× dezessete ×
O fim de semana havia chegado e todos já se aprontavam na garagem do ator para irem em direção ao aeroporto.
— Amy — Chris falou pondo uma mecha do cabelo da mulher atrás da orelha — Eu juro para você que são só dois dias e eu vou estar aqui quando sua bolsa estourar. Não se preocupe, vai dar tudo certo.
— Mas e se...
— Vamos pensar positivo, ok? — disse e a abraçou.
Rosa, Shannah e Scott se despediram de Amy com vários abraços demorados.
— Dá próxima vez que nos vermos você estará com um bebêzinho no colo. — Rosa disse e sorriu para a amiga.
— E pelo andar da carruagem não demorará muito, não é? Eu já quero segurar essa criança para ontem! — Scott completou fazendo-os rir.
— Amy, assim que você começar a sentir as dores por menor que sejam você nos mantenha informados! — Shannah ordenou — Quero chegar aqui o quanto antes e ser a primeira pessoa depois de vocês — se referiu a ela e Chris — a pegar essa criança.
Como dito, Chris não conseguiu se livrar do maldito compromisso e teria de ir até Boston resolver um pequeno problema. A viagem de LA à Boston durava cerca de 5h30, e Amy sentia-se aflita só de pensar.
Apesar da mulher aparentar estar mais calma ou confiante, Chris sabia como ela estava se sentindo no fundo, pois ele estava do mesmo jeito. Se odiava por ter que de afastar dela por cerca de dois dias, ainda mais ela estando no último mês de gravidez.
— Scott, pode colocar o resto das malas no carro, por favor? Preciso pegar algo lá dentro. — o homem pediu ao irmão e virou a atenção para Amy — Ei, vem aqui dentro comigo.
Curiosa como era, Amy logo tratou de ir atrás do homem que ia até a sala.
— Eu sei o quão nervosa você está por eu ter que me afastar, mas, ó — ele andou até o sofá e pegou uma caixa — Abra.
A mulher ficou sem entender mas fez o que ele pediu. Abriu a caixa e viu dois ursinhos de pelúcia iguais ao que haviam comprado na semana anterior.
O homem ficou mais próximo dela e pegou ambos os ursos estendendo a mão para que ela tomasse o outro.
— Esse fica comigo e esse — a entregou — com você. Se sentir algo, aperte ele bem forte que nem você faz com minha mão, ok? — ele disse e sorriu ladino.
Amy não conseguiu dizer nada, apenas o abraçou forte da forma que podia por conta da barriga e se aconchegou ali em seu peito.
— Sem querer interromper o momento mas já fazendo, Chris, precisamos ir agora... — Scott chamou.
Amy se afastou dele e sorriu.
— Vai lá, vejo você daqui dois dias.
E ele foi.
×
No outro dia a tarde Amy resolveu olhar as redes sociais, já que não havia muito o que fazer naquela imensa casa com Lisa e sua mãe cuidando de absolutamente tudo. A mulher nunca fora de se expor, e, depois de ter a notícia de sua gravidez vazada, se afastou ainda mais das mídias.
No início, fora muito difícil para ela lidar com todos aqueles comentários negativos a seu respeito, principalmente quando via seu nome exposto em sites de fofoca a chamando de interesseira e a acusando das piores coisas possíveis. Chris havia dito para que ela não se importasse e ignorasse tudo isso, mas quando passaram a usar sua foto para se promover ele se sentiu obrigado a omitir uma nota esclarecendo tudo e ameaçando processar qualquer um que "interrompesse" sua paz.
Mas ainda sim haviam péssimos comentários a seu respeito que ela não conseguia simplesmente ignorar. Bastava abrir o feed que tinha praticamente a notícia jogada na sua cara.
A da vez era "Cada Dia Mais Próximo Ao Golpe"; Sabia que não deveria, mas leu o monte de mentiras de como ela simplesmente havia "enfeitiçado" o Evans e tirado proveito dele. Quis chorar. Gritar. Xingar. E quando estava para responder à altura, seu celular recebeu uma chamada.
— Maldito Evans, parece que estava sentindo.
Durante os breves minutos que se falaram, Chris avisou que teria de ficar em Boston mais um dia além do combinado, já que surgiram novos problemas.
O ator estava tendo problemas com sua agência e havia decidido sair, e, por ser um grande e conhecido ator, sua agente pessoal estava ralando para buscar uma a altura do homem, o que demandava muitas entrevistas entre os dois e alguns assessores além de que estava sendo cotado para vários projetos e não poderia de forma alguma ficar sem agência. Se não fosse urgente nunca que teria pegado um avião e ido para longe de onde seu coração estava.
Chris se desculpou de coração apertado e disse que num piscar de olhos ele voltava enquanto ouvia do outro lado a jornalista suspirar e dizer que entendia.
×
Já a noite um convidado voltava a casa: Scott havia sido obrigado por Chris a voar de volta para LA e "ficar de olho" em Amy nesses dias a mais que ele passaria longe, não que o irmão do ator não aprovasse a ideia.
Depois de jantarem, Gina e Lisa haviam se retirado para deitar e Amy e Scott ficaram sozinhos na sala.
— Você falou com Chris hoje? — puxou assunto.
— Falei sim — a grávida respondeu mudando de posição que estava sentada — Ele comentou que teria que passar mais um dia longe — Amy deu uma leve puxada de ar — Problemas com a agência.
Scott observava a mulher começar a respirar pesado. De vez em quando ele observava ela inquieta, mas já era considerado normal visto o estado avançado da gestação.
— Sim, pois é. Amy, você já deixou tudo do bebê separado? Tipo, para quando precisar ir para o hospital?
— Sim, a bolsa da maternidade está arrumada desde o sétimo mês de gravidez. Toda noite seu irmão ia conferir se estava tudo lá. — riu e mudou de posição no sofá mais uma vez.
A mulher sentou com as mãos nos joelhos e abaixou a cabeça tentando regular a respiração.
Scott estava começando a ficar preocupado e tratou de avisar ao irmão por mensagem.
— Amy, você está bem? Quer que eu chame alguém? Quer ir para o hospital? — o também ator sentou ao lado dela no sofá.
— Eu quero — puxou brevemente o ar — um corpo de água bem gelado. — soltou.
— Ok! Fique calma, respire fundo e vá soltando o ar aos poucos, ok?!
A mulher balbuciou um "uhum" e balançou a cabeça em afirmação.
Cerca de 10 segundos depois de Scott ir na cozinha Amy sentiu contrações.
— SCOOOOOTT! VEM AQUI CRONOMETRAR ISSO! ANDA! AAAAAAAAH! Uhhhhhh.
— OI, EU TÔ AQUI! — ele respondeu enquanto mexia no celular — TÔ CRONOMETRANDO! ISSO. — o homem tentava ajudar como podia.
Amy soltava breves gritinhos e apertava a almofada com a respiração desregulada, estava começando a se concentrar quando seu telefone tocou. Era Chris, havia ficado preocupado com as mensagens de Scott e resolveu "checar" a mulher. E em meio aquela situação ela atendeu pondo no viva voz.
— Ei, Amy, como você est-
— CHRIS! AI MEU DEUS, ISSO DÓI PARA UMA PORRA! AHHH. — acabou deixando o celular escorregar — SCOTT...
— Amy! AMY! O QUE ESTÁ ACONTECENDO? AMY? — o homem gritava no telefone.
— CHRIS! — ela gritou de volta.
— AMY!
— CHRRRRRRRRIS!!!
— SCOTT! — o irmão do ator soltou chamando próprio nome e recebeu a atenção da mulher.
— Desculpe, eu estou nervoso! — disse enquanto a abanava.
A dor foi cessando e a respiração voltando ao normal. A mulher encostou as costas no sofá lentamente e respirou fundo colocando uma mão na testa.
Amy nem havia percebido, mas agora Scott voltava da cozinha e lhe dava um grande copo de água gelada enquanto sentava ao seu lado. Ambos ficaram ali se recuperando do susto e, nesse meio tempo, tanto Gina quanto Lisa haviam acordado e iam em direção aonde os dois estavam.
O que antes só se ouvia o barulho da respiração dos dois junto de um breve chiado, agora se fazia presente as vozes das duas mulheres preocupadas.
— Oh meu Deus, filha, você está bem? — Gina se aproximou da filha e passou a acariciar seu ombro.
— S-Sim, foram só as contrações de treinamento. Já estou melhor.
— Você tem certeza que eram de treinamento? Podemos ir ao hospital! — Lisa falou.
— Não! Scott cronometrou, não é? — ela virou para o Evans — Quanto tempo deu?
— Três minutos e 10 segundos. Bem que Chris disse que provavelmente você iria sentir essas.
— Ai meu Deus, Chris! — lembrou do telefone caído — Scott, por favor — apontou para perto de onde havia o derrubado.
— Chris? Chris? — voltou a chamada quando Scott lhe entregou o telefone — Você está aí?
Do outro lado da linha, Chris já havia roído todas as unhas e assanhado os cabelos enquanto andava de um lado para o outro no quarto do hotel agonizando por não poder ajudar. O homem queria gritar por ter ido a essa maldita viagem. Sua respiração já estava descompassada e seu peito estava batendo forte, sua ansiedade estava por lhe corroer. Sentou na cama e deitou as costas enquanto ouvia todo o barulho durantes esses três minutos e dez segundos. Sua perna não parou de balançar um segundo sequer, ele havia percebido que Amy deixara o celular cair.
Ouvi-la sentir dor e não estar lá para dar-lhe sua mão o quebrava por dentro.
— O-oi, Amy! Estou! Como você está? — passou a mão pelos cabelos já bagunçados e levantou da cama um pouco menos agoniado.
— Passou. — suspirou e falou devagar — Estou bem, mas essa demorou um pouco mais que as outras...
— Sinto muito por não estar aí, Amy. De verdade. — disse se sentindo quebrado.
— Também queria que estivesse aqui... mas já estou melhor, não se preocupe. — disse limpando o suor da testa.
— Querida, vamos para a cozinha, vou preparar algo para você. — Lisa falou.
Ela confirmou com a cabeça e voltou a atenção para o telefone.
— Chris, acho que vou descansar um pouco...
— Tudo bem, me mantenha informado qualquer coisa, por favor.
O homem desligou a chamada e voltar a sentar na cama fechando os olhos com força. Passou a mão pelos cabelos se sentindo impotente. 3 minutos e 10 segundos daquela agonia foram suficientes para lhe fazerem querer agir.
Mais tarde, já de madrugada, Chris trocava mensagens com Scott quando de repente o irmão parou de responder. O ator estranhou, mas deixou pra lá. Cerca de cinco minutos depois ele voltava lhe escrevendo contando que Amy havia tido mais contrações e que Lisa e Gina estavam querendo levá-la ao hospital, mas que a mulher se recusava a ir insistindo que estava bem.
Chris lembrou bem das palavras de Amy para ele "só entro num hospital para ter essa criança com você do lado, Evans". Sabia que a mulher era teimosa, e juntando isso ao medo dela de hospitais, não importava a dor que ela sentisse, só iria se ele estivesse lá, só deixando de alternativa para o homem voltar para LA. Nada mais importava agora, e daí se perdesse grandes contratos? SEU FILHO ESTAVA PARA NASCER. Quer dizer, a mãe de seu filho estava começando a dar indícios do nascimento, mesmo que o médico tenha lhes dado cerca de mais uma semana a frente até o nascimento, ele não queria saber. Iria para ficar perto dela. Ele tinha que.
Desesperado por não ter achado passagem para aquela hora, Chris usou o benefício da fama e ligou para um certo amigo pedindo ajuda: Robert Downey Jr. Sabia que ele tinha um jatinho particular e que como também estava na cidade, poderia lhe ajudar. Dito e feito. O homem brigou de brincadeira por conta da hora, mas lhe cedeu a ida e as maiores felicitações e desejos de boa sorte pelo momento. 1h depois do ocorrido o homem já estava embarcando de volta para LA.
Nesse meio tempo, depois da segunda onda de contrações, Amy havia desistido de dormir. Como estava preocupada e começando a achar que realmente estava prestes a entrar em trabalho de parto, resolveu ligar para Chris. Mas na primeira vez ele não atendeu. Nem na segunda. Nem na terceira. Enviou uma mensagem mas também ficou sem resposta. Resolveu então alertar seu médico a respeito das contrações, com esse lhe mandando ficar atenta na cronometragem.
Depois da madrugada agitada, Amy foi acordada com algumas leves dores. Tomou um banho, vestiu-se e foi em direção a cozinha. Como todos forem dormir bem tarde, ela era a unica acordada. Quando se encaminhava lentamente para a cozinha, sentiu uma dor aguda no abdômen lhe fazendo gritar. Gritou para a casa inteira e até os vizinhos ouvirem. Quando tentava recuperar o ar, sentiu um líquido descer por suas pernas. Puta que pariu. Sua bolsa havia estourado.
spoiler: próximo capítulo o bebê nasce 🤪 dã / perdoem os erros, escrevi correndo e postei
tive que dividir em dois porque tava ficando muito grande, tô na metade do próximo já
BOLÃO: menino ou menina? 1 real pra quem acertar.
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