Capítulo 23

— Tenho que me demitir.

— Não!! Por quê?!

— Essa vida agitada não é mais pra mim. Only, você é uma agente maravilhosa! E também, te considero uma filha. Será horrível te abandonar, mas é preciso! - Choramingou.

Fiquei decepcionada com a notícia. Não sabia como reagir ou o que dizer. Estava a ponto de chorar também, eu não aceitava o fato de Mário querer ir. Sentei ao seu lado da cama e coloquei minha mão em seu ombro.

— Você me orientou, você é minha força de vontade. Você, é meu segundo pai!

Seus olhos ficaram repletos d'água. Com um grande sorriso, saiu do meu quarto dizendo uma única palavra.

— A-adeus!

Quando a porta fechou, me joguei no colchão e a cara no travesseiro. Apertei o travesseiro com tanto força, querendo aliviar minha tristeza. Mário, por favor, abra a porta e diga que era uma trolagem! Por favor! Insisti nos meus pensamentos.

Mas o triste, era que eu sabia que ele não entraria mais por aquela porta. Apesar de sua idade, seu estado físico está ótimo! Vou sentir saudades, segundo pai.

Depois de me mexer muito, consegui dormir. Mas não adiantou, Mário estava em meus sonhos. Me dizendo "Adeus" e indo embora entrando numa espécie de fumaça branca.

Acordei suando e já sentando na cama. Não lembrava o que acontecera no sonho para me fazer acordar assim. E talvez, seria melhor nem lembrar.

Fiquei sentada na cama por um tempo, olhando a vista da grande janela ao meu lado. Sem motivo algum, abri um sorriso curto e bobo ainda olhando pra fora.

Toda descabelada, me levanto e vou para o banheiro. O bom, é que cada funcionário de cargos mais importantes - Agentes, cientistas... Tinham um quarto confortável e com banheiro. Meu próprio BANHEIRO! Ah, que emoção.

Fazia uns dois dias que eu não tomava banho, e agora, certamente seria necessário. Já dava para sentir aquele cheiro de bueiro debaixo dos braços. Arg, desagradável!

Entrei no box, abri o chuveiro e coloquei meu corpo embaixo d'água. Começando a colocar as pernas e depois o resto do corpo. Aquela água quente, no mais quente possível, caindo sob minhas costas e tirando as espumas. Ah, água quente, eu te agradeço por deixar meus banhos mais gostosos.

Quando ensaboei todo meu corpo e depois deixei a água retirar o sabão, já estava satisfeita e limpa, necessitando sair para tanto economizar.

Vesti o roupão e enrolei uma toalha na cabeça. Cada um fazendo sua função: O roupão aquecia e secava o corpo, já a toalha na cabeça, secava os cabelos e os evitava de escorregar água do meu pescoço a baixo. Eu odiava isso, muita agonia!

Fui até minha cama, e liguei o pequeno rádio para me trocar. Procurei algumas estações, mas a maioria estava com chiado. Não desisti, isso é algo que não faço frequentemente: Desistir. Mais ou menos quatro minutos só pra procurar e nada.

— Ahhh, eu desis...

Antes de completar a frase, meus dedos giram o botão colocado em uma estação de rádio boa.

— Ah, ok.

Bateram na porta, provavelmente Mário para se despedir:

*TOC TOC*

— Quem é?

— Sou eu, Ruan.

Abri a porta, mesmo estando de roupão (sorte que batia um pouco abaixo dos joelhos).

— Eu vim... ONLY! Desculpa, desculpa. - Disse se virando e tapando os olhos.

— Calma, está tudo bem. Aguarde um pouco que vou me trocar no banheiro.

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