5. Você será meu

Não tiro os olhos da sua boca... Seu rosto quase encostando no meu, seu halito quente... As vezes parece que posso assistir tudo como se fosse um filme: ele me fala aquelas coisas que fazem minhas pernas tremerem e meu ID assumir o controle da situação. Seguro sua cabeça com as mãos espalhando meus dedos em seus cabelos. Naquele momento, estávamos a poucos
centímetros de encontrar nossos lábios quando ele me enlaça pela cintura e aproxima nossos corpos. Senti seu volume próximo a minha barriga, o que me fez derreter ainda mais de tesão, pois sabia que ele estava tão louco quanto eu. Não saberia contar ate três ou dizer meu próximo nome. Mas então, ele me solta abruptamente e apenas diz :" Isso é loucura... fique longe de mim, para o seu próprio bem." Desequilibro-me e quase caio estatelada no chão, se não conseguisse me apoiar no armário. Estou em choque e irada. Seria capaz de quebrar meu quarto inteiro se tivesse um taco de beisebol!
Como assim? Como ele pôde dizer que está enlouquecendo, me tocar daquela forma, me fazer fechar os olhos de desejo e simplesmente ir embora? Que ódio estou dele!
Preciso esquecê-lo. Cansei desse joguinho. Foda-se o Jack.

¤¤¤¤¤

Ha três dias mudei meu comportamento com meu ex-amor platônico/professor e infelizmente padrasto. Minha mãe acha que eu estou em crise novamente mas Jack sabe porque estou puta com ele. Na verdade, ele está bem confuso. Puxa papo comigo, se oferece para me carregar até meu quarto, fica me observando discretamente, mas eu tenho o evitado a todo o custo. Tenho medo do meu superego fugir novamente. Mas infelizmente ontem a noite não teve jeito e minha mãe se meteu na historia, "obrigando" Jack a me levar até meu quarto.
Novamente as benditas escadas...

- Me desculpe por aquele dia.

Eu gostaria muito de dizer que estou me fudendo pras desculpas dele e que ele poderia fazer o favor de ir tomar no cú e não voltar mais, mas assim eu estaria esfregando em sua cara o quanto estou machucada e me importando mais do que gostaria com tudo isso. Optei pela indiferença.

- Aquilo pra mim não teve a menor importância.

Ele demonstra decepção com o meu comentário e tenho que segurar a vontade de socá-lo.
Porque você tem que me deixar tão confusa?

Chegando no último degrau, eu agradeço a ajuda e vou para o meu quarto. Antes de entrar olho para trás e o vejo me encarando.

- Você disse alguma coisa professor Weiss?
Ele respira fundo sem graça mas não sai do lugar.
- Boa noite, Amy.

Eu apenas viro e entro no meu quarto. Estou tao angustiada que vou direto para o piano. Começo a tocar "One 'do Metallica porque sempre me relaxa, no entanto, hoje tem o efeito inverso e sinto meu coração pesado. Depois de tocá-la quatro vezes consigo colocar a cabeça no lugar e pensar porque esta música está me consumindo tanto a ponto de me fazer chorar de raiva.

A primeira vez que vi Jack tocando piano no anfiteatro do colégio fiquei hipnotizada. Ele havia sido efetivado como professor há 3 meses e o diretor pediu para que ajudasse no próximo festival da escola que aconteceria em poucos meses. Havia uma reunião com os professores responsáveis e alguns alunos. Cheguei mais cedo como de costume e tive o privilégio de assistir meu professor tocando piano no palco do teatro. Ele estava sozinho sob uma luz fraca e parecia estar entregue aquele momento. Foi a primeira vez que senti aquele frio na barriga e o coração quente de paixão.

- Esse arranjo é lindo. Não sabia que tocava?
- Ainda lembro de algumas notas. - disse humildemente.

- Se isso são algumas notas, eu preciso voltar urgente para as aulas de iniciante - digo me aproximando da escada que leva ao palco.

- Você é uma excelente pianista. Poderia seguir carreira se quisesse.
- Obrigada, mas.... quando me viu tocar?

- Eu cheguei atrasado na última reunião e fiquei lá no fundo.

- Que? Você disse ATRASADO? - começo a rir e apoio meus braços no piano. Ele continua sentado e dá um leve sorriso. Eu fico olhando para ele completamente enfeitiçada.

- Mas não foi culpa minha! A Sta. Becker não me falou do horário correto! Eu tenho um álibi.

Rimos descontraidamente, tocamos juntos, conversamos sobre música e a apresentação que faríamos. Nossos encontros eram sempre assim. Tínhamos uma ligação, uma química que não existia com mais ninguém. Isso foi até minha mãe começar a namorar um cara misterioso e depois de um mês de suspense, ela me apresenta Jack Weiss, seu ex-namorado de juventude e meu atual professor, e dizer que se casariam. Preciso usar o clichê do "meu mundo caiu", porque foi exatamente isso que aconteceu.

Nunca mais ouvi Jack tocar essa música. E ela me faz sentir tão próxima dele, como se tivéssemos algo em comum e só nosso.

*****

Insane:

14:00 Amy: Cambada: depois de 7 dias infernais acabei de sair do hospital e estou andando perfeitamente bem, para a infelicidade das minhas inimigas. Comecei o esboço de "Worth it" e vou trabalhar amanhã a coreografia. Semana que vem começamos os ensaios.

¤¤¤¤¤

- Bom dia filha - minha mãe me acorda com um copo de suco de melancia maravilhoso.

- Bom dia mãe. Que delícia! Obrigada! Pode colocar ai em cima, já já eu tomo - falo enquanto me espreguiço - Que horas são?

- 08:00 horas. Já estou indo pro salão e Jack já saiu. Ele tem uma reunião com o professor do doutorado mas não deve demorar. Você pretende começar seus ensaios hoje?

- Claro mãe. Já perdi muito tempo.

- Cuidado com esse pé, viu mocinha? Não exagere. E não esquece de fechar a porta porque o barulho atrapalha o doutor lá embaixo, tá?

- Eu sempre fecho.

Nem sempre, na verdade...

Sabe aqueles dias que você acorda querendo resolver todas as pendencias da sua vida? Pois é, hoje acordei assim. E a minha grande pendência tem nome e sobrenome: Jack Weiss.

Passei boa parte da noite pensando nele e decidi uma coisa: preciso tê-lo apenas uma vez, uma única vez. Estou indo embora daqui a menos de dois meses e não o verei tão cedo. É bem provável que eu conheça outras pessoas - e quando digo pessoas quero dizer homens lindos e gostosos - e esqueça essa "paixão adolescente", como diz minha mãe. Mas eu preciso ficar com ele pelo menos uma vez. Preciso sentir seus lábios, suas mãos no meu cabelo e nas minhas costas, sua boca no meu pescoço, ... Ai meu Deus! Só de pensar nisso já fico molhada...

E enquanto me arrumava para ensaiar - colam preto e saia pink - pensava em uma forma de fazer com que meu professor não resista mais. Eu sonho com isso todos os dias, literalmente, mas não quero ser o elo fraco, quero que ele fique louco e não suporte mais. Quero que perca o controle e venha atrás de mim. E nessa hora veio um nome na minha cabeça: Kevin.

Coloco minha bota e dou uma andada no quarto pra ver como está meu tornozelo. Perfeito. Não poderia estar melhor. Começo a dançar lembrando de todas as situações que nos colocaram tão próximos. Só de pensar no seu braço envolta da minha cintura, sua mão segurando com força meu rosto e seus lábios tão próximos a ponto de sentir sua respiração, fico sem ar e acelerada.

E para minha surpresa, ou nem tanto, durante minha coreografia dou uma volta e fico de costas para o espelho com uma visão ampla da porta, que está meio aberta - dessa vez foi sem querer, eu juro - e vejo que Jack está lá novamente. Só que dessa vez eu o encaro e não desvio o olhar nem por um segundo. Começo a realizar minha primeira fantasia; dançar exclusivamente para o meu professor. Nossos olhos não desgrudam e pela sua expressão vejo que está com muito tesão. Me sinto única e não consigo parar. Com alguns movimentos sensuais, mordo o lábio e passo a mão pelo meu corpo, sempre olhando em seus olhos. Antes de terminar a música, eu a pauso e vou até a porta.

- Perdeu alguma coisa aqui, professor?

- Eu... eu... bem, eu estava indo para o meu quarto e achei que o som estava um pouco alto. Me desculpe ter te atrapalhado.

Eu não digo nada. Faço meu olhar de "não acredito em você" com uma pitada de sorrisinho cínico. Acho que consegui deixá-lo ainda mais desconfortável. Ele se retira bem sem graça e eu dou um gritinho mudo de euforia. Pego meu celular para ligar para Kevin e começar meu novo plano.

¤¤¤¤¤

Desço as escadas falando alto  e encenando uma conversa com Kevin. Quando chego na cozinha para reabastecer minha garrafinha de água dou de cara com meu alvo. Começo o teatro:

- Mas você podia ter vindo aqui ontem. Fiquei sozinha atoa.

Finjo não ligar para a presença de Jack, que está fazendo um sanduíche. Tudo que faço é na velocidade mais lenta para dar tempo dele ouvir a "conversa".

- Não. Hoje não vai dar. Tem gente aqui em casa, mas amanhã vou na Dancer's.

Dou uma olhadinha de rabo de olho e o vejo franzindo a testa.

- Não sei pra que isso tudo... te vi ontem Kevin! - dou uma risada - olha... não fala isso que eu vou ai... - mais uma risada. Jack já parou de comer e respira pesado com cara fechada. - Se minha mãe não sair eu vou ai umas dez horas. Só um pouquinho, viu? - dou uma pausa como se estivesse ouvindo uma resposta - beijinho, até mais tarde.

Vou na geladeira e pego um iogurte. Quando estou abrindo a gaveta para pegar uma colher Jack abre a boca.

- Dez horas é muito tarde para ir à casa de um rapaz.

- Eu não perguntei sua opinião sobre a hora que eu saio ou deixo de sair. Você é meu PADRASTO e não meu pai.

- Digo porque me preocupo com você. - Ele levanta e guarda seu sanduíche na geladeira.

- Não vai comer mais?

- Perdi o apetite. - Responde saindo da cozinha sem olhar para trás.

E eu deliro com o primeiro resultado que tive!

¤¤¤¤¤

- Cara, você é muito vaca! Como você conseguiu fazer tudo isso sem me contar?

- Eu estou te contando!

- Eu to falando de você ter me ligado na hora porra! Então agora você decidiu seduzir o gostoso do Jack?

- Não é bem seduzir, Megan. Meu objetivo é que ele pare de reprimir seus desejos, e se eu faço parte disso, Voilá!

- E ele pensa que, agora, você está na casa do Kevin fazendo Deus sabe o que! Nossa amiga! Olha, você merece! - ela começa a me aplaudir.

- Não sei que merda isso dará, mas não vou embora de Newport sem ter meu professor Megan, pode apostar.

- Eu não ousaria Amy, sei que vai conseguir dar pra ele.

Começamos a rir e eu a corrijo:

- Não vou dar pra ele Megan, vamos desfrutar da nossa paixão.

- E isso inclui sexo e putaria?

- Sim! Porque não?

¤¤¤¤¤

Assim que cheguei em casa, demonstrando muita felicidade, óbvio, o casal está na sala assistindo filme. Já entro dando boa noite, dizendo que estou muito cansada e que amanhã quero dormir até 10:00. Minha mãe está meio emburrada e Jack, a cara do mal humor.

Tomo um banho relaxando pensando no próximo passo. Acabo me lembrando de quando minha mãe me falou sobre Jack pela primeira vez e começo a sentir aquela raiva novamente.

- Mãe, esse seu namorado é o meu professor de história? - pergunto chocada.

- Isso foi uma coincidência Amy. Eu estudei com Jack no colegial e chegamos a namorar.

- Eu te falei que estava gostando do meu professor de história, porra!

- Olha a boca, Amy! Eu e Jack temos uma história juntos. Nos reencontramos naquela sua apresentação.

- E...

- E ai aconteceu. Eu não liguei uma coisa com a outra. E convenhamos Amy, essas coisas com professores são platônicas! Isso nunca dá em nada. Eu também já passei por isso e sei que logo você conhecerá um rapaz que te fará esquecer essa paixonite.

Então ela emenda o anuncio do seu casamento que aconteceu dois dias depois no único cartório da cidade. Foram muitos amigos mas nenhum familiar, inclusive eu.

Isso tem apenas três meses. Ainda não perdoei minha mãe por isso. Relevo muitas coisas em prol de uma boa convivência e porque achei que nunca teria chance com Jack. Mas não posso esquecer que ela sabia o quanto eu gostava dele. Por isso não sinto remorso por nada do que está acontecendo.

Volto para o meu quarto e toco um pouco de piano. Jack sempre na minha cabeça.

Quando decido deitar já passa da uma da manhã. Vou pegar água e ao passar pelo quarto do casal ouço um gemido e vejo que a porta não está fechada e sim encostada. Fico naquela luta interna querendo saber o que está acontecendo mas com medo do que posso ver. Não resisto e coloco a mão na porta de leve, abrindo bem pouquinho.

MEU DEUS!

Meu coração acelera, um fogo sobe entre minhas pernas e minha boca fica seca. Jack está nu ajoelhado na cama fazendo movimentos de vai e vem. Sua bunda se contrai e suas mãos estão apoiadas, acho que na bunda da minha mãe. Credo. Não consigo vê-la, graças a Deus, pois ele está tampando toda a visão. Ele dá um tapa na bunda dela fazendo-a gemer ainda mais. Me assusto e sinto mais tesão ainda com tanta virilidade. De repente minha mãe grita um "Oh my God!" e ele se levanta. Dou um passo para trás mas não consigo parar de olhar. Estou mais presa ao chão que uma árvore de 200 anos. E nesse momento, quase perco o ar. Jack se vira e vem na minha direção. Como ele sabia que eu estava ali? Será que fiz algum barulho? Ele me olha sabendo que eu o assistia. Um corpo esculpido em músculos e um pau enorme e duro. Eu olho pra baixo, olho pra cima e ele continua vindo com uma cara de sacana. Então, finalmente pára e coloca a mão na maçaneta.

- Perdeu alguma coisa aqui Sta. Clark?

¤¤¤¤¤¤¤¤¤

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top