Capítulo 10 (extra) - Seminário e novos amigos

N/A: Salve, salve, minha gente! Chegay com o nosso capítulo de toda quarta.

Simbora ler!

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- Bom dia! - Juliette saudou uma das duas moças que estavam atrás de uma mesa comprida, onde havia várias pilhas de crachás ali.

- Bom dia e seja-bem vinda ao evento. - respondeu uma das moças, já que a outra estava ocupada falando com outra pessoa.

- Obrigada.

- Seu nome completo, para que eu lhe dê o crachá para participar da abertura e também das palestras, além de servir para que use durante o mini curso. Você está inscrita no curso ou somente no ciclo de palestras?

- Em ambos. E o meu nome completo é Juliette Freire Feitosa.

A outra moça assentiu e tratou de pegar a pequena pilha de crachás com a letra J. Alguns nomes depois ela encontrava o dito pela cardiologista e lhe entregava o objeto ao mesmo tempo que lhe desejava uma boa participação no evento.

- Obrigada. Até mais. - se retirou Juliette para seguir ao auditório enquanto uma moça loira chegava para, provavelmente pegar seu crachá.

A cardiologista seguiu por um corredor até que foi indicada por um sujeito a quem pediu informação sobre onde ficava o auditório, porque havia se perdido. O senhor de meia idade que consertava a maçaneta de uma porta lhe instruiu a dobrar à esquerda e seguir mais um pouco que logo veria o lugar onde ocorreria a abertura do evento de medicina.

Ela seguiu a instrução do sujeito e momentos depois já estava acomodada em uma das cadeiras situadas no meio da terceira fileira postada diante do pequeno palco. Ergueu um pouco a manga de seu blazer rosê, mesma cor da calça social, e viu em seu relógio que ainda faltava meia hora para o início do evento.

Melhor chegar cedo que tarde!

Puxando para o lado de um dos ombros os cabelos que seu irmão Washington um cabeleireiro e maquiador de mão cheia, tratou de escovar e deixar com as madeixas bem lisas, Juliette deu uma olhada no entorno do lugar onde estava. Ainda havia um número razoável de cadeiras do auditório não ocupadas. Com certeza, o povo devia estar a caminho.

Seus olhos se focaram no palco e alguns segundos depois, ela sorriu ao ter a mente invadida por lembranças de certa palestra de anos atrás. Ela ainda recordava com perfeição daquele dia e de toda a palestra. Também como não lembraria tendo uma palestrante tão gata como aquela, que dissertava com tanta paixão e empolgação do assunto em questão?

Sem contar no pós palestra quando tomou a coragem ou a cara de pau mesmo, de chegar nela e lhe convidar para um café com uma desculpa furada, apenas para desfrutar de sua companhia e saber mais dela.

Lembrar daquilo, inevitavelmente lhe aguçou a saudade que sentia da namorada. Nem havia se passado 24 horas e ela já estava com enorme saudades de sua amada. Dormir sozinha foi bem complicado de início, pois já se habituou a dormir agarrada a namorada. Tanto que para conseguir enfim pegar no sono, ela teve de pegar na mala um blusão branco de algodão que Sarah às vezes usa para dormir, o qual trouxe escondido da namorada, e colocou no travesseiro. Abraçando o objeto, ela conseguiu dormir sentindo o cheiro da namorada impregnado na camisa vestida no travesseiro.

Pegou o celular de dentro da bolsa cor preta, a mesma cor dos sapatos e da blusa que vestia por baixo do blazer, e discou o número de Sarah. Queria ouvir sua voz. Desde de ontem que não ouvia. E como já era pouco mais das oito, ela já devia estar em casa ou a caminho dela se não tiver ficado um pouco mais no hospital.

- Oi, linda! - sua voz rouca soou do outro lado da linha, fazendo Juliette sorrir.

- Oi, amor! Já em casa?

- Acabei de chegar. Já ia te mandar uma mensagem. Não sabia se já estaria na UFCG para a abertura do Seminário.

- Já estou aqui, mas ainda falta alguns minutos para começar. Tem gente chegando ainda.

- Ah, sim.

- Aí, resolvi te ligar. Queria ouvir sua voz, porque já estou com saudades.

- Ô, mó, deuso! Eu também já estou com saudades de você, linda.

Juliette sorriu pela resposta ouvida.

- E no hospital como foi?

- Sem você por lá foi chato.

- E a minha substituta?

Ela só esperava que a médica que ficaria em seu lugar não se engraçasse para o lado de Sarah. Já lhe bastava Viviane, para se preocupar com mais outra cercando Sarah enquanto estava longe dela.

- Só hoje que ela vai.

- Hum...

- E aí, tem muita gente no evento?

- Está lotando já.

- Geralmente a abertura desses ventos costuma lotar mesmo.

- Ei! Sabe que estar aqui me fez lembrar ainda pouco de certa palestra, que eu fui anos atrás, de uma tal doutora Sarah Andrade na minha Universidade em João Pessoa?

A cardiologista escutou a namorada rir do outro lado da linha.

- Lembro bem dessa palestra, porque foi nesse evento que certa aluna me chamou para tomar café na cantina da universidade depois de ter enchido a minha bola ao fim da palestra. - havia um humor escancarado em sua voz ao contar aquilo. - Ela disse que estava cheia de dúvidas sobre o assunto da palestra, mas as perguntas que ela fez foram mais de cunho pessoal do que sobre Cirurgia Geral.

Juliette riu e desejou estar diante de Sarah para lhe abraçar e encher de beijos seu rosto.

- Na verdade a tal aluna estava mesmo era interessada em saber mais a respeito da palestrante mais gata que ela já teve do que, propriamente sobre o tema da palestra.

- Mais gata? Quanto exagero, Ju.

- Pode ser exagero pra você, mas pra mim não ora. Pra mim você foi a palestrante mais gata que já tive e é a namorada mais gata também. E a minha família acha o mesmo sobre isso, te falei ontem.

- Coitados tudo ruim de vista. - comentou em tom brincalhão e ambas sorriram na linha.

Elas ainda conversaram por mais alguns minutos até finalizarem a ligação com a promessa de se a tarde a cardiologista estiver livre, elas se falarem por vídeo chamada.

Juliette guardou o celular de volta a bolsa.

- Com licença.

A cardiologista ergueu a cabeça para a voz feminina que se dirigiu a ela. A moça loira de rosto angelical e sorriso doce apontou para a cadeira vazia ao lado esquerdo de Juliette e indagou se ela estava reservando para alguém.

- Ou! Não, não. Pode se sentar. - respondeu a cardiologista.

- Ah, obrigada. - agradeceu a outra e passou por Juliette, se acomodando na cadeira acolchoada. - Será que ainda falta muito para começar? Esqueci o relógio e o celular. Saí com tanta pressa do dormitório. - sorriu a moça.

- Falta dez minutos. - contou Juliette ao consultar as horas em seu relógio.

- Ah, menos mal. Desculpe nem me apresentei. Me chamo Vitória Moraes. - a loira estendeu a mão.

- Juliette Freire. - a cardiologista apertou a mão da outra em cumprimento.

- Qual sua especialidade?

- Cardiologia.

- Legal. A minha é Cirurgia Geral.

Juliette sorriu, lembrando-se de Sarah.

- Minha namorada também é dessa mesma área que a sua.

- E como ela se chama?

- Sarah.

Achou melhor não dizer o sobrenome, já que sua namorada era conhecida no meio.

- Ela veio com você para o evento?

- Não!

Juliette e Vitória seguiram de papo sobre o evento e algumas trivialidades até mais duas pessoas se acomodarem perto delas e poucos instantes depois o evento teve início.

O reitor da Universidade subiu ao pequeno púlpito, saudou os presentes e fez um discurso de pouco mais de dez minutos. Depois que deu por encerrado seu discurso, ele chamou ao púlpito o idealizador e organizador do evento, que segundo suas palavras era um amigo querido seu e um parceiro assíduo da Universidade quando se tratava de eventos como aqueles.

Um homem alto, de cabelos grisalhos muito bem arrumados e trajando terno e gravata, subiu ao púlpito e se apresentou dizendo seu nome e agradeceu a presença de todos ali. E pelos minutos que se seguiram, Aílton dissertou sobre como seria o evento, o mini curso e o ciclo de palestra. Apresentou alguns palestrantes, que também deram algumas palavrinhas e então foi dado oficialmente aberto o Seminário de Medicina que teria duração de uma semana ali.

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Juliette estava em companhia de Vitória no refeitório da Universidade, já que não daria para ir em casa almoçar posto que logo mais já teria a primeira de duas palestras do ciclo àquele dia para assistirem, tendo um intervalo de uma hora e meia entre uma e outra. Então resolveram fazer a refeição por ali mesmo.

A cardiologista havia se entrosado rápido com a outra mulher e já conversavam como se fossem velhas amigas. Vitória era falante, alegre e alto astral, bem parecida com Juliette. Então não foi difícil se darem bem de cara.

- Oi! Podemos sentar com vocês?

Uma mulher negra, alta, magra e muito bonita, indagou acompanhada de um homem com tranças nos cabelos.

- Claro! - Juliette tomou a dianteira na resposta. Ela e Vitória tinham acabado de se acomodar para iniciarem sua refeição.

- Obrigada! - agradeceu a outra mulher. - É que as outras mesa já estão lotadas então, eu e o meu mais novo amigo aqui só vimos a de vocês com vaga.

- Sem problema. Como se chamam? - Juliette quis saber.

- Camilla.

- João. - o rapaz se apresentou com certa timidez.

- Eu sou Juliette.

- E eu Vitória.

Logo os quatro já estavam batendo papo para se conhecerem em meio a refeição que compartilhavam. Cada um falou um pouco de si para os outros. A primeira foi Camilla que contou que é Pediatra, tem 29 anos, mora no Rio de Janeiro e tem namorado. Depois veio Vitória que disse aos outros dois que era Cirurgiã geral, também mora no Rio de Janeiro, tem 28 anos e tinha terminado um relacionamento recentemente com uma garota. João, 33 anos, emergencista, casado com um professor e pai do pequeno Téo de cinco anos, que adotou faz dois anos com o marido.

- Ai, que lindo e fofo o seu filho, João. - elogiou Vitória ao ver a foto do menino que João mostrava no celular.

- Olha essas bochechas que vontade de morder. - Juliette comentou em tom de brincadeira.

- Ele é um doce de menino.

- E você um pai coruja. - observou Camilla.

- Totalmente. - admitiu o rapaz.

- Falta só você se apresentar Juliette. - comentou Camilla.

- Bom... me chamo Juliette como vocês já sabem. - ela riu e os outros também. - Sou natural daqui de Campina Grande, mas moro em São Paulo para onde fui tem cinco anos para fazer minha especialização em Cardiologia Clínica e por lá mesmo fiquei após arranjar um emprego. Tenho 29 anos e uma namorada também médica.

- Ai, gente. Posso comentar um negócio? - Camilla se pronunciou.

Os outros três assentiram.

- Eu estou me sentindo a ET do grupo, por ser a única hétero aqui. - comentou em tom brincalhão, arrancando risadas dos demais.

O grupo ainda ficou de conversa por mais alguns minutos e depois todos se dirigiram ao auditório de volta para assistirem a primeira palestra que tinha como tema:  "A Medicina e o Estilo de Vida - a importância dos hábitos saudáveis"

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Acomodada a mesa enquanto almoçava tardiamente, Sarah aguardava vir uma resposta de Juliette a mensagem que lhe mandou há algum tempinho já, só que até agora nada.

Deduziu que muito provavelmente, sua namorada estaria ainda no Seminário. Sabia bem como esses eventos funcionava. Geralmente era o dia todo, ainda mais quando era o dia de abertura do evento. Mas achou que a namorada ia ter uma brecha para se falarem um pouco, mas pelo visto isso não ia rolar.

- É acho que não vamos ver hoje sua outra mãe pelo telefone, Bento. - olhou o cão sentado a pouca distância de sua cadeira.

As horas daquela tarde avançaram rápido e nada de vir resposta de Juliette. Deu a hora de Sarah sair para o trabalho então, ela mandou uma mensagem para a namorada e saiu de casa rumo ao hospital, frustrada por não ter conseguido falar com a cardiologista.

O rádio estava ligado em uma estação qualquer, uma música tocava enquanto ela estava parada em um engarrafamento. Os dedos tamborilando no volante enquanto seu pensamento voava outra vez até Juliette com quem não conseguiu falar. Queria tanto ouvir sua voz e vê-la. Porém, até agora nada!

A música que tocava terminou e o locutor disse algumas palavras, antes de anunciar a próxima música, que era um pedido especial de uma ouvinte: Ai, amor de Anavitória. Sarah sorriu e balançou a cabeça ao ouvir o nome da música. Os primeiros acordes da canção veio e a médica até aumentou um pouquinho mais o som do carro para ouvir melhor a música enquanto sua mente era tomada pela lembrança da primeira vez que escutou aquela música.

"Sabe o que me deu vontade de fazer nesse instante, Sarah?"

Com sua taça de vinho na mão, a médica loira negou com a cabeça enquanto seus olhos encaravam Juliette. A cardiologista já dava sinais de que a garrafa de vinho que haviam tomado já quase inteira, começava a deixá-la mais soltinha.

Era noite de folga delas, uma folga que Sarah conseguiu dar um jeito de coincidir com o aniversário de dois meses de namoro delas, já que na comemoração de um mês, elas passaram trabalhando.

O segundo mês de namoro estava sendo comemorado ali no apartamento de Sarah, com direito a jantar a luz de vela e uma refeição completa pedida no bistrô preferido de Juliette, já que Sarah não é tão prendada nessa área como sua namorada é. 

"Me deu vontade de dançar com você."

"Dançar?", A médica loira fez uma careta. "Eu não sei dançar, Juliette."

"Te ensino."

"Não gosto de dançar.", revelou.

"Pois vou me encarregar de que comigo, você goste, doutora Andrade.", Piscou para a namorada antes de se levantar do sofá e ir até o aparelho de som na estante.

Sarah ficou observando a namorada procurar uma música pelas estações de rádio, ciente de que não escaparia daquela situação. Nesses dois meses de namoro descobriu que Juliette quando botava algo na cabeça não desistia disso até conseguir. Sem contar que era bastante persuasiva quando queria lhe dobrar.

"Ai, eu amo essa música."

Uma música que Sarah até então nunca escutou antes tomou conta da sala. A melodia era gostosa de se escutar e a voz feminina que começou a cantar os primeiros versos também.

"Vem, Sarah.", Juliette chamou com o dedo indicador a namorada enquanto descalça e segurando na barra de seu vestido rodado, já começava a dançar movendo com suavidade os quadris.

A cirurgiã negou, balançando rápido a cabeça, que nem criança.

"Você vai me fazer ir aí mesmo te buscar, Carolline?"

"Juliette..."

"Por favor, amor!"

Sarah suspirou em resignação. Não ia ter jeito de fugir daquilo ali. Outra coisa que descobriu nesse tempo de namoro foi que Juliette quando lhe pedia algo daquela forma, tornava a recusa humanamente impossível da parte de Sarah.

"Tá bom, tá bom.", Cedeu, depositando sobre a mesinha de centro sua taça vazia. "Mas já aviso novamente que não sei dançar, Juliette."

"Já falei que te ensino."

Juliette levou a mão a lombar da namorada e trouxe a outra para juntar seu corpo ao dela. Com a outra mão segurou a de Sarah no ar, entrelaçando seus dedo e lhe instruiu o básico um 'pra cá um pra lá', pedindo que ela tentasse mexer junto os quadris.

"Olha só! Isso aí, doutora Andrade. Está indo bem.", Elogiou quando a namorada pegou o jeito alguns segundos depois.

"Só você mesmo pra me fazer isso, Juliette."

A cardiologista sorriu.

"Ei... Diz pra mim o que eu quero escutar... Só você sabe adivinhar... Meus desejos secretos", Juliette cantarolou tais versos encarando a namorada nos olhos enquanto exibia um sorriso.

"Eu sei adivinhar, é doutora?"

"Sabe!", Confirmou, esticando mais ainda os lábios em um sorriso lindo que fez Sarah sorrir também em alegria. "E como sabe!"

O som estridente de buzinas tirou Sarah daquela doce lembrança. A médica pôs o carro para andar ainda sorrindo da lembrança daquela noite. Depois da dança regada a beijos, alguns rodopios, sorrisos e Juliette cantarolando para a cirurgiã outros trechos mais da música, elas voltaram para o sofá onde trocaram mais beijos. E a noite acabou com elas na cama de Sarah se amando até a madrugada adentro.

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- Boa noite, gente! - Sarah saudou ao pessoal que já lhe aguardava, entre eles a cardiologista que ficaria de substituta de Juliette, a doutora Vivian.

- Boa noite! - responderam em coro.

- Doutora Amorim, seja bem vinda. - Sarah cumprimentou a cardiologista.

- Obrigada, doutora Andrade. Vai ser uma honra fazer parte de sua equipe ainda que por apenas alguns dias. - a cardiologista abriu um sorriso largo para a sua chefe temporária.

"Ah, a Juliette aqui!", Pensou Rodolffo cobrindo a boca com uma das mãos para não deixar os outros verem seu sorriso. Se sua amiga visse aquele sorrisão da outra mulher para a namorada, certamente não ia gostar e de quebra, ainda ia se corroer de ciúmes.

- Ih, Viviane, eu acho que você acabou de ganhar concorrência. - Kerline resmungou para a outra médica.

Pocah nem se deu o trabalho de responder ao comentário da outra.

- É impressão minha ou essa substituta da Ju, gamou na nossa chefinha? - Fiuk resmungou baixo para Carla e Gil.

- Amigo, eu acho que sim, viu. Ai, Brasil. - Gil sussurrou essa última parte, fazendo seus dois companheiros rirem de maneira contida para não chamar a atenção dos demais.

- Bom vamos ao trabalho, gente. Kerline, Viviane e Caio, nós temos uma cirurgia longa em meia hora. Então vamos nos preparar. Os demais aos atendimentos que temos e muito hoje.

- E quando que a gente não têm muitos atendimentos por aqui, chefinha? - brincou Fiuk com um sorriso que se desmanchou ao ver a cara séria com a qual Sarah lhe encarou devido ao apelido que ele insistia em chamá-la, mesmo ciente de que a chefe não era a maior fã desse apelido. - Foi mal, doutora Andrade.

- Ao trabalho, pessoal. - Sarah saiu, mas ainda deu para escutar Rodolffo e os outros zombarem de Fiuk, dizendo que ele se pelava de medo dela.

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As duas palestras encerram pelas oito, mas ao invés de ir para casa, Juliette acabou indo a um restaurante com os novos amigos para comer algo após o evento. Viu as mensagens de Sarah e respondeu, mas ciente de que aquela hora ela já devia estar no trabalho e não lhe responderia de imediato, então ficaria no aguardo.

Se focou em dar atenção aos novos amigos. Eles são hiper animados. O entrosamento com João e Camilla foi tão instantâneo quanto havia sido com Vitória. O quarteto já se dava super bem que até combinaram de ir a praia depois de amanhã, que seria domingo, pois nesse dia não haveria programação na Universidade.

- Juliette, você como natural daqui tem quase que o dever moral de nos apresentar uma praia.

- Pois deixem comigo, que apresento sim, gente.

Os quatro trocaram números de contato na frente do restaurante após o jantar e se despediram com a promessa de se verem amanhã no curso, cujo qual todos participariam.

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Deitada em sua cama de seu antigo quarto, Juliette tentava contato com Sarah. Era quase dez da noite e já tinha mandado algumas mensagens e também ligado, mas sem sucesso. Provavelmente as coisas deviam estar corridas por lá como sempre. A cardiologista ainda aguentou acordada até pouco mais das onze para ver se a namorada retornava com alguma mensagem ou até mesmo ligasse, só que isso não veio. Então acabou indo dormir triste por não ter conseguido falar com Sarah.

As oito do dia seguinte a cardiologista já estava na Universidade para a primeira aula do curso. No caminho ainda tentou contato com Sarah, mas outra vez sem sucesso. Enviou uma mensagem pouco antes da aula começar e em seguida, pôs o celular no silencioso para não interromper a aula que teve duração de quatro horas. Houve uma pausa para o almoço e Juliette junto de seus novos amigos foram comer no restaurante da Universidade. A cardiologista aproveitou o término de sua refeição para tentar outra vez contato com Sarah, sem obter sucesso mais outra vez

- Droga!

Aquele desencontro todo estava começando a lhe deixar irritada.

- Algum problema, Juliette?

- Nada de mais, Camilla.

- Ei, ainda temos uns quarenta minutos antes do segundo turno da aula começar. - as aulas eram divididas em dois períodos manhã (parte teórica) e tarde (prática). - Que tal uma volta pelo Campus? - propôs João.

Vitória foi a primeira a se empolgar com a proposta e topa-la. Em seguida foi a vez de Camilla e por último Juliette. O quarteto saiu do restaurante e seguiu pelos corredores conversando e contando cada um de sua época de universitário. Em determinada altura do passeio o celular de Juliette tocou e assim que ela viu que era Sarah, no mesmo instante pediu licença aos amigos e foi atender a chamada mais afastada do trio.

- Até que enfim!

- Eu que o diga.

- Você estava dormindo?

- Sim. Acordei agorinha com o som do despertador do celular que programei para poder te ligar, já que você me mandou a mensagem de manhã avisando que estaria livre entre o meio dia e as duas da tarde. Como está?

- Até segundos atrás estava irada. - respondeu.

- Irada por quê?

- Por não conseguir falar com você. Esse desencontro todo estava me dando nos nervos já, Sarah.

Ouviu um som anasalado da risada fraca da namorada e seu coração se acalmou. Como era bom ouvir aquele seu sorriso contido.

- E agora ainda está irada?

- Não. Agora estou feliz e com saudades.

- Somos duas. - confessou a loira.

- Quero ver você. Vou ligar de vídeo chamada.

- Não. Estou com a cara horrível. Acabei de acordar.

- Até parece que eu nunca te vi nesse estado, Carolline. Vou desligar aqui e chamar na vídeo.

Sem dar tempo de contestação da outra, a cardiologista finalizou a chamada de voz para iniciar uma de vídeo. Em segundos a cara ainda sonolenta de Sarah tomava a tela do aparelho celular.

- Oi! - com a mão livre e um sorriso nos lábios, ela acenou para Sarah.

- Oi! Satisfeita em me ver assim com cara de quem acordou não faz muito tempo?

- Muito satisfeita. E você está linda assim mesmo.

- Doutora Freire mentir é muito feio.

A cardiologista caiu na risada sendo acompanhada pela namorada.

- E aí, como foi a aula? Me conte.

Juliette satisfez o pedido da outra contando em resumo sobre o quão enriquecedor foi esse primeiro período de aula. Depois ainda contou até dos novos amigos que fez e do quanto eles são gente boa e divertidos a beça.

- E eles são casados ou solteiros? - sondou como quem não quer nada.

- O João é casado e tem um filho que adotou com o marido faz dois anos. Ai, amor, o menino é a coisa mais fofa. Tem umas bochechas que dá vontade de morder. - Sarah sorriu. - Já a Camilla tem namorado. E a Viih tá solteira.

- Viih? - Sarah enrugou a testa com aquela forma da namorada se referir a outra mulher. - Nossa! Já estão íntimas assim é?

- Não seja debochada. Ela que pediu pra gente chama-la assim. Não sou só eu que a chamo desta forma. Camilla e João também.

- Hum...

Juliette escutou seu nome ser chamado de longe e em um tom alto. Olhou para trás e João acenou e apontou seu relógio, indicando que estava quase na hora da segunda aula. A cardiologista acenou um positivo e se voltou para a tela do celular.

- O que foi? - Sarah quis saber quando a namorada se voltou com a atenção para ela.

- Preciso ir. João me chamou, avisando que a segunda aula já vai começar.

- Ah!... Bom, então vá lá. Provavelmente só nos falaremos assim amanhã, mas mando uma mensagem pra você a noite. E se tiver uma brecha ligo. Não liguei ontem porque tive uma longa cirurgia e depois uma porção de outras coisas para fazer. Aí, não deu.

- Está bem. A gente fala a noite se conseguir. Beijos.

- Beijos, linda.

Assim que finalizou a chamada, a cardiologista seguiu de volta ao grupo de amigos.

- Acho que alguém estava falando com a namorada, porque a carinha está bem mais alegre do que antes do celular tocar. - observou Camilla com um sorriso.

- Era com ela que eu falava mesmo. - confirmou diante dos olhares dos demais. - Agora, vamos pra aula, minha gente.

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O próximo é simplesmente o capítulo do almoço na casa da Kerline.

Até a próxima quarta, meu amores.

Um xero.

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