Um monstro na minha janela

Eles sempre aparecem,
Sempre crescem,
"Acarentam-se",
E abraçam coitados,
Talvez almadiçoados,
Mas quem?
Eu, eles ou ninguém?

Um deles sorriu na minha janela,
Passou por ela como fosse portela,
Abraçou-me com toda sua escuridão,
Sussurando suave no meu coração:
-" Relaxe, tudo vai ficar mau."

Ouvi vozes ao longe, bem pertinho,
Eles diziam algo amigo,
"Conte comigo", não entendi,
Pois o monstro tapava meus ouvidos,
Distorcia todos meus sentidos,
Era tipo um mágico,
Um farsante,
Um mágico louco,
Um farsante.

Acho que ele alimentava-se de vísceras,
Neurônios,
Substâncias vitais,
Eu.

Ele abraçou-me tão forte,
Prometeu-me tantas sortes,
Mas apenas distorcia-me,
E tão de repente,
O céu ficou preto,
O nada virou base,
O tempo um inimigo,
A vida uma prostituta louca,
E a esperança um profeta do perigo.

E mais de repente ainda
Eu virei parte do monstro,
Ele manifesta-se repentinamente,
Some tranquilamente,
Ou escandalosamente.

Hoje ele apareceu na minha janela,
Ou ontem, ou amanhã,
E o seu, já lhe visitou hoje?

29/11/18

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