Capítulo 28
HOJE TEM SURRA DE INTERLIGADOS!!
Gente, alguém mais tem um lugar especial pro Fred no coração?
Pq eu acho que to apaixonada pela personalidade dele. E gente, não estou dando spoiler, não. Mas os próximos capítulos vão ser babadeiros. kkkk
#ansiosa
***
As batidas foram substituídas por uma música lenta. O pirata-caveira arqueou as sobrancelhas como se pedisse permissão para se aproximar, e quando hesitei, ele assumiu o meu poder de escolha.
Ele me segurou sutilmente pela cintura e as minhas mãos repousaram sobre o peito dele. A essa altura, todos os meus problemas já não doíam tanto, na verdade, eles se pareciam uma combinação de unha encrava e sapatos altos. A gente tenta ignorar, mesmo sabendo que ela estava ali doendo e latejando. Não havia funcionado, porque senti meu coração palpitar. E estar bêbada não ajudava na minha capacidade de autocontrole, e a melodia de Us do James Bay não ajudou em nada na minha tentativa de camuflar o quanto o fato de que o meu noivo tinha me deixado, e o meu ex não parava de me atormentar estavam me fazendo sofrer.
— E você, faz o tipo mocinha, mas nada boazinha?
Aquilo me fez inclinar para trás para encará-lo. O que ele estava insinuando?
— O que você está querendo dizer?
— Foi você quem disse... — ele observou. — É uma pergunta.
Franzi a sobrancelha quando ele me puxou de volta para continuar a dança.
— Talvez eu seja uma mocinha bem burra — o pensamento transbordou do cérebro para os meus lábios, mas não havia arrependimento, primeiro porque estar bêbado faz você fazer e falar coisas que nunca faria ou diria; segundo, pois a música era lenta, mas isso não minimizava o fato de que estava num volume excepcionalmente alta.
— Você não me parece burra, na verdade, eu me arriscaria a dizer que você é bastante esperta, está mais para... — o fato de ele ter ouvido me fez erguer a cabeça para encará-lo e num pequeno lapso de lucidez, mirei traços familiares num rosto coberto e estranho — triste. — Ele articulou, o lenço sobre sua boca abafando sua voz.
Balancei a cabeça em resposta, numa negativa.
Ele jogou a cabeça para trás e ergueu a sobrancelha numa interrogativa silenciosa. Tentei focar em seus olhos, mas não sabia se era o meu desvio de visão ou se era o álcool que não me permitia ver com nitidez.
Provavelmente a mistura dos dois.
— Eu devo estar muito bêbada por estar conversando com um estranho — comentei, numa risada. O peito dele vibrou quando ele me acompanhou.
— A vantagem de não me conhecer é que eu não vou julgar você. — Contra argumentou em cima de outra risada.
— Impossível. — Revidei, estremecendo um pouco ao me dar conta da situação degradante em que a minha vida se encontrava.
Afinal, o beijo de Thomas fora ou não uma traição. O fato de eu não parar de pensar nele é infidelidade?
— Não estou julgando agora. — Admitiu, balançando mais os ombros, a ponta dos dedos deslizando pelo meu braço ao trilhar um caminho até a minha mão sobre o peito dele — vai perder a oportunidade? — insistiu, conduzindo-me para trás quando a música atingiu o refrão.
O par de luvas pretas foram o suficiente para me proteger da energia que a pele dele emanava e mesmo que tentasse guardar tudo só para mim, de repente me senti tão confortável e vulnerável. A vontade de falar começou a escalar a garganta e quando percebi, tudo tinha saído tão desenfreado e espontâneo que me senti envergonhada. Envergonhada porque estava me abrindo para um estranho, mas não me arrependia, porque esperava que ele não me julgasse.
— Você conhece a Lei de Murphy? — tentei introduzir o assunto, mas me arrependi, porque essas foram umas das primeiras discussões que havia tido com Thomas. O pirata deixou uma lufada de ar escapar em forma de risada. — Esquece. — disse por fim. — É ridículo.
— Não é ridículo. Eu me lembrei de uma coisa, me desculpe, continue. — Eu ergui a cabeça para encará-lo. Meus olhos descrentes e inquiridores cerrados não se mantiveram por muito tempo ao encontrar um ar divertido entre as sobrancelhas escuras. — Por favor.
— Bem, eu tinha um noivo até poucos dias, porque honestamente, não sei se tenho mais, mas eu também tinha um ex-namorado, que de uma hora para a outra comprou a empresa onde eu trabalho. No começo, eu achei que me esconder ajudaria, pois evitá-lo parecia ser o mais inteligente. Não foi. Você acredita que ele, na sua pose mais desagradável, me enviou um envelope com um bilhete que dizia: Já chega desse joguinho. Ele é definitivamente um tremendo babaca egocêntrico e ultimamente tem feito de tudo para transformar a minha vida num inferno. O desgraçado quebrou o meu escritório, e me colocou para trabalhar de frente para a sala dele. Nada me tira da cabeça que ele estava procurando motivos para me demitir e depois, me seguiu até o meu apartamento e teve um ataque de histeria no meu condomínio. O meu noivo estava lá e descobriu tudo. Não é que eu costume mentir para ele ou omitir. Eu tentei contar, diversas vezes. A minha tia interrompeu, um acidente de carro interrompeu. Fato é que agora o meu noivo não quer me ver, e eu me sinto tão culpada agora, porque o meu canalha do meu ex me beijou, e eu não consigo parar de pensar nisso ao mesmo tempo em que quero reatar com o meu noivo. Eu me sinto horrível e não sei o que fazer para consertar as coisas, porque ele me odeia e está se vingando de mim por tê-lo... — não quis completar. — Minha chefe leva todo o crédito pelo meu trabalho, e a pior parte não é essa, já que minha mãe está doente. Parece que a minha vida virou... — de pernas para o ar, parei de falar no momento em que abri os olhos e a figura de Fernanda seguida de Augusto, com chifres e capa vermelhos, passando ao fundo e rumando em direção às outras meninas me deixou alarmada.
Pisquei algumas vezes seguidas, tentando vasculhas ao redor, pois já que Augusto estava por aqui, se procurasse com cautela encontraria Thomas ouvindo a minha conversa em algum lugar.
O pirata se afastou, me girando ao redor do braço quando o ritmo da música se tornou mais intenso e eu pude ver de relance Fernanda empurrar o dedo no peito de Augusto e reclamar alguma coisa com muito aborrecimento.
Fred entrou no meio da discussão, e eu me distrair, colidindo contra o peito do meu par. O cheiro refrescante impregnando em sua pele me fez exalar. Meu cérebro anestesiado paralisou, porque foi o cheiro mais distinto que havia apreciado. Ele ficara emaranhado em minha blusa mesmo depois de tê-la lavado.
Não podia ser, não podia ser.
Se fosse, a minha boca grande acabara de arruinar tudo.
Me afastei, jogando um corpo para trás, ele me segurando na base da cintura foi o suficiente para conseguir manter contato visual.
— No que a sua vida virou? — ele perguntou, insistindo na conversa.
A minha garganta se apertou em apreensão, não sabia se me lembraria disso amanhã, na verdade, se pudesse escolher, sem sombra de dúvida, gostaria que essa noite fosse exilada para algum canto escuro e remoto da minha mente. Já havia coisas demais pelas quais deveria me envergonhar.
Sem controle algum dos movimentos, ergui os braços implorando aos céus que fosse coisa da minha cabeça, mas o meu movimento foi interrompido pelo dele.
— Talvez você se arrependa de fazer isso. — disse, antecedendo o meu gesto, mas não foi o suficiente para me impedir.
Já estava na cara que era ele.
— Eu te falei sobre Murphy. — Ele comentou com divertimento enquanto o constrangimento me fazia amolecer sobre as pernas, ele já sabia que tinha percebido e a minha barriga se revirou. — Não fica brava, mas sua vida é pura Lei de Murphy — esclareceu quando o lenço vermelho parou sobre o pescoço. A boca marcante e volumosa agora exposta.
O tapa-olho agora parecia ridículo.
— Por que você fez isso? — a minha voz esfriava conforme a colocação progredia. — Você é realmente um idiota, você deixou que eu me abrisse com você. — Eu não estava acreditando que Thomas era o pirata — eu pensei que você fosse confiável.
Era o pior argumento do mundo, mas eu não queria ter compartilhado nada daquilo com ele. Agora que ele sabia de tudo e senti uma súbita vontade de me esconder.
— Você preferia acreditar que estava desabafando com um estranho? — Ele me encarou de forma cética.
— Com qualquer pessoa, menos você. — A resposta surgiu no calor do momento, talvez não fosse uma verdade absoluta, mas ele tinha me enganado.
A humilhação me fez dar passos duros em direção ao pessoal perto do balcão.
— Eu quero ir embora. Você vem, Fernanda?
Fred encarou Fernanda que encarou Augusto.
— Ela não vai. — Augusto respondeu, eu não tinha percebido que ele ainda estava por aqui.
— Você vai ficar? — Fred indagou com descrença.
Fê concordou com um gesto de cabeça para ele.
Mari se despediu de Léo rápido o suficiente para que Thomas não nos encontrasse e depois saímos da festa.
[voltar nessa parte para dar um pouco mais de profundidade e inserir as meninas na conversa]
— O que aconteceu? — Mari indagou, tentando me acompanhar.
— Era o Thomas! — informei com raiva, apressando o passo, andando de costas para encará-los — O pirata era o idiota do Thomas.
Mari e Lorena estavam perplexas, mas alguma coisa na expressão de Fred dizia que ele não estava tão surpreso assim.
A minha garganta trabalhou para engolir alguma coisa muito grande.
— O que você fez? — o meu olhar estava enviesado para ele.
— Ele disse que gostava de você. — O Fred apelou para uma voz culpada.
— O que? — balancei a cabeça em recusa, desnorteada. — Ele não gosta de mim — revidei com descrença
— Ele gosta. — Mari e Fê reafirmaram a tese dele quase que ao mesmo tempo.
A raiva se instalou com mais intensidade agora, pois me senti traída pelos meus próprios amigos. Mas, apesar disso, engoli todo aquele discurso sobre Thomas ser um ser prepotente e arrogante que todo mundo, inclusive eu, estava cansado de ouvir e mudei a abordagem, porque Fred não tinha o direito de interferir desse jeito na minha vida.
— Desde quando você se tornou cupido? Meu cupido.
— Porque você não dá uma chance para ele? — foi Fred quem perguntou.
A resposta era bem simples, e eu não disse nada além de erguer a mão e expor o meu anel de noivado. Tudo estava indo bem, eu estava feliz, Samuel me fazia feliz e eu não estava a fim de abrir mão disso.
— Ah, por favor. — Fred gesticulou exageradamente com a mão. — Isso não quer dizer absolutamente nada se você não quiser se casar com ele de verdade.
— E quem disse que eu não quero? — respondi de bate pronto, eu me virei para frente, exalando ruidosamente a brisa marítima que estava circulando e farfalhando a bainha da minha capa.
— Por quê? — ele questionou casualmente.
— Você pergunta isso porque você não o conheceu. — A Lor respondeu antes de mim.
— Ele é perfeito — complementei. — Samuel é tudo o que um cara deveria ser: educado, gentil, romântico, carinhoso, paciente, estável, apaixonado por mim...
— E? — Fred indagou, balançando a cabeça e erguendo as sobrancelhas como se me incitasse a continuar o que estava dizendo.
— E ele quer se casar comigo... — completei, como se aquilo fosse óbvio.
— Fala sério! Eu vi o jeito como você olhou para o nosso chefe. — Ele deu de ombros e enfiou as mãos nos bolsos do palito listrado. Eu parei, ele continuou a andar, ficando de frente para mim. — Essa coisa — o dedo indicador dele balançou no ar, girando em círculos em direção ao meu rosto — Não acontece com todo mundo. Então, se você não quiser, avisa que tem gente na fila.
— Ele não gosta de homens — revidei.
— Eu acho que ele gosta de você!
Fred disse aquilo e eu simplesmente cruzei os braços e voltei a andar, decidida a ignorar, pois não estava disposta a seguir com o assunto.
— Vamos embora. — Mari afagou os braços sob o casaco grosso e passou na frente, o vento tirando a cartola da cabeça dela, e Fred a pegando do chão.
Ele ajeitou-a sobre os cabelos compridos, ainda contidos pelo gel, estalou a língua, deu uma piscadela sugestiva para Mari e todos nós gargalhamos.
— Acho que fico mesmo melhor em você — ela comentou, deixando uma risada. Os cabelos pesados e compridos voando contra o vento quando ela se voltou para frente.
Nossos sapatos contra o asfalto foi tudo o que poderia ser ouvido.
— Você é um tremendo babaca, mimado e egoísta. — Era a voz da Fernanda ecoando lá de fora do corredor a cada vez mais alta e histérica.
— Você nem ao menos me conhece, Fernanda. — A voz de Augusto não estava tão amena quando costuma ser conforme se aproximava da porta. — Qual é a porra do seu problema.
— A porra do meu problema? — ela deixou uma risada esganiçada e forçada escapar. — O meu problema é você!
A porta se abriu de súbito, eu ainda estava sentada no sofá. Os saltos tortos nos pés, meio fora, meio dentro. A capa vermelha amassada embaixo de mim. As mãos caídas ao lado do corpo. A cabeça afundada no estofado macio enquanto tentava fazer o teto parar de girar e o enjoou desaparecer. Não estava funcionando.
— Tenha uma péssima noite. — Ela gritou, e eu resmunguei de dor quando Fernanda bateu a porta com muita força.
A pancada fez as paredes de todo o apartamento estremecer junto com a martelada que irrompeu da minha cabeça.
— Por que você tem que ser tão má? — indaguei com a minha voz mais embriagada e sonolenta quando ela se jogou ao meu lado no sofá.
Fernanda rosnou uma meia dúzia de palavras não verbalizáveis e eu só consegui entender "por que ele tem que ser tão mala?".
— Eu vou pedir férias — informei, mas provavelmente Fernanda não me ouviu.
Não deu para saber, porque o sono chegou da pior forma possível.
***
Recadinho no começo e no fim kkkkkkk
Tudo bem com vocês, seus lendos do meu core todinho?
Alguém mais está ansioso? Estamos na reta final, a gente está virando a esquina pro final e eu só tenho uma coisa a dizer: preparem-se, pois é uma ladeira.
Não esqueçam a estrelinha.
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