L7NNON
🦜ྀི ┋TEMA : fofo
🦜ྀི ┋AVISOS : nenhum
🦜ྀི ┋SINOPSE : onde o filho de S/n chama Lennon de pai pela primeira vez.
Boa leitura, pivetes 💚
CHAMANDO DE PAI
! ʾ s/n pov's ⩇ ˙ ៹
Quando eu tinha quatorze anos de idade, fiz uma promessa aos meus pais. Eu daria à eles o orgulho de ter uma filha é médica. Por isso, lutei cada segundo desde aquele dia para que pudesse cumprir a minha promessa e a realizar aquilo que pouco tempo depois viria ser meu sonho.
Nós morávamos no Rio de Janeiro, no morro do Vidigal, para ser mais exata. Por isso as coisas eram sempre mais difíceis. O dinheiro era pouco, o tempo também e, na falta de ambos, o amor também ficava escasso. Sendo a mais velha de três irmãs eu tinha que dar conta de tudo se quisesse chegar ao meu objetivo e dar as minhas irmãzinhas aquilo que eu nunca tive.
Enquanto meus pais passavam o dia fora trabalhando eu me virava com os serviços de casa, cuidando das meninas e indo atrás do meu sonho. Apesar dos obstáculos, tudo ia bem. Mas no meio do caminho, chegando quase lá, eu cometi o que era pra ser o maior erro da minha vida.
Eu me apaixonei.
Não por alguém como eu ou alguém da minha idade. Eu me apaixonei por um traficante.
Que o morro era um lugar perigoso eu já sabia, por esse motivo evitava ao máximo sair de casa e ficava bem longe dos lugares onde sabia que esse tipo de gente andava.
Mas em um final de tarde, voltando da escola com minhas irmãs, eu o vi. Jogando bola no campinho com os garotos, todo suado e sem camisa. Eu era apenas uma adolescente besta com um monte de sonho na mente. Eu deveria ter virado a cabeça e ido embora como sempre. Mas, naquele dia em específico, eu o encarei sem nenhuma pretensão.
Assim que nossos olhares se cruzaram, eu vi seu sorriso de canto. Fiquei sem graça, virei o rosto e fui pra casa.
Mas depois disso, ele estava lá todos dias. Quando o sol se escondia atrás das casas e deixava o céu laranja, ele estava lá. As vezes jogando, outras vezes só sentado com um cigarro pendurado nos lábios.
Até um dia, quando eu voltei mais tarde e sozinha. As meninas não haviam tido aula naquele dia e meu ônibus tinha atrasado. Era tipo aqueles dias de cão, onde tudo parecia dar errado, ele veio e mostrou a luz.
Ele se apresentou e eu sorri. Nós conversamos enquanto eu fazia o caminho de casa. Ele me convidou pro baile; eu aceitei. Ele me beijou e eu deixei.
Aquela rotina se persistia. Eu o via todos os dias e caia ainda mais na lábia dele. Até que em uma noite eu me entreguei. Ingênua, eu acreditei por segundos que aquilo daria certo.
Eu, só uma estudante do ensino médio de dezoito anos. E ele, o chefe do morro com sete anos a mais que eu.
Semanas depois eu recebi o resultado do vestibular e vi que o tinha alcançado meu objetivo. A primeira médica da família. Eu contei pra ele, que ficou orgulhoso de mim e pela primeira vez disse que me amava; eu acreditei. Uma semana depois e eu recebi a segunda notícia mais importante da minha vida.
Positivo.
Dois trançinhos cor-de-rosa que mudaram minha vida para sempre.
Eu contei pra ele; ele gostou da notícia. Mas eu fiz um pedido que ele foi incapaz de acatar. Eu não queria aquela vida de morro pro meu bebê, aquela vida perigosa. Eu pedi que ele saísse, eu já tinha um futuro encaminhado, daria tudo certo.
Mas houve uma invasão, um tiro e eu vi mais uma vez tudo na minha vida desandar.
Depois que vi o amor da minha vida morrer nas mãos da polícia, tudo dentro de mim mudou. Matheus, vulgo Coronel, não era perfeito e tinha seus defeitos e erros como qualquer outro ser humano. Mas ele me amava e amava nosso filho.
Depois que contei sobre a gravidez, meus pais me expulsaram de casa. O desgosto e a decepção no olhar de ambos vai ficar pra sempre marcado em mim. Não importa se eu tinha passado no vestibular pra medicina, não importa se meu futuro estava meio caminho andado. O desgosto de ter uma filha adolescente grávida de um traficante anulava qualquer outro orgulho que eu havia dado à eles.
Mas eu não desisti. Arrumei um emprego de meio período em uma loja no shopping na Barra da Tijuca. Então eu trabalhava de manhã e estudava de tarde e a noite. Todos os dias durante nove meses foi assim. Eu consegui alugar apê perto do shopping que mal me cabia, mas que naquele momento era suficiente.
Aos pouquinhos eu fui me preparando para a chegada do meu bebê. Eu tinha pessoas incríveis ao meu lado, uma delas sendo Bia, a minha colega mais próxima da faculdade e também madrinha do Levi.
A garota me ajudou em completamente tudo nos últimos instantes da minha gestão e até depois também quando eu fazia malabarismo para tentar concluir meu curso e cuida do recém-nascido. Nós alugamos juntas um apartamento assim que começamos à estagiar na mesma clínica. Ela pela manhã e eu pela tarde e assim nós nos virávamos para cuidar do bebê.
Ele não era dela, mas era como se fosse. Ela não tinha obrigação nenhuma, mas ajudou a cuidar dele como se fosse seu também.
Quando Levi completou três anos eu comecei a residência em neurologia e foi assim que eu conheci Lennon.
Era tarde da noite e eu estava em um plantão de mais de vinte e quatro horas completamente exausta. Eu vi ele todo desesperado chegando com o avô que passava mal.
Graças a Deus não era nada grave, todavia aquele ocorrido foi responsável pro trazer ele à minha vida.
- Ele tá bem né, Doutora? - perguntou e eu concordei com cabeça após terminar de medir a pressão do senhor mais velho.
- Tá sim, foi apenas um pico de pressão. Como protocolo e devido a idade avançada, eu vou precisar pedir uns exames e deixá-lo em observação até amanhã de manhã.
- Tudo bem. - ele concordou. Eu pude ver o alívio em seus olhos. - Hum, e eu sou o Lennon. - estendeu a mão.
- s/n. - respondo apertando a destra dele e vi ele sorrir.
Depois daquele dia eu nunca mais consegui tirar aquele sorriso da minha cabeça. Eu acordava pensando naquilo e ia dormir pensando naquilo; pensando nele.
Quando eu descobri que ele era cantor e famoso, desanimei total. Ele seria o meu crush inalcançável. Aquele tipo de crush que você sabe que nunca vai conseguir pegar, pois é, era isso que eu pensava.
Até o dia que eu estava de folga com Levi em casa, aproveitando pra passar o dia de pijama com meu pivete assistindo os filmes que ele gosta.
- Vem cá, meu pretinho lindo - puxo ele pelas pernas vendo o mesmo rir. Termino de colocar seu pijama e pego ele no colo quando ouço a campainha tocar.
Meu neném colocar a cabeça no vão do meu pescoço e fica quieto quando eu abro a porta.
- Oi. - falei assim que vi o homem em minha frente. Ele tava lindo, todo de preto com boné pra trás e aqueles cordões de ouro.
- Oi. - ele falou e ficou lá parado intercalando seus olhares entre mim e a criança em meu colo.
- Desculpa a pergunta, mas o que você tá fazendo aqui? - perguntei um pouco sem graça por ele estar me encarando.
- Eu... eu - limpou a garganta - vim agradecer pela força com meu avô naquele dia.
- Imagina, só fiz o meu trabalho. - dei um sorriso gentil.
- E fez muito bem, por isso voltei no hospital pra agradecer - ele disse coçando a nuca. - mas ai sua amiga falou que hoje você tava de folga me passou o endereço.
- Bia, é uma Maria fifi das boas - ri negando com a cabeça.
- Fiz mau em vim? - perguntou parecendo nervoso e eu rapidamente neguei com a cabeça.
- Não, imagina - falei - Aliás, que mal educado da minha parte, entrar aí. - quando eu o convidei pra entrar naquele dia, não foi apenas no meu apartamento, mas também em minha vida.
Lennon chegou de mansinho, devagarinho e com jeitinho. Ele tinha me ganhado no segundo que sorriu pra mim no hospital, mas levou meu coração com ele quando eu o vi trocar sua vida agitada de artista por noites no meu quarto assistindo desenhos com o meu filho.
Dois messes depois eu fiz minha primeira cirurgia e foi com ele que comemorei. No mesmo dia também subi ao Vidigal depois de tanto tempo para pegar o que me pertencia.
- Vim levar as minhas irmãs - foi tudo que disse quando meu pai perguntou o que eu queria. - Eu tenho uma vida estável agora, posso tirá-las daqui e dar à elas tudo que eu nunca tive.
- Elas são minhas filhas! - minha mãe gritou.
- Mas sempre foram minhas responsabilidades! - eu disse de volta. - Lutei por mim, mas também lutei por elas. Quando você me expulsou, eu prometi que voltaria para levá-las comigo.
- Não achei que iria voltar - me pai desdenhou. - Tampouco que conseguiria se formar carregando aquela criança.
- Mas eu me formei e aquela criança nasceu e é um menino lindo que só me enche de orgulho. - falei com os olhos cheio de água. - E eu vou levar minhas pequenas comigo, caso contrário da próxima vez eu virei com a polícia e advogados. - limpei minhas lágrimas e olhei para minha mais nova que estava com os olhos assustados. Quando saí daqui ela tinha apenas dois anos e agora é uma mocinha linda.
Eles não pestanejaram mais. Trouxe Anna e Flor comigo como sempre sonhei que faria. Prometi para Bia que me mudaria assim que conseguisse um lugar, mas ela não estava me apressando.
Estava na hora de construir minha vida sozinha, pelo menos foi o que eu pensei.
Mesmo fazendo cinco messes que eu conhecia Lennon e estava me envolvendo com ele, o pedido de namoro ainda foi uma surpresa. Oito messes depois ele me chamou pra morar com ele e eu aceitei.
Eu estava vivendo um verdadeiro conto de fadas com o cantor. Quando eu acordava cedo para acompanhar alguma cirurgia ou ficar de plantão, ele cuidava de tudo pra mim.
Levava as meninas para escola e deixava Levi todo preparado para quando a babá chegasse.
O melhor de tudo é que eu não pedia, ele simplesmente ia lá e fazia.
Agora, dois anos depois que eu o conheci, eu o observo dormir em toda sua glória. Meu preto lindo. O homem que me fez redescobrir o amor e me ensinou que ele pode ser lindo se cultivado da maneira certa.
Levo minha mão até sua nuca e faço carinho na intenção de que ele acorde.
- Bom dia, preto - beijo seu pescoço e sinto ele se mexer. - Sabe que dia é hoje? - beijo novamente. - a data do meu homem.
- Seu homem, é? - murmura e eu rio. Vejo ele abrir seus olhos e me encarar. - Bom dia, preta.
- Feliz aniversário, meu gostoso - dou um selinho nele.
- Obrigada, vida - beija minha testa. Ele levanta e se senta na cama, mas me olha com cenho franzido - essa casa não tá silenciosa demais pra um domingo de manhã, não? - estranha e eu sorrio.
- Vamo tomar café, as crianças devem tá dormindo ainda - digo e ele concorda.
Depois de trocarmos uns beijos acalorados, levantamos e ele me ajuda a arrumar a cama. Saímos do quarto e era bom saber que ele não estava desconfiado nem um pouquinho da nossa surpresa.
- Feliz Aniversário!
Todos dissemos em uníssono quando chegamos à cozinha onde estão minhas irmãzinhas, meu filho e os pais de Lennon.
- Caraca, gente - passa as mãos no rosto em choque - Tô processando ainda, mas valeu, vocês são fodas. Amo vocês, obrigada de verdade. - diz com uma carinha de quem queria chorar. Me aproximo e beijo seu rosto.
- Você merece, preto. Isso e muito mais. - digo sorrindo e ele me abraça apertado.
- Obrigada, eu te amo. - beija minha bochecha e vai até seus pais assim que solta. Vou falar com Flor, minhasmais velha de doze.
- Dormiu bem, meu amor? - pergunto beijando sua cabeça e ela confirma. - e você, Nana?
- Dormir bem, mana - a minha de sete responde sorrindo banguela. - e o Levi tem um presente. - diz batendo palmas animada.
- Sim, o presente - falo e isso chama atenção de Lennon. Pego Levi, que com quase cinco anos não cabe no meu colo. - É o presente em nome de todo mundo - digo sorrindo quando Levi entrega a caixa sorrindo.
- Sabe que não precisava, né?
- Espero que goste, pai - Levi fala e eu me assusto tanto quanto todo mundo. Lennon está em choque, encarando o pequeno com a boca aberta.
- Isso não tava combinado - murmuro e Lennon toma meu filho do meu colo.
- Me chamou de pai, pretinho? - diz com a voz embargada. Meu bebê assente e até eu fico com vontade de chorar. Sinto a mãe de Lennon me abraçar.
- Obrigada por dar essa família pra ele - diz em meu ouvido. - Pra nós, aliás. Nunca vi meu filho tão feliz.
- Você é meu pai, né? - Levizinho pergunta e Lennon me olha. Assinto com a cabeça.
- Sim, meu nêgo. Sou teu pai, sim - abraça ele forte e sinto uma lágrima rolar pelo meu rosto. - Te amo tanto, Levi.
Olhei pra eles naquele momento e não vi nada mais do que meu mundo inteiro ali. Minhas irmãs bem e sorrindo na mesa, meu filho e meu futuro marido. Eles eram absolutamente tudo que eu tinha e eu era excepcionalmente grata por isso.
pedido por relbjamees 🤍
não sei se ficou como vc gostaria, mas eu juro que tentei ser no mínimo original (esse é um dos meus favoritos)
love, succs.🍃
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top