16. Revelações

PRIMEIRAMENTE QUERIA PEDIR UM MILHÃO DE DESCULPAS PELA DEMORA ABSURDA.

UMA BOA NOTÍCIA PARA QUEM NÃO DESISTIU DE INSANE: VOLTAMOS HOJE COM FORÇA TOTAL!

1 CAPÍTULO POR SEMANA. SEM ATRASOS. TODO DOMINGO, OK?

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Is there anyone out there?

Existe alguém lá fora?

Cause it's getting harder and harder to breath.

Porque está ficando cada vez mais difícil de respirar.

Marron 5

-

O fato é que eu mal conseguia beijar Kevin. Tudo não passava de técnica.

"Vire o pescoço levemente para a esquerda; não abra tanto a boca; a língua é uma coadjuvante importante; não esqueça de chupar o lábio inferior".

Não! Eu não quero chupar o lábio inferior DELE!

Com a proximidade de nossos corpos percebi sua excitação, mas nem assim o famoso "frio na barriga" me acometeu como costumava acontecer. Muito pelo contrário, a repulsa tomou conta de mim fazendo-me afastar-me de Kevin com certo nojo. O DJ aumentou uma música barulhenta demais, no entanto já estava preferindo isso aos assovios e aplausos que não paravam nem por um segundo.

Passo as mãos no cabelo, mais irritada que envergonhada e sorrio com a cara de depravada que Megan me atira. Kevin me abraça de lado e deixa um beijo no topo da minha cabeça. O perfume dele, que antes me enlouquecia, agora me causa ânsia. Minha mãe aparece ao meu lado fazendo uma dança estranha com seus braços e grita no microfone - pra não perder o costume:

- Vamos dançar minha gente, que daqui a pouco tem parabéns!

Passo os olhos a procura de Jack e não o vejo no palco nem em lugar algum.

- Às vezes não seria uma boa ideia vê-lo agora... nem nos próximos 10 anos de preferência - minto para mim mesma.

Saio do palco louca por uma bebida. Neste mesmo momento um garçom passa me servindo uma champanhe. Um gole daquele liquido gelado e doce me faz desejar que a noite acabe o mais rápido possível. Quando sinto alguém forte me abraçar por trás desejo por milésimos de segundos que seja Jack, mas logo sinto aquele perfume enjoativo e percebo que minha boa educação está prestes a ir ralo abaixo.

- Já chega, Kevin - falo enquanto me desvencilho dele.

- Que isso, princesa? Achei que estivéssemos juntos!

Oi? Como é que é? Eu perdi alguma parte da minha própria vida?

- E o que te fez pensar isso? Aquele beijo? Pelo amor de Deus, né!

- Mas...

- Mas nada. Me deixa em paz, Kevin!

- Opa, opa... O que está acontecendo aqui?

- Megan, por favor, pega seu boy magia e vão dançar, transar, qualquer coisa, mas tira esse garoto daqui, pelo amoooooor de Deus!

- O que te deu, Amy? - pergunta confuso.

Até acho que exagerei, principalmente depois da linda homenagem que ele me fez e do beijo que EU dei nele, contudo não estou suportando olhar para seu lindo rostinho.

- Kevin, escuta, não estamos namorando, nem juntos, nem nada parecido, ok?

- Mas e o beijo? - Amy e Kevin perguntam ao mesmo tempo.

Aí Senhor! Como eu explico a porra desse beijo!

Viro-me bruscamente e sem paciência, mas Kevin segura meu braço com força fazendo com que eu derrame parte da champanhe em mim.

O que já estava me tirando do sério aumentou em proporções fenomenais! Fico segurando a taça e trinco os dentes olhando ferozmente para Kevin. Pensamentos assassinos rondam minha mente nesse momento.

- Olha o que você fez, seu idiota?

- Nossa Amy, desculpa.

Minha amiga arregala os olhos verdes e coloca a mão na boca em espanto.

- Amy do céu! Você precisa trocar de roupa AGORA! A não ser que queira continuar mostrando os peitos.

- Ah! Adoraria continuar mostrando os peitos! - digo já sem nenhuma paciência.

- Ei! O quê que está acontecendo?

Enfim uma luz no fim do túnel!

- Kate, por favor, me salva!

*-*-*

- Pega esse. É simples, mas é o único.

Como Kate havia dormido em minha casa, sua pequena bagagem estava no carro de Jeni.

- Obrigada, amiga.

- Quer que eu te ajude?

- Apenas mantenha o Kevin longe de mim.

- Mas e o beijo?

Afffff, o beijo.

- Vai pra lista das merdas que fiz na minha vida.

Kate ri e lança um beijo no ar antes de me deixar sozinha no grande hall da casa principal. Passo os olhos pelo ambiente muito bem decorado enquanto espero pela anfitriã.

- Oh minha querida! Desculpe a demora! Sua amiga me contou o que aconteceu. Vem, você precisa trocar essa roupa!

A Senhora Weiss me leva escada à cima e me oferece uma suíte enorme.

- Pode ficar a vontade. No banheiro tem toalhas, shampoo, hidratante, secador de cabelo, enfim, tudo de que uma mulher necessita. Qualquer coisa que precisar é só apertar essa campainha aqui - ela me aponta um botão pequeno e preto ao lado do criado mudo - Ele chama direto meu chefe de segurança que me comunicará, ok?

Apenas balanço a cabeça, sem graça demais para dizer qualquer coisa além de agradecê-la.

-Muito obrigada.

- Não há de quê, filha. Apenas, fique linda para a sua festa!

Ela me deixa um beijo carinhoso na bochecha e sorrio com a ternura daquela mulher. Jack se parece tanto com ela, meu Deus! Ainda não enxergo o monstro que tanto minha mãe falou. Tá certo que já o vi sendo grosseiro com ela, mas sempre foi muito gentil comigo.

"Esse é o truque dele, Amy. Jack tem o dom de encantar quem ele quiser. Depois que te usar como uma prostituta, te joga na vala como um saco de lixo."

As palavras de Jeni me trouxeram aquela tristeza intensa que tanto faz meu coração doer. Apenas me encaminho ao banheiro e deixo a água quente descer por todo meu corpo. Enquanto passo sabonete pelos meus seios e barriga imagino as mãos de Jack em mim. Aquelas mãos fortes que tanto me deram prazer. Levo meu dedo a minha entrada e percebo minha excitação. Aquele homem sempre vai causar isso em mim. Sei que vai.

Me enrolo na toalha e saio do banheiro. Quase morro de susto ao ver Jack encostado na cabeceira da cama com as mãos atrás da cabeça. Sua feição séria e os olhos semi-serrados de quem não para de pensar um minuto sequer encaram meus olhos.

- O que... o que você está fazendo aqui?

- Nem adianta gritar. Esse quarto tem isolamento acústico. Era meu.

Seguro forte a toalha em volta do meu corpo e não consigo dizer nada. Olho para o alarme que sua mãe mencionou a pouco.

- Já desativei - diz secamente.

Olho rapidamente para a porta e depois para Jack, que levanta a chave e a balança no ar.

- Ta aqui. Você não tem como fugir.

"Ele é mau. Sempre querendo se fazer de bom moço, mas EU sei quem ele é de verdade. E sei também, com toda a certeza que quando ele quiser te machucar, ele irá."

Não sei se estou imaginando coisas, mas ao lembrar das palavras de Jeni sinto medo. Pela primeira vez sinto medo de Jack. Aquele olhar predador, sua respiração alterada e uma raiva palpável me fez apenas querer que alguém batesse na porta.

Dou um passo para trás e sinto que posso cair a qualquer momento. Jack continua sentado e ergue a postura.

- Você só sai daqui depois de me explicar que merda está acontecendo. Eu estou me fodendo pra sua festa.

- Eu não tenho nada para te explicar. Você é apenas meu padrasto.

Pareço ter cutucado uma ferida aberta de Jack. Sua cara de indignado mexe com a pouca estabilidade que eu tentava transparecer.

- Agora eu sou APENAS seu padrasto? Mas quando você gemia na minha boca não era isso que achava. Quando enfiava meu pau em você - ele se levanta e caminha até mim - nunca se importou de eu ser seu padrasto, não é?

Sinto todo o meu corpo responder àquelas palavras. O ambiente ferve a lascívia que me embriaga com o seu maldito perfume.

Ele chega mais perto e segura meu rosto com uma mão fazendo pressão. Um misto de pavor e tesão percorre meu sangue que faz meu coração acelerar. Logo solta meu rosto e mergulha seus dedos longos no meu cabelo alisando meus lábios com o dedão, fazendo-me olhá-lo profundamente. Seus olhos me intimidam de uma forma que fecho os meus evitando toda a confusão que sinto.

- Mas o que mais está acabando comigo é ter te entregado meu coração, meu amor... Porquê você beijou aquele merda?

- Eu... - não consigo terminar, pois Jack me pressiona contra a parede e seu hálito de hortelã é altamente perturbador.

- Depois da forma que nos entregamos, nos amamos, todos os planos que fizemos... Você não podia ter feito isso comigo, sabia?

Tento não me afetar com suas palavras, mas temo falhar pois minha respiração está totalmente descompassada.

- Não venha bancar o inocente. Eu já sei de tudo que você fez à Jeni - digo enquanto vejo uma mudança brusca em seu olhar. Ele se afasta.

- Como é que é? Tudo que EU fiz a Jeni? Que história é essa? Do que você está falando?

- Qual é Jack! Chega desse joguinho! Quanto tempo você achou que me enganaria com essa conversa sobre amor? - explodo querendo desesperadamente me convencer de que esse é o certo.

- O que a maluca da sua mãe inventou? Eu já te disse que existem coisas no nosso passado que você desconhece.

Meu padrasto passa as mãos no rosto claramente transtornado, o que me deixa confusa com todas as informações que recebi ultimamente. Contudo, decido seguir em frente com o prometido à Jeni, afinal, agora eles teriam um filho.

- Não me diga! E você nunca me falou sobre o maldito passado de vocês, por quê? Por que você é muito bonzinho? Cheio de boas intenções pra comer uma virgem idiota?

- Neste momento acho difícil responder.

- É mesmo? E porquê exatamente? - digo bufando de ódio e encarando seus olhos negros, que refletem o mesmo sentimento.

- Por que parte de mim quer estrangular você.

Recebo suas palavras como pedras de gelo. Parece que meu coração foi reduzido a pó e sinto dificuldade em continuar respirando. Jack está longe de mim, mas sinto o cheiro do ódio que exala por seus poros.

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