I

Tava no final da corrida, já estava vendo a linha de chegada logo a frente, o suor escorria pela minha têmpora, passando pela minha bochecha.

Vejo pelo retrovisor o carro do Rendall, ele estava logo atrás de mim, volto a olhar para frente passando meu olhar ao meu volante e para o botão vermelho, não estava no momento certo pra ativar.

A linha de chegada estava cada vez mais perto, uns 800 metros de distância, vejo que Rendall estava querendo me ultrapassar mas não deixo, ele tenta duas vezes, consigo fecha-lo mas já na terceira ele joga seu carro de uma vez para a esquerda, não estava esperando isso e acabei não conseguindo impedir.

Agora um do lado do outro, correndo a toda velocidade, consigo reparar que ele está mais à frente e então decido que estava na hora de ativar, aperto o botão vermelho em meu volante e sinto meu corpo ser jogado para trás colando no banco de couro, sinto a adrenalina passar por minhas veias, o vento entrar no carro e tudo lá fora virar um grande borrão, eu estava tão rápido que nem percebi que tinha passado a linha de chegada.

Paro de acelerar e vou trocando as marchas para que o carro desacelere naturalmente e quando estou numa velocidade segura, vou devagar apertando no freio e assim até parar totalmente o meu carro. Desço logo em seguida quando desligo o motor, uma multidão vem pra cima gritando e pulando comemorando a vitória, Luke vem com um bolo de grana e me entrega.

- muito bem Jauregui, já contei a sua parte e está certinho- diz ele

- POLÍCIA!!- escuto alguém gritar e o som de sirene tocando ao longe.

Todos correm para os seus carros, entro no meu e ligo, tento sair mas tinha muitas pessoas passando na frente, não dava pra avançar.

Buzino para que eles saiam da frente até que em um momento vejo uma passagem, assim começo acelerar e sair de lá o mais rápido possível.

Entro em uma avenida indo devagar, logo em seguida entro na rua a esquerda, depois que entro à uma viatura em minha frente, em imediato engato a macha ré começando acelerar mas sinto um impacto contra o meu carro, noto que era outra viatura  tampando minha passagem.

- desce do carro com as mãos na cabeça!- escuto a voz do policial.

- merda!

....

- s/n Jauregui Morgado!! Filha de novo isso?-  diz minha mãe furiosa chegando ao meu lado.

- sua filha senhora?- pergunta o policial.

- se eu não fosse, ela não teria me chamado de filha não é mesmo?- digo a ele que me olha com cara fechada.

- você sabe que posso te prender não é mesmo?- diz ele olhando para mim.

- e por que não faz isso?

- desculpa os modos da minha filha seu guarda, onde que eu assino?- diz minha mãe apertando meu ombro.

- por aqui senhora, só não prendo você por que seu pai é amigo do delegado, se não você ja estaria na cela.

Eles entram numa sala e eu fico esperando do lado de fora. Até que não demora muito, eles voltam uns 15 minutos depois.

- vamos.

- vê se não apronta garota!- diz o guarda mas eu não ligo.

- sério filha? De novo isso? Já é a terceira vez no mês que eu venho aqui!- diz ela.

- tá bom mãe, não vai acontecer de novo, por favor só vamos para casa- digo a ela, já foi corrido demais hoje, estou cansada.

- não s/n!!! Você foi presa por causa de racha e com uma porção de maconha s/n!! Eu e seu pai já não aguentamos isso!- tá ok, acho que dessa vez foi demais... ela nunca falou assim comigo..

- como assim mãe?

- vamos nos mudar, iremos para Miami, ja compramos as passagens e conversamos com seus irmãos, está tudo bem para eles, principalmente pra Lauren isso vai ser bom para a carreira dela.- diz minha mãe furiosa e seria, nunca vi ela assim.

- ok, tanto faz.- digo apoiando minha cabeça na janela- e meu carro?

- seu pai vai buscar e quando chegarmos em Miami ele vai levar em uma oficina- diz minha mãe, isso chama minha atenção.

- vocês sabem que ninguém mexe no meu carro sem ser eu mesma!- digo para ela incrédula com o que ela acabou de dizer.

- sabemos, mas vamos tirar todos os negócios daquele carro! Deveríamos vender aquela coisa!- diz ela.

- vocês não vão fazer isso, vocês não podem, ele é meu, eu o ganhei!- digo pra ela que estaciona em casa, nem percebi que já chegamos.

- não quero saber, so não vamos vender por que você vai precisar para se locomover, seu pai e eu não teremos tempo pra levar vocês a escola então você e seu irmão vão- diz ela saindo do carro, saio depressa sem acreditar no que ela acabou de dizer.

- o que?! Eu não vou voltar para a escola!- digo a ela.

- já é tarde demais, esta tudo pronto pra irmos e além disso vocês já foram matriculados- entramos em casa, não respondo oque ela disse, só vou direto para meu quarto batendo a porta, vou ao banheiro tirando minha roupa e entro no box.

Sinto a água morna batendo em minha cabeça, relaxo na mesma hora. A água vai escorrendo pelo meu corpo me tranquilizando, fico um bom tempo no banho reorganizando meus pensamentos, fico mais tranquila e meu corpo mais relaxado, saio do banho com uma toalha em minha cintura, vou pro closet pegando um top, uma cueca box vermelha e uma calça moletom, os coloco.

Passo a toalha no cabelo e me deito na cama, fico olhando pro teto e pensando.. já falei com meus pais que não quero voltar para a escola e eles sabem muito bem do por que. 

A porta do meu quarto é aberta com tudo, vejo meu pai entrando com um semblante sério.

Ele joga a chave do meu carro em mim, que atinge minha costela, assim doendo.

- ficou louco?!- pergunto incrédula com sua atitude.

- não, você quem está!! S/n já estou cansado dessa sua criancice, sua atitude poderia te levar para a cadeia!! Você poderia ser presa, você não entende isso?- grita ele comigo, ele nunca falou assim comigo.

- não finja que se importa, vocês nunca se importaram comigo, só ligam para seus filhinhos de ouro não é mesmo? Mas sempre tem aquele que é o errado, não é mesmo? A ovelha negra da família, e bom aqui está ela- digo me levantando da cama e abrindo os braços.

- seus irmãos me dão orgulho, já você não chega nem perto- diz ele.

- não preciso do seu orgulho, não sou a filhinha de ouro que faz tudo pro papai babaca- respondo, logo em seguida sentindo minhas costas baterem na parede.

- não fale da sua irmã assim, ela pelo contrário de você luta pelo futuro dela- diz ele me pressionando contra a parede - ela não tem nada haver com sua vida de merda!!

- me solta porra!- digo empurrando ele pra longe que me larga, parece que ele caiu na real porque sua expressão muda instantaneamente para uma tristeza e arrependimento.

- filha...

- sai do meu quarto!- digo com raiva.

- filha des.... 

- sai da porra do meu quarto!- digo e ele vai até a porta e olha pra mim.

- eu... eu... sinto muito... é melhor você começar  arrumar suas malas porque vamos sair amanhã cedo- diz ele saindo e fechando a porta.

Passo a mão em meu cabelo jogando ele para trás, sinto a raiva dominar meu corpo, dou um soco na parede pra aliviar minha raiva mas não ajuda muito, sento na cama tentando me acalmar.. respiro fundo e solto, me acalmo um pouco mas ainda sinto a raiva, me levanto e vou até meu closet tirando minha mala vermelha e jogando na cama, abro ela e começo a tirar as roupas do closet, enquanto arrumo em um momento, escuto a porta do quarto sendo aberta.

- já estou fazendo as malas, não preciso de um vigia para que fique me supervisionando- digo jogando as roupas na mala sem olhar para trás.

- não quer ajuda? Eu ja terminei as minhas malas, eu poderia te ajudar nas suas se quiser- escuto a voz da minha irmã que tanto amo.

- claro Lolo, sua ajuda sempre é bem vinda.- digo dando um sorriso assim que vejo aqueles olhos verdes, ela é um anjo na minha vida de merda, sei que falei dela mas só falei por que ela é um ponto fraco do meu pai.

- uhm, tenho uma ideia que seria mais fácil se fizermos assim...

Digo indo até meu closet jogando todas minhas roupas no chão.

- s/a nãaoooo, vamos ter que dobrar tudo de novo, vai demorar mais- diz ela olhando as roupas no chão.

- que bom, assim você vai ficar presa aqui comigo pra sempre há há há- digo dando uma risada maléfica.

- besta! Vamos logo idiota- diz ela dando um tapa na minha cabeça.

- pra que essa agressividade toda Lolo?- ela revira os olhos - não revira os olhos pra mim Lauren.

- vamos logo s/n, tô quase desistindo de ter me oferecido- diz ela pegando uma regata minha e dobrando.

- ok ok, tudo bem- digo me juntando a ela.

Arrumamos minhas roupas e sapatos, depois ajeitamos nas minhas malas, não imaginava que eu tinha tantas roupas assim, separamos uma bolsa para as minhas joias com bastante brincadeiras minha irritando a Lolo, amo irritar ela, enquanto arrumávamos diz ela que pegou emprestado mas conheço ela, sei q nunca mais irei ver minha pulseira e meu colar, nós arrumamos quase tudo.

- uhm acho que já foi tudo Lolo- digo vendo as malas no chão do meu quarto, mas sinto que está faltando algo, até que vejo um pacotinho sendo jogado na minha cama.

- s/n você voltou com isso?- diz Lauren brava.

- Lolo...

- por que?

- Lauren isso me ajuda entende? Ajuda a me controlar, sabe que se não fosse por isso não usaria por você- digo a ela que abaixa a cabeça triste, vou até ela dando um beijo em sua testa e a abraçando.

- vai usar só quando necessário?- pergunta ela com a voz baixinha e abafada por causa do abraço, eu entendo o medo dela.

- vou sim, eu prometo- digo com firmeza.

- a gente precisa ir dormir é melhor, já que está muito tarde e teremos que acordar bem cedo, já separou uma roupa s/a?- diz ela.

- já sim Lolo, e é melhor mesmo irmos dormir- digo pra ela que concorda comigo, dou um beijo em sua cabeça, ela vai saindo do meu abraço e vai em direção a porta saindo do quarto, me deixando só, eu pego o pacotinho de maconha o coloco na minha mochila, me sento na cama e pego meus remédios os tomando com um resto de coca que tinha, me deito e espero o remédio fazer efeito, em seguida acabo dormindo.

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Revisado.

Bom espero que gostem desse capítulo, vejo vocês semana que vem bjss

Até o próximo capítulo.✨❤️

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