sorrindo pra mim.
Sorrindo pra mim.
Eu amo ele demais.
Ele segurou minha mão e a beijou.
- Eu te amo também, querida. - ele apertou minha mão. - Tudo bem? Precisa de algo?
- Nah, tudo ok. - sorri. - Apenas estou feliz por te ter.
É, eu sou muito feliz.
- Oh, querida, fico feliz em saber disso...
- Você é tudo pra mim, Johnny, sério.
- Você está bêbada? - ele se aproximou e me deu um beijinho, acho que querendo saber se estou ou não alcoolizada. - É, acho que não.
- É claro que não estou bêbada! - ri, de nervoso. - Não posso me declarar para o meu querido namorado?
- Noivo, na verdade.
- Tanto faz, gatinho. Você sendo meu, eu fico feliz.
A gente vai se casar de verdade.
Não tô acreditando nisso.
Nosso dia foi perfeito, não teve um único defeito.
Todos nós nós divertimos, conversamos, rimos, fomos felizes.
Por mais momentos como esse, por favor.
E agora estou cansada.
Sei lá que horas são, sei que já tomei banho e estou pronta para tirar um soninho e acordar só amanhã.
Tô cansada, não sei onde Johnny está mas sei que tô pronta pra dormir.
E é isso que irei fazer mesmo.
- Baby, abre os olhos.
Tô dormindo.
- Chloe?
- Estou cansada e estou dormindo. - resmunguei. - Amanhã a gente conversa.
- Por que tem um anel de noivado na sua bolsa? Muito bonito por sinal, confesso... Enfim, quem te pediu em casamento além de mim?
Que merda.
Abri meus olhos e olhei pra ele.
- Por que você mexeu na minha bolsa?
- Que absurdo! Eu não fiz isso.
- Então como você sabe que tem?
- Eu supôs, não foi difícil.
- Nem fica vermelho né? - eu ri. - Que coisa feia, mentindo nessa idade.
- Vai a merda. - ele riu também. - Então, por que tem? E eu gostei, a pedra é de um vermelho bonito e brilhoso, eu gostei.
- Que bom, por que é seu.
- Meu? - ele arregalou os olhos. - Por que?
- Você quer casar comigo?
- Isso é um pedido? - ele se aproximou sorrindo e beijou minha boca. - Sério?
- Eu acabei de acordar, sai daqui, tô toda feia.
- É, você estava babando mesmo mas continua linda. - ele tocou meu rosto. - Então?
- Então o que?
- Amor, sério, é um pedido? - seus olhos brilharam
- Talvez. Você aceita?
- Você sabe que sim, Chloe.
Ele tá todo bobo.
E eu estou toda boba por ele estar todo bobo.
- Tá bom. - sorri. - Então, vamos nos casar.
- Vamos no casar!
Ele me abraçou e me apertou e me beijou e eu me senti muito amada.
E fomos felizes para sempre.
Mentira, ainda existe sua ex mulher em nossas vidas.
Só vamos ser felizes quando ela superar ele e isso não vai acontecer tão cedo.
- Chloe, acorda, olha isso!
Deus, eu só queria dormir.
- Baby, sério, esse anel é muito lindo, obrigado.
- Que bom que você gostou. - resmunguei no seu peito. - Era único e o preço também, foi caro pra cacete mas fico feliz que você tenha gostado.
- Olha isso! - ele enfiou a mão direita na minha cara e mostrou o anel que estava no seu dedo anelar. - Não vou tirar nunca.
- Eu espero mesmo que não! - fechei meus olhos. - Estou dormindo.
- Eu te amo. - ele riu e beijou minha cabeça, afagando minhas costas. - Volte a dormir.
- Te amo também, gatinho.
Sério, se nós não formos felizes depois disso; Eu desisto dessa vida de apaixonada e vou ficar solteira pra sempre e morrer encalhada.
- Você nem tá dormindo né? - ele falou contra minha cabeça. - Você tem certeza que quer mesmo casar comigo?
- Estou dormindo, já disse.
- Chloe, é sério, me dê um motivo muito bom pra você querer isso.
- Você é gostoso.
- Eu estou falando sério...
- E eu não sou boba.
- Chloe...
- Eu também estou falando sério. - ele se mexeu, se afastando de mim e abri meus olhos pronta pra reclamar. - Juro, não estou mentindo.
- Você me ama? - ele quis saber. - De verdade?
- É claro que sim, Johnny, não é óbvio?
Eu falo sempre que amo esse descarado, ele ainda tem dúvida?
- Sim, é, mas por que você aceitaria se casar comigo?
- Johnny, você me ama?
- Com todo meu coração.
Eu vou chorar.
- E por que você aceitaria casar comigo? - perguntei, por que sou uma pessoa muito... é, isso mesmo que você tá pensando.
- Por que eu te amo e por que você é muito boa pra mim, e, você me faz muito feliz.
Droga, eu amo ele tanto que dói.
- É exatamente por isso que eu também aceito me casar com você. - falei. - E por que você é bom de cama.
- Cala a boca. - ele deu risada. - Estamos falando de algo sério.
- Sim, baby, estamos. Por que você tem dúvidas sobre isso?
- Eu não tenho, querida, eu apenas...
- Está arrependido? - eu quis saber por que se ele estiver, eu vou ter que fazer algo que não quero; chorar.
- Não, merda, claro que não. Eu só quero que você tenha certeza de tudo...
- Eu tenho. - toquei seu rosto e o beijei de leve. - Você sabe, você é um sonho pra mim. Eu te amo e não poderia estar mais feliz. Obrigada por tudo sempre.
Ele subiu em cima de mim e me abraçou apertado e demorou a me largar depois disso, acho que dormimos assim.
- Porra! Cadê? - foi a primeira coisa que ouvi assim que abri meus olhos. - Johnny cadê a merda da sua aliança bonita, garotão? Me mostre!
Puta merda, era o Brian?
Espero que ainda esteja dormindo.
Mas percebi que não quando ele subiu na cama e se enfiou entre mim e Johnny.
- Cacete, Johnny, deixa eu ver! - ele falou alto, eufórico, ansioso, eu não sei mas sei que me irritou um pouco e fiquei com ódio quando ele pegou na mão do meu amor. - Caralho, isso daqui é muito bonito!
Claro que é, ele acha que eu escolheria qualquer coisa para o Johnny?
Óbvio que não, eu tenho noção... Diferente desse abençoado que está aqui do nada.
Como isso é possível?
Ele não está em turnê?
- Boneca! - ele se virou pra mim e me beijou na bochecha. - Você se superou, gostei disso, porém que danadinha, pediu Johnny em casamento antes de mim né? Saiba que se eu pedir a mão dele agora, ele aceita e termina tudo com você.
- Sei. - sorri, debochada. - Por que você não faz?
- Brian? - ouvi a voz do meu amor. - Que merda você tá fazendo aqui?
- Eu tinha que ver de perto. - ele falou. - Você me mandou mensagem falando que Chloe te obrigou a casar com ela então eu tinha que ver se você aceitou por vontade própria ou se ela estava te forçando, por que nossa, você tem um anel? Que brega! - ele fez uma careta e se virou pra mim. - Por que você não me deu um anel também? Casar com o Johnny é casar comigo.
- Aí que nojo! - me sentei e fingi ânsia de vômito. - Não fala essas coisas que eu passo mal de verdade.
- Oh, que drama. - ele se sentou e me abraçou de lado. - Boneca, Johnny não existe e agora que vamos nos casar com ele, vamos ser muitos felizes.
- Vai a merda, Brian. - ouvi Johnny rir. - Sai do quarto, agora!
- Tá legal, tá legal. - ele se levantou. - Estou indo, ok? Mas se levantem logo, eu tenho que estar no aeroporto ao meio-dia, se eu perder meu vôo minha equipe me mata.
Eu queria matar ele.
Passou toda a saudade que eu estava sentindo dele.
Quando ele finalmente saiu, eu olhei para o meu querido noivo.
- Quando você mandou mensagem pra ele? - perguntei, curiosa.
- Quando achei meu anel.
- Entendi, e como foi isso?
- Não me lembro exatamente o que estava procurando, decidi procurar na sua bolsa então eu achei a aliança e mandei mensagem pra ele.
- Dizendo que eu obriguei você a casar comigo?
- Não. - ele sorriu. - Eu falei que você tinha me pedido em casamento e eu aceitei.
- Mas eu ainda não tinha. - lembrei. - E você meio que me forçou a isso, não era pra ser assim. E, você me pediu primeiro.
- Sim, pedi. - ele sorriu. - E ainda bem que você disse sim. Eu te amo por isso e por muito mais.
- Te amo também meu gato. - beijei sua cabeça. - Sempre será sim pra você.
Simpra absolutamente qualquer coisa que ele quisesse.
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