× nove ×
1 mês depois
Amy ×
A cada peça de roupa que eu usava dava pra notar que minha barriga marcava mais, os 4 meses mais redondos da minha vida. E eu adorava.
De frente ao espelho, olhava como a blusa manga longa preta fazia uma linda ondinha de perfil. Coloquei uma calça cinza com algumas pequenas listras pretas e fui trabalhar.
A maioria dos meus amigos ali já sabiam da minha gravidez, e todos ficaram muitos felizes, apesar de uma grande maioria ter ficado chocado, já que eu não tinha namorado.
O lado "obscuro" de se fazer sexo casual. Eh, cada um sabe de si.
Apenas Jane, a colega de trabalho mais próxima que havia feito uma certa "ligação" entre a minha gravidez e o fato de que o famoso Chris Evans seria pai.
Ela sabia da amizade da minha família com os Evans e que nós tínhamos alguns encontros...
A mesa dela era próxima a minha, então sempre dava para conversarmos durante o período de trabalho.
— Olhe como ela já está grande! — A mulher me mostrava a foto da sobrinha, que havia acabado de fazer 6 meses.
A menina tinha um lindo sorrisinho, e seus olhos puxados — assim como o da tia, já que tinham descendência asiática — ficavam totalmente fechados.
Fiz uma cara fofa e imaginei quando o meu bebê estivesse daquele tamanho.
— Ela está linda, Jane. As bochechas rosinhas... — faço uma cara fofa para ela.
— Nem me fala, sempre que dá estou apertando essas bochechas. — ela guardou o celular — E aí, você fez uma consulta recentemente, não é? Como vocês estão?
— Está tudo bem — sorri para ela — Já até dava para sabermos o sexo, mas eu e Chris preferimos esperar até quando aguentássemos.
— Ahh! Muito legal da parte de vocês, não sei se eu aguentaria esperar, sou tão ansiosa que seria capaz que assim que descobrisse que estava grávida correr para o médico para saber logo o sexo — nós rimos — E você e o Chris Evans, hein?! — ela levantou a sobrancelha insinuando algo.
Eu ri.
— Não, não... Não temos nada demais... — falo e passo a olhar o chão.
— Nada demais mesmo — Jane diz — Só um filho vindo aí.
— Jane! — eu a repreendo e rio — Você entendeu. Ele até estava com uma mulher, mas segundo ele não era nada de relacionamento...
— Ah, mas vocês têm uma amizade colorida?
Respiro fundo.
— Tínhamos. — sorrio e lembro de alguns bons momentos — Mas agora somos só amigos. Ele até passou algumas semanas aqui comigo e acabamos nos aproximando mais, já que nos víamos todos os dias, mas não passou disso. Ele já voltou para Boston...
Termino de falar e vemos que meu chefe, o senhor Michel, chega.
Sempre tampo o nariz quando o vejo, o perfume dele continua a não me descer... ew.
Tratamos de "voltar" a nossos postos e lembro que ainda tinha de falar com ele a um assunto pendente, o meu artigo. Um frio percorre meu corpo só pensar na possibilidade dele ser publicado.
O dia passou e a mesma rotina diária seguiu nos conformes, corrigindo erros de artigos, indo buscar grande quantidades de papeis, conferindo se tudo esta ok com outro, indo atrás de reler algo e relendo... e assim fui levando até um pouco antes de ir embora, quando tomei coragem e decidi falar com meu chefe novamente. Levanto e passo a me abanar, sinto minha respiração mais pesada que o normal.
Hoje o dia estava quente, mesmo no ar condicionado estava me sentindo zonza...
Culpa do aquecimento global... rio com esse comentário mas logo paro ao sentir uma pontada na barriga. Sento de volta na cadeira com uma força e passo a tentar controlar aquela dor.
— Amy! Amy, está tudo bem? Amy! — Jane corre até mim ao me ver daquele jeito.
Segurava minha barriga com uma mão enquanto com a outra eu fazia círculos na inútil tentativa de fazer com que aquela dor passasse.
— N-NÃO. E-eu... — cada vez mais estava ficando difícil de respirar. — Me ajude a sair, p-por favor...
— Vamos, eu lhe levo ao hospital!
Rapidamente ela me ajudou a levantar e fez com que apoiasse meu peso nela. Ela me levou até a sessão onde ficam as cadeiras de rodas e me ajudou a sentar em uma. Nunca fui tão grata.
Entramos no elevador e ela apertava o botão a cada 2 segundos. Passei a me concentrar na minha respiração ou entraria em pânico... a dor dava sinal de que estava diminuindo. Não, ela continuava forte. Fico de cabeça baixa e de olhos espremidos a cada pontada.
Finalmente ouço o barulho do elevador anunciando o térreo e saímos o mais rápido possível.
— AMY! — ouço gritarem meu nome assim que chegamos a porta do prédio e vejo que era Jake, ele estava na companhia de Rosa.
— AH MEU DEUS, AMY! O QUE ESTÁ ACONTECENDO? — Os dois falaram juntos.
— E-eu... — respiro fundo — Preciso de uma carona até o hospital. — consigo falar por final.
Jane, Jake e Rosa me ajudam a entrar no carro com tudo cuidado. Sinto minhas mãos tremerem e só consigo ouvir Jane pedindo para dar notícias e logo o carro passa a se mover.
Fui para a parte de trás do carro e Rosa ficou ao meu lado tentando me acalmar. Mas como vou me acalmar? O que está acontecendo? Há um mês atrás estava tudo perfeitamente bem e agora passo a sentir isso? Me dou conta de que estou chorando quando sinto Rosa secar uma de minhas lágrimas.
— Eu estou com medo, Rosa. E com dor. — digo chorosa.
— Vai ficar tudo bem, confia! — ela tenta parecer confiante, mas seu tom não ajuda.
Minha cabeça já passam mil e uma coisas, e pouquíssimas delas são boas.
— Meu bebê... — digo baixinho tocando minha barriga.
Chegamos no hospital e logo sou encaminhada para uma sala específica. Os médicos não deixaram que nem Rosa ou Jake entrassem, e eu fico sozinha naquela sala branca gemendo de dor. Passo a pensar em tudo... Chris... CHRIS... Ai, meu Deus! Eles têm que avisar a ele!
— Chris...! — tento me levantar da maca, mas minha tontura deixa minha vista escura e me sinto 2x mais pesada que o normal. Tento levantar novamente mas sou impedida por um enfermeiro que entra na sala.
Ele vem até mim e faz com que eu me deite enquanto coloca alguma coisa na minha veia.
— V-você tem que avisá-lo... — digo com a voz lenta tentando relutar. — Por favor... — meu choro foi cessando e a dor passando na medida em que o sono chegava.
Chris ×
Já tem quase um mês desde que voltei de NY. Tenho falado com Amy quase todos os dias, já tinha comentado com ela a respeito de ter uma casa lá e ela disse que me ajudaria a escolher.
— Quando que você volta para Los Angeles mesmo? — Scott chega na sala trazendo cervejas e me oferece uma.
— Isso é alguma indireta pra eu ir embora logo? — aceito e tomo um gole.
— Entenda como quiser. — ele brinca e nós rimos — Mas você tem que ir antes da bebê nascer, não é?
— Da bebê? — friso e rio — Você já decidiu que vai ser uma menina?
— Eu tenho 99% de certeza de que será sim. — ele diz convicto. — Shannah acha que será menino e Carly também. Mamãe e papai não têm opiniões. — ele dá de ombros.
— Ah, ta! E os outro 1%? —pergunto.
— Bem, margem de erro para quando nascer. — ele diz sério e eu caio na gargalhada.
— Scotty, você não existe. — dou um gole na cerveja — E, sim, tenho que ir antes que ela ou ele nasça para arrumar o quarto, etc. Na verdade eu estou esperando Amy tirar sua licença, ela irá me ajudar nessa questão.
— Ah, vocês ficaram próximos durante essa viagem, não é? — ele diz me olhando fixamente.
Nesse momento Shannah se junta a nós na sala.
— Sim, somos amigos, temos de ser, não é?! Vamos ter um filho juntos...
— É sim. — Shannah diz entrando na conversa. — O que você prefere que seja?
— Saudável.
Vejo quando ela e Scott se olham e passam a rir.
— Ha ha ha! Você só diz isso porque perdeu dinheiro quando apostou o sexo dos seus sobrinhos!
— Foi mesmo! — Shannah relembrou — Você é péssimo nisso, Chris.
— Vocês são dois bobões! — digo vencido.
Voltamos a assistir TV conversando coisa ou outra quando ouço meu celular tocar. Era Rosa.
— Olá, Rosita. O que você mand...
— CHRIS! Venha para NY agora, Amy está no hospital, ela passou muito mal!
— O-o que? ROSA? COMO ELA ESTÁ? COMO ESTÁ O BEBÊ? — digo me levantando e ficando exaltado — E-EU ESTOU INDO PRA AÍ, NÃO... ESTOU EM BOSTON! TENTAREI CHEGAR O MAIS RÁPIDO! — passo a mão no cabelo bagunçando-o. Meu desespero chamou a atenção de todos ali, minha mãe se encontrava na sala e Scott e Shannah estavam atentos.
— Foi Amy, Rosa disse que ela passou muito mal e precisou ser hospitalizada! — digo rápido e entrando em desespero andando de um lado para outro — Scott, procure voos para NY agora, quanto mais gente procurando melhor!
— Meu filho... O que ela disse mais?
— Q-que Amy sentiu algumas pontadas na barriga e... Mãe! — ela vem em minha direção e me abraça — Tenho medo do que possa acontecer...
— Vai ficar tudo bem, Chris. — Shannah diz apreensiva.
Enquanto Scott buscava voos para agora, ligo para um colega que trabalha em uma companhia aérea. Para minha sorte, ele conseguiria me encaixar para um voo para daqui há 30 min.
Corro para fazer uma bolsa rápida de viagem com uma muda de roupa e Scott vai me deixar no aeroporto. Meu medo junto da ansiedade estão quase me causando uma crise de pânico. Eu só quero chegar lá o mais rápido possível.
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