Capítulo 24
A semana não passava. A quinta-feira tinha se tornado uma espécie de inferno pessoal. Parecia que o tempo tinha parado num pesadelo sem fim.
Minha mãe tinha aceitado fazer a cirurgia, mas ao contrário do que era esperado, não estava lidando muito bem com a situação — se é que existe um jeito bom de lidar com o câncer. Ela não queria falar comigo, não estava comendo direito e a pior parte é vê-la afundar num posso de negação e depressão sem poder fazer nada para ajudar. A cirurgia precisava ser feita antes que a doença se alastrasse e tomasse maiores proporções. Isso realmente não estava sendo bom para ela? Quero dizer? Câncer... Câncer não é uma coisa boa, ninguém quer ter, mas descobrir que havia chances não bastava? Isso era bem mais do que pacientes em estágio avançado tinham.
Havia o fato de que Samuel não atendia as minhas ligações. Tantas mensagens deixadas em sua caixa postal e todas sem respostas, me afligia a ideia de que poderíamos terminaríamos desse jeito. Como dois estranhos. Cinco anos e depois simplesmente nada? Eu queria conversar, precisava de uma chance para reparar meu erro, mas ele me tratava da pior forma possível. O silêncio parecia mais devastador do que o grito, e tudo o que queria ouvir nos próximos instantes era a voz de Samuel. Não era pedir demais, embora estivesse completamente errada. Havia omitido coisas importantes, e isso o magoou, mas eu realmente merecia todo esse silêncio? Tinha partido seu coração, mas o meu se rompera junto.
Suspirei com frustração, porque esperava que em algum momento ele percebesse que tudo o que fiz foi por medo de colocar a nossa relação em risco. Será que isso não merecia ser levado em consideração? Samuca era importante para mim, e eu não queria perdê-lo. O ar me faltava todas as vezes que essa possibilidade passava pela minha mente.
Estava difícil pensar com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo e para piorar toda a situação, o beijo que Thomas me dera me deixava ainda mais culpada e transtornada, pois, sempre que me distraia ele vinha traiçoeiramente à cabeça. Tinha sido como me lembrava, quente, intenso e inesquecível, mas me recusava a pensar nisso, e com o coração vibrando expectativa, desbloqueei o celular apenas para me desapontar mais uma vez.
Nenhuma resposta.
Nada.
Suspirei com frustração, soltando o celular na mesa ao fitar o espaguete à bolonhesa intocado no prato a minha frente. Mexi um pouco a comida tempo o suficiente para perder o apetite e desistir da refeição. Eu não aguentaria mais nenhuma hora desse silêncio.
Tratei de puxar a carteira de dentro da bolsa e comecei a me movimentar para sair da mesa, mas fui completamente pega de surpresa quando ergui o olhar e me deparei com Thomas.
Agora não...
Vê-lo diante de mim me fez perceber o quanto me demitir seria importante, e eu teria pedido demissão. Realmente teria. Mas com minha mãe doente, a primeira parcela do financiamento estudantil a vencer daqui a uma semana, e despesas da casa a serem pagas, essa ideia começou a soar absurda.
Tinha de segurar as pintas, pois precisava mais do que nunca do meu emprego, e Thomas havia me deixado em paz. Essa era a primeira vez em quatro dias que ele estava diante de mim.
Eu considerava isso um avanço. Até agora.
A minha garganta deglutiu ao vislumbrá-lo parado ali, com sua expressão mais enigmática e obscura que o habitual; olhos acinzentados e frios. Encarei-o apenas o suficiente para perceber que precisava sair dali. Não podia lidar com ele, não agora que Samuca tinha me abandonado por causa dele.
Naquele momento, a ideia de que toda vez que Thomas aparecia, o chão se abria aos meus pés. O caos se instalava por todos os lados.
Eu não podia permitir que ele continuasse a estragar minha vida desse jeito. Tinha sido difícil erguer cada tijolo, construir todas as paredes e agora, tudo estava ruindo. Meu relacionamento, meu emprego, minha consciência e dignidade.
Ajeitei rapidamente a alça da bolsa à tira colo no ombro e virei as pernas para me pôr de pé. Precisa sair dali, fugir, voltar ao trabalho, não importava, Thomas precisava ficar longe, contudo, ele interrompeu toda a minha linha de raciocínio ao deglutir em seco e gesticular com a mão, me pedindo para manter a calma.
O meu olhar o mediu com hesitação. Sua glote subiu e desceu, as veias das têmporas sobressaltaram de um jeito irresoluto. A postura ereta, o terno impecável e sob medida, já não o tornavam tão imponente e indecifrável quanto costumavam fazer, ele estava abatido, mas eu podia jurar que Thomas não se importava muito com isso, não agora. Como era possível? Ele tinha me beijado, ele tinha me beijado do jeito que eu, mesmo que negasse até o fim, desejava mais do que nunca, e eu não conseguia parar de pensar nisso. Era desesperador, tão errado, porque tudo o que eu conseguia era desejar tê-lo por perto novamente, enquanto aguardava um sinal de Samuel. O que estava acontecendo comigo? Meu coração batia forte e de um jeito diferente pelos dois.
— Não saia — pediu, sentando-se na cadeira do outro lado da mesa, de frente para mim. — Por favor.
Por favor?
Analisei-o com estranheza, ainda bastante desnorteada com sua educação recém-descoberta. Havia alguma coisa errada.
Tudo estava errado, dava para saber pela forma como ele hesitou, parecendo parar para pensar, cauteloso. Ele não costumava agir assim.
Os cabelos dele estavam mais bagunçados do que o habitual, e deixava evidente o quanto havia passado a mão neles. Ao redor dos olhos havia suaves olheiras e a barba estava maior do que o habitual.
Por acaso o Sr. Grande Babaca Roriz não estava tendo boas noites de sono? Talvez a Carolina estivesse fazendo um bom trabalho com ele.
Sem dizer absolutamente nada, Thomas ergueu a mão e a levou para algum lugar embaixo de seu terno cinza e sacou dali um envelope.
Oh meu Deus!
Essa não, essa não...
Paralisei, sem reação. Minha garganta se contraindo como se houvesse pó ao constatar o envelope pardo.
Ele tinha lido a carta. Thomas tinha lido essa maldita carta e então, meu coração começou a bater apertado e as minhas mãos tremeram.
— Eu não fazia ideia... — declarou, ao depositar a carta sobre a mesa e apoiar as mãos juntas sobre ela.
A cor tinha sumido do meu rosto, não havia a menor sombra de dúvida, o desespero se ampliou e me tomou por inteira, porque eu sabia que ele estava querendo conversar sobre o conteúdo da carta, e embora não me lembrasse quais eram as palavras exatas, eu ainda me lembrava do sentimento empregado em cada uma delas.
Era para termos ficado juntos. Eu esperava que ele fosse o amor da minha vida e passei anos acreditando que era, até que, mesmo contra a minha vontade, passou a não ser mais. Samuel assumira esse posto. Por que ele ainda insistia em falar sobre isso? Por que simplesmente não ignorava e seguia a vida dele?
O que faltava para isso?
Parecia que sempre que estávamos indo em direções opostas e nos afastando, alguma coisa acontecia e cá estávamos nós, um de cara para o outro e geralmente era doloroso, ofensivo ou explosivo.
Eu tinha Samuel, e ele a Carolina. Isso não era o bastante?
Dentro de mim eu tentava conter algo que gritava e lutava afirmando que não, mas meu cérebro tentava convencê-lo de que sim. Tinha que ser. Thomas não era o mesmo do passado, e eu também não. Não éramos iguais. As coisas não seriam mágicas como antes, e eu não poderia ser ingênua ao ponto de me permitir pensar que seria.
Samuel era a pessoa certa para mim.
Thomas não podia ser a minha preocupação, e se quisesse resgatar o meu relacionamento com Samuel, ele precisava ficar longe, isso não estava em discussão.
Pressionei os lábios uns nos outros e neguei com um gesto de cabeça, segurando na alça da bolsa ao lado do meu corpo, e me ergui da cadeira, parando ao lado dele.
— Eu sei o que você está fazendo — sibilei num tom que somente ele seria capaz de ouvir.
A ideia de que Thomas estava trabalhando em formas de se vingar e me punir não desceu muito bem pela minha garganta, porque o ar ficou agarrado por ali durante alguns segundos, e o meu peito inflou quando ele segurou no meu pulso e encarou-me debaixo. Deste ângulo, ele conseguia ficar ainda mais bonito. As pupilas dilatadas fitando-me de perto, olhos azuis compenetrados e tempestivos tentar despir e violar a alma, os lábios entreabertos suspiraram em uma suplica silenciosa. Alguma coisa dentro de mim se remexeu ao vê-lo me encarar desse jeito tão intenso e familiar. Eu parei, sentindo um misto de sensações que se propagava por todo o meu corpo com o simples toque.
— Como? — a voz dele não passou de um dissílabo grave e rouco. — Se nem eu sei bem o que estou fazendo agora.
Encarei-o de olhos estreitos.
— Eu só queria ter ficado sabendo disso tudo antes... — confessou, encarando-me com resignação.
— O que isso mudaria? — inquiri com mais rispidez no tom. — Isso — indiquei — essa carta, é passado, Thomas — soltei. — Você foi uma das melhores coisas que me aconteceu, mas agora você está destruindo tudo o que havia de bonito na minha vida. Você precisa parar. Samuel me deixou, o que mais você quer? Falar sobre essa droga de carta? Esqueça isso. Me deixe em paz. — Deleguei, puxando o braço de volta com brusquidão, segurando na alça da bolsa à tira colo, e comecei a andar em direção a saída, deixando-o parado ali, sem ao menor olhar para trás.
Ele era passado. Samuel era o meu presente.
***
Eu tinha bebido alguns drinques com Fernanda. Dois mojitos e algumas caipirinhas, mas isso me deixou ainda pior, porque meu coração batia ensurdecedoramente nos ouvidos, os lábios estavam secos e a garganta arranhava em apreensão. Minha mente funcionava no mesmo compasso que as minhas pernas. Vencendo cada quilometro de forma rápida e sem rumo.
O suor cobria a minha pele. Havia feito, pelo menos, uns cinco quilômetros, mas a cabeça não parava de funcionar. As imagens de uma lembrança indesejada não paravam de me afligir, me nocauteando de um jeito rápido enquanto a paisagem passava num borrão por mim.
Porque ele tinha que me afetar tanto?
Tudo estava tão errado...
Exalei ruidosamente, tentando vencer o cansaço. A noite caiu com penúria e se instalou como uma névoa densa e obscura. Um vento súbito farfalhou as árvores e levou os meus cabelos para trás. Não fazia ideia do que estava acontecendo, mas correr de madrugada estava começando a se tornar um hábito. Embora não seguisse uma rota específica durante a corrida, sempre chegava a lagoa. Era uma prática involuntária, mas eu não estava seguindo esse caminho agora. Na verdade, quando me dei conta, já estava a menos de três quadras do condomínio de Samuel.
Talvez, porque a culpa não me permitisse pensar racionalmente. Eu queria reatar com Samuca, sentia sua falta e estava sofrendo, mas o beijo que Thomas me dera não saia da cabeça. Era uma mistura horrível, mas eu sabia o que queria. As coisas não podiam acabar desse jeito por causa de Thomas. Ele era o meu ex namorado, e só isso. O passado não pode estragar o meu futuro.
Não havia a menor chance de isso acontecer, já que ele não passava de um grande babaca desprezível e que não perdia a oportunidade de me menosprezar. Que ser humano se sentiria atraída por esse tipo de gente? Ele era inegavelmente bonito, tinha um corpo que tirava o fôlego de qualquer mulher. Meus hormônios reagiam a ele, precisava reconhecer. Era atração primitiva. E meu cérebro traidor estava me deixando confusa ao trazer tantas memórias à tona, tentando encontrar traços de alguém que ele já foi, mesmo que isso não existisse.
Era por isso que eu estava deixando o nosso relacionamento acabar? Analisar as coisas sobre esse ângulo me fez sentir uma completa idiota. Samuel era o cara. Eu queria ficar com ele, e o passado estava atrapalhando isso. Thomas estava atrapalhando. Precisava tira ele da minha cabeça a qualquer custo.
Uma sensação estranha fez o pelo da minha nuca se eriçarem. A mesma de quando eu pegava Thomas me observando na Parilla e então, me atrevi a olhar por cima do ombro e vasculhar ao redor.
Ninguém. A rua estaria praticamente deserta não fosse por mim e por outro corredor com o capuz sobre a cabeça. Mesmo que não pudesse ver seu rosto para ter certeza, era meio óbvio que não seria ele.
O que estava acontecendo comigo? Interroguei a mim mesma, virando-me novamente ao seguir a diante, ficando de frente para a entrada do condomínio.
Um reboliço se instalou no meu baixo ventre. A ansiedade se torou palpável ao mirar a terceira janela de cima para baixo, da esquerda era a direita. As luzes estavam acesas, e questionei o que ele poderia estar fazendo a uma hora dessas.
Arrepios correram as minhas costas, emaranhando-se na nuca. Nós precisávamos conversar. Eu precisava vê-lo. Passei a mecha de cabelo que escapara do rabo de cavalo para trás da orelha e enfiei as mãos nos bolsos do casaco de moletom, ousando avançar pela entrada do condomínio.
No elevador, tentei pensar em diversas formas de dizer o que eu queria.
"Me desculpe, eu sou uma idiota." ou " Samuel, eu não sabia como te contar o que estava acontecendo e acabou virando uma bola de neve. Me desculpe por estragar tudo", "Eu te amo e não posso viver sem você, você é suficiente. Você é tudo o que eu preciso, e eu sou uma idiota por ter escondido uma coisa tão importante de você. Por favor, me perdoe"
A porta do elevador se abriu diante de mim mais rápido do que esperava, e todas as palavras pareceram entalar na garganta junto com o ar. Enfiei as mãos nos bolsos do casaco como se pudesse esconder o nervosismo que se acumulava em forma de suor nas palmas.
Será que ele iria me ouvir?
Eu não queria ficar sem ele, isso estava indo longe demais e era a minha vez de mostrar que estava disposta a romper com as barreiras do medo e do orgulho para tê-lo de volta.
A ansiedade se fez presente na forma de suor excessivo nas palmas das mãos e frio agudo. De repente, me dei conta de como estava vestida. Calça legging de corrida preta, toper branco sob o casaco de corrida preto habitual. Não havia nenhum resquício de maquiagem em meu rosto, os cabelos estavam presos de qualquer jeito num rabo de cavalo impreciso, e isso fez com que duvidasse de mim mesma, mas as coisas não podiam terminar desse jeito. Será que ele estava realmente disposto a terminar? Pensar nisso fez meu coração acelerar. As minhas pernas ficaram moles, e eu levei mais tempo do que deveria para sair dali.
Num ataque idiota de coragem e determinação, avancei pelo corredor, deixando o elevador para trás e dei duas batidas na porta.
Ninguém respondeu, mas eu não podia perder a oportunidade, então insisti, batendo outra vez, com mais intensidade agora. Uma sombra começou a se mover pela fresta embaixo da porta, e a minha garganta se apertou.
Era ele.
O que eu deveria dizer? inquiri a mim mesma; a ansiedade enviando ondas consistentes por todo o meu sistema. A maçaneta começou a girar, e eu suspirei ruidosamente quando ele abriu a porta. Eu só precisava de cinco minutos da sua atenção.
— Nina... — os olhos dele relampejaram alguma coisa que me roubou o ar.
O meu olhar se fixou em seu rosto cansado. Ele estava tentando dormir, e a levar em consideração a expressão fatigada, não estava conseguindo. A minha garganta deglutiu quando me deparei com o corpo dele. Apesar da insônia e da fadiga, ele ainda estava incrivelmente lindo e vestia apenas uma calça de moletom; os músculos tensos estavam praticamente em exibição e imploravam pelo meu toque. Senti vontade de tocá-los, quando a saudade falou mais alto do que qualquer outra coisa.
— Eu tinha muitas coisas para te dizer, mas agora não consigo pensar em nada. — Confessei com exasperação.
Numa tentativa impensada de aliviar a saudade, avancei pelo espaço que havia entre nós e envolvi-o num abraço apertado, cobrindo seus lábios com os meus. O cérebro ainda navegando entre a embriagues e a sanidade.
Eu só queria uma forma de substituir a lembrança de Thomas me beijando pela dele. Esperava que isso não fosse errado, porque queria que ele estivesse na minha cabeça, isso era a coisa certa, e esperava, na verdade, eu implorava que essa atitude fosse solucionar os meus problemas.
A excitação latente falou mais alto quando as mãos dele entraram por baixo da minha blusa e acariciaram a carne que havia ali.
Pulei em seu colo, as pernas enroladas em volta se seu quadril e fechei os olhos, a minha língua roçando na dele, ansiando e apreciando o contato. Samuca acariciou as minhas pernas, aceitando e deleitando-se do gesto. Ele também estava quente e tudo indicava que ele estava esperando por esse momento. Era uma questão de atitude. Ele queria que eu me posicionasse, que demonstrasse a importância que ele tinha.
Samuel murmurou em um gemido de prazer. Tive certeza que era aquilo o que ele queria, quando todos os seus músculos começaram a reagir, tornando-se rígidos. Os lábios dele se moveram com os meus enquanto o beijo úmido e cedendo molhava ao redor da minha boca e pescoço. Mas não levou mais do que míseros dez segundos para que ele parasse, desvencilhando-se de mim e afastando-se quando meus pés atingiram o chão.
— Você está bêbada? — questionou num tom de julgamento, a voz mais áspera que o habitual.
Engoli a seco, sem conseguir me pronunciar.
— Me desculpe — pedi, e minha voz se arrastou quando a embriagues falou mais alto. Tentando me aproximando novamente, passei os braços ao redor do pescoço dele e puxei-o para mais um beijo. — Eu não deveria mentir para você. — Assumi assim que percebi que ele relutava — sei que estraguei tudo e estou tão arrependida.
— Eu não acredito que você bebeu e depois veio para cá. — rebateu nitidamente ofendido. — É disso o que você precisa para falar comigo?
— O que? — contestei confusa — não, Samuel. — Abaixei o olhar, as mãos desfilando pelo abdômen sarado até repousar sobre os ombros. — Por favor, me ouça.
— Eu não sei o que está acontecendo com você, Nina. — Exclamou, tirando os meus braços dos seus ombros.
Engoli a seco quando percebi que o resquício de dignidade que havia dentro de mim se escoaria no momento seguinte.
— Eu não posso ficar sem você, Samuca. — Confessei, começando a me desesperar com a rejeição. — O Thomas estava tornando as coisas difíceis para mim. Você não pode tentar entender? Depois de cinco anos, é isso o que mereço?
Ele se virou de costas para mim ao levar uma das mãos à cintura, os músculos inflando com a respiração pesada e ruidosamente, me pareceu injusto utilizar o nosso tempo juntos como um motivo para fazê-lo me desculpar, mas só me dei conta disso depois que as palavras tinham sido ditas, e é como dizem, as palavras são como flechas, depois que as solta, não dá para voltar atrás. Balancei a cabeça e abri a boca para me desculpa, mais uma vez, mas me contive quando ele começou a dizer:
— E você acha que é isso o que eu mereço? — ele se virou abruptamente, encarando-me com ressentimento. Os olhos frios carregavam um brilho afetado e magoado. Eu nunca o tinha presenciado nesse estado. Apenas sentia que estava estragando tudo todas as vezes que ousava tentar reparar as coisas entre nós. — Uma noiva mentirosa e bêbada?
— Eu não sou mentirosa. — Rebati. A ofensa me fazendo elevar bons tons na voz. — Eu tentei te contar, muitas vezes...
— Quando? — ele enviesou o olhar. Era umapergunta retórica, pois a resposta viria fria e recheada de um ressentimentoque me magoaria. — No momento em que estava gritando com a droga do seu ex pelas escadas do prédio? Ou você achaque eu não ouvi, Nina? Todo mundo ouviu quando ele disse que você estavafugindo dele. É disso que se trata? — Samuel pegou o telefone. — Você ainda temsentimentos por ele depois de tudo o que vivemos juntos?
***
Como a publicação seria para amanhã, decidi adiantá-la.
Como vocês estão nesse domingo calorento? Eu estou ótima e muito satisfeita com o resultado desse capítulo e principalemente: com o book trailer que postei hoje. Se você ainda não assistiu, estiver interessado, está nos primeiros capítulos e te garanto que vai gostar.
Também gostaria de dizer que amanhã saí o resultado do ENEM e só em pensar, a minha barriga já dá aquela revirada de nervismo. kkkkkkk
Se você estiver lendo isso antes da segunda-feira, apenas torça por mim, pois se o resultado for positivo, terei muito mais tempo para me dedicar à escrita.
Amo vocês e que nunca deixemos de lutar. Estou feliz independente de qualquer coisa, pois sei que fiz a minha parte e, vamos voar alto, porque esse é o meu lema!
Tenham um ótimo final de domingo
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