54


Eu acordei dez e meia da manhã.

Johnny não estava aqui.

Eu tomei banho e me troquei porque teria que encontrar Lily-Rose ao meio dia.

Iríamos encontrar Tom e eu não sei o que pensar.

Onze horas, eu mandei mensagem pra ela, falei que estava pronta que iria comer algo e que logo estaria na sua casa.

Ela me ignorou.

Maravilha.

Eu saí do quarto e entrei na casa, Marilyn que estava descendo as escadas parou quando me viu.

- Johnny saiu. - falou. - Disse que você deve me levar aonde você for e não é para me deixar sozinho.

Era só o que me faltava.

Foi por isso que ele não falou nada ontem.

- Ele disse isso é?

- Disse. - ele foi até a cozinha. - E, concordo. Não quero ficar aqui sozinho, vou me sentir solitário demais... Então, onde vamos?

Eu o ignorei e fui até a geladeira pegar algo pra comer.

Não estava nos meus planos ter Marilyn como meu acompanhante, eu nem sabia se queria levar ele.

O que eu poderia dizer para ele não ir?

Porém minha consciência ficaria pesada em saber que ele está sozinho aqui.

Na verdade, não, mas eu quero ser uma pessoa muito boa a partir de hoje.

- Onde Johnny foi mesmo? - perguntei. - Ele não me avisou que iria sair.

- Você que dorme demais. - ele bufou. - E ele foi encontrar Adam, assunto importante.

Uh, com certeza é importante.

- E por que você não foi junto? Com certeza seria mais legal do que sair comigo.

- Duvido! Johnny fica um saco quando tem reuniões com o seu advogado, prefiro não estar perto. Mas então, onde iremos? Quais nossos planos?

- Meus planos. - revirei meus olhos. - Vou encontrar Lily, e depois vamos encontrar Tom, Tom é...

- Eu sei quem é. Johnny falou algo sobre você talvez começar a modelar e desse Tom também então provavelmente é o mesmo, mas, seja sincera, você é toda você, como você quer modelar?

- Primeiro: Isso foi um elogio?

- Um pouco.

- Certo. Segundo: eu não quero modelar, desfilar.

- Uh, que bom! - ele sorriu. - Você seria péssima, nisso.

- Por que?

- Por que seria! Não faz pergunta difícil, boneca, então, é só isso? Apenas uma conversa com esse tal de Tom?

- Acredito que sim.

- Que tédio.

- Sim, você não deveria ir.

- Tudo é imprevisível, vou ir com certeza.

Que ódio.

Nem saímos ainda e eu já estou arrependida.

Eu comi um pouquinho e as onze e meia nós pegamos um dos carros do Johnny e Marilyn foi dirigindo até a casa da Lily-Rose.

Ainda não acredito que isso está acontecendo comigo.

Quando chegamos, alguém ligou pra ele e ele disse que esperaria aqui embaixo. Eu subi e toquei a campainha e esperei. E foi Vanessa quem atendeu.

Merda.

Eu não sabia se Johnny tinha ou não falado a ela que estávamos namorando. Então, eu não soube como agir.

Meu deus, eu namorava seu ex namorado.

Eles eram meu casal goals, de verdade, só que agora eu e ele é meu goals.

- Chloe, querida! - ela sorriu e me abraçou. - Como você está?

- Bem, obrigada por perguntar. - sorri. - E você?

Ela era tão legal e gentil.

- Estou bem, como estão seus pais? - ela quis saber. - Entra, Lily-Rose disse que você viria, ela está se arrumando.

- Obrigada.

Eu falei a ela que meus pais estavam bem. Ela me tratou muito bem então eu não soube se ela sabia ou se, ela era muito legal mesmo.

Minha amiga me ouviu falando e me chamou lá de cima, e eu fui.

Quando cheguei no seu quarto, ela estava pronta e passava um brilho labial nos lábios.

- Que bom que você chegou! - ela falou olhando para o espelho. - Vou chamar o Uber.

- Não precisa. - falei. - Brian está lá embaixo, eu sou a responsável por ele hoje.

- Sério? - ela riu. - Por que?

Por que eu sou a pessoa mais azarenta do mundo.

- Seu pai saiu, e o adorável Brian não quis ficar sozinho. - bufei. - Então, aqui estamos. Torcendo pra ser rápido com o Tom por que quão mais rápido formos, mais rápido voltamos e eu me livro dele.

- Claro, claro. - ela riu e pegou o celular. - Vamos?

- Sim.

Quando passamos pelo corredor, a porta do quarto do Jack estava aberta e eu entrei por que vi ele lá.

- Oi, sumido. - me aproximei, ele estava sentando na cama com um caderno na mão. - Como você está?

- Bem, sumida. - ele veio até mim e me abraçou. - Saudades, Chloe. Você é muito mais legal que minha irmã.

- Cala a boca, Jack. - ouvi a voz da minha amiga. - Vamos, amiga?

- Sim. - eu o abracei mais uma vez. - Me manda mensagem qualquer coisa, ok?

- Ok.

Nós descemos, nos despedimos da sua mãe e saímos.

Quando passamos pelo portão, Marilyn fez questão de sair do carro e abrir a porta de trás.

- Olá, querida. - ele a cumprimentou e a abraçou, sorrindo. - Você cresceu, eu acho.

- Eu estou do mesmo tamanho a três meses atrás, padrinho. - ela riu. - É bom te ver.

Ele era fofo com ela, que ódio.

Nós entramos no carro e Brian fechou a porta, o cavalheiro, ele deu a volta e entrou.

Lily-Rose colocou no GPS o caminho e fomos.




Estávamos em um estúdio.

- Não surta, tá amiga? - ela me segurou. - Vamos fazer umas fotos, juntas, nada demais, ok?

- Não, é tudo demais eu...

Antes que eu pudesse continuar, Tom apareceu.

- Chloe! Querida! - ele já veio me abraçando e beijando meu rosto em ambos os lados. - Que bom te ver! Vamos conversar?

Não, eu quero me matar. Mesmo assim me vi concordando. Ele segurou minha cintura e todo risonho me levou em direção a uma escada. Mas, antes de subirmos, Marilyn apareceu na nossa frente.

- Quem é o seu amigo, boneca? - ele olhou para o Tom, e depois para onde a mão dele estava. - Então?

- Esse é o Tom. - falei. - E nós já voltamos.

- Tá. - ele revirou os olhos. - Estarei aqui.

- Claro que sim.

Subi com o Tom as escadas e seguimos um corredor, saindo em uma varanda com uma vista muito bonita.

- Então, como você está?

- Estou bem, Tom, e você?

- Ótimo. - ele sorriu. - Que bom que veio. Marquei esse ensaio para você fazer com a Lily por que ela disse que você iria se sentir bem e eu topei. Você com certeza tem jeito pra isso e você vai ver hoje, você vai se sair bem.

- Ainda dá tempo de desistir?

Eu posso tentar né.

- Me desculpe, mas não. - ele afagou meus ombros. - Você vai gostar, você vai ver. E, eu tenho algo mais a propor.

- Diga.

- Consegui pra você um contrato. Um ensaio para o Dia dos Namorados. Como Lily disse que você estava namorando achei que seria incrível, você pode chamar ele para fazer e se sentir mais confortável.

Não tô acreditando nisso.

- É de roupa íntima sabe, e como você tem um corpo incrível vai ser maravilhoso! - ele estava alegre demais. - É para o final de janeiro mas, a coleção vai ser lançada apenas em fevereiro, no dia dos namorados. O que você acha?

Acho tudo muito demais.

- Bom. Eu posso pensar?

- Não? - ele segurou minhas mãos. - Querida, não é um bicho de sete cabeça e você tem talento. Você é linda, você vai pegar o jeito.

- Ok. - suspirei. - Mas...

- Obrigado! - ele me abraçou e me tirou do chão. - Quero muito que isso de certo por que estou apostando quase tudo em você e eu sei que não estou errado.

- Obrigada, eu acho. - não posso fazer mais nada. - O que mais você pode me dar?

- São cinco peças de lingerie. É apenas isso que eu sei. - contou. - Mas, em relação ao seu namorado, você acha que ele da conta?

Foi aí que eu lembrei quem eu namorava e como Johnny era...

Não vai rolar.

- Eu preciso falar com ele, mas, caso ele não queira, terá outro cara, não é?

- Sim, claro que sim. - ele sorriu. - Mas, Lily-Rose disse que você namorava o cara então eu pensei que seria muito bom, para nós e para você principalmente.

- Ela disse quem era?

- Não. Por que?

Claro que ela não disse...

- Por nada. Ele é tímido, sabe? Não sei se ele vai aceitar.

- Vamos vendo, querida. - ele sorriu. - Mas, estou esperançoso. E fico feliz que você tenha aceitado, mas você vai ver que depois de hoje, você vai pegar o jeito, vai começar a gostar das coisas e não vai querer parar mais.

Eu espero que sim, de verdade.

Conversamos mais um pouco sobre o que ele queria de mim hoje e nós descemos.

Antes de ir até Lily, Marilyn veio até mim.

- Johnny está bravo. - falou. - E a culpa é sua.

- Vai a merda, Brian. - mandei. - Não me estressa. Por que ele está bravo?

- Por que está.

- Não me importo. Não fiz nada.

E eu não fiz mesmo. O que eu fiz agora?

- Ele disse que quando você chegar vocês conversam.

Que merda.

Eu juro que não fiz nada.

Eu o ignorei e fui até minha melhor amiga.

- Então? - ela sorriu quando me viu. - Foi tudo bem? Tá preparada? - ela me abraçou. - Estou ansiosa.

- Eu também. - sorri, nervosa. - Escuta, - abaixei meu som de voz. - Você falou para o Tom que eu estava namorando, mas, você esqueceu de dizer que é com o seu pai e que ele é tímido pra caralho. Como você quer que ele participe comigo de um negócio de roupa íntima?

- É de lingerie? - ela praticamente gritou. - Uh, eu não sabia, mas nossa você é gata vai ficar incrível!

- Amiga...

- Amiga, foco em você e foco em nós agora. Primeiro vamos fazer esse ensaio de hoje e depois pensamos nisso. Não fica nervosa, eu estou aqui.

- Tá.




Umas meninas nos arrumaram.

Fora as duas, tinha um cara da luz e o fotógrafo.

Seria algo pequeno, apenas fotos de nós duas.

Não tinha nenhuma roupa extravagante, apenas umas roupas estilo grunge e indie que eu fiquei apaixonada.

Fizemos as fotos e eu amei o resultado e por estar com ela, a minha melhor amiga, eu me senti muito confortável e descontraída, foi algo natural.

Até que eu tinha gostado. Porém, não sei se me sinto tão feliz assim de voltar a fazer.

Não é algo ruim, porém, também não é algo espetacular.

Acho que a pessoa tem que nascer pra isso.

Como Lily-Rose nasceu.

Linda, maravilhosa e perfeita. Ela nasceu pra isso, e ela ama isso. Ela tem o dom.

- Eu vou postar no meu site. - Tom falou abraçado a nós duas. - E em todas as minhas redes sociais, as pessoas vão amar.

- Depois você me manda algumas para eu postar no meu instagram? - minha amiga pediu. - Para Chloe também.

- Claro, meninas. - ele beijou minha bochecha e depois a dela. - Obrigado por virem.

Saímos do estúdio as quatro.

Marilyn estava morrendo de fome e nos levou pra comer.

Até que, por incrível que pareça, ele foi incrível hoje.

Ele ficou do meu lado a todo momento e cada vez que eu trocava uma roupa ele dizia que era mais bonita que a anterior.

Por que de ele estar assim? Eu não sei.

É suspeito? É sim.

Mas eu prefiro acreditar que ele está agindo como faz quando eu estou chateada, ou algo do tipo.

Não tenho do que reclamar.

Nós almoçamos e as cinco, ele deixou Lily na casa dela.

- Sexta vamos ir ver o apartamento? - pediu depois que me abraçou, se despedindo. - Quero que você veja se gosta e que nós comecemos a preparar as coisas da sua mudança e caso algo que a gente queira mudar no apartamento.

- Claro, pode ser. Sexta-feira.

- Amo você. - ela acenou. - Obrigada por ser tão incrível. Tchau, padrinho!

- Tchau, querida. - ele acenou.

Eu dei tchau e ela se foi.

Eu desci e fui para o banco da frente me sentar ao lado dele.

- Então? - sorri pra ele e coloquei o sinto. - Gostou do nosso dia?

- Odiei. - ele lamentou e ligou o carro. - Mas não foi tão ruim.

Ele era um idiota.

Quando chegamos já fui logo descendo por que queria ver o Johnny, estava com saudades.

E ansiosa para contar sobre o meu dia.

E, o que Tom propôs pra mim.

Porém, lembrei que Marilyn tinha dito que Johnny estava bravo comigo.

Merda.

Eu não fiz nada.

- Por que Johnny estava bravo? - perguntei a ele. - Eu não fiz nada.

- Eu sei! - ele gemeu. - Acho que fiz merda.

- O que você fez? - bati nele. - Brian!

- Desculpa! - ele esfregou o braço. - Ele disse, fica de olho nela e eu fiquei. Quando você demorou muito com o Tom lá em cima, depois dele ter tocado a sua cintura, eu contei a ele.

Eu vou matar esse homem.

- Ele é gay! - eu gritei e bati mais nele. - Qual o seu problema?

- Ai, boneca, agora eu sei disso! - ele esfregou o braço e saiu de perto de mim. - Ele deu em cima de mim!

- Eu vou te matar! - gritei. - E você disse isso ao Johnny?

- Bom, não...

- Brian!

- Me desculpe! - pediu, ele então olhou pra algo atrás de mim e olhou pra mim de volta. - Boa sorte. - sussurrou. - Johnny! - ele acenou. - Eu vou comprar sorvete pra Chloe por que eu sei que acabou!

Não deu tempo de bater nele mais uma vez por que ele entrou no carro e saiu buzinando.

Que merda, eu odeio ele.

E ainda me deixou aqui sozinha com o homem mais gostoso do mundo.

Talvez isso seja bom.

Eu respirei fundo e me virei.

Johnny estava na porta do seu quarto e não parecia nada simpático.

Relutante, fui até ele e sorri quando me aproximei.

- Oi, gatinho. - eu beijei sua bochecha e o abracei. - Tudo bem?

- Oi.

Ele me soltou dele e entrou no quarto, ele sentou na cama e pegou o notebook.

- Tudo bem? - repeti. - Senti saudades.

- Sentiu? - ele me olhou. - Eu também.

Deus, será que ele voltou a me odiar?

- Você está bravo?

- Não, eu deveria estar?

- Não. - me aproximei. - O que Brian te falou?

- Nada demais.

- Então você não está bravo?

- Não, por que? Eu deveria estar?

Não é ele que me odeia, sou eu que odeio ele.

- Marilyn é um fofoqueiro. - falei. - Eu não fiz nada.

- Eu não disse que você fez, querida. - ele olhou para o notebook. - Está tudo bem.

- Sério?

- Sim.

- Você pode olhar pra mim e dizer que está tudo bem?

Ele suspirou e olhou pra mim.

- Está tudo bem.

Não está nada bem.

Eu deixei ele no quarto e e fui para o banheiro.

Eu não fiz nada de errado, será que ele acha que eu fiz?

Tentando não pensar nisso, eu tirei minha roupa e tomei um banho pra me acalmar. Quando saí enrolada na toalha, Johnny não estava mais no quarto

Eu abri minha mala e peguei uma roupa.

Eu teria que dizer a ele que ficaria a semana toda, isso se ele não me expulsasse hoje mesmo.

Fui atrás dele, decidida a brigar caso ele queira e dizer que não fiz nada. E eu não fiz mesmo, não sei o que ele está pensando.

Achei que ele na cozinha, ele tinha um cigarro em uma mão e um copo de água na outra.

É fumante mas é um fumante hidratado.

- Me ouça. - pedi. - Tom é gay. Seja lá o que o inútil do Brian te disse, bom, Tom é gay, essa é a parte mais importante. - falei. - Você não quer saber como foi meu dia? Eu estava tão ansiosa pra te contar...

- Tá bom. - ele suspirou e colocou o cigarro na boca. - Como foi seu dia?

Não sei se ele ainda está bravo ou não.

- Você quer saber mesmo ou só está perguntando por educação?

- Eu quero mesmo saber, querida.

- Tem certeza?

- Sim, Chloe. - ele olhou pra mim e tragou o cigarro. - Eu tenho.

- Não, Johnny, você...

Parei de falar quando ele largou o cigarro e veio até mim, ele se abaixou e me jogou por cima do seu ombro.

- Johnny!

- Quieta. - ele deu um tapa na minha bunda e começou a andar. - Você tá querendo brigar e eu não quero isso.

- Eu tô querendo brigar? - eu me segurei nele. - Você que não está falando comigo direito!

- Talvez o meu dia não tenha sido bom, querida.

Ele entrou no quarto e me jogou na cama.

- Oh. - olhei pra ele. - Sinto muito.

- Tudo bem. - ele meio que sorriu. - Eu já volto, vou buscar meu cigarro e aí você me conta sobre o seu dia.

- Ok. - ele se virou pra sair e eu me deitei. - Eu te amo.

- Eu sei. - ouvi sua voz. - Já volto.

Ele já volta.

Quando ele voltou estava com sorvete pra mim e eu já fiquei feliz.

Provavelmente Marilyn traíra já voltou.

- Obrigada, gatinho. - sorri e peguei.

Ele deixou uma garrafa de água na mesinha e subiu na cama, com suas coisas de preparar seu cigarro.

- Você não fica doente comendo tanto sorvete? - ele quis saber.

- As vezes. - falei de boca cheia - Mas passa. É muito bom e eu não vivo sem.

- Claro que não. - ele sorriu. - Então, como foi seu dia?

Eu contei tudo que fizemos e disse que quando Tom me enviasse as fotos eu lhe mostraria. Eu iria perguntar sobre o seu dia mas, não queria parecer invasiva, se ele quisesse falar ele iria, não é?

- Foi isso. - falei. - Até que foi aceitável.

- E sobre o que você e Tom falaram? - quis saber. - Brian disse que vocês sumiram por uns quinze minutos.

- Brian é um fofoqueiro. - acusei. - E bom, Tom me propôs algo.

- O que? - ele parou o que estava fazendo e olhou pra mim. - O que, Chloe?

- Um ensaio, de lingerie.

- Ah...

E eu nem tinha falado sobre ele, ainda.

- Pois é. - suspirei. - Mas, é acompanhada.

- Com quem?

Antes que eu pudesse falar, meu celular tocou. Eu fui atrás e atendi sem ver.

- Oi.

- Chloe, querida, uma dúvida.

- Sim?

- Seu namorado, como ele é?

Eu olhei pra Johnny, ele perguntou sem som quem era.

- Bom, eu acho ele um gostoso, por que?

Johnny arregalou os olhos e se levantou.

- Claro que acha... - ele riu. - Mas, me de características.

- Ele é alto, tatuado, um gostoso como te falei, e no momento tem um cavanhaque, mas daqui dois meses eu não sei. Ele é ator, sabe? - Johnny perguntou mais uma vez quem era e eu disse que era Tom. - Por que, Tom?

- Tatuado, uau, eu amo os tatuados. - ele suspirou. - Perfeito. Vê se você conversa com ele sobre e qualquer dúvida que ele tenha, peça pra ele me ligar, ok?

- Claro, sem problema.

- Adeus, lindinha.

- Tchau, tchau.

- Que merda é essa, Chloe? - ele colocou a mão na cintura e eu suspirei. - Que história é essa?

- Você tá gatão hoje em... - eu o abracei e beijei seu queixo. - E eu vou te explicar, calma.

Eu o soltei e subi na cama pegando meu sorvete. Quando ele veio até mim, eu falei.

- Bom, como eu estava falando, é de lingerie. Uma coleção para o dias dos namorados. Sua filha disse que eu namorava e como Tom já percebeu que eu me sinto desconfortável achou que seria bom ser com alguém que eu conheça. - expliquei. - Como hoje, tirei umas fotos com Lily e ficaram muito boas. Entende?

- Sim. Mas, onde eu entro nisso?

- Gatinho, você é o meu namorado. Você não quer tirar as fotos comigo não?

- Você já aceitou? - ele quis saber. - E não me falou nada?

- Estou dizendo agora. Mas eu não falei que você participaria, fique tranquilo.

- E você vai participar?

- Talvez. - dei de ombro. - Ainda estou pensando.

Ele suspirou e se deitou na cama, esfregando o rosto.

Ele não gostou nada da ideia.

- Você não gostou não é? - perguntei. - Você não quer.

- Querida... - ele olhou pra mim. - Se não fosse de roupa íntima eu até faria com você, mas, não dá, é demais pra mim e eu não iria me sentir confortável.

- Tudo bem, não tem problema. - sorri. - Você é todo bonitão mesmo assim, sabe disso não é?

- Eu sei. - ele tocou meu rosto. - Mas vá em frente, se é algo que você quer tentar...

- Eu quero, eu acho.

- Então, aceite. Tenho certeza que você será a melhor.

- Obrigada! - eu me inclinei e o beijei. - Você é incrível, meu bem.

- Você é mais, querida, muito mais.

- Na moral, você só de cueca. - suspirei. - Hm, gostoso demais! Imagina as danada tudo com suas fotos na parede do quarto.

- Para. - ele sorriu tímido. - Você sabe que eu sou tímido.

- Tímido o caralho! Comigo você não é tímido.

Ele era, um pouquinho. Como agora, tímido e fofo demais porém quando ele tá me comendo...

Nossa, não sei nem lidar.

- É diferente. - ele sorriu pra mim. - Eu te amo, por isso é totalmente diferente. Mas, não quero tirar foto sem camisa e...

- Está tudo bem. Eu ficaria morrendo de ciúmes caso você fizesse, mas, como você não quer por que é todo tímido, eu entendo.

- Mesmo?

- Sim, baby, de verdade. Eu te acho muito lindo mesmo, amo seu corpo, e se você não gosta tudo bem, eu gosto por nós dois. Não tem problema.

- Eu te amo. - ele segurou meu rosto e me beijou. - Muito.

- Eu sei. Porém, me pedir em casamento você não pede...

- Não se preocupe com isso.

Não me preocupar com isso é bom ou ruim?

- Nós iremos nos casar algum dia, não é?

Eu realmente espero que sim.

- Sim.

- E vai demorar muito?

- Chloe, baby, você ainda é muito jovem, vai viver muitas coisas. Eu não quero te prender, quero que você viva lindamente e torço pra ser comigo. No momento certo, eu juro, eu te peço em casamento.

Droga, ele é tudo pra mim.

Ainda bem que ele pensa assim.

Porém torço pra não demorar tanto, eu quero muito me casar com ele.

E logo.


Mais ou menos cinco da tarde, Marilyn invadiu o quarto.

Johnny estava vendo algo no computador, o óculos na cabeça segurando o cabelo ao invés de estar usando pra enxergar. E eu, bom, eu estava olhando ele olhar algo no computador.

- Eu tenho um lugar pra gente ir. - ele foi logo dizendo. - Em Paris, mes amours.

Nossa, Paris é lindo.

- Não queremos. - gatinho respondeu. - E hoje é quarta.

Eu quero ir pra Paris de quarta-feira.

- E o que tem? - Marilyn bufou. - Gente, é algo privado, íntimo, apenas convidados selecionados, nos chamou. Na verdade, nos chamou eu e você, então, claro que Chloe iria de penetra ou, ela pode não ir que tal?

Nossa, odeio o Marilyn.

Johnny olhou pra mim e eu revirei meus olhos.

- Não quero ter que dirigir. - ele olhou para o Brian. - Você vai querer?

- Não. Por isso nós temos Chloe. Ela vai querer.

- Na verdade, eu não quero. - falei. - E, se formos parados, eu não estou com a minha habilitação.

- Não vamos ser parados, boneca. - Marilyn olhou pra mim. - E Johhny é famoso, vai ser de boa.

- Eu ser famoso não significa que eu não leve multa ou algo assim. - gatinho fechou o notebook. - O que é esse lugar exatamente?

Marilyn subiu na cama sorrindo e se sentou em nossa frente.

- Uma festa, só vinho de qualidade. - falou. - E como nós gostamos, por que não irmos?

Eca.

- Chloe? - Johnny chamou. - O que você acha?

- Chloe acha que devemos ir por que com certeza vai ter água e sabemos que ela ama!

Isso é verdade.

Mas...

- Cala a boca, Brian. - o empurrei e olhei pra Johnny. - Bom, acho que devemos ir, mas só se você quiser.

É claro que ele iria querer ir, e mesmo eu não gostando de vinho eu não gosto de ficar sozinha também, então...

- Tá. - ele suspirou. - Mas, eu não vou dirigir.

- Isso! - Marilyn se levantou da cama. - A Chloe faz isso! Mas primeiro, eu preciso comprar algo, temos que estar apresentável sabe? Então, eu espero vocês daqui dez minutos lá fora!

Eu olhei para o Johnny e suspirei.

- Sou eu que vou ter que dirigir né? - claro que sim, tudo eu. - Ainda bem que existe GPS.



Chegamos às seis no shopping.

E andamos, andamos muito até Marilyn achar algo que gostasse.

- Quando eu digo apresentável eu digo roupa social sabe, Chloe? - ele falou quando achou um smoking, terno, sei lá a diferença. - Ficou bom?

- Ficou. - menti, balançando a minha cabeça, ele ficava estranho. - Ficou ótimo.

Agora, ele estava entre mim e Johnny, estávamos andando, enquanto ele procurava o que quer que seja.

- Você tem algum vestido, não é? - ele parou e olhou pra mim. - Você não trouxe nada? Você vai ter que achar algo, um vestido e um salto com certeza.

- Não, odeio vestidos.

Odeio.

Me acho gorda demais em vestidos e por isso, não uso. Isso é coisa da minha cabeça por que meu peso tá ok, mas, eu simplesmente não gosto.

Porém, Marilyn me ignorou totalmente e me fez entrar em uma loja de roupa de marca.

- Vamos procurar algo. - ele olhou em volta. - Você tem que usar um vestido.

- Não quero usar um vestido...

- Olha aquele lá! - ele apontou para um prateado muito brilhante de lantejoulas. - Vai ficar incrível.

Ele não está me ouvindo.

Uma moça veio nos atender e Marilyn já foi pedindo muitos vestidos para eu experimentar. E ela com um sorriso no rosto foi atrás, pediu que nós nos sentarmos e aguardasse.

Quando Marilyn me soltou, eu corri para o Johnny.

- Me ajuda, gatinho. - pedi e me sentei ao seu lado. - Ele quer me matar!

- Diga a ele que você não quer. - ele sorriu pra mim. - Talvez funcione.

- Mas...

- Chloe! - Marilyn me gritou e me chamou com a mão, a atendente estava do lado dele com roupas na mão. - Vamos!

E eu fui.

Fomos para os provadores e ele me fez experimentar primeiro um vestido, e depois mais um e depois mais um.

Cansada, e querendo chorar por que odeio vestidos pedi que ele chamasse Johnny.

- Meu gosto é muito melhor que o dele. - ele revirou os olhos. - Mas tá, já volto.

Espero que ele não volte.

Quando Johnny entrou no aprovador eu o abracei.

- Ele me odeia. - eu falei com o rosto no seu peito. - Está sendo uma morte lenta e dolorosa. E ele não está me ouvindo, você pode falar com ele?

- Sim, querida. - ele riu e tocou meu rosto. - Você gostou de algum ao menos?

- Nah...

Tinha uns vestidos bem bonitos, mas, eu não me sentia bonita usando.

- Nenhum? - perguntou. - Tem que ter algum.

- Não tem.

- Eu gostei de um. - ele falou. - Posso pegar pra você experimentar? Se você não gostar, vamos embora e você veste o que quiser, tudo bem?

Droga, tudo bem sim.

- Tá bom.

Posso fazer esse sacrifício de experimentar um último vestido.

Eu estava olhando meu belo corpo no espelho por que nossa, eu sou gata, mas de vestido eu fico horrível, então, por causa disso, eu quero chorar.

Mas sigo plena.

Marilyn apareceu e me deu um beliscão.

- Que isso, inútil? - bati nele. - Pra que isso?

- Você me odeia né? - acusou. - Me diga por que!

- Você ainda não sabe? - ri e ele me beliscou mais uma vez. - Brian! Eu vou falar para o gatinho.

- Fala! Eu não me importo!

Ele bufou e deu meia volta, saindo do provador.

Nojento, odeio ele.

E vou falar mesmo para o Johnny.

Logo que ele voltou, já fui logo falando.

- Johnny, Brian me beliscou duas vezes!

- É? - ele olhou pra mim. - E o que você fez?

- Eu dei um tapa nele.

- Bom, dê outro e fica tudo certo. E eu vou falar com ele, pode deixar.

Então, eu notei o vestido que ele segurava. Era de alcinha, escuro e tinha algumas lantejoulas. Parecia ser meio transparente em algumas partes e tinha um decote em v. E aparentemente, curto. Era bonito.

- Você quer que eu use isso? - perguntei e toquei o pano, era bom. - Tem certeza?

- Sim.

- Você não acha curto demais?

- Experimenta. - pediu e me entregou. - E veja se gosta.

Eu peguei o vestido e vesti, e até que ficou bem no corpo, o cumprimento ficou no meio das minhas coxas e acredito que seja um tamanho bom. O decote ficou incrível por que meus seios são incríveis, as vezes, estou até surpresa de ter ficado bom.

- O que você achou? - me virei pra ele, mostrando, era um pouco mais curto do que eu pensei, mas acho que ficou bom.

- Gostei.

- Você não acha que minha barriga parece a de uma grávida de dois meses?

- O que? - ele riu. - Não?

- Eu acho. - eu fiquei de lado e toquei minha barriga. - Olha isso! Horrível.

- Ficou muito bom, querida. - ele falou. - Sério, não pira.

- Você acha que eu engordei?

Bom, se eu engordei é por que eu amo comer e comer é muito bom, e como eu não vou deixar de comer, não vou deixar de engordar.

Isso se chama felicidade.

- Chloe, você está do mesmo jeito. - ele indicou o espelho. - Você não engordou nada e não parece grávida nesse vestido, você tá gostosa isso sim!

- Fofo. - sorri pra ele. - Mas, eu acho que engordei sim de tanto sorvete que eu estou comendo, você deveria me proibir de comer.

- Você comer sorvete me deixa feliz e você estando feliz, eu fico feliz por que depois eu posso te comer e nós dois estaremos felizes, consegue entender?

- Cala a boca. - eu ri e me olhei no espelho, tudo bem, tá bonzinho mas eu ficaria muito feliz de jeans ou até mesmo uma saia, mas tudo bem eu supero. - Tá legal, vou levar esse.

Ele me abraçou e me beijou. Eu tirei o vestido e vesti minhas roupas, nós saímos do provador e antes de pagar, a atendente me mostrou um salto fechado bem bonito que fui muito influenciável por Marilyn a comprar.

E foi isso.

Quando voltamos pra casa, cada um foi se arrumar para ficar pronto. Teríamos que sair bem antes do horário por que até chegarmos em Paris, demoraria.

Fui para a cidade algumas vezes, Lauren tem um restaurante lá e cada vez eu acho mais apaixonante. É linda demais. E agora, estou indo com Johnny.

E com o seu melhor amigo inútil, não tem como esquecer.

Mesmo assim, estou indo com Johnny.

Umas sete horas eu já estava pronta. Vestida, calçada e maquiada. E nossa, eu nunca estive tão linda em toda minha vida.

Brincadeira, teve uma vez ou outra mas nossa, eu estava gata demais.

Johnny estava tomando banho, eu conseguia ouvir o barulho do chuveiro ligado e fui ver como estava sua roupa e fiquei muito surpresa por ser algo bonito e de qualidade.

Ele vai ficar lindo.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem pra minha melhor amiga e para minha mãe, perguntando como as coisas estavam e dizendo que eu estava bem.

Daqui a pouco vai fazer uma semana que eu estou aqui, preciso ir embora.

Pior é Lily-Rose achar que eu já vou me mudar hoje mesmo por que ela já quer resolver tudo e essas coisas demoram, tem todo um processo antes como por exemplo papel de parede, isso é algo sério.

Fui até o grande espelho que tinha no quarto e tirei várias fotinhas pra postar no ig e as pessoas verem a minha magnífica beleza.

Eu tô gata demais.

Mas nossa, e se eu tirasse uma, ou duas, ou várias fotos com o Johnny hoje?

Eu estaria muito mais realizada do que nunca.

E também, eu preciso trocar o wallpaper do meu celular e nada melhor que uma foto do velho mais gostoso desse mundo.

Eu preciso beber água.

Saí do quarto e não andando rápido pra não cair desse salto, eu entrei na casa e fui beber água.

Marilyn estava lá, já vestido e falava com alguém no telefone.

- Não... - ouvi ele dizer. - Acredito que as nove estaremos aí então deixe avisado na recepção.

Chique.

Eu fui na geladeira e peguei uma garrafa.

- Meu amigo vai levar a namorada, então, avise isso também.

Eu sou a namorada do amigo dele, inacreditável.

- Como ela é? - ele olhou pra mim. - Horrorosa e tem um péssimo gosto, por que?

Eu vou matar ele.

- Ah sim... - ele riu. - Ela é incrível, então tá, até mais tarde.

Ele desligou e eu fiquei olhando pra ele, séria.

- O que? - ele perguntou. - Eu não fiz nada.

- Quem era?

- Ninguém. - ele se aproximou sorrindo. - Vamos tirar uma foto!

Ele se aproximou e passou o braço ao redor dos meus ombros e ergueu o celular, eu sorri e ele fez uma careta, tirando a selfie.

- Nossa, eu sou bonito demais... - ele suspirou. - Qual seu ig? - eu dei meu user. - Por que é privado?

- E por que não seria?

Sou muito reservada, porém, como que eu iria mostrar meu namorado para o mundo se só tinha pessoas selecionadas no meu instagram?

Droga, vou ter que fazer outro.

- O que você quer esconder, boneca?

- Nada.

- Ok. - ele olhou para o relógio no pulso. - Diga ao Johnny que já estou pronto e que se ele não ficar em dez minutos, iremos sem ele.

- Você vai sem ele.

- Apenas vá, Chloe. - ele bufou. - E aceite a minha solicitação!

Deus me livre aceitar esse traste na minha rede social, não aguento mais ele infernizando minha vida, seguir ele vai ser pior ainda então não, obrigada.

Voltei para o quarto e encontrei Johnny no closet, ele estava vestido e sua camisa ainda estava aberta me dando a visão do seu belo peito, ele estava em frente a uma gaveta e quando me aproximei, vi que era de relógios. Ele pegou um e colocou no pulso.

- Marilyn disse pra você se apressar por que se não ele vai sem você. - falei e o abracei por trás, tocando seu peito. - Você tá bonito e cheiroso.

Ele riu e tocou minha mão. Ele se virou pra mim e me olhou de cima abaixo, sorrindo.

- Você está linda.

- Eu sou linda. - sorri. - Obrigada, gatinho.

- Pode fazer um favor pra mim? - perguntou e se virou, fechado a gaveta.

- Uhum.

- Lá em casa, no estúdio, deixei meu chapéu acho que no sofá. - falou. - Você pode pegar pra mim?

- Sim, claro.

- Obrigado.

- Algo mais que você queira?

- Sim. Minha seda acabou, mas deixa que eu pego, você não vai saber onde está.

- Tá bom. - me virei pra sair mas ele me chamou. - O que?

- Diga ao Marilyn que eu estou pronto e também, não se abaixe com esse vestido pra ninguém ver sua bunda bonita, ok?

- Tá bom. - eu ri. - Eu falei que era curto.

- Sim. Mas é só você se comportar que fica tudo bem.

- Não se preocupe.

Eu avisei ao inútil que Johnny estava pronto e subi pra pegar seu chapéu. Entrei no estúdio e liguei a luz, o espaço era grande e a mesa de som era enorme. Dava para enxergar dentro da cabine de som acústico por causa do vidro transparente. E tinha diversas guitarras pelo espaço. Peguei o seu chapéu no sofá e quando estava saindo, um caderno me chamou a atenção.

Eu me aproximei e peguei, na frente estava escrito composições e quando eu fui abrir, Marilyn surgiu do nada e puxou da minha mão.

- Não seja tão curiosa, boneca. - ele jogou o caderno no sofá. - Johnny não iria gostar de saber que você pegou.

- Aparentemente Johnny não gosta de nada. - falei. - Ou será que é você?

Odeio o fato dele implicar comigo, odeio, mas o que eu posso fazer se Marilyn me ama?

- Vamos logo. - ele bufou e apagou a luz saindo do quarto e eu o segui pra não ficar no escuro. - Por causa de vocês eu ainda não estou degustando vinhos, me sinto irritado.

- Que pena. - sorri pra ele. - Nós não estamos nem perto de chegar a Paris, mas, você supera, não é?

- Não.

Nós descemos e encontramos Johnny no carro. Estava um pouquinho frio. Eu me aproximei dele e lhe entreguei o chapéu, Marilyn já foi entrando no carro e colocando o sinto.

- Eu dirijo. - ele falou e afagou meus braços. - Obrigado, querida.

- Se você quiser eu posso dirigir. - falei. - Eu faço.

- Sem problema. - ele sorriu e me beijou de leve. - Peguei um casaco pra você, se quiser, deixei no porta-malas, mas eu vou ligar o ar do carro então...

- Obrigada, meu bem. - eu o abracei. - Te amo.

Marilyn abaixou a janela e pediu que nós nos apressamos, folgado. Mas nós fomos.



Chegamos em Paris quase dez da noite.

Esse conhecido deles estava dando uma "festa" em um hotel da cidade. Não sei se era famoso ou não, mas, o hotel era chique.

Claro que era, estamos em Paris.

Tudo chique e tudo muito sofisticado.

Não posso ficar bêbada por que se não eu posso passar vergonha.

Porém eu odeio vinho então está tudo bem.

Porém estou torcendo pra não ter só vinho.

Johnny deixou o carro com um manobrista, ele disse que iria estacionar dentro do hotel e Johnny apenas acenou.

Ele segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos.

Minha nossa, estamos em público e em Paris.

Vou passar mal.

Marilyn estava ansioso e muito risonho, espero que ele não fique bêbado e apenas desfrute da sua bebida preferida.

Uma moça estava na recepção.

Ela perguntou nossos nomes e nos deixou passar.

Uma outra mulher apareceu e disse que nos levaria ao salão de festa. Mas, antes disso, Marilyn a interrompeu.

- Um momento, querida. - ele pediu e se virou para nós. - Vamos dormir aqui, não vamos?

- Provavelmente. - Johnny respondeu. - É sua função reservar os quartos, e pagar.

- Que merda! - ele xingou. - Ok, ok, sorte a sua que eu trouxe minha carteira.

Quem sai sem carteira, gente?

Eu.

Só que eu levo o celular e o cartão, então, não é preciso uma carteira.

Marilyn foi no balcão e eu vi ele falar com uma recepcionista, provavelmente pedindo os quartos.

- Você acha que ele vai reservar dois quartos ou ele é muito pão duro pra isso? - olhei para o gatinho. - Até por que, conhecendo ele, provavelmente ele irá dormir com a gente.

- Eu espero que não.

Marilyn voltou bufando e disse que estava feito, e pediu que fossemos logo. Johnny perguntou se ele reservou dois quartos e ele disse que sim, mas, ele mentiu por que não olhou para nós.

Tá vendo.

Eu falei.

Marilyn sorriu para a moça e disse a ele que poderíamos continuar. Eu ri e segurei a mão de Johnny e a seguimos. Quando chegamos no salão tinha muitas pessoas bonitas e bem-vestidas. Tinha mesas altas e pessoas em volta delas nesse espaço, por que no outro mais a frente tinha mesas com cadeiras e diversas pessoas sentadas.

Espero que tenha comida boa por que eu estou com fome.

A moça que agora que eu percebi que usava um crachá, Julie, nos desejou um boa noite e que poderíamos aproveitar de tudo.

Não sei bem quem era esse amigo deles mas ele conhecia muita gente. Olhei em volta e sim, muita gente. Nós fomos até uma mesa nos sentar por que o bonito quis assim e logo vieram taças de vinho para a nossa mesa.

Observando e olhando em volta percebi os olhares das pessoas. Não sei se elas estavam olhando de fato para mim, mas, eu me sentia entranha. Porém feliz, por que eu estava bonita e nada poderia me abalar.

O que isso tem a ver?

Nada.

Mas eu consigo me distrair um pouco e não pensar no que as pessoas vão achar por eu estar com Johnny Depp.

Em algum momento iria acontecer. E que lugar melhor do que esse que, com tantas pessoas chiques, aparentemente, que não vai gritar ou sei lá, avançar nele com diversas perguntas.

Tá tranquilo.

Até por que ele não estava com seguranças. E isso é desde que eu o conheci, por que será?

Cadê seus funcionários?

Estava tocando uma música ambiente relaxante e tinha também todo o falatório das pessoas, tá tranquilo repeti, por que está mesmo.

- O que você quer beber, querida? - Johnny perguntou baixinho, tocando a minha perna. - Tudo bem?

- Sim. - sorri e segurei sua mão. - Acho que, não quero nada alcoólico.

- Sério? - Marilyn se intrometeu. - Por que?

- Alguém tem que estar sóbria pra vocês não passarem vergonha.

E é verdade. Estamos em um lugar legal, eles não podem fazer nada de errado. Principalmente Marilyn que é impossível e imprevisível. Porém, ele conhecia o anfitrião, mas, eu conheço ele e eu não quero passar vergonha.

- Bobagem. - Marilyn riu e se levantou. - Eu vou dar uma volta, fiquem bem.

Ele pegou sua taça e saiu, e eu torci pra ele não fazer merda.

E não voltar nunca mais.

Eu suspirei e olhei para o gatinho que sorria.

- O que? - perguntei.

- Nada. - ele se inclinou e me beijou. - Eu te amo.

- Eu sei. - sorri pra ele. - Uma dúvida, de quem é essa festa em que estamos?

- Um amigo antigo. - ele falou. - Meu e do Brian.

- Legal. - balancei, minha cabeça. - Tenho outra dúvida.

- Diga.

- Cadê seus seguranças? - perguntei. - E o restante de seus funcionários?

- Férias. - ele deu de ombro e pegou sua taça de vinho, tomando um gole. - Como eu estou de férias, eles também estão. Gosto de ficar sozinho e não saio muito, então, quando eu entro de férias eles também entram.

- Entendi.

Bom, faz sentido.

Porém, espero que ele não fique mais sozinho pois agora ele tem a mim e eu sou incrível, e juntos somos mais ainda.

Uma hora depois, o anfitrião pareceu.

Era um velho grisalho muito gentil. Ele cumprimentou Johnny e ficou um tempo sentado conosco, conversando e rindo. Ele era bem simpático, gostei dele. Um momento depois ele se foi, pediu que quando Marilyn aparecesse dissesse que era para procurá-lo.

Andamos um pouco, em nenhum momento Johnny saiu do meu lado. Tinha algumas pessoas que ele conhecia e fez questão de cumprimentar todos e apresentá-los a mim.

Quando estávamos comendo, Marilyn voltou. Ele sentou ao lado do Johnny e eu ouvi quando ele sussurrou algo mas eu só consegui ouvir Polina.

Quem era Polina?

Johnny tocou minha perna e sorriu.

Droga, quem era Polina?

Não perguntei e também não falei sobre, não deveria ser ninguém importante.

Quando retiraram nossos pratos e anunciaram que iriam trazer a sobremesa eu torci pra ser algo bom. Meu celular vibrou e eu peguei pra ver, era uma mensagem da Lauren pedindo que eu ligasse pra ela mais tarde. Será que aconteceu algo?

Eu perguntei, mas ela disse que não era nada grave e disse que amanhã poderíamos conversar.

Droga, espero que não seja nada.

A sobremesa estava demorando muito então eu avisei a Johnny que iria ao banheiro.

- Eu vou com você. - ele se levantou.

- Não precisa. - eu beijei seu rosto. - Rapidinho.

Demorou um pouco até eu achar o banheiro mas quando achei, nossa, fique aliviada. Fiz xixi, lavei minhas mãos e me olhei no espelho, ajeitando o cabelo.

Nossa, eu continuava linda.

Enquanto me olhava no espelho, a porta da cabine ao lado em que eu tinha usado se abriu revelando uma mulher.

Tá, uma garota. Ela deveria ser apenas dois ou três anos mais velhas que eu. Ela era bem bonita, tinha um corpo curvilíneo de dar inveja, sua pele era clara e seu cabelo era castanho escuro. Ela era bonita, usava um vestido branco que marcava suas curvas.

- Olá. - ela sorriu pra mim, tinha um sotaque forte. - Está gostando da festa?

- Sim, claro.

Ela foi simpática então eu também tenho que ser.

Observei ela vir até o meu lado, ainda sorrindo e lavar as mãos.

- Qual seu nome? - ela quis saber. - Está todo mundo falando de você, que você está aqui com o Johnny Depp.

- É mesmo? - suspirei. - Me chamo Chloe.

É por isso que as pessoas estão me olhando tanto, mas eu já sabia. Mas deveriam olhar mais para o Johnny pois ele é mais bonito, muito mais. Mas também é claro que estão, com certeza as mulheres estão, e isso me deixa com borboletas no estômago.

Ele é meu.

- Sim. - ela sorriu e se virou pra mim, secando as mãos. - Vocês estão tendo algo?

Tá, ele é curiosa demais.

- Sim, por que?

- Por nada. - ela riu. - Isso é bom. Ele...

- Ele o que?

Droga, ela conhece ele.

- Ele precisa de felicidade mesmo. - ela falou. - Ele está bonito, e parece muito feliz com você. Gosto disso.

Bom, ela parece inofensiva.

- Obrigada? - não sei por que estou agradecendo. - Vocês se conhecem? - perguntei, curiosa. - Qual seu nome?

Se ela falar que é Polina eu me mato.

Eu não sei nem quem é Polina mas mesmo assim, não deve ser coisa boa.

Eu sinto.

- Um pouquinho. - ela sorriu, droga, por que ela sorria tanto e parecia ser tão gentil? - Um caso antigo. - ela deu de ombro e eu quis morrer. - Tá, talvez não tão antigo assim, mas isso não importa mais, e eu me chamo Polina.

Eu quero morrer.

Eu não falei nada, apenas olhei pra ela.

Droga.

Quem diabos é Polina?

Ela, óbvio.

Mas...

Antes que eu falasse algo, a porta do banheiro abriu e uma moça entrou chamando por ela.

- Foi bom conhecer você, Chloe. - ela sorriu uma última vez. - Espero que você sobreviva a isso que é participar da vida do Johnny.

E então ela saiu.

- Que merda ela quis dizer com isso?

Droga, do que ela está falando?

Tá.

Não surta, Chloe, tá tudo bem.

Pelo que ela disse, eles tiveram algo é isso?

Droga, quem é ela?

O que ela quis dizer com isso?

Sabendo que não poderia viver no banheiro pra sempre, eu saí e voltei pra mesa. Johnny olhou pra mim quando eu sentei e eu sorri pra ele.

- Tudo bem? - ele quis saber. - Você demorou.

- Estou bem.

Eu não estou com ciúmes dela, nem nada do tipo, mas...

Eu não sei o que pensar.

Quando que ele teve algo com ela?

Como foi isso?

Eu não posso bombardear ele com várias perguntas aqui, não na frente de todo mundo, vou esperar até estarmos sozinho.

Se eu vou sobreviver até lá? Eu não sei pois estou me corroendo por dentro, mas eu vou tentar.

Minha sobremesa chegou e eu comi, não sei bem o que era mas tinha uma aparência bonita porém não era tão boa assim. Mas tinha um gostinho de frutas então eu comi.

Enquanto eu comia, senti a mão do Johnny a minha volta. Ele não estava mais bebendo e quando acabei me aconcheguei no seu braço e ele ficou tocando meu ombro. Ele beijou minha cabeça e perguntou mais uma vez se estava tudo bem, eu apenas balancei minha cabeça.


Andamos mais um pouco pelo salão.

Em nenhum momento mais vi a tal Polina e agradeci.

Um momento mais tarde, quando a quantidade de pessoas começou a diminuir, Johnny perguntou se eu queria subir e eu disse que sim.

Eu estava começando a ficar cansada.

Encontramos o Marilyn e Johnny disse que iríamos subir. Ele estava muito bem e eu agradeci por isso, ele entregou ao Johnny a chave do quarto e disse que mais tarde subira.

Quando saímos do salão de festa, Johnny foi até a recepção e pediu um quarto em frente ao nosso para Marilyn e pediu que a recepcionista entregasse a ele.

Se Marilyn pretendia dormir conosco o tombo vai ser grade.

No elevador, Johnny me abraçou e me apertou, perguntando se eu estava cansada.

- O dia foi longo. - falei. - Mas, estou bem.

- Vou te colocar na cama. - ele beijou minha cabeça e me apertou mais.

Quando entramos no quarto ele tirou os travesseiros e puxou o edredom da cama de casal, eu subi. Ele tirou o chapéu e colocou o meu celular e o dele na mesinha que tinha no canto. Ele segurou meus pés e tirou meus saltos.

- Você estava bonita hoje. - ele falou e os soltou no chão. - Como sempre.

- Eu sou linda. - eu ri.

- Sim, você é. - ele riu. - Vem cá. - pediu. - Deixa eu tirar seu vestido.

Eu me aproximei dele e fique de joelhos na cama, me olhando ele acariciou minhas coxas e tocou o vestido, subindo e tirando do meu corpo. Fique só de calcinha, ele pediu que eu deitasse e eu fiz, ele me cobriu e se inclinou me beijando.

- Você vai deitar comigo? - perguntei.

- Claro, querida.

Que bom.

Ele dobrou meu vestido e pegou meus sapatos do chão, observei ele deixá-lo na poltrona que tinha no canto do quarto e seguiu para o banheiro eu acho.

O quarto era bem bonito.

Johnny voltou.

Eu suspirei e ele parou, olhando pra mim.

- Que foi? - perguntou.

- Nada.

Ele tirou as roupas e eu fiquei olhando pra ele enquanto isso, eu não tinha nada melhor pra fazer. Ele deixou as roupas no chão mesmo e só de cueca subiu na cama.

- Você é um gostoso. - falei. - Porém você já sabe disso, eu falo sempre.

- Sim, sim. - ele riu. - Você fala. - ele me abraçou e encheu meu rosto de beijos, ele me apertou. - Eu te amo, querida.

- Eu sei. - sorri. - Agora, me fala quem é Polina.

Ele me soltou na mesma hora e olhou pra mim.

- Quem?

- Polina. - repeti. - Quem é Polina?

- Merda! - ele xingou. - Ela falou com você?

- Talvez. - fiz pouco caso, ele não pode saber que eu me abalei. - Então, quem é ela?

- Você não sabe?

- Eu deveria saber? - ri. - Bom, eu não sei.

- Achei que você soubesse tudo sobre mim.

Uh, meu ponto fraco.

- Meu bem, eu não sei tudo sobre você. Sei apenas o que você conta.

E também, antes, eu não estava acompanhando-o tanto assim, eu estava receosa por causa da sua maldita ex mulher.

- Bem, Polina é...

- Não conta. - o interrompi. - Acho melhor eu não saber.

Sei que eles tiveram um caso, ela disse, mas eu não quero saber se foi importante pra ele.

- Tudo bem.

Porém, não saber iria me fazer surtar.

- Tá bom. - suspirei e olhei pra ele. - Ela era uma namorada ou algo assim?

- Estávamos nos conhecendo. - ele deu de ombro. - Nada demais.

- E faz tempo que rolou?

Ele me olhou, e olhou mais.

- Lembra quando você me perguntou quando foi a última vez que eu transei?

Sim, eu lembro.

E ele tinha falado que foi alguns dias antes de me conhecer.

- Merda. - xinguei.

- É.

Droga, ele tinha falado que foi bom.

Merda, merda, merda.

Ele me odeia.

- Foi com ela? - perguntei por que eu gosto de sofrer. - Foi?

- Foi. - ele suspirou. - Não foi nada sério, juro.

- Ela disse que vocês tiveram um caso. - lembrei. - Quanto tempo?

- Menos de um mês. - ele tocou meu rosto. - Você está brava?

- Não...

- Não foi nada sério, Chloe, não tem com o que se preocupar.

É, acho que não. Porém ela falou tão bem dele que...

- Ela se preocupa com você. - falei. - Não gostei dela, foi gentil demais.

- Se ela tivesse sido rude você iria gostar? - ele riu. - Nossa, querida, sério?

- Eu apenas... - respirei fundo. - Não importa. Por que acabou?

- Ela terminou comigo. - ele falou me olhando.

- Sério? Por que?

Eu não terminaria com ele.

- Não sei, não perguntei.

Uh, que bom.

Ou seja, ele não ligava tanto assim pra ela.

- Que bom. - falei. - Isso é bom. O que ela faz?

- Ela é dançarina, coreógrafa.

- Legal. - além de bonita ela com certeza dança bem. - Legal. Ela é bem bonita.

Depois vou perguntar pra Lily se ela quer fazer aulas de poli dance comigo, por que lógico, eu não posso ficar por baixo.

Vou fazer aulas de poli dance.

- Sim. - balançou a cabeça. - O sexo era bom mas...

Não deixei que ele terminasse e empurrei seu peito.

- É sério, Johnny? - me afastei dele. - Você está falando sério?

- Baby... - ele riu e se aproximou de mim, me abraçando. - Eu te amo, você sabe.

- Eu te odeio. - falei. - Isso não se faz...

Que sofrimento meu deus.

- Eu te amo. - ele riu mais ainda e subiu em cima de mim. - Eu te amo, querida. - ele me beijou na bochecha. - Você é muito mais que ela, muito melhor.

- Você disse que o sexo era bom! - tentei sair de baixo dele. - Johnny!

- Shhh... - ele segurou minhas mãos. - Entenda uma coisa, Chloe. - ele segurou meu rosto. - Você é uma safadinha gostosa que eu amo demais, não tem com que se preocupar.

Tenho sim.

- Você é única pra mim. - ele falou. - E eu estou falando sério.

- Claro, você é velho, não daria conta de outra.

Tinha me esquecido disso, droga, tá tudo bem então. Mas, por um momento parei de respirar quando ele me soltou e se ergueu, se sentando em cima de mim.

- O que você disse? - ele tirou o cabelo do rosto e me olhou. - Diga novamente, Chloe.

Merda.

- Você ouviu coisa. - falei e ri, nervosa. - Deixa pra lá, gatinho.

Eu respirei fundo. Ele tocou meu rosto, acariciando minha bochecha com a ponta dos dedos e então eu agarrou meu rosto e segurou, firme, apertando. Ele se inclinou e me beijou de leve, rápido demais para o meu gosto. Ele beijou minha cabeça e ainda segurando meu rosto, olhou nos meus olhos.

- Vou me lembrar disso quando eu estiver te comendo. - ele soltou meu rosto e sorriu. - Te amo, meu benzinho.

Esse homem vai me matar.




Acordei por que Johnny se levantou. Eu senti ele saindo de junto de mim e por isso despertei.

Ouvi batidas na porta.

Se ele já levantou não tinha necessidade de eu me levantar.

Me aconcheguei mais no edredom quentinho e esperei ele voltar.

Deveria ser Marilyn.

Mas, Johnny não voltou logo.

E então, do nada eu estava muito acordada e me lembrei de Polina.

Droga, e se fosse ela querendo pedir pra voltar com ele?

Me sentei e decidida a acabar com essa palhaçada, me levantei, quando estava quase na porta lembrei que eu estava só de calcinha.

Merda.

Voltei e peguei a camisa do Johnny, a vestido. Eu fui até a porta, estava entreaberta, e antes que eu pudesse agir, ouvi a voz dela.

- Você está bem. - ela falou, seu sotaque forte. - Fico feliz.

- Obrigado.

Não tinha nada a ver, mas, se eu estava com a camisa dele, ele estava sem camisa perto dela.

Droga, que ódio.

- Você não a acha jovem demais? - ouvi sua voz. - Quantos anos ela tem?

Bom, odeio ela.

- Você também é jovem demais, Polina.

Toma.

- É diferente.

É inveja, tenho certeza.

Ele não disse nada.

Talvez seja errado eu estar ouvindo atrás da porta, mas é o meu namorado e eu posso fazer isso, não é?

Ela é um caso antigo dele, eu tenho que tomar cuidado.

Essas mulheres são tudo desesperada por ele. Não julgo, sou igual, mesmo assim, um pouco de compaixão gente, agora ele tem uma namorada.

- Estou com saudades. - ouvi a voz dela e eu quis esganar ela. - Você sente minha falta?

Eu quero matar ela.

Eu deveria sair do meu esconderijo e ir pra cima dela, mas eu era uma pessoa civilizada e quero ouvir o que Johnny tem a dizer.

- Tivemos algo legal, Polina. - ele falou. - Mas, acabou. Eu namoro agora. E tenho certeza que você vai encontrar alguém especial também.

Droga, eu amo ele demais.

- O que ela tem de tão especial assim?

Eu vou matar ela, tô falando sério.

- Ela é incrível, me sinto muito bem com ela. Feliz. Me dá uma motivação absurda, gosto muito dela.

Nossa, eu amo ele.

E não preciso ouvir mais nada.

Feliz e aliviada, voltei para o quarto. Eu deixei sua camisa de volta no lugar e me deitei na cama, feliz.

Ele é perfeito demais.

Ele não demorou a vir se deitar comigo, eu me virei pra ele e o abracei, feliz, eu deitei a cabeça em seu peito e o apertei.

- Eu te amo.

- Eu sei, querida. - beijou minha cabeça. - Dorme bem.



Quando acordei já de manhã e me sentei na cama, Johnny ainda estava dormindo e Marilyn também que estava ao seu lado.

Maldito seja.

Isso já virou perseguição.

O pior é ele estar abraçado a Johnny, e Johnny virado pra ele, nem pra mim era, e ele ainda dizia que me amava.

Eu estava vestindo sua camisa e não sei nem quando foi que eu coloquei. Eu peguei meu celular e tirei uma foto deles, seria a primeira que eu postaria no meu instagram aberto.

As pessoas vão chorar de emoção.

Levantei e fui no banheiro, quando sai deixei eles no quarto dormindo e fui pra varanda.

Ainda era cedo.

O céu estava bonito e dava para ouvir os carros.

Não sei que horas exatamente era em L.A, mas mesmo assim liguei pra Lauren e ela logo atendeu.

- Oi, mãe. - falei. - Tudo bem?

- Oi, querida, oi, estou bem e você?

- Estou sim. - sorri, olhando a vista. - Estou em Paris com Johnny e Marilyn, viemos ontem a noite.

- Uau, isso é incrível, Chloe! Vocês se divertiram?

- Sim, sim, foi muito bom.

Menos a parte da ex ficante do Johnny.

- Eu quero falar algo... - ela começou, mas parou. - Mas, eu não sei como.

- Apenas diga.

O que poderia ser agora?

- Quando você volta?

- Bom, eu não sei bem. Por que?

- Por nada. Mas você tem alguma previsão?

- Eu vou amanhã me encontrar com a Lily, vamos ver o apartamento e o restante das coisas. Vou ver se vou sábado ou domingo vou pra casa, não quero que Johnny se canse de mim, vai fazer uma semana que estou aqui.

- Johnny é adorável demais pra se cansar de você, te expulsar ou algo assim querida.

Tadinha, não conhece ele e provavelmente não se lembra que ele é de gêmeos.

E ela também não sabe que ele já terminou comigo duas vezes.

Grande dia.

- Talvez, Lauren, mas eu não quero esperar até esse momento chegar.

- . - ela meio que riu. - Apenas me avise quando estiver vindo.

- Por que? - perguntei. - O que você está aprontando?

- Nada! - ela falou rápido demais. - Nada, filha, estou com saudades.

- Eu também. Mas me fala o que você está me escondendo...

- Não estou escondendo nada! Eu tenho que ir, vou chegar mais cedo no restaurante hoje e não posso me atrasar.

Ela está me escondendo algo.

- Tá bom, Lauren, tá bom. Eu te amo viu? E diga ao meu pai que estou bem.

- Ele sabe.

Nos despedimos e eu desliguei.

Voltei para o quarto e os melhores amigos ainda estavam dormindo, eu queria que eles acordassem logo pra voltarmos pra casa, eu quero trocar de roupa.

Mas eu esperei, pacientemente, por dez minutos até eles acordarem. Mas, como não aconteceu eu parei ao lado da cama e suspirei, pensando em como eu poderia adiantar o processo.

Eu bati no rosto do Marilyn, de leve, até ele acordar e quando ele fez fui até o Johnny e beijei seu rosto até ele acordar.

- Gatinho... - falei e sorri quando ele abriu os olhos. - Podemos ir embora?

- Sim, Chloe, o que você quiser... - ele suspirou e fechou os olhos.

Fofo.

Marilyn se sentou e esfregou o rosto. Ele não tinha tirado a maquiagem de ontem então seu rosto estava horroroso e seu cabelo estava todo despenteado.

- Como você entrou aqui? - perguntei. - E por que você não dormiu no seu quarto?

- Boneca... - ele riu e me olhou. - Nem eu sei como eu vim parar aqui!

- Você bebeu mais ontem depois que saímos?

- Sim! - ele sorriu e se deitou na cama. - Conheci uma mulher e nossa, nós fomos para o banheiro e eu... - ele não terminou de falar por que Johnny bateu no rosto dele. - Porra, que isso!?

- Cala a boca. - gatinho falou. - Vai para o seu quarto e se arruma, vamos te esperar lá embaixo para o café.

Marilyn se levantou resmungando e saiu do quarto dizendo que nos esperaria lá embaixo. Olhei para o Johnny e ele me puxou, me abraçando e desejou bom dia.

- Como ele entrou aqui? - perguntei, curiosa.

- Eu abri pra ele. - ele falou. - Ele queria me contar o que rolou no banheiro com a tal mulher.

- Entendi. - eu ri. - Por isso estou vestindo sua camisa? Eu não dormir com ela.

- Sim, exatamente por isso você está vestindo minha camisa.

Droga, eu amo ele.

Ele se levantou e nos vestimos. Ele pegou as coisas e nós descemos pra comer e logo voltar pra vila. Encontramos Marilyn no restaurante sentado uma mesa e nos fomos até ele.

- O que você vai querer? - Johnny perguntou quando nos sentamos. - Eu pego.

- Não estou com muita fome. - falei. - Traga algo pra você e eu como junto, pode ser?

Ele balançou a cabeça e disse que já voltava.

Observei ele se afastar e assim que olhei para a porta, Polina estava lá. Olhei ela olhar em volta, procurando por alguém.

Eu esperava que não fosse por ele.

- Brian... - chamei sua atenção. - Sabe a Polina?

Ele, que estava comendo se engasgou e começou a tossir.

- Merda, me engasguei. - ele falou e tomou um gole do seu suco. - Johnny te falou?

- Sim.

- O que tem ela?

- Foi ela que terminou mesmo com ele? - perguntei. - Ele falou, mas, ontem, eu ouvi ela falando com ele e...

- Sua danadinha! - ele riu. - Ouvindo atrás da porta, é?

- Cala a boca seu inútil!

- Respondendo sua pergunta, sim, foi ela que terminou com ele.

- Ela disse algo pra mim que...

- Você falou com ela? - me interrompeu. - O que?

- Sim. Mas, se você parar de me interromper um pouquinho eu te falo. - ele ficou quieto, então eu continuei. - Ela me desejou boa sorte com a vida que é com o Johnny, o que ela quis dizer com isso?

- Porra nenhuma! - ela bufou. - Sabe o que eu acho?

- Diga.

Lá vem.

- Eu acho que, agora, ela viu que ele tá todo bonitão e se arrependeu. - falou. - Não que antes ele não estivesse, mas ela deu um motivo bem bosta pra terminar com ele. - contou. - Mas, ainda bem que fez. Ele conheceu você...

- Eu te adoro também, Marilyn!

- Infelizmente! - ele completou. - Não seja emocionada, Chloe.

- Vai a merda!

Ela ainda estava no mesmo lugar, olhando em volta, mas logo deu meia volta e sumiu.

Johnny apareceu ao nosso lado e colocou na minha frente um copo de suco.

- É de morango. - ele falou e se sentou ao meu lado, olhei pra ele e ele estava com uma xícara de café na mão. - Toma. Se quiser algo mais me fala que eu busco.

Eu não aguento ele...

- Obrigada. - me inclinei e beijei seu rosto. - Marilyn estava dizendo o quão é feliz por eu ser sua namorada e que não poderia existir uma melhor!

- Eu não falei essa atrocidade, Chloe! - ele me fuzilou com os olhos. - Deixa de ser iludida!

Ele acha que me engana.

Tenho certeza que essa implicação comigo é por que eu estou roubando o seu melhor amigo, mas, tadinho, vai ter que me aguentar até o fim de nossas vidas.


Nós chegamos de tardezinha na vila.

Eu não quis voltar dirigindo, nem Johnny, então sobrou pra Marilyn que me odeia um pouquinho mais por isso.

Porém não estou surpresa, ele me odeia desde o primeiro dia que me viu.

E ainda por cima me infernizou pra seguir ele de volta no instagram, eu que não vou fazer essa loucura.

Enfim, nós chegamos.

Eu tomei banho, troquei de roupa e Johnny me chamou pra ficar com eles na sala.

E eu fui.

Fiquei sentada ao lado dele ouvindo Marilyn falar bosta.

- Saudades da Chantel... - ele falou pra ninguém em especial. - Será que ela está bem?

A pobre mulher é tão legal, e ainda fica com ele.

- Vou ligar pra ela! - ele se levantou. - Eu já volto.

Ele tem que sossegar, hoje mesmo estava todo feliz falando da mulher que foi no banheiro com ele. Espero que, quando isso acontecer seja com a Chantel, mesmo ela merecendo alguém melhor.

Não é que ele seja ruim, ele não é, mas ele poderia ser melhor.

- Quando ele vai embora? - perguntei ao gatinho. - Não que eu esteja expulsando ele, curiosidade apenas.

- Acho que o voo dele é hoje a noite. - falou e se inclinou pegar o copo de bebida na mesinha do centro. - Quando você vai embora?

Está vendo, ele está se cansando de mim.

- Está me expulsando?

- Lógico que não, Chloe. - ele bufou. - Curiosidade só.

- Sei... - olhei pra ele. - Bom, acho que sábado, ou domingo, como amanhã eu vou ir com a Lily-Rose ver o nosso apartamento e...

- O que? - ele me interrompeu. - Como assim?

Droga.

Eu tinha esquecido que não tinha falado pra ele.

Merda.

- Nós vamos morar juntas. - falei baixo. - Eu e ela.

Droga, eu vi a decepção no rosto dele.

Me odeio.

- Quando você decidiu isso?

- Na sexta passada? - suspirei. - Você está bravo?

- Não, Chloe... Eu só pensei por um momento que você iria aceitar morar comigo, só isso.

- Gatinho...

- Está tudo bem. - ele falou e se levantou. - Agora eu percebi que é cedo demais para morarmos juntos. - falou. - Mas, fico feliz em saber que você vai estar por perto, você pode ficar comigo sempre que quiser.

- Johnny...

- Eu já volto. - ele se inclinou e beijou minha cabeça. - Está tudo bem, querida, sério.

- Você ainda me ama? - perguntei olhando pra ele. - Me desculpa, eu...

- Não precisa se desculpar. - ele tocou meu rosto. - Está tudo bem, Chloe.

Não está tudo bem, ele não me ama mais eu sinto isso.

- Tem certeza que você não está mesmo chateado?

- Eu tenho.

Eu olhei pra ele e ele não parece ter tanta certeza assim, com certeza ficou chateado. Droga, eu não sei o que fazer. Ele foi se afastar mas eu segurei sua mão, impedindo.

- Me desculpa. - falei. - Não achei que você fosse ficar chateado, sinto muito, eu...

- Chloe, eu disse que não estou chateado. - vi quando ele revirou os olhos e tentou se soltar de mim. - Eu preciso mijar, eu posso?

Relutante eu o soltei e deixei que ele se afastasse.

Tenho certeza que ele mentiu só pra não ter que falar comigo e não transparecer mais ainda que ficou chateado. Vai ir contar para o Marilyn, tenho certeza.

Eu tinha decidido morar com a Lily por que não quero ficar mais ainda apegada nele. Essa semana que fiquei com ele foi incrível, não tenho do que reclamar. Porém, se eu morasse com ele com certeza eu começaria a reclamar e isso seria ruim demais.

Temos que ir devagar, passar a conviver aos poucos como por exemplo nos finais de semana.

Só que, parando pra pensar agora, pelo jeito que ele ficou, eu quero sim morar com ele.

Não me importo com nada.

Mas, se eu mudar de ideia a Lily-Rose chora e aí eu vou chorar.

Que ódio, me odeio.

E Johnny me odeia, ele não disse que me amava.

Quero chorar.

Ele voltou um momento depois e ficou conversando com o Marilyn, ele se sentou ao meu lado, porém nem me tocou e muito menos olhou pra mim.

É real, eu vou chorar.

Meus olhos se encheram de lágrimas e eu me levantei pra sair, pra não ter que chorar na frente deles dois, mas, ele segurou meu braço.

- Onde você vai? - quis saber.

Eu olhei pra sua mão no meu braço, mas não para os seus olhos pra ele não perceber. Eu suspirei e respondi.

- Para o quarto, eu posso?

- Sim. - ele soltou meu braço e segurou minha mão. - Meu beijo. - ele puxou minha mão e eu me inclinei, dando um selinho nele. - Daqui a pouco levar o Marilyn no aeroporto, vai ficar bem sozinha?

- Vou. - eu me soltei dele e me virei para o Brian. - Tchau. - me despedi. - Boa turnê.

- Tchau, boneca.

Sai de lá quase que correndo e assim que entrei no seu quarto e fechei a porta atrás de mim, desabei.


Chorei um pouco.

Molhei toda a fronha do travesseiro do Johnny então eu tive que trocar.

Foi difícil até achar onde tinha mas encontrei e troquei.

Pensei em ligar pra Lily-Rose e dizer que não iria morar mais com ela e sim com seu pai, porém não fiz por que ele disse que percebeu que era cedo demais.

Sendo que foi ele que propôs.

Odeio ele.

Porém o amo mais que tudo.

Tinha acabado de voltar a me deitar, quando ele passou pela porta.

- Estou saindo. - ele falou e se aproximou um pouco. - Vai querer algo?

- Nah.

Ele parou e colocou a mão na cintura, me olhando.

O velho era bonito, tenho que admitir.

- Estava chorando. - acusou. - Por que?

- Por nada. Eu não estava chorando.

- Estava sim.

Eu o ignorei e me cobri com o edredom até o pescoço.

- Quero ficar sozinha. - falei e fechei os olhos. - Fecha a porta quando sair.

Ele ficou em silêncio.

Eu olhei pra ele pra ver se ele iria sair mas ele não fez, ficou parado.

- Você está no meu quarto, folgada.

- Quer que eu saia?

- Não.

Eu também não iria sair. Estou aqui quieta, pensando, ele que está me incomodando.

- Quando eu voltar a gente conversa. - falou, decidido. - Vou comprar algo pra você ficar feliz.

- Não quero nada.

- Vou trazer mesmo assim. - ele veio até mim e subiu na cama, me abraçando. - Eu te amo meu benzinho, você sabe disso não é?

Odeio ele, odeio.

- Sei.- ele me beijou e me apertou. - Eu quero chocolate.

- Eu trago. - ele se afastou e me olhou sorrindo. - Não fica chateada tá bom? - ele tocou meu rosto. - Não quero ver você chorando.

- Então toda vez que eu perguntar se você me ama você tem que dizer que sim. - choraminguei. - E muito.

- Minha nossa... - ele riu. - Você já sabe disso, Chloe.

- Não sei, só sei se você falar.

É besteira, eu sei.

Mas mesmo assim eu preciso disso.

Preciso que ele fale.

- Eu te amo. - ele falou. - Muito. E eu já volto.

- Tudo bem. - sorri um pouco. - Eu te amo também.

- Eu sei. - ele me beijou. - Eu sei.

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