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Se eu disser que pensei e decidi o que eu iria fazer da minha vida eu estaria mentindo.
Eu não fiz caraio nenhum e não decidi caraio nenhum.
E o que eu fiquei fazendo?
Absolutamente nada.
Além de comer, dormir e falar com Johnny algumas vezes no dia.
Ele estava bem então eu estava incrível.
Só faz um dia e meio que ele voltou pra França e mesmo assim, eu já estou morrendo de saudades dele.
Meu voo pra França, calma, pra passar o final de semana com ele, é amanhã e eu já estava ansiosa.
E preparada pra fazer o que ele quiser.
Deveríamos comemorar pois Marilyn não vai estar presente.
Além de comer, dormir e falar com o Johnny eu fiquei sonhando e pesquisando na internet lugares para casamentos.
Eu tenho que parar com isso, eu sei, pareço desesperada, eu sei, porém é mais forte que eu e eu não consigo não pensar nisso.
Mas eu vou...
Quando ele me pedir em casamento.
Tô brincando, vou pedir primeiro por que aí eu fico mais tranquila.
É isso.
Voltando, o que será que vamos fazer?
Eu espero que sexo até ele cansar por que sabemos né.
Velhinho e tudo mais...
To brincando.
Eu disse que não iria chamar ele de velho nunca mais, porém é fofinho, e eu gosto.
Mas eu também tenho que lembrar que ele se sente assim ao meu lado então de agora em diante, irei dizer o quão gostoso ele é.
Falando sobre sexo, lembrei que, eu ainda não fui no ginecologista esse mês.
Merda, merda, merda.
Eu preciso tomar a injeção do meu anticoncepcional.
Já deu três meses.
Pulei da cama e corri até o quarto dos meus pais, atrás da Lauren.
Eu não sei se o consultório ainda está aberto eu só sei que preciso ir ao médico.
Eu vou surtar.
- Lauren? - chamei entrando no quarto. - Onde você está?
- Closet! - ouvi sua voz e fui até ela. - O que foi, filha?
- Eu preciso ir na minha ginecologista.
Droga, eu preciso muito.
- Por que? - ela estava se arrumando pra sair.
- Ainda não fui esse mês e, esse é o terceiro mês, e eu preciso tomar minha injeção.
- Que dia é hoje? - ela quis saber.
- Não sei, eu estou nervosa, nós podemos ir?
- Pra você estar nervosa... Você e Johnny...
- É.
- Sério? - ela parou o que estava fazendo e me olhou. - E como foi?
- Podemos apenas ir?
- Mas... - ela suspirou - Tudo bem. Mas nossa filha, eu te comprei uma caixa inteira de camisinha ultra sensível, custava usar?
- Eu nem pensei na hora, podemos ir?
Na verdade, eu estava pensando sim, porém, sem camisinha era perfeito e eu que não ia pedir pra ele colocar.
Na próxima, talvez.
- Tá, tá, eu vou ligar para o consultório.
- Tá, vou me trocar, já volto.
Eu não estava preocupada em estar grávida, eu não estaria claro, mas, a data de tomar a intenção já passou, dois dias eu acho e eu quero evitar surpresas.
Eu voltei para o meu quarto e me arrumei, logo saímos de casa e fomos para o consultório.
- Olá, Chloe, achei que você não fosse vir nesse mês, você tem que tomar seu anticoncepcional.
Tá vendo, eu sabia que tinha passado a data.
Minha ginecologista era uma senhorinha muito fofa, eu chamo ela de Fafa, ela era adorável e muito boa. Eu a conheci quando me mudei e foi indicação do meu último médico e eu não poderia ter conhecido uma profissional melhor.
- Pois é, Fafa, eu viajei e quase esqueci, mas eu estou aqui, ainda dá tempo, não é?
- Claro, Chloe.
- Ainda bem, eu já estava desesperada.
Ela sorriu amigável e se levantou, pedindo que eu me sentasse na maca. Ela começou a preparar a injeção e eu já fiquei nervosa, esperando.
- Quando foi sua última relação sexual mesmo?
Eu finalmente tinha outra resposta pra dar, era sempre a mesma.
- Três dias atrás, eu acho. - contei feliz. - Estou namorando.
E meu namorado era um gostoso.
- Bom.
- Ele é incrível, um gato.
- Bom.
Ele era bom mesmo, e foi muito bom.
- Apenas uma picadinha. - ela segurou meu braço e inseriu a maldita agulha. - Prontinho.
Nem doeu tanto assim, apenas não estou sentindo meu braço.
- Obrigada.
- Te vejo daqui três meses? - sorriu. - Ou antes, se você precisar.
- Claro, claro, vou me lembrar disso.
Eu me despedi dela e assim que sai, Lauren se levantou.
- Tudo certo? - quis saber. - Como foi?
- Tranquilo, apenas não estou sentindo meu braço. - dramatizei. - Eu não queria ter que tomar injeção...
- Você esqueceu da pílula uma vez, com certeza esqueceria outra vez. E foi você que escolheu injeção.
- Eu sei... Mas...
- Oh, deus. - ela passou o braço em volta de mim. - Vamos ir tomar um sorvete?
- Vamos.
Amo o fato da Lauren saber como me fazer feliz. Amo muito.
Nós fomos ao shopping no final da tarde, quase noite, e tomamos um sorvete, passeamos um pouco e ela me deixou em casa para ir ao restaurante.
Sozinha em casa, tomei banho e fiquei na sala com a televisão ligada esperando surgir algo de bom pra fazer.
Ou seja, nada.
Nada de bom pra assistir, nada de bom pra fazer.
Que tédio.
Peguei meu celular pra olhar as redes sociais e nada de bom também, maravilha.
Estou entediada.
Estou sozinha e com um pouquinho de medo por que está escurecendo.
Vou ligar para o Johnny.
Eu disquei seu número e chamou várias vezes e ele não atendeu, como sou insistente e estava entediada, eu liguei mais uma vez e quando eu estava quase desistindo ele atendeu.
- Oi. - sua voz estava mais rouca.
- Oi gatinho, como está?
- Que horas são aí, Chloe?
- Quase oito da noite, por que?
- Bom, querida, aqui é quase cinco da manhã.
- Merda, esqueci do fuso.
- É.
- Quer que eu desligue?
- Não. - ele respirou fundo. - Tudo bem, ligou pra falar algo importante?
- Como a minha decisão sobre me mudar pra França?
- Não sei, é?
- Não, não é sobre isso.
- Bom.
- Eu fui no médico né, tomar a minha injeção do anticoncepcional e eu quase falei pra minha médica que você era um gostoso por que vamos ser sinceros, você é né, mas eu só não disse por que ela é velinha sabe e pode muito bem dar em cima de você, a danada.
- Uhum.
- E agora meu braço tá doendo, eu sinto que ele vai cair.
- Exagerada.
- É sério.
- Tudo bem. - sua voz era baixa.
- Johnny, você pode voltar a dormir tá bom? Eu te ligo quando acordar.
Ele deve estar com sono, então vou deixar ele dormir.
- Me liga mais tarde. - pediu. - Eu te amo.
- Eu sei.
Desliguei.
Sorte a minha que ele me ama.
E sorte a dele que eu amo ele também.
Fiquei esperando até meu pai chegar e quando ele finalmente chegou eu desejei boa noite e fui me deitar.
Finalmente sexta-feira.
Porém ainda cedo demais para o meu vôo.
Droga, estou muito ansiosa.
Não é nem meio-dia ainda, eu preciso achar algo pra fazer.
Como por exemplo, arrumar minha mala que eu ainda não fiz.
Se eu soubesse nem tinha desfeito a outra, mas como eu ia saber se iria precisar...
Abri minha mala e coloquei tudo o que achei que fosse usar, eu não sei como o tempo está lá então peguei um pouco de cada e joguei lá dentro, juntamente com tênis, escovas de cabelo e tudo que envolve ficar bonita na presença do Johnny.
Eu era uma perdição pra organizar malas. Não adianta guardar tudo bonitinho por que no vôo a bagagem não é tão bem tratada assim, então, pra que arrumar agora se eu vou ter que arrumar depois?
- Chloe! - ouvi a voz da Lauren e ela logo estava no meu quarto. - Oi, onde você vai?
Merda, eu esqueci de avisar ela.
- Eu vou passar o final de semana com o Johnny, esqueci de avisar, desculpa. Eu posso ir né?
- Claro. - ela sorriu. - Você vai passar onde mesmo?
- Na França.
- Oh, que interessante.
Demais, demais, demais.
Ela me ajudou a fechar a mala e eu me sentei, cansada.
- Eu iria dizer pra sairmos e comprar mais camisinha, mas do que adianta se você não vai usar?
- Minha nossa...
Ela me beijou no rosto e saiu, disse que iria para o restaurante e qualquer coisa que eu precisasse, era só ligar.
Eu peguei meu telefone e disquei o numero da Lily, eu precisava falar com ela.
- Oi. - ela disse assim que atendeu. - Já está pronta?
- Para?
- Para se mudar, é claro.
Droga, ainda estou pensando.
- Pensando, ainda. - falei. - Mas, quero te contar algo e como minha melhor amiga você tem que me ajudar a decidir e vou levar em consideração o que você disser.
- Manda, eu te ajudo.
- Certo. - respirei fundo. - Johnny e eu estamos firmes eu acho...
- E isso não é bom?
- É sim.
É tão estranho falar com ela sobre seu pai...
- Então, qual o problema? - quis saber. - Tem algo errado?
- Não. Mas, ele me pediu pra morar com ele, sabe?
- O que? - ela gritou. - E o que você disse?
- Eu falei que iria pensar, que você tinha me chamado pra morar com você também e que...
- Você falou que iria pensar? Chloe! Você já pensou e já decidiu, por que está demorando tanto?
- Como assim?
- Amiga, é óbvio que você vai morar comigo, não é?
Eu não sei.
- Talvez...
- É óbvio que você vai morar comigo. - ela repetiu. - Amiga, por favor, lembra que eu comprei abajures iguais e eu tô falando sério agora!
- Você é muito chantagista.
- Claro que não. Estou te convidando para morarmos juntas a muito tempo, e claro, já vamos morar por que você já aceitou e...
Eu acho mesmo, muito cedo morar com Johnny.
Ainda não nos conhecemos direito e não acho certo.
Eu falo sobre o casamento e tudo mais, mas é claro que eu ainda não estou pronta.
Casamento envolve muitas coisas não é apenas um anel.
E eu ainda não estou pronta.
- Tudo bem. - falei. - Tudo bem.
- O que? Tudo bem o que?
- Eu vou morar com você.
Johnny teria que aceitar, estaríamos no mesmo país ao menos. Podemos nos ver sempre e, acho que é melhor assim, por enquanto.
Ele ainda precisa do seu espaço e eu "invadir" dessa maneira não seria bom.
Nisso, eu sou consciente, um pouco.
Mas eu só estou aprendendo a decidir as coisas agora, antes, com Victor, era tudo ele e apenas ele. Agora, é diferente.
Estou tentando fazer diferente.
- Tá brincando né, Chloe? - ela riu e gritou de emoção. - Tá falando sério?
- Sim.
- Garota, eu amo você! Quando você vem? Hoje? - perguntou eufórica. - Ainda temos que decidir muitas coisas do apartamento, você tem que vir logo!
- Eu sei, eu sei. - sorri. - Eu estou indo passar o final de semana com seu pai e podemos resolver, aos poucos, tudo isso.
- Certo, traíra, eu te chamo pra vir e você só me enrola. Mas tudo bem, estarei ansiosa te aguardando, vou ligar para o Tom e...
- Por favor, ainda não liga para o Tom.
- Por que?
- Você não tem noção, é a primeira vez eu acho que vou ficar com Johnny sem o Marilyn por perto e eu quero apenas, literalmente, fazer nada com ele.
- Sei, sei.
- É sério. Você pode ligar para o Tom domingo a noite e falar seja lá o que você quer falar.
- Tudo bem. - ela riu. - Me liga quando estiver disponível, querida.
- Tá bom.
- Obrigada por estar fazendo essa loucura comigo, ainda nem acredito! Quando te ver vamos ter que sair pra beber.
- Claro que sim.
Nossa, nem lembro direito quando foi a última vez que eu bebi, saudades.
Eu ouvi por mais um tempo ela falar sobre tudo que queria fazer e sobre tudo que iríamos fazer juntas, e eu fiquei apenas concordando.
Ela estava muito feliz.
E agora eu também.
E agora eu preciso dizer ao Johnny que não vou morar com ele.
Eu peguei o avião às sete da noite e pousei no aeroporto do sul da França a sei lá que horas do outro dia.
É cedo demais, apenas isso.
Johnny estava vindo me buscar e eu estava sentada esperando.
Nos falamos ontem sobre meu voo porém eu não conseguir falar sobre minha mudança.
Ele vai reagir bem, eu sei, mas eu estava nervosa mesmo assim.
Um momento depois ele me enviou uma mensagem dizendo que estava do lado de fora me esperando e eu puxei minha mala até lá.
E minha nossa, assim que sai, senti o vento gelado.
Está frio demais.
Que época do ano é aqui?
Ele estava de pé ao lado do carro e foi abrir o porta-malas pra mim.
- Oi. - eu entreguei minha mala pra ele. - Por que está tão frio?
- É cedo e estamos em novembro. - ele falou como se explicasse por que está tão gelado. - Tudo bem? - ele fechou a porta e se inclinou pra me beijar. - Como foi o voo?
- Quente.
Melhor do que o tempo daqui. Saudade, muita saudade.
Eu abri a porta do carro e entrei, liguei o ar pra esquentar por que minha nossa, lá fora está gelando.
- Você trouxe roupa de frio, certo? - ele perguntou quando entrou. - Esqueci de avisar que o tempo estava ruim.
E como.
- Eu trouxe, mas acho que não vai ser o suficiente.
- Se você quiser podemos comprar uns casacos ou algo assim.
Vou querer sim. Pois os moletons que eu trouxe com certeza não vai dar contar.
- É frio o dia inteiro?
- É mais de manhã cedo, você se acostuma.
Ainda bem que eu não acordo cedo e não tenho compromissos para isso, obrigada deus obrigada.
São apenas dois dias? Algo assim, e eu já estou pensando nos dias que terei que acordar cedo nesse país, já que, vou morar aqui.
Meu deus, tantas coisas pra me acostumar.
Francês pra aprender, nossa, que cansaço já.
Porém nossa, o Johnny falando em francês...
Vou pra todo lugar quando ele sair apenas pra ouvir ele falando, serei a pessoa mais feliz do mundo.
Ele ligou a seta e virou o volante, saindo da vaga.
- Senti saudades. - falei me virando pra ele. - Tipo, demais.
Ele estava bonito, com um casaco e calça jeans, óculos escuro e um chapéu na cabeça.
Na moral, lindo demais.
- Eu também. - ele pegou na minha mão e beijou carinhoso.
Ele me faz muito feliz.
Ele não soltou minha mão o caminho todo, ficou no seu colo até o momento em que chegamos na sua espetacular vila.
Era incrível, mesmo. Enorme e um lugar mais lindo que o outro.
Ele desligou o carro e nós saímos.
Quando ele pegou minha mala, ele segurou minha mão e caminhamos até o seu quarto.
Saudades de conversar bêbada com ele aqui.
Ele deixou minha mala no canto e se aproximou de mim, afagando meus ombros.
- Tá cansada? - ele me beijou. - Dormiu no vôo?
- Estou um pouco cansada sim, eu não consegui dormir, eu estava ansiosa demais pra te ver.
Eu estava ansiosa pra ver ele claro, e também, pensando em como contar a ele sobre a minha decisão de não morar com o mesmo e sim com sua filha.
- Deita então. - falou. - Eu já volto e quando eu voltar vou aumentar o ar pra você.
- Obrigada, gatinho.
- Por nada, querida.
Ele me beijou e saiu do quarto.
Eu fui no banheiro fazer xixi e quando voltei, tirei minha roupa e fiquei apenas de calcinha, já que ele iria ligar o ar eu não vou morrer de frio.
Sou danada, eu sei.
Porém estamos sozinhos né, não tem problema.
Eu puxei o edredom da cama dossel e subi na cama, me ajeitando. Tinha seu cheiro, claro, e era absurdamente bom.
Deus, eu nunca vou me cansar dele.
Fiquei quietinha esperando ele voltar e consegui me esquentar um pouco.
Quando eu estava quase dormindo, ele voltou.
Abri meus olhos quando senti que ele subiu na cama, eu estava coberta até o pescoço e ele tocou minha cabeça.
- Tudo bem?
- Uhum.
- Vou aumentar o ar pra você.
- Obrigada. - agradeci e bocejei. - Você vai deitar comigo?
Ele beijou minha cabeça e se levantou.
- Sim, claro.
Então eu esperei.
Eu senti a temperatura melhor e fiquei feliz, um momento depois ele levantou o edredom e me moveu na cama, me empurrou para o lado e eu ri, surpresa.
- Eu fico do lado direito. - ele se deitou ao meu lado e nos cobriu. - Você não estava com frio? Por que não está vestida?
- Por que não.
Ele riu e me beijou e eu senti o gosto de café na sua boca.
- Você estava tomando café? - perguntei quando ele se afastou. - É bom.
- Sim, estava.
Percebi.
Eu me aconcheguei perto dele e deitei a cabeça em seu peito nu, ele estava sem camisa. Eu toquei um de seus braços e acariciei, ele não estava tão quente assim.
- O que você ficou fazendo esses dois dias sem mim?
Eu fiquei no maior tédio, mas ele era uma pessoa interessante, deve ter feito muitas coisas.
- Nada demais, eu quase não saí. Fui apenas no mercado abastecer a dispensa, eu também comprei seu sorvete preferido.
Ele era um amorzinho.
- Fofo. - sorri. - Obrigada.
Eu beijei seu peito, agradecida. Não pelo sorvete, mas por tudo.
Me dói até o coração saber que não vou morar com ele agora, mas apenas não é o momento certo.
E também estou muito ansiosa pelos infinitos momentos que ire passar com Lily-Rose, eu estava muito feliz.
Porém, pensando bastante sobre o que ele vai achar e o mais importante, se vai me odiar.
- Vira. - ele pediu. - Vou te abraçar pra você ficar quentinha e descansar. - eu fiz o que ele pediu e ele de fato me abraçou. - Dorme. - ele beijou minha cabeça. - Vou estar aqui quando você acordar.
Ele me apertou junto a seu corpo, me abraçando e ele pousou sua mão na minha barriga e eu a segurei, entrelaçando nossos dedos.
Tô arrepiada, de verdade.
Quando será que vamos transar de novo em?
Seria bom, muito bom.
Imagina, a mão dele gelada, os anéis mais ainda.
Ai, Ai, não vou aguento.
Espero que mais tarde, depois de eu já ter tido meu sono da beleza e estar cem por cento disposta a tudo.
Porém não tudo né, tem umas coisas que...
- Chloe...
Meu deus, será que ele sabe que eu tô pensando em safadeza?
Claro que deve saber, ele já me acha uma tremenda safada... E pior que eu sou mesmo, droga.
- Hmmm?
Juro que ele se pedir eu faço agora mesmo.
- Você acabou de colocar minha mão em um de seus seios.
Meu deus.
Eu fiz isso mesmo?
- Tá brincando? - eu puxei o edredom com a mão livre e realmente, sua mão direita estava ao redor meu peito direito e eu nem senti, e melhor ainda, fui eu que coloquei. - Puta merda, eu nem senti.
Meu deus, eu faço cada coisa.
Amo.
E ele safado, deixou a mão. E está certíssimo, eu faria a mesma coisa.
- Aham, sei.
- Eu estou falando sério. - ri e voltei a me cobrir, e também não tirei sua mão e muito menos ele a moveu. - Juro, estava aérea, pensando.
- Posso até imaginar no que.
Claro que pode e tenho certeza que ele sabe muito bem no que é.
Eu não falei nada, também não poderia já que ele está certo, não tem nem como eu discordar.
Suspirei e voltei a fechar meus olhos, pra finalmente descansar e acordar incrível para me dedicar totalmente a esse homem incrível.
Quando acordei algumas horas mais tarde, Johnny não estava na cama.
Procurei meu celular pra ver as horas porém não encontrei então eu desisti, e me sentei.
Eu esfreguei os olhos e tirei o cabelo do rosto, pra deixar de atrapalhar minha visão, e me sentei na cama. O edredom desceu para baixo e eu lembrei que estava sem blusa, eu desci da cama e fui até minha mala atrás de água.
Depois que achei uma blusa eu a coloquei e fui até a janela grande do quarto, o céu estava bem bonito, limpo, porém imagino o quão frio está lá fora. Eu via os galhos de algumas árvores balançarem e isso só me confirmava o que eu já sabia.
Depois de voltar do banheiro, que eu pensei em sair para ir atrás de Johnny, eu lembrei que estava sem calça.
Pra que usar né? Pra que?
Voltei novamente até minha mala e peguei uma. E assim que coloquei meus pés pra fora do quarto eu percebi que não estava tão frio assim, não tanto quanto de manhã, de manhã estava pior.
Eu corri até a casa principal e assim que passei pela porta, chamei por Johnny porém ele não me respondeu.
Eu passei pela sala arrumada e olhei para o segundo andar, esperando que ele aparecesse, mas ele não surgiu de lugar nenhum. Eu fui até a cozinha e ele não estava também. Eu fui até a dispensa procurar algo pra comer e eu lembrei que ele tinha comprado meu sorvete preferido, fui até a geladeira então e abri o freezer e realmente, tinha uns quatro potes de sorvete.
Te amo Johnny te amo.
Eu peguei uma colher e um dos potes e me sentei pra desfrutar dessa dádiva enquanto Johnny não aprecia.
Confesso que, eu não estava me alimentando tão bem assim quando estou sozinha.
Eu amo comer, mesmo, porém eu amo mais comer sorvete sozinha.
Quando eu estou com alguém faço sim uma refeição completa inteirinha, porém quando eu estou sozinha me dá uma preguiça gigantesca de preparar algo então eu como sorvete.
E fala sério, sorvete é incrível.
Desfrutei dessa beldade até a metade e então eu enchi e guardei para mais tarde, tomei um copo de água e voltei para o quarto, pra esperar Johnny aparecer de onde quer que ele esteja.
E bom, ele não apareceu.
Eu achei meu celular e vi que ainda iria dar meio-dia.
Ele disse que estaria aqui quando eu acordasse, porém não está.
Tentei não pensar em coisas paranoicas e até que consegui.
Ele não deve estar fazendo nada demais.
Porém, ele poderia sim.
Porém prefiro acreditar que não está e é isso.
Provavelmente ele deve estar fazendo alguma coisa importante e logo está de volta.
Mas poxa, não me deixou nem um bilhetinho.
Dez minutos se passaram e eu decidi explorar, eu cansei de esperar.
Enviei uma mensagem para o seu celular dizendo que estaria em algum lugar e saí.
Bom, eu não sabia bem para onde ir.
Eu sabia onde era seu quarto e a casa principal, fora isso, mais nada. Ah, eu também sei onde é a piscina e mesmo com um frio da desgraça eu fui até lá por que é um dos únicos lugares que eu sei ir e voltar, eu acho.
O espaço era aberto e bonito, porém a noite era mais eu me lembro bem. A água era clara, bem cristalina e deu até vontade de entrar.
Eu até me aproximei da borda e me abaixei pra tocar a água, achando que estaria gelada mas não, pra minha surpresa estava morna.
Claro que era uma piscina aquecida.
Interessante, talvez eu entre.
Um pouco ao longe, mais a frente, havia uma construção de madeira escura que eu não tinha percebido da primeira vez, era bonito e retangular, e eu até pensei em ir até lá curiar e ver o que é, porém não fui.
Decidida a entrar na piscina e desfrutar da água quentinha, eu tirei minha calça e mergulhei fundo.
E minha nossa, bom demais.
Queria que Johnny estivesse aqui.
Fiquei na água até meus dedos quase enrugar e no momento que sai, estava frio demais e me arrependi.
- Te achei! - ouvi a voz dele e vi o mesmo caminhar até mim. - Não deveria ter entrado na piscina.
- Mas estava quentinha...
- Eu sei. - ele sorriu. - Vamos.
Ele segurou minha mão e nós voltamos para o seu quarto. Ele me levou até o banheiro e me indicou o box de vidro transparente.
- Tome um banho. - falou. - Eu vou pegar uma roupa pra você e sua toalha.
- Obrigada, gatinho.
Ele saiu e eu tirei o restante das minhas peças molhadas e entrei no box ligando o chuveiro.
Tinha um sabonete líquido que eu usei pra me ensaboar e lavei meu cabelo com um shampoo de embalagem bonita que tinha aqui, e era bem cheiroso. Tinha também um condicionador que eu sei claro, era cheiroso e depois de enxaguar eu senti o quão macio meus fios ficaram.
Espetacular.
Assim que fechei a água, vi que Johnny estava parado na porta com minha toalha em mãos que ele me entregou e pediu que eu me trocasse no quarto.
Eu me sequei e me enrolei na toalha, fui até o espelho e limpei o embaçado. Na pia tinha vários compartimentos com escovas e pastas e enxaguante bocal, que eu usei um pouco. Na prateleira ao lado do espelho, na parte de cima tinha um cesto com toalhas e eu peguei uma pra secar meu cabelo e logo enrolei no mesmo.
Voltei para o quarto e no momento que eu olhei pra Johnny, seu celular tocou. Ele olhou para o telefone e olhou pra mim.
- Preciso atender. - ele falou. - Se veste. Eu já volto, querida.
- Tudo bem.
Ele tinha deixado em cima da cama uma calça legging preta, e nossa minha bunda fica incrível nessa calça, a única blusa de manga comprida que eu trouxe e uma calcinha.
Muito bom gosto viu.
Ou será que ele pegou a primeira roupa que achou?
Talvez.
Eu me vestir rapidamente e peguei na minha mala o secador pra secar o cabelo. Eu passei um pouco de óleo e fiquei meia hora mais ou menos, com meu braço da injeção mais casado que tudo, secando o cabelo.
Minha nossa, muito cansada apenas por ter feito esse esforço.
Posso fazer mais nada hoje, sério.
Quando finalmente acabei, tirei da tomada e deixei o secador lá, depois guardo.
Eu voltei para o quarto e peguei as toalhas que usei e minha roupa molhada e não sabia o que exatamente fazer com elas.
Vou esperar ele voltar.
Porém ele demorou literalmente uma hora e meia pra aparecer.
Tudo bem, se acalme Chloe, se acalme.
- Onde eu deixo as coisas molhadas? - perguntei calmamente, pra não falar nada que eu não deveria.
- Eu levo pra você. - ele pegou as coisas das minhas mãos. - Rapidinho, me encontra na cozinha ok?
- Ok.
Não surta querida, não surta.
Está tudo bem.
Tudo tranquilo.
Poxa, ele nem reparou no quão bonita fica minha bunda nessa calça...
Tá tudo bem.
Fui até a cozinha como ele pediu e esperei ele sentada, bem paciente. E quando ele apareceu, estava falando no telefone novamente.
- Espera um pouco, Adam. - ele afastou o telefone. - O que você quer comer? - ele perguntou pra mim. - Eu preparo.
- É importante não é? - perguntei me referindo ao telefonema. - Não tem problema, eu faço, fica tranquilo.
- Tem certeza?
- Sim. Está tudo bem.
- Certo. - ele se aproximou e beijou meu rosto. - Come direito. Não é pra comer sorvete, tá bom?
- Ok.
- Eu já volto, querida.
Eu não respondi, mas ouvi ele saindo e voltando a falar com Adam.
Adam era seu advogado, então, com certeza era um assunto sério e tudo bem, é compreensivo ele saber sobre.
Só que, o tempo todo?
Ele já sumiu e apareceu umas duas vezes, eu acho, e o assunto não acaba nunca?
Eu sei que é complicado, trabalhoso e difícil, eu sei, mas eu achei que iríamos ser apenas nós dois.
Está nós dois, mas ele não ficou nem meia hora comigo.
- Tá tudo bem, Chloe. - falei pra mim mesma. - Não surta e vai comer um sorvete pra ficar feliz.
Mas ele disse que você não podia.
Merda, que ódio.
Abri a geladeira e preparei algo pra comer, sem vontade nenhuma e também comi sem vontade nenhuma.
Que vontade de chorar.
Depois que eu comi e peguei mais sorvete, voltei para o quarto dele e fiquei a tarde toda me lamentando sozinha e comendo meu sorvete.
Não sei quando tempo fiquei sozinha, mas sei que o filme que passava na televisão me prendeu e eu quase não pensei em Johnny.
Nem perguntar se eu estava bem ele veio.
Mas tudo bem, eu supero.
Até anoitecer já anoiteceu, ou seja, passei o dia inteiro sozinha.
Maravilha.
Espero que ao menos ele esteja bem e que tenha comido algo.
Dez da noite ele entrou no quarto, se jogou na cama ao meu lado e passou o braço ao redor de mim, ele beijou meu pescoço e respirou fundo.
- Estou cansado. - ele suspirou. - E você está cheirando ao meu shampoo. - ele me apertou.
- Uhum.
E só agora ele foi sentir...
Claro que só agora né querida, ele não passou o dia com você.
- Você comeu? - ele se ergueu. - Eu estou com fome.
- Aham. - não era bem uma mentira, comi apenas no almoço. - Vai comer.
- Eu vou. - ele beijou meu rosto. - Tudo bem? - eu balancei a cabeça, afirmando - Vamos comigo?
- Nah, vou ficar aqui.
Ele querer ficar comigo agora é muito bom, mas eu vou ficar aqui e esperar por ele.
- Certo. - ele se levantou. - Vai querer algo?
- Acho que quero um pouco de água, por favor.
Ele balançou a cabeça e saiu do quarto.
Ele nem tinha falado sobre o por que dele ter ficado horas no telefone e tudo bem, eu entendo. Mas ele não poderia falar nem alguma coisinha? Eu sou a namorada dele, acredito que eu deva saber de umas coisinhas nem que seja um, tipo, não posso falar sobre.
Eu vou entender, juro que vou.
Tá tudo bem, não vou me abalar e com certeza vou superar isso.
Não sei quando ele voltou por que estava criando paranoias na minha cabeça sem motivo algum, quando o copo de água surgiu na minha frente.
- Obrigada. - peguei e bebi um gole, mas deixei de lado e me ajeitei na cama, focando na televisão.
Não tanto assim focada na televisão fiquei de olho nele, andando pelo quarto, mexendo nas coisas e arrumando o que parecia arrumado. Ele entrou em uma porta e então saiu e entrou no banheiro. Ficou um tempo lá e logo saiu apenas de cueca e secando o cabelo com uma toalha.
Cansada da televisão, eu peguei o controle e desliguei.
Já está ficando tarde e eu vou dormir.
Eu ia até trocar de roupa porém nem vou, me sinto indisposta pra qualquer coisa.
Eu me cobri até o pescoço e me virei de costas pra ele, dormir é a melhor coisa que eu faço.
Tenho certeza que amanhã eu vou acordar melhor e o dia de hoje vai ser só mais um dia, é isso.
Quando ele apagou as luzes e subiu na cama, eu soube que ele não iria fazer nada mais. Nem me abraçar nem nada.
Bom, é isso.
Vou chorar.
- Você está brava?
Sua voz era baixa atrás de mim. Apenas sua voz, nenhum toque.
Meu deus eu estou carente de mais.
- Não. - consegui responder. - Por que eu estaria brava?
Não tem motivos pra eu estar, então não estou, simples.
- Você está brava.
Não, brava não, mas chateada talvez.
- Se você diz...
- Eu não fiz nada de errado...
Eu sei que não, meu bem, eu sei...
- Eu sei, Johnny, eu não falei que você fez.
- Então qual o problema, querida?
Eu sou o problema.
Eu sei disso.
E vou ferrar com tudo.
Respirei fundo e consegui me virar pra ele, e olhar para seus lindos olhos.
- Está tudo bem, não tem problema nenhum. - falei. - Apenas senti sua falta o dia todo e não importa, era importante não é? Você estava falando com o seu advogado.
- Merda! Chloe, eu sinto muito, era muito importante. Desculpa por ter te deixado sozinha, eu apenas fico muito estressado quando falo com Adam, não queria te aborrecer.
- Tudo bem.
- Ele é um bom advogado, mas as coisas que ele diz as vezes me irrita. Eu sei que é importante e que eu devo levar em consideração mas... Envolve tantas coisas que eu prefiro fazer isso sozinho.
- Eu entendo.
- Obrigado.
- Eu espero que isso acabe logo e que você não tenha que passar mais por isso, quero que você esteja bem e feliz.
- Estou tentando. - ele tocou meu rosto. - Obrigado por entender. Eu estou feliz que você esteja aqui comigo e prometo que amanhã vamos fazer o que você quiser, não vou sair do seu lado. E também não vou atender ninguém que me ligar, serei todo seu.
Ele vai ser todo meu.
Elejá é todo meu, mas amanhã ele vai ser totalmente.
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