Capítulo 32
— Aeromoça, qual o destino mesmo?
— Canadá.
Pensei que eu iria para um país que falasse outra língua, mas ok.
— E coloque seu cinto, já já vamos decolar.
Coloquei o cinto e ajustei para apertar. As batatas já tinham acabado, e estava terminando de tomar o suco. Não sabia se demoraria para chegar no Canadá, mas até lá, fome eu não sentiria.
O meu medo se escondia por trás da ansiedade. E se o avião cair? Eu seria muito azarada. A morte me perseguiria.
Senti os motores sendo ligados. A aeromoça fala no rádio:
— Atenção, vamos decolar!
E decolamos! Vi pela pequena janela tudo ficando pequeno, uma vista que eu não tinha totalmente quando voava. Não tinha ninguém ao meu lado, estava sozinha dentre aqueles três assentos. Pra falar a verdade, não tinha muita gente na primeira classe.
Estiquei minhas pernas e braços. Admirava a paisagem do lado de fora sem parar. Nuvens e luzes, árvores e prédios? Ok.
Encostei a cabeça profundamente no banco, com aconchego. Fechei os olhos para "descansa-los", mas acabei cochilando.
"Filha, por que você se foi?!" "Era preciso!" "Dayana seu mundo desmoronou, acorde!" O chão se abriu me fazendo cair no infinito. Não podia voar e nem me teletransportar. Meu mundo desmoronou.
Acordei com um susto. Não senti meus pés firmes, pensei que estava caindo de verdade.
— Dayana?
— Ela mesma.
— Telefone pra você.
— Ok, obrigada.
Que chique!
A aeromoça me deu o telefone, mas não informou quem era.
— Alô?
— Oi, Only!
— RUAN!
Gritei sem querer, fazendo os outros me olharem.
— Me desculpem! - Pedi tampando para Ruan não ouvir.
— Only, essa missão vai ser meio hardcore.
— O quê?
— Me chama via comunicador quando chegar no seu hotel.
Desliguei o telefone e devolvi.
Ok, vou para o Canadá mas quero ver se saio de lá viva.
Aprofundei novamente minha cabeça no encosto do banco. Fechei os olhos para não ficar tensa.
— Moça, gostaria de uma almofada para o seu pescoço? Faltam apenas alguns minutos para chegarmos.
— Ah, claro. Obrigada! - Peguei a almofada e a encaixei no meu pescoço.
O resto da viagem foi assim, ninguém falando, a não ser a aeromoça falando com os passageiros; observando a vista.
Senti o avião pousar, como se já tínhamos chegado.
— Senhores passageiros, chegamos ao destino. Bem-vindos ao Canadá!
Tirei meu cinto e me levantei. Deixei a almofada no banco e me despreguicei. Desci do avião, não sabia como funcionava para pegar as malas, mas acho que era o mesmo processo de antes.
Entrei no outro aeroporto, ficando impressionada com a luxúria e com mais pessoas elegantes. Fui até a atendente tirar uma dúvida, me informar.
— Olá, como posso ajudá-la?
— Eu gostaria de saber qual hotel me deixaram reservado.
— Nome?
Peguei meu documento da área 51, e mostrei.
— Ok. - Procurou. — Only... Dayana... Achei! Você está no hotel Emer'vilps. Gostaria de um táxi?
— Quanto vai ser?
— O seu local de emprego está pagando tudo.
— Então vou querer. Mas antes, vou pegar minhas malas.
Fui para a 'esteira rolante' pegar minhas bagagens. Uma coisa que Ruan me disse, foi que talvez elas tenham sido mandadas para outro país. Coisa que me deixaria super irritada.
ELAS ALI!
Corri e as peguei. Ser novata nesse negócio de viajar é desconfortável.
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