Capítulo 2 - A proposta

❤️❤️❤️

— Ju...

Ela escutou aquela voz rouca e conhecida sussurrar seu nome, quase rente ao sua orelha. Aos poucos foi abrindo os olhos, deparando-se com sua namorada de ar cansado, agachada perto dela e tocando seu rosto, ao lado dela o cão Bento a olhava.

— Bom dia, dorminhoca!

Sorrindo Sarah saudou a namorada antes de lhe dar um rápido beijo na testa.

— Bom dia! - respondeu se espreguiçando.  — Que horas já são?

— Quase nove da manhã.

— Oxi! Já?

A outra mulher assentiu com um sorriso e logo em seguida, questionou:

— Dormindo de novo no sofá, né dona Juliette?

Ontem quando chegou pela manhã do plantão, Sarah encontrou a namorada dormindo ali. Hoje a mesma coisa. Depois a morena ficava lhe reclamando de dores no pescoço.

— Pois é... - com ar sem graça, a outra mulher confirmou. — Acabei outra vez pegando no sono por aqui mesmo.

Juliette sentou-se no sofá e passou as costas das mãos sobre os olhos tão menina que, inevitavelmente fez Sarah tombar a cabeça para a direita e sorrir encantada com aquela cena.

— À caminho daqui passei naquela confeitaria que você tanto gosta e comprei umas coisas para o nosso café. Deixei lá na mesa da cozinha.

Em meio a uma expressão ainda sonolenta, Juliette esboçou um sorriso. Sua namorada era um amor. Sempre preocupada com ela e tentando lhe agradar à todo momento. Talvez, ela sentisse necessidade de ser assim numa forma de tentar repará-la pelos anos em que lhe causou sofrimento com suas sucessivas rejeições em virtude de uns medos, que Juliette julgava como bobos.

— Você é uma namorada de ouro! - Juliette segurou o rosto de Sarah e lhe tascou um demorado beijo estalado na bochecha, fazendo a loira semi-cerrar os olhos e sorrir sem jeito. — Vou subir pra jogar uma água no rosto e escovar os dentes. Já volto.

— Enquanto isso eu vou preparando o café e ajeitando a mesa.

— Está bem!

Sob o olhar de Sarah, Juliette seguiu em direção ao quarto delas tendo em seu encalço Bento, o cão labrador de seis anos, que ao assovio da morena correu para acompanhá-la.

A médica loira achava incrível o grude de seu cachorro com Juliette. Desde que eles se viram a primeira vez, antes mesmo das médicas iniciarem um relacionamento amoroso, Bento gostou de Juliette. E depois que elas começaram a namorar o grude só aumentou. Tanto que hoje em dia o cão faz mais festa para Juliette quando ela chega em casa da rua do que propriamente para Sarah, que é sua dona.

Assim que os dois sumiram de suas vistas, Sarah foi rumo à cozinha do seu apartamento, que já tinha virado de sua amada namorada também há três meses, quando Juliette a seu pedido passou a morar em definitivo ali com ela.

Em um combinado entre Sarah e Juliette, a segunda ainda matinha seu antigo apartamento por conta dos amigos delas duas que não sabiam sobre o relacionamento das médicas. Esporadicamente, Juliette ia ao seu antigo apartamento só para limpá-lo e pegar algum pertence pessoal que precisasse, o qual deixou por lá.

Enquanto ligava a cafeteira, Sarah não deixou de pensar em como sua vida se transformou depois que resolveu jogar para longe os medos que tinha pelo fato de ser a chefe de sua amada no hospital, além da diferença de idade entre elas que era de dez anos, e ir pedir a Juliette que lhe desse uma chance, após se esquivar durante dois anos de suas investidas.

Há exatos um ano, o casal de médicas já estava em um relacionamento amoroso. Porém há mais de oito anos elas se conheciam. Foi em uma palestra que ambas se viram pela primeira. Sarah foi convidada por sua mentora na época de faculdade a dar uma palestra para a turma de medicina a qual Juliette era estudante.

A forma entusiasmada da médica loira ao dissertar sobre o assunto abordado em sua palestra, cativou e encantou de maneira instantânea a estudante Juliette. Tanto que após a palestra a morena não hesitou em ir falar com Sarah e lhe teceu elogios rasgados, aos quais a palestrante agradeceu muito sem jeito. Sem papas na língua, Juliette convidou Sarah para um café na cantina da faculdade com a desculpa furada de ela lhe esclarecer algumas dúvidas referentes a palestra, quando na verdade a estudante só queria mesmo era saber mais daquela mulher bonita que falava com uma paixão desmedida sobre medicina.

Pela tarde quase inteira elas ficaram de conversa. Ao final trocaram contato e por vários meses ficaram trocando mensagens, mas aí a rotina agitada e maçante da vida de ambas fez com que perdessem o contato. Cinco anos depois, elas se reencontraram, Juliette aos 26 anos como a cardiologista a integrar a equipe de Sarah.

A surpresa e alegria foi grande para a médica morena. Mas a decepção veio um tempo depois por perceber que a Sarah que ela reencontrou em nada se parecia com a palestrante com quem passou uma tarde mais que agradável e trocou mensagens por meses.

Fria, de jeito sério e retraído, a cirurgiã chefe não lhe dava margem para amizade e nem para aproximações, entristecendo a cardiologista que àquela altura já nutria sentimentos especiais por ela. Por dois anos Sarah a evitou a todo custo, até que um dia baixou a guarda sabe-se lá porquê. E a partir daí, os dias cinzas, baseados em rejeições, deram lugar a dias azuis de felicidade. 

Sarah sorriu um tanto melancólica ao se recordar de maneira rápida do início lá atrás de sua história com Juliette. Quanta coisa podia ter sido evitada se não tivesse sido tão medrosa e cabeça dura. Ainda bem que abriu os olhos a tempo para se permitir viver algo especial com a cardiologista.

Juliette não só trouxe um brilho à mais ao seu mundo, como ainda, deu um novo sentido a sua vida antes monótona e sem graça.

De uma mulher solitária, que só vivia para seu trabalho, médica metódica e séria; respeitada chefe da equipe noturna do Hospital Geral Gomes da Costa. A cirurgiã-chefe, doutora Sarah Andrade tornou-se outra depois de iniciar sua secreta relação com Juliette. Mais alegre e menos sisuda, ela agora além de ter uma namorada, sabia bem o que era ter uma vida fora do trabalho. Fazia questão de suas folgas, não estourava mais as horas de plantão e estava mais sociável.

A felicidade dela era visível aos olhos dos colegas e motivo de especulação entre os mesmos. Porém seu relacionamento com a médica cardiologista se mantinha em sigilo absoluto, pois o mesmo infringia as regras de conduta do local de trabalho de ambas.

No hospital onde elas trabalhavam era expressamente proibido relacionamentos amorosos entre membros da mesma equipe médica. Deste modo, o casal vinha desde o início mantendo o relacionamento em segredo até dos amigos mais próximos.

Esse foi um acordo entre o casal, o qual fora sugerido pela própria Sarah na intenção única e exclusiva de preservar sua namorada. Andrade sabia bem que caso descobrissem sobre o relacionamento entre as médicas, Juliette era a que sofreria uma punição mais rígida por ser das duas médicas a com menos prestígio no hospital. Enquanto Sarah aos seus 39 anos já tinha uma carreira até consolidada como cirurgiã, atuava em um cargo de chefia e era muito bem quista pelo alto escalão que comandava o hospital, por conta de já estar há mais de uma década trabalhando com eficiência e maestria no Gomes da Costa. Juliette aos 29 anos era uma cardiologista que tinha pouco tempo de carreira em relação a loira e ainda buscava seu espaço dentro do hospital.

Para evitar que a amada fosse prejudicada ou até mesmo demitida por se envolver com a superior dela, fora os comentários maldosos que algumas pessoas poderiam tecer sobre a relação entre chefe e subordinada. Sarah achou por bem manter as coisas em segredo. Queria a todo custo não manchar a carreira de Juliette que tinha tudo para ser brilhante. 

— Como foi o turno no hospital?

A pergunta de Juliette enquanto adentrava na cozinha prendendo as madeixas castanhas em um coque mal feito, e sendo acompanhada de perto por um Bento que foi rumo a lavanderia provavelmente beber água ou simplesmente deitar em sua cama, despertou Sarah dos seus pensamentos.

— Agitado e caótico como quase todas as noites.

Emergência atrás de emergência. Trabalhar na rede pública de saúde era para quem tinha verdadeiro amor a profissão. E se era uma coisa que tanto Sarah, quanto Juliette e os colegas de equipe médica delas tinham, era amor por aquela profissão.

— Confesso que estou com saudades do trabalho. Queria voltar.

— Mas já??

Sarah olhou com espanto para sua amada, que acabou por gargalhar da cara que a loira fez.

Fazia pouco mais de uma semana que Juliette havia entrado de férias.

— Sim. Sente minha falta lá no trabalho?

— Toda noite!

Aquele hospital não era o mesmo sem ela e sua tão costumeira alegria e sorriso cativante. Até os pacientes sentiam sua ausência no hospital.

O sorriso de Juliette se alargou ante a pronta resposta da namorada.

— E a Viviane?

A cardiologista quis saber despretensiosamente, passando os braços pela cintura de Sarah que aquela altura se encontrava encostada ao balcão onde a cafeteira estava.

— O quê que tem ela?

Sarah encarou com desconfiança a namorada enquanto a abraçava pelos ombros.

Viviane tinha sido convocada por Dílson, Diretor do hospital, para ficar no lugar de Juliette na equipe de Sarah durante o período de férias da cardiologista.

Quando soube quem seria sua substituta, Juliette se desagradou profundamente, pois era sabido por ela e alguns membros da equipe médica, o interesse que Viviane nutria escancaradamente por Sarah. Inclusive, no passado Viviane tinha saído para jantar com a cirurgiã para tristeza de Juliette na época, que semanas antes tinha convidado Sarah para o mesmo programa e recebido um "não" da chefe.

— Ela não insistiu em te chamar pra sair de novo, insistiu?

Juliette soube sem querer do convite feito por Viviane à sua namorada dias atrás, através de Kerline, colega sua de trabalho e também amiga de anos de Sarah. Ker revelou sobre tal fato, quando esteve há quatro dias no apartamento de Juliette junto com os demais companheiros de trabalho da cardiologista, para verem como a colega estava nos primeiros dias de suas férias. Na ocasião, Sarah não veio junto com o pessoal, pois teve que ficar mais um pouco no hospital para uma reunião com o diretor do lugar.

Kerline relatou aos risos que ao passar em frente a sala dos médicos ouviu Viviane encurralando Sarah e se insinuando descaradamente para a outra médica enquanto a chamava para saírem para jantar. Mas a loira disse que não conseguiu saber a resposta da chefe e amiga, porque Caio, o anestesista fofoqueiro, apareceu na hora para lhe avisar que estavam procurando por ela no terceiro andar.

Quando soube desse tal convite, Juliette ficou morrendo de ciúmes, mas teve que disfarçar isso perante os amigos. E mais tarde, quando sua namorada veio buscá-la no apartamento para irem para a casa delas, a cardiologista não hesitou duas vezes em tirar aquela história à limpo com a namorada. E em meio a pequena discussão, Sarah confirmou que de fato Viviane se insinuou para ela e lhe convidou para sair, mas que ela rechaçou o convite na hora, para satisfação de sua namorada ciumenta.

— Não, Ju!

Sarah achou por bem mentir desta vez para não causar outra desavença entre elas. Sabia que era errado fazer aquilo e até detestava tal atitude, mas Juliette tinha ciúmes da outra médica e ela não ia ficar alimentando tal sentimento ao lhe revelar que mais uma vez Viviane lhe chamou para sair. Ela fez isso ontem e de maneira mais insistente. Só que desta vez, Sarah foi mais enfática na recusa, alegando que não podia sair com ela ou qualquer outra pessoa, não revelando com todas as letras a razão, mas deixando subentendido.

— Melhor assim.

Juliette bicou os lábios da namorada e depois foi cuidar de arrumar a mesa que Sarah sequer tinha começado a ajeitar para as duas tomarem café. Momentos depois, o casal já se encontrava à mesa se deliciando com o café e as guloseimas que Sarah trouxe.

Enquanto comia, Juliette não parava de pensar no programa que tinha visto ontem. As coisas a respeito dos jogos explicados pela sexóloga despertaram o interesse da morena.

O sexo entre ela e sua namorada era muito bom. Sarah era uma amante perfeita na cama. Entre quatro paredes, ela se desprovia um pouco mais de sua habitual timidez e seriedade, e proporcionava à Juliette prazeres como ninguém conseguiu antes dela entrar em sua vida.

Mas o que é bom pode ficar ainda melhor, não pode? Claro que pode!

Aqueles jogos podiam elevar à um patamar muito mais alto ainda o grau da relação sexual delas.

Mas a dúvida lhe deixava apreensiva: será que sua namorada toparia aquilo?

— Juliette!

Ela olhou rapidamente para Sarah ao sentir o toque de sua mão na dela e ouvir o tom mais firme da sua voz chamando seu nome.

— Oi, meu amor!

— O quê que há com você? Está nitidamente longe daqui.

— Desculpa. Eu estava pensando numa coisa.

— Deve ser uma coisa importante, pois sequer prestava atenção no que eu dizia.

— O que você estava dizendo?

— Sexta é minha folga. Então pensei que podíamos combinar de fazer algo. Talvez sair pra jantar num restaurante mais afastado da cidade. Faz tempo que não fazemos isso. O que acha?

A cirurgiã propôs de um jeito todo carinhoso e tímido, que fez o coração de Juliette se derreter pela loira sentada diante dela. Mas antes que ela formulasse uma resposta, sua mente foi invadida pelas palavras da sexóloga ontem no programa.

"Jogos sexuais sempre são uma ótima pedida pra você e seu parceiro apimentarem mais a relação de vocês!",

Ela precisava arranjar um jeito de abordar Sarah sobre aquilo. Só que o problema é que não tinha a menor ideia de como fazer isso sem ganhar um enorme NÃO na cara.

— Ei, não vai me responder? - indagou Sarah diante do silêncio de segundos da outra mulher.

— Seria uma boa sair, mas se não se importa, eu acho que prefiro ficar em casa.

Sarah ficou momentaneamente surpresa com a resposta de Juliette, posto que era sabido por Andrade o quanto sua namorada adorava quando saíam para jantar fora. 

— Sério que não quer sair?

Ela apenas assentiu em resposta. Apesar de adorar sair pra jantar com Sarah, aquela semana Juliette não estava muito a fim de fazer esse tipo de programa de casal. Na verdade, ela adoraria fazer outro em que envolvia umas brincadeiras nada inocentes.

"Anda, mulher, faz logo essa proposta!", Uma voz gritou na cabeça da morena.

— Está bem então! Ficamos em casa. Posso fazer um jantar especial e compramos um bom vinho pra acompanhar.

— Parece ótimo. - Rebateu não muito animada e tentando arrumar uma forma de entrar no assunto que queria. Mas parecia uma tarefa tão complicada.

Após a resposta da amada, Sarah notou o olhar vago de Juliette enquanto um suspiro escapava de seus lábios. Aquilo estava estranho. De certo algo a preocupava e ela não queria compartilhar, por receio de lhe preocupar. Sua namorada às vezes tinha essa estranha e chata mania, que irritava um tanto a cirurgiã.

— Juliette o que houve, hein?

"Seja sincero com seu parceiro. Abra seu coração pra ele quanto aos seus desejos."

O lembrete daquela fala foi como um empurrão para que Juliette tomasse coragem para entrar no assunto que queria com Sarah.

— O que você acha... de jogos sexuais em um relacionamento, Sarah? - indagou com certo cuidado e hesitação.

A outra mulher arqueou uma das sobrancelhas em um gesto costumeiro, que Juliette apreciava e achava certas vezes uma graça na namorada, e em outras achava sexy.

— Por acaso isso tem haver com o programa adulto, que você mencionou estar vendo pela madrugada quando lhe mandei mensagem?

— Sim. O assunto era sobre jogos sexuais.

— Bom, pra mim essas coisas não passam de um recurso que alguns casais usam para apimentar a relação, geralmente quando as coisas não vão bem ou pra sair da rotina. Por quê?

Andrade deu um gole em seu café enquanto olhava com curiosidade para a namorava por cima da xícara.

— É que eu gostaria que nós experimentassemos esse lance de jogos juntas.

Sem fazer vírgulas, Juliette externou à Sarah aquele desejo. Viu a namorada arregalar os olhos.

— Por acaso acha que nosso sexo não anda bom para que recorramos a jogos sexuais, Juliette?

Diante da réplica em tom áspero e a cara amarrada que Sarah fez, Juliette logo já imaginou que sua namorada não aceitaria sua proposta. Mas ainda sim, tentaria barganhar aquela situação. Quem sabe não conseguisse dobrar Sarah e fazê-la aceitar aquela proposta.

— Não é isso, meu amor. Muito pelo contrário. Nosso sexo anda excelente, ok?!

A química que elas tem na cama é algo formidável. As duas se completam, satisfazendo sexualmente uma a outra de uma maneira única.

— Então caímos na rotina? - arriscou incerta.

— Também não, Sarah!

— Então me diz pra quê faremos jogos sexuais se as coisas estão boas?

A cara amarrada em Sarah deu lugar a uma confusa.

— Ah, porque o que é bom pode ficar melhor ainda, não pode?

A médica loira levou uma das mãos a nuca, alisando-a em um gesto típico de quando ficava sem saber como rebater um argumento da namorada.

— Poder... Pode!... Mas...

Por esse "Mas" e a careta que Juliette viu sua namorada fazer, a morena concluiu que Sarah não ia aceitar sua proposta por mais argumentos que usasse.

E a mulher morena teve a confirmação disso, quando a namorada admitiu que não queria fazer uso de jogos com a intenção de melhorar ainda mais a vida sexual delas. Segundo Andrade o "melhor ainda" podia também envenenar a relação. 'Tudo que é demais, pode ser algumas vezes maléfico!', foi o argumento usado pela outra médica.

— Mas amor... - usando de um tom manhoso, Juliette se levantou da cadeira e foi se acomodar no colo de uma Sarah que já lhe encarava com uma das sobrancelhas erguidas.

— Lá vem você com esse...

Sarah nem teve oportunidade de completar sua fala, pois a namorada a silenciou, colocando dois dedos sobre seus lábios. Juliette não ia desistir tão facilmente de convencer Sarah. Se não ia conseguir dobrar a namorada com argumentos, então que fosse com seus truques. Tinha uns bons e ia usar e abusar deles agora. Em seu favor havia o fato de Sarah na maioria das vezes ceder quando Juliette usava de um jeito todo especial para lhe convencer de algo.

— Me escuta... Esse lance de jogos só irão trazer benefícios pra gente não o contrário. A sexóloga disse que eles intensificam a intimidade e a cumplicidade entre um casal, além de deixarem o clima mais leve, já que as brincadeiras são divertidas, ajudam ao casal a se conhecer melhor, na cama e fora dela, entre outras coisas mais.

— Ju...

Outra vez Sarah foi silenciada pela namorada.

— Ei, pode ser uma experiência bem excitante, amor. Algo que vai tornar as nossas transas bem mais interessantes do que elas já são, sabia? - pronunciou essa última parte em tom baixo antes de beijar o pescoço da namorada para em seguida deixar uma leve mordida.

— Céus! - a loira deixou escapar. — Eu sei o que você está tentando fazer, viu doutora?! - resmungou a outra após soltar um longo suspiro e fechar os olhos.

— Que bom que sabe! - sorriu maliciosa, dando outro beijo no pescoço perfumado da namorada. — E sabe também que não sou de desistir fácil quando quero algo de você.

— E como sei bem disso! - gemeu, apertando a cintura de Juliette ao sentir a namorada lhe desferir outra mordida agora bem na curvatura do pescoço.

Outro sorriso de Juliette e ela sabia que estava no caminho certo para convencer a namorada.

— Vamos, amor! Fazemos só um jogo pra experimentarmos. - Juliette parou seus carinhos molhados e encarou uma Sarah que se mantinha de olhos fechados.

— Juliette... - resmungou a loira abrindo os olhos e encarando bem o rosto da namorada. Podia ver a vontade da amada em fazerem aquilo e se sentiu uma péssima namorada, por estar 'boicotando' um desejo visto explicitamente nos olhos cor de chocolate da outra.

"Não seja estraga-prazer, Andrade!", sibilou uma voz em sua mente.

Um longo suspiro e a cirurgiã se viu àquela altura sem a mesma coragem de momentos atrás, quando negou sem titubear a proposta de Juliette.

Filha da mãe!

Sua namorada vinha com aquele jeito doce e o manhoso apelido carinhoso "amor", só para lhe quebrar.

— Vamos fazer o seguinte: eu prometo que vou pensar com calma nessa sua proposta antes de dar uma resposta definitiva, pode ser?

Sarah viu um sorriso surgir nós lábios de sua namorada.

— Pode claro!

Logo após essas palavras a cardiologista  encheu o rosto da cirurgiã-geral de beijos estalados até por fim beijar demoradamente os lábios da Sarah.

O fato da cirurgiã não ter rejeitado em definitivo a proposta e prometer pensar nela, já era algo muito bom aos olhos de Juliette. Ia torcer para Sarah topar, porque do contrário ia ficar um tanto decepcionada.

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