Capítulo 22
Vi o Garry abrir os olhos devagar. Não sabendo onde estava ou como foi parar ali, mas abriu os olhos depois de alguns dias no hospital.
Não saí de lá até vê-lo assim. Foi uma alegria ver que ele acordou, assim como ele ficou alegre por perceber que eu estava lá.
Fazendo força, com sua voz falhada e fraca, falou:
- Only! Que bom te ver, e... Como, por quê, e quando fui parar aqui?
- Bom, você me salvou. E minha vida salva, quase matou a sua. Você parou aqui depois de se arranhar em uma espada afiada, e bater a cabeça com muita força após tropeçar. Está aqui acredito que à dois dias e meio. Mas o importante mesmo é te ver assim: Acordado e bem. - Disse enquanto o abraçava.
- Quando volto a trabalhar?
- Não pense em trabalho. Pense em descansar e se curar por completo. - *Suspiro* - Desculpe Garry, mas tenho que ir! Promete visitá-lo quando puder, ok?
Sai dos hospital um pouco pensativa. A família de Garry foi avisada sobre a situação e não veio vê-lo. Isso era muito triste, muito mesmo.
Voltei para a área 51 para ver como estavam as coisas. Visitei a parte das selas, vendo a fúria de todos por trás das grades.
Estava prestes a escurecer, então fui para o refeitório pegar um lanche da noite. Estava lotado, parecendo ter todos os funcionários da área 51. O pessoal adorava sanduíches da cozinheira. Ah, e o acompanhamento perfeito: fritas, meu tal último desejo.
Peguei a bandeja com o combo e fui para uma mesa que não havia ninguém. Quando me sentei, veio Michelle e Ruan.
- Tudo bem, Only? - Perguntou Ruan.
- Estou um pouco tensa. E vocês estão bem?
- Ahh, estou bem sim. O Mário está atrás de você, com certeza alguma notícia boa. - Me informou tomando o suco, Michelle.
Mário era como um segundo pai pra mim. Apesar que seus cabelos brancos, sua idade, me lembrava o pai do meu pai. Acredito que era meu avô, sim, era.
Ficamos alguns minutos sem falar nada, apenas apreciando e saboreando aquele lanche maravilhoso.
- Hum, Only. - Disse levando uma mão a frente da boca. - Percebeu que depois que você chegou muito coisa mudou? - Perguntou com uma certa alegria, Ruan.
- Bom, o que mudou por exemplo?
- Quase tudo! - Responderam juntos.
Não dava pra eu concordar ou discordar. Não estava aqui antes pra saber se mudou algo, realmente.
Terminei de comer, e coloquei a bandeja na lava-louças. Estava um tédio, e uma ajuda não faria mal.
- Olá, Livian. Você quer ajuda para lavar os pratos?
- Que isso Only, - Disse rindo - você é uma agente, e seu trabalho não é nessa área!
- Ajudar os outros não é obrigação, e eu quero, se precisar.
- Agradeço de coração, mas não preciso. Outro dia, eu prometo - deu o dedo mindinho - que vou acumular louça pra lavarmos, ok?
- Ok. - Encerrei enquanto saía da cozinha rindo.
Fui para o laboratório central ver o que Mário queria.
- Viram o Mário?
- Não! - Disseram todos.
Sai a procura dele por todos os cantos. Mas sem sucesso, não o encontrei, e acabei desistindo. Fui para meu quarto dormir, pois eu sentia que teria uma grande missão amanhã.
Quando abri a porta, lá estava ele! Sim, Mário estava no meu quarto.
- O que faz aqui, Mário?
- Queria conversar. - Disse em lágrimas.
- Meu Deus, por que chora? Pare, senão choro também!
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