Capítulo 13

Quando chegamos em casa, fui direto para o meu quarto. Como já era tarde, logo consegui dormir.

Essa noite, tive um sonho muito estranho com Alex, Lucas e Aline:

Nós quatro estávamos fazendo um piquenique na beira de um lado grande. Não sei exatamente onde era. Talvez seja apenas um lugar elaborado pela minha mente.
Ainda era dia. Alex Abraçou Aline e sentou ao meu lado. Logo, Lucas também se aproximou e sentou ao lado de Aline, com um sorriso bobo no rosto, enquanto olhava para ela. Meu coração já estava apertado ao ver os dois tão íntimos assim. Até que tudo piorou; Lucas aproximou seus lábios do rosto bronzeado da garota. - Meu olhar congelou nessa cena - Ela virou sorrindo e seus lábios se chocaram aos dele. Senti uma pequena lágrima se formar no canto dos meus olhos, enquanto minhas costelas oprimiam as batidas do coração.
Lucas segurou a mão de Aline. Uma cena que me causou náuseas. Alex colocou o braço por cima do meu ombro. Um abraço.

_ Vamos, meu amor! Acho que o casal quer curtir a Lua de mel um pouco à sós. _ Disse ao depositar um beijo em minha bochecha.

_ Lua de mel? _ Disse confusa.

Olhei novamente para Lucas, que caminhava de costas pra mim. As mãos dadas com minha melhor amiga. Eles sorriam um para o outro, deixando meu coração em pedaços.

Não foi sonho, mas um pesadelo. Acordei com uma dor terrível do peito e rosto ainda úmido das lágrimas.

Maldito sonho! _ Chinguei.

Tomei um banho, me vesti e desci para tomar café da manhã. Ainda era cedo, não passavam das 07:00hs.
Cheguei na cozinha e vi Joana, começando a preparar o café.

_ Bom dia Jôh. _ Falei, não muito animada.

_ Bom dia, Clarinha! Caiu da cama foi? _ Fala com ironia.

_ Antes fosse. _ Respondo quase em um sussurro, puxando a cadeira ao redor da mesa e sentando.

_ O que aconteceu? _ Ela vira pra me observar. _ Você estava chorando?

_ Claro que não! _ Minto, tentando disfarçar minha cara abatida.

_ Como não? _ Se aproxima, tocando meu rosto. _ Seus olhos estão vermelhos. _ Observa, meio preocupada.

_ Não foi nada! Deixei cair sabonete nos olhos. _ Minto pela segunda vez.

_ Se não quer me contar, tudo bem! Mas não me convenceu.

Durante o dia todo, não dirigi a palavra a Lucas. Cada vez que flagrava ele olhando pra mim, lembrava logo da cena dele beijando Aline. Foi um sonho, certo! Mas isso não me impede de sentir ciúmes. Não DELE, mas da minha melhor amiga. Não sei exatamente porquê isso me incomoda tanto, mas sei que depois desse sonho, vou fazer de tudo para que ele e Aline não se aproximem. Não quero ter que dividir a única amiga que tenho, com Lucas, e muito menos ter que ouvir depois, ela comentando sobre as intimidades deles, assim como faz, sempre que arruma um novo paquera.

Eca...

A tarde logo chegou. Eram quase 15:30hs, quando Aline e Alex chegaram para nos buscar.
Vesti um vestido Jeans de alças e calcei uma bota preta que combinou perfeitamente com o pequeno cinto preto que marca minha cintura.
Quando sai no corredor, encontrei com Lucas. Parece até que já me esperava na porta do quarto.

_ Porquê tá me ignorando? _ Perguntou em um sussurro, ao se meter na minha frente.

_ Porquê está reclamando? Sempre fomos assim. _ Lembro, me referindo a todos os anos que passamos sem dirigir uma palavra sequer um ao outro, fora os insultos.

_ Agora é diferente. _ Se aproxima um pouco mais.

_ Não nada de diferente. _ Retruco.

_ Então vai negar que gostou do beijo que te dei hoje, aqui no meu quarto? _ Diz sínico.

_ Odiei! _ Debocho, cruzando os braços sobre o peito.

_ Então vou ter que dá outro para lembrar o quanto "odiou"! _ Em um movimento brusco e ágil, me puxa pela cintura e gira meu corpo, precionando o seu contra o meu, até que minhas costas toquem as paredes frias do corredor. Meu coração dispara e minha respiração se intensifica com a aproximação dos seu lábios. Até que a voz da Sr.Laura nos interrompe:

_ Já estou indo chamá-los. _ Fala, enquanto seus saltos fazem um barulho de toc-toc subindo as escadas.

Rapidamente, empurro Lucas de perto de mim e ajeito meus cabelos.

_ Ah! vocês estão aí. _ Ela sorri. _ Os filhos dos Alves estão esperando por vocês lá na sala.

_ Claro! Já estou descendo. _ Dou um sorriso fraco, tentando disfarçar a situação.

Deposito um terno beijo de despedida em seu rosto, como sempre faço, e desço para receber Aline e Alex.

_ Uau! _ Exclama Alex, boquiaberto, enquanto me observa descer as escadas. Ele me recebe com um abraço inesperado. Sinto o leve suspiro que dá em meu pescoço, arrepiando cada fio de cabelo em meu corpo. _ Você está linda, como sempre. _ Elogia.

_ Obrigada. _ Respondo tímida, ao me afastar.

Abraço Aline, que me encara com uma expressão chateada.

_ Não dá trela pra esse babaca. _ Sussurra, para que somente eu possa ouvir.

_ Não se preocupa. _ Respondo sorrindo.

O carro com motorista, já nos espera, estacionado na frente da casa.

_ Então, vamos? _ Alex chama. Logo após, abre a porta detrás, me convidando a entrar.

Agradeço e entro. Assim que vou sentando, Lucas abre a outra porta e senta ao meu lado. Alex senta do outro. Então, eu fico no meio, me sentido completamente sufocada pelos dois.

_ Tá tudo bem aí, Clara? _ Pergunta Aline, sentada no banco da frente, olhando à espreita, sobre os ombros.

_ Tá sim.

O motorista da família Alves, dá a partida no veículo e depois de longos minutos me sentido como uma salsicha no meio do pão, o carro estaciona em frente ao shopping. Assim que os garotos descem, sinto-me aliviada ao saber que posso respirar novamente.
Aline coloca o braço sobre meu ombro e vamos caminhando na frente, deixando eles para trás.

_ Qual filme vamos assistir? _ Pergunta Aline, indecisa, enquanto olha as opções nos cartazes.

_ Adoro os Grudes. _ Comento, já que saiu o segundo filme e ainda não assisti.

_ Concordo com a Clarinha. _ Diz Alex, enquanto dá mais um dos seus belos sorrisos pra mim.

_ Para de dá em cima da Clara, Alex! Não vê que ela não tá interessada? _ Aline comenta ao revirar os olhos.

Ele dá língua pra ela.

_ Não sei se minha opinião conta... _ Lucas levanta a mão. _ mas eu também não assisti os Grudes ainda.

_ Perfeito! Três contra uma. _ Fala Alex.

_ Eu nunca disse que não queria assistir os Grudes _ Aline Questiona.

_ Beleza! Então vamos lá comprar os ingressos, Clara? _ Alex convida.

_ Eu vou junto. _ Lucas se impõe.

_ Nada disso! _ Aline fala chateada. _ Vocês dois vão comprar pipoca e refrigerante. Eu vou comprar os ingressos com a Clarinha. _ Diz autoritária.

Nossa! Estou disputada.

Assim como Aline ordenou, os garotos vão comprar as pipocas e refrigerantes. Enquanto isso, nós duas vamos enfrentar a grande fila de pessoas, em busca dos ingressos. Entre o público, fãs dos Grudes, vai de crianças de colo com a mãe, adolescentes como Aline e eu, e até adultos e idosos com mais de 60 anos.

Quando finalmente conseguimos pagar pelos ingressos, vamos encontrar com os garotos, que nos esperam sentados em umas cadeiras, na porta da sessão.


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