17
Algumas semanas já haviam se passado e Sasuke mesmo que se recusasse a admitir, estava ficando cada vez mais conectado ao seu time.
Isso me deixava aliviada, saber que ele estava finalmente criando novos laços.
Eu estava exausta, tinha passado a noite inteira estudando as aplicações de ninjutsu médico, não podia ser considerada uma médica ninja mas sabia o básico sobre isso. Era um padrão comum que ao menos uma pessoa de cada equipe soubesse um pouco sobre isso.
Felizmente era um assunto que eu gostava de estudar, e talvez algum dia quem sabe, eu pudesse até me aventurar nisso deixando de lado as missões ninjas, me dedicar totalmente aos cuidados e tratamentos de outras pessoas.
O sol já estava quase nascendo quando me deitei e parecia que eu havia acabado de fechar os olhos quando fui acordada de novo. Acostumada com uma rotina puxada me levantei para atender ao ninja que me aguardava.
O ANBU estava vestido com o uniforme famíliar, a máscara branca com listras vermelhas cobrindo seu rosto, ele segurava em uma das mãos um pergaminho com uma mensagem do Hogake, que me convocava para uma missão de última hora.
O ninja partiu silenciosamente após cumprir seu dever, deixando para trás uma Hanna preguiçosa, voltei ao quarto pronta para me vesti com as roupas confortáveis e práticas que usava em missões e logo depois segui até o escritório do Hogake.
Mesmo que ainda fosse muito cedo, a Vila já estava movimentada, o centro comercial de Konoha tinha um pouco de tudo e era revigorante está entre tudo aquilo, enquanto passava acabei cumprimentando várias pessoas no meu caminho e até peguei um chá verde para tomar.
— Hogake-sama! - chamei, quando cheguei, batendo na porta do escritório e entrei assim que recebi a permissão.
Fiquei surpresa ao ver Kami também na sala do Hogake, não sabia que ela estaria aqui. Ela olhou por cima do ombro magro e sorriu para mim me cumprimentando com um aceno enquanto eu me aproximava.
— Hanna, desculpe o horário, essa é uma missão relativamente simples mas que precisa de atenção imediata. - o Sandaime falou e estendeu um pergaminho que Kami pegou prontamente.
— Não se preocupe Sandaime.
— Vamos esta partindo de imediato. - Kami garantiu.
— Um representante do país da Grama precisa de escolta para a Vila da Chuva, - ele continuou, nós duas ouviamos com atenção. — Ele está levando uma mensagem importante, mas apesar disso ninguém sabe que há qualquer tipo de relação entre eles, não deverá ter problemas pelo caminho, a escolta é apenas uma precaução.
— Entendo, por isso apenas nos duas. - comentei.
— Isso mesmo, o mensageiro deve chegar a qualquer minuto, ele estará no portão An para que partam.
— Ok, - com uma pequena reverência em respeito ao Hogake saímos para nosso destino nos portões para aguardar a quem protegeriamos.
Uma missão de escolta era realmente muito fácil de cumprir, em geral não havia problema nenhum nesse tipo de missão.
— Eu estava torcendo por um dia de folga. - Kami reclamou, as mãos firmemente afundadas nos bolsos.
Desviei minha atenção para a garota ao meu lado, apesar da estranheza que esse comentário trouxe preferi deixar a situação mais leve, então acabei sorrindo.
— Isso não parece a Kami que eu conheço. - comentei.
Kami não era do tipo que reclamava de missões ou mesmo que dispensava qualquer uma. Ela era uma Senshin, a Kekkei Genkai desse clã era uma incrível habilidade em Taijutsu, além disso os Senshin eram uma civilização que vivia para a guerra, estava realmente enraizado no sangue dela procurar batalhas.
O Clã Senshin na verdade não era um dos clãs de Konoha, eles eram uma antiga civilização que se localizava na Vila da Pedra. O pai de Kami fazia parte do clã mas mudou-se para Konoha após se casar e as habilidades que Kami herdou eram em sua maioria as mesmas que as do seu pai.
— Há dias eu me sinto estranha. - Kami murmurou tão baixo que eu quase não ouvi.
— Estranha, como?
— Eu não sei como explicar, é como se meu corpo estivesse antecipando alguma coisa. - ela encarava o caminho a sua frente com as sobrancelhas franzidas, parecia realmente zangada.
E poucas coisas eram mais assustadoras do que uma Kami zangada.
— Não se preocupe, - falei e apertei o ombro dela em um conforto. — Vamos estar de volta antes que você possa perceber.
O único problema, é que agora o desconforto de Kami tinha se infiltrado em mim também, e eu já podia sentir o sentimento indesejado rastejando em meu corpo.
Aguardando nossa chegada nos portões estava um garoto solitário, ele parecia novo demais para ser um mensageiro, suas feições delicadas e o corpo esguio. Usava uma capa branca e um chapéu com aba larga que protegia seu rosto do sol que ainda nem havia surgido completamente.
— Vocês serão minha escolta, imagino. - ele comentou.
— Isso mesmo, me chamo Hanna. - me apresentei e indiquei Kami com um aceno antes de falar. — E essa é Kami-chan.
— Vocês não me parecem fortes o suficiente. - o resmungo foi abafado enquanto o garoto se virava para os portões da Vila.
— Somos kunoichis habilidosas, não se preocupe, além do mais essa é só uma missão de escolta, certo? - Kami perguntou, a sobrancelha erguida na direção do garoto.
— Certo...
A primeira impressão que tivemos uns dos outros não foi a mais agradável, suspirei já imaginando como terminaria aquela missão, parecia que hoje todos estavam em seus limites. Durante toda a manhã nós seguimos em silêncio em direção a Vila da Chuva, ao meio-dia nos paramos as margens de um rio, mas apenas por causa do longo monólogo de reclamações de Ikaro, o garoto mensageiro.
Isso era estranho, os mensageiros em geral não conseguiam parar, ou mesmo ficarem tranquilos, até que suas mensagens tivessem sido entregues. Não comentei sobre isso enquanto Ikaro comia algo que trouxe com ele, Kami por sua vez mastigava uma pílula de comida com lentidão.
Ela parecia imersa em seus próprios pensamentos, e isso por sua vez era estranho a ela também. O meu time já tinha saído em missões com o time de Kami várias vezes, e era impossível não notar que o time dela nunca descartava esse sexto sentido quando ele aparecia.
Mas não havia como saber, e a antecipação tirava o foco.
— Vamos continuar, no ritmo que estamos indo vamos demorar o dobro do previsto para chegarmos a Vila da Chuva.
— O importante é chegarmos lá, não quando. - Ikaro falou de seu lugar junto ao tronco de uma árvore.
— Os ninjas não tem como hábito prolongar desnecessáriamente alguma missão. - respondi, quando me virei para ele, mãos apoiadas nos quadris observando o rosto jovem inexpressivo.
— Tudo bem, - ele deu de ombros, guardou sua sacola e ficou de pé. — Vamos acabar logo com isso.
Alguma coisa sem dúvida estava fora do lugar, mas descobrir o que era não era nada fácil. Seguimos a um passo mais apressado durante a tarde, e quanto mais nos aproximavamos do nosso destino, mais o sentimento de inquietação aumentava também.
Eu me perguntava se estávamos preparados para o que quer que fosse a causa daquele sentimento.
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O que será que vem por aí?
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