CAPÍTULO 03
A reunião correra perfeitamente bem. Eu chegara pontualmente na mesma, cumprimentara meus superiores e assistentes e ouvi todas suas instruções para o meu novo cargo. Eu seria praticamente uma assistente pessoal do editor-chefe, recebendo algumas das funções que ele praticava, como entrar em contato com autores, assim como ajudaria a diagramar alguns trabalhos mais prioritários que não podiam ser passados a terceirizados. É claro que desde o começo uma intensa responsabilidade já recairia sobre meus ombros, mas era o mínimo que eles esperavam de alguém que tinha a competência suficiente para ser a estagiária. Eu teria um dia de home-office para lidar mais com as questões de diagramação e o secretariado pessoal do editor-chefe. Expus minhas experiências e opiniões de forma clara, ganhando olhares de aprovação. T.J. também estava lá, vestindo um colete branco com estampa de margaridas. Foi bastante agradável e eu senti que a Editora DDrafts seria um ótimo local de trabalho, não só por tudo que me proporcionaria profissionalmente como também pelas pessoas que seriam minhas colegas.
Bem, com a exceção de uma.
Woodham não deu as caras na reunião porque provavelmente não tinha nada a ver com a vida dele, o que me aliviou e muito. No entanto, meus superiores (re) afirmaram que ele era a grande joia da editora e só o que me pediam era para estender um tapete vermelho quando ele fosse passar e lambesse seus sapatos. O que eu faria com o maior prazer e boa vontade, claro, se ainda estivéssemos na semana passada. Agora, eu preferiria lustrar meus próprios sapatos com fezes de vaca a sequer olhar em seu rosto e fingir um sorriso. De qualquer forma, aparentemente ele estava em etapas de terminar seu novo livro e provavelmente a aparição dele seria frequente pelo prédio, para discussões administrativas, o que não me animou em nada. A perspectiva de esbarrar nele era abominável.
Isso porque, em um ímpeto de coragem, eu havia sido impetuosa e irônica, já que odiava que alguém me tratasse como lixo quando eu havia lutado para estar onde estava. Mesmo que essa pessoa fosse alguém que havia me ajudado a chegar até aqui, indiretamente. Conhecendo-me, entretanto, sabia que essa atitude aconteceria provavelmente todas as vezes que nos encontrássemos até que ele baixasse a cabeça para mim e se desculpasse por sua atitude, o que, considerando seu orgulho e classe, eu não via acontecendo pelas minhas próximas três reencarnações. E tudo resultaria, obviamente, em eu atirando farpas nele toda vez que fosse obrigada a encarar seu rosto odiosamente bonito ao invés de obedecer meus superiores e trata-lo como uma joia.
Basicamente, uma catástrofe.
E embora meus planos mentais consistissem em me manter o máximo possível afastada dele, o destino que eu tanto louvara e confiara insistia em rir da minha cara e mexer seus pauzinhos.
— Lora, deixe-me passar o endereço da festa — T.J. aproximou-se de mim puxando seu celular do bolso enquanto saíamos da sala e eu continuamente apertava a mão dos funcionários que me desejavam boa sorte e se despediam sorridentes. Olhei confusa para ele, não me recordando de ele ter falado de festa nenhuma.
— Hã, claro. Que festa? — perguntei, tirando meu próprio aparelho da bolsa que eu carregava e abrindo no mapa para marcar a localização. T.J. soltou uma risadinha.
— Parece que teremos alguns anúncios importantes, além da sua apresentação ao resto da equipe, então o chefe decidiu que alugar um salão e contratar um buffet seria mais prático, já que vai acabar reunindo gente demais — ele explicou, mas permaneci confusa.
— E isso foi tudo arranjado de ontem para hoje? — estava boquiaberta, recebendo meu celular de volta.
— Não subestime o poder do dinheiro. Somos uma editora bastante lucrativa e renomada, conseguimos alguns serviços assim. Além do mais, sempre fazemos as festas anuais da empresa no mesmo lugar, somos clientes VIP — ele deu ombros. — Vai ter que se acostumar com as exibições de poder e dinheiro do nosso chefinho — Concordei com a cabeça, checando o endereço, sabendo que aquilo tudo estava além da compreensão de uma mera mortal como eu. Era um pouco longe de onde eu morava, um táxi provavelmente sairia caro. Se era uma festa de empresa, era bem capaz que teríamos de ir formalmente, sendo então ônibus e metrô um meio de transporte um tanto questionáveis. — Por que você parece hesitante? — T.J. perguntou, pronto para abrir a boca para perguntar de Vincent, provavelmente, quando ouvi atrás de mim:
— Se você não tem carro, eu passo às 19h para te buscar, Srta. Preston. Serviço para a estagiária iniciante — virei-me, encontrando os olhos azuis claros do editor-chefe que todos chamavam apenas de "chefe", Ez Broadbent. O referido chefinho, apesar de ter a impressão que ninguém o chamaria disso em sua frente. Ele puxava um maço de cigarros quase vazio do bolso interno do terno que vestia e tinha a mesma altura de Vincent, cerca de 1,85m, mas seus cabelos eram loiros, impecavelmente penteados para trás, e seus traços faciais eram mais suaves. — Sei que é meio em cima da hora e algumas pessoas gostam de planejamentos.
— Sim, eu gosto bastante deles — confirmei, sem mentir. Só não acrescentaria que inclusive criava scripts de comédias românticas com Vincent Woodham em minha mente como hobby, até semana passada pelo menos. — Agradeço a carona, Sr. Broadbent, mas não gostaria de incomodá-lo.
— Não se preocupe. Me passe seu endereço e seu número de telefone, por favor — Ez pegou o celular, desbloqueando-o e entregando-o para mim, que o obedeci um tanto surpresa. Claro que eu não me importaria de meu chefe ter meu número, como uma funcionária. Seu plano de fundo era um céu noturno estrelado, e eu acrescentei meus dados em seus contatos. Devolvi e encarei seus olhos azuis mais uma vez.
— Muito obrigada. Estarei pronta às 19h então — ele concordou com a cabeça e se afastou. T.J. estava com as sobrancelhas arqueadas, em uma perfeita expressão de "surpreendente, porém não inesperado" que me fez querer pergunta-lo diversas coisas. Ele falou mais rápido, no entanto, depois que Ez já estava fora de nossas vistas:
— Achei que estava preocupada com Vincent, não com a carona. Porque você sabe que ele vai, não sabe? É bem capaz que o anúncio importante seja relacionado a ele — T.J. começou a andar pelo corredor para sairmos do prédio e eu o segui, fazendo uma careta que virara hábito ao ouvir o nome de Woodham.
— Esse é outro problema. Mas... separar o pessoal do profissional, não é mesmo? — suspirei. — Eu só preciso beber muito e evitar encontrar ele. Porque se encontrar, tenho certeza que não vou conseguir babar ovo nele. Talvez eu solte veneno — confessei, fazendo T.J. rir. Ele abriu a porta da frente da editora e saímos. Ainda estava cedo, mas eu precisava voltar para casa e me arrumar. A perspectiva de ir numa festa e ser apresentada para todo mundo começava a atacar meu sistema nervoso, e eu sabia que precisaria de um look muito bom para me sentir confiante que não vomitaria em algum canto e poderia sorrir a noite inteira.
— É uma boa estratégia. É o mínimo que esperamos de você, que trate educadamente todos nossos preciosos autores — T.J. falou, parando em frente ao seu carro. Eu me dirigia ao metrô, mais uma vez. Olhei-o, lembrando que só o conhecia há pouco tempo e não é como se fôssemos próximos ou amigos. Ele não perdoaria nenhum deslize meu em relação aos nossos clientes, nem afagaria minha cabeça só porque eu havia compartilhado minha experiência com Vincent. Na verdade, pela cara que ele fez quando descobriu que eu o havia encontrado, ele devia lidar com esse tipo de coisa o tempo todo.
Então eu estava por conta própria para não ferrar meu mais novo emprego por causa de um babaca, e isso não era lá muito reconfortante.
Já eram quase 19h e eu não conseguia sair da frente do espelho. Eu estava bastante insegura porque decidira vestir algo confortável, mas não era exatamente formal. Meu cropped preto de renda deixava uma pequena faixa de minha barriga à mostra, antes do cós da minha saia longa cor de vinho iniciar-se, em minha cintura, sem nem exibir meu umbigo. Meus pés estavam cobertos pela saia, e os ombros e braços descobertos por conta do clima agradável. Parecia bom. Eu estava confortável. E ao mesmo tempo não estava.
Joguei todo meu cabelo para um lado só, fazendo uma parte de meu pescoço e nuca ficarem expostos, e terminei tudo com uma maquiagem esfumaçada em meus olhos. Eu só torcia para não estar pensando demais nisso tudo e chegar lá e ser a única mais bem produzida do encontro. Eu não suportaria ficar lá se todos estivessem mais para o casual do que para o formal. Voltei-me para minha gata, Haunani, que me encarava com seus intensos olhos azuis brilhantes.
— Você acha que está bom? — ela miou em retorno, parecendo desinteressada. — Você acha que se Vincent me ver ele vai se apaixonar e eu vou poder pisar em seus sentimentos do mesmo modo que ele fez com os meus? — Haunani apenas continuou me encarando sem piscar, provavelmente refletindo sobre a minha sanidade mental, o que eu também fazia naquele exato momento. Pedir conselhos e divagar em voz alta sobre minhas fantasias para minha gata norueguesa da floresta era com certeza um indício de loucura. Eu definitivamente precisaria de uns drinks para sobreviver àquela noite.
Retoquei o batom bordô uma última vez antes de ouvir meu celular apitar com uma mensagem de Ez avisando que chegara. Dolorosamente pontual. Joguei tudo que faltava dentro da bolsinha preta e saí, gritando tchau para Haunani e avisando-a para se comportar (ou seja, não fazer xixi nas minhas roupas largadas pela cama), trancando meu apartamento e descendo as escadas, já que era apenas o primeiro andar. Meu estômago rodava e eu tentava pensar em tudo que poderia acontecer naquela noite, tentando (e falhando vergonhosamente) me focar nas partes positivas. A imagem de Vincent não saía de minha cabeça, nem mesmo quando encarei Ez em um terno ainda mais chique dos que ele usava normalmente, seu cabelo ajeitado e o cigarro pendendo dos lábios avermelhados enquanto checava o celular.
— Boa noite — cumprimentei, achando estranho ter que fazê-lo por tê-lo visto há aproximadamente três horas. Ele levantou os olhos e, num típico clichê que eu já havia planejado em minha mente (com Vincent, no entanto), encarou-me por alguns segundos.
— Boa noite. Fico feliz que seja pontual — comentou, abrindo a porta para que eu entrasse e recebendo meu sorriso em retorno.
— O senhor também — o que de fato era verdade, apesar de que eu gostaria de mais uns bons minutos de preparação psicológica. Ou semanas.
— Não me chame de senhor — Ez fez uma careta com a boca, repuxando-a para um canto, enquanto colocava o cinto. — Sei que sou o editor-chefe e tudo, mas me faz sentir velho. Pode me chamar de Ez mesmo, e não ser tão formal.
— Tudo bem — concordei, sentindo que tirar a formalidade entre chefe e funcionária no primeiro dia de contato, ao mesmo tempo em que estávamos dividindo um espaço pequeno, não era lá a melhor das ideias, mas permaneci em silêncio. Na verdade, nem Ez falou nada mais até chegarmos ao local, que de carro era bastante perto. Foi o tempo suficiente para eu não passar mal com o cheiro intenso de cigarro que invadia meu olfato desde que eu sentara no banco.
Estacionamos, já vendo vários carros por ali, indicando que havia um bom número de pessoas lá dentro. Senti meu estômago embrulhar pensando o que diriam de eu chegar com o chefe e imediatamente me arrependi de ter aceitado a carona. Foi uma coisa muito idiota de ter feito. Tudo que eu não precisava somar ao problema de Woodham eram boatos suspeitos sobre o chefe e eu. Imaginei o que aconteceria se, além de eu chegar junto com Ez, eu ainda armasse uma cena com a galinha dos ovos de ouro da editora logo no primeiro dia.
— Desculpe, eu tenho uma ligação. Meu pai. Prometi que ia ligar depois da reunião e ele deve ter entendido "antes" — menti, subitamente, fingindo caçar o telefone no fundo da bolsa e parando bem antes da entrada do lugar. Acho que ninguém nos vira ainda. Fiz sinal com a mão para que Ez fosse na frente, visto que ele tinha parado e me olhado em dúvida. Pelo amor de Deus, eu só queria que ele entrasse sem mim. Além de T.J., não havia ninguém perto de nós na empresa quando ele me convidou, então a carona passaria despercebida. Muito bem, Lora, é assim mesmo que se evita catástrofes.
Porém, enquanto eu fingia falar ao telefone até Ez sumir de vista, a catástrofe me deu uma rasteira e me derrubou no chão, no momento em que ouvi atrás de mim:
— Lora Preston?
— Então é isso pai, não se preocupe. Vai ficar tudo bem. Vai ficar tudo bem — repeti na ligação falsa, tendo uma desculpa para falar aquilo em voz alta para mim mesma antes de eu me virar e encarar os olhos de Vincent Woodham. — Sim?
Assim como Ez, Vincent me encarou por longos segundos. Apesar de estar irritada por ele ter me chamado e não dizer nada, o jeito que meu estômago se revirava desconfortavelmente ao vê-lo em um terno azul marinho com gravata roxa distraía-me a ponto de eu não soltar nenhuma besteira.
— Você por acaso tem um animal de estimação? — foi a pergunta inesperada dele, depois que desviou os olhos de mim e suspirou. Arqueei as sobrancelhas, sem saber se aquilo era pra ser uma conversa casual ou se suas habilidades sociais eram realmente terríveis.
— Tenho. Uma gata.
— Imaginei. A parte de trás da sua saia está repleta de pelos brancos — ele disse, passando então por mim e se dirigindo à porta do estabelecimento.
Eu fiquei estacada no lugar, morrendo de vergonha e querendo deixar Haunani de castigo por centenas de anos por ter me aprontado aquela. Puxei parte da saia para abaná-la e remover os pelos – tinham mesmo alguns que estavam bem aparentes – e quando acabei, respirei fundo e me preparei para entrar no lugar.
Boa parte da noite passou tranquilamente. Bebidas eram servidas com frequência, e ao ficar perto de T.J. fui apresentada a diversas pessoas. Alguns autores estavam lá, cercados por funcionários a quem provavelmente se apegaram, além de pessoas ricas de importância que eu não tinha muita certeza de por que haviam sido convidadas, e nem como conseguiram se planejar a vir de um dia para o outro. Era uma situação irreal e ridícula e eu não tinha certeza se ela estava mesmo acontecendo. Uma festa, marcada de um dia para o outro, para coisas insignificantes quanto assuntos pessoais da editora? Como podia tantas pessoas aparecerem daquele jeito?
Não podia negar que o ambiente era muito bom e leve, e o fato de eu ter conseguido ignorar Vincent a maior parte do tempo era fabuloso. No entanto, meu olhar, como se sob atração magnética, sempre parecia retornar mesmo que por milésimos de segundos para o canto onde ele se encontrava, bebericando alguma coisa e conversando com poucas pessoas. Percebi, com surpresa, que Percy Belcher estava em seu círculo, o que me fez ter vontade de me aproximar e pagá-lo devidamente pela vez que me ajudara.
Depois do jantar – onde eu me sentara ao lado de um autor chamado Wynfred Khan, que parecia interessadíssimo em meu cropped e me infernizara o jantar inteiro com sua história de vida até chegar na DDrafts – fomos convocados para perto de um palco baixo onde Ez subiria e daria os famigerados anúncios que tinham causado a comoção toda. Eu esperava profundamente que não fosse necessário que eu subisse ali quando fosse apresentada, e que um sorriso amarelo sem nenhum holofote para aqueles que estivessem ao meu lado desse conta do recado. Olhando rapidamente ao meu redor, entretanto, notei que Woodham estava bem próximo de mim. Reprimindo uma careta em prol da boa convivência e do meu emprego recém-adquirido, concluí que era provável que nem o sorriso amarelo eu seria capaz de fazer, torcendo então para que eu fosse o menos importante dos anúncios e nem sequer fosse lembrada.
— Muito bem — Ez já estava no palco enquanto eu sofria o conflito interior, pigarreando e iniciando um breve discurso. — Durante os anos dessa editora temos contado com pessoas incríveis que têm se juntado a nossa equipe e nos feito melhorar incondicionalmente. Pelo apoio de todos aqui presentes, não só de nossos funcionários como também de incentivadores, leitores e autores, fomos capazes de chegar onde estamos hoje. Apesar de hoje ser um evento menor e improvisado, gostaria de uma rodada de aplausos a todos, por sua colaboração e presença — o que se seguiu. Eu bati levemente minhas mãos, sentindo a ansiedade me dominar. Ez aguardou os aplausos acalmarem-se com um sorriso suave em seu rosto. Assim que o silêncio tornou a reinar, ele prosseguiu. — Tenho duas apresentações a serem feitas, além de um anúncio um tanto importante. Peço-lhes, no entanto, desculpas pela minha brevidade, pois sei que depois de esse lauto jantar todos se encontram sonolentos e ávidos a retornar aos círculos de conversa com as bebidas circulando — seu sorriso estendeu-se um pouco mais e eu ouvi um grupinho de funcionárias perto de mim, dentre elas a secretária bonita, soltar risinhos e gritinhos sufocados. Pensei se seria culpa de Ez ou de algum ataque de saúde.
—Pois bem. Primeiramente, gostaria de uma rodada de aplausos a nossa mais nova funcionária, a estagiária Lora Preston, que irá me auxiliar em diversos momentos com competência — ouvi a voz de Ez anunciar e desviei o olhar das funcionárias, voltando-o ao redor e forçando um sorriso enquanto agradecia com a cabeça os aplausos. Meu rosto afogueara-se e, quando o olhar de Vincent encontrou-se com o meu, algumas borboletas selvagens soltaram-se em meu estômago e começaram a bater suas asas enlouquecidamente, me dando a impressão que devoravam meu órgão. Ele mantinha um sorriso repuxado em seus lábios avermelhados, sem nem piscar enquanto suas mãos se moviam em aplausos. Eu não sabia se era um sorriso de desprezo ou de escárnio ou de admiração, mas foi o suficiente para eu voltar meus olhos para qualquer outro lugar até que o barulho cessasse.
— Obrigado — Ez disse, apesar de que eu quem deveria estar agradecendo. De qualquer forma, a atenção finalmente saiu de mim e eu pude respirar um pouco mais tranquilamente. — A próxima pessoa que vou apresentar terá que vir aqui no palco, uma vez que terá de se tornar um rosto familiar para nós. Senhoras e senhores, por favor recebam bem nossa mais nova autora contratada, a Srta. Tyra Elisa Riese — ele anunciou, dando um passo para o lado e estendendo o braço para indicar alguém que subia pela lateral do palco.
Ela era linda. Seus cabelos eram loiros e chegavam até seus cotovelos, um pouco amassados e bagunçados. Ela tinha uma franja que cobria sua testa e seus olhos eram castanho-claros. Vestia um vestido bem simples, branco, de algodão, parecendo um anjo que subia no palco iluminado. Eu aplaudi, um pouco encantada, enquanto seu rosto se avermelhava e ela cumprimentada a todos com uma voz baixa e um sorriso tímido. Seus olhos estavam fixos em um ponto, talvez para se distrair da atenção como eu tinha feito. Curiosa, segui a direção de seu olhar e com um choque deparei-me com Vincent bem na mira dele, aplaudindo respeitosamente com um olhar simpático que eu tinha consciência que ele sabia fazer, mas nunca vira dirigido a mim mesma.
Com uma pontada do que possivelmente era ciúmes, ouvi os aplausos – longos – diminuírem e silenciarem, até que Ez deu permissão para que Tyra Elisa Riese descesse do palco e se preparasse para o último anúncio.
— Esperamos que ela seja tão bem recebida aqui na DDrafts como todos os outros autores foram. E ao mencionar nossos outros preciosos autores, devo-lhes então anunciar que o mais recente livro de Vincent Woodham está em vias de ser encerrado nos próximos três meses, e contaremos com o apoio e participação da Srta. Preston para a diagramação e publicação do mesmo. Por favor, esperem ansiosamente e apoiem nosso autor de Ambedo e Aimonimia com uma rodada de aplausos.
Mais uma vez, a sala foi preenchida por aquele barulho que já se tornara irritante para mim, porém dessa vez eu mal ouvia. Recebi também tapinhas nas costas, apesar de toda a atenção ter sido direcionada para Woodham, perto de mim. Eu estava em êxtase, mas não sabia se em choque ou felicidade. Era o que eu sempre quisera; ao mesmo tempo, era o que eu mais receara nos últimos dias. Porque agora eu seria obrigada a me comunicar com Vincent Woodham e vê-lo com frequência, num misto de ciúmes, admiração, raiva e ironia.
E eu que subestimara o que uma catástrofe era.
- - - - - - - Continua - - - - - - -
Nota da autora: E agora temos a apresentação de um personagem que vai ser bastante importante daqui pra frente. As coisas na vida de Lora estão começando a seguir o rumo que ela queria... ou será que não?
Várias informações novas nesse capítulo, então quero saber o que vocês estão achando e teorias sobre o que está por vir! Vamos conversar bastante e interagir, quero muito saber o que estão pensando da história! ♥
Próxima atualização daqui a duas semanas, conheceremos um pouco mais do projeto novo do Vincent e da função da Lora, então fiquem atentos! Se gostou do capítulo, por favor não deixe de dar uma estrelinha, significa muito pra mim!
Para quem ainda não sabe, tenho um grupo no Facebook onde costumo interagir mais e às vezes soltar uns spoilers, fique à vontade para se juntar! O nome dele é Histórias da Anne, bem facinho de achar :3
Um beijo e até a próxima!
Anne
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