🌹 Três 🌹

Good reading

🌹🍃

E mais uma vez meu coração é destroçado e jogado de lado como se fosse nada.

Como a idiota apaixonada que sou, não liguei quando Dylan entrou na escola agarrado na cintura de uma garota do mesmo jeito que segurava a minha enquanto eu rebolava em cima dele.

Não liguei quando ele a beijou na frente de todos do jeito que me beijava enquanto brincava com meus seios no escuro do meu quarto.

Não liguei quando meu coração se partiu e a inveja me consumia querendo estar no lugar dessa garota , querendo ser ela andando com ele no meio dos corredores com todos nós olhando.

Eu queria beijá-lo na frente de todos, sentí-lo me agarrando pela cintura enquanto me apresentava como sua namorada prós seus amigos.

Eu me segurei. Segurei os sentimentos que se acumulavam no meu peito, mesmo sabendo que isso me quebrava mais e fazia eu perder mais uma parte de mim.

Segurei as lágrimas que insistiam em cair e forcei um sorriso quando ele passou por mim, mas quando o escutei falar para seus amigos que iria levar aquela garota na casa de praia que ele iria ME levar, foi como se tudo o que eu prendia fosse solto e tudo que estava preso desabasse de uma só vez.

Os sentimentos, as lágrimas a dor de não ser amada. Tudo.

E tudo que eu pude fazer foi correr. Correr para longe dele para que ele não visse minhas lágrimas caindo pelo meu rosto ou ver o quão sou patética.

É isso que eu sou. Patética. Estúpida. Completamente idiota por insistir nisso, sabendo que não há formas de dar certo.

Corro pelos corredores com o rosto encharcado com minhas lágrimas esbarrando em algumas pessoas, e não me importo, apenas quero sair dali o mais rápido possível.

Idiota...

Lembro das suas mãos passando pelo meu corpo.

Idiota...

Seus beijos e suas carícias.

Idiota...

De como fiquei feliz quando ele me convidou para passar um final de semana inteira com ele. Só nós dois.

Me encosto no muro na parte de trás da escola.

- IDIOTA! - Grito para mim mesma e solto todo o choro de vez, sentindo as gotículas frenéticas lavando minhas bochechas e escorrendo pelo meu queixo, formando círculos salgados em minha roupa. Coloco as mãos na cabeça e escorrego para o chão, soluçando - Eu sou uma idiota - sussurro sentindo cada parte do meu corpo se entregar para a tristeza inebriante que naquele momento me tomava por inteiro.

- Bom, isso depende - uma voz suave e desconhecida soou por cima de meu choro estridente.

Levanto a cabeça, assutada com a aparição repentina do rapaz, e encaro o garoto de óculos encostado no muro um pouco longe de mim. Ele está com um cigarro na mão, que leva até a boca e traga uma vez. Ele olha para mim e solta a fumaça enquanto o encaro, patética o suficiente para olhá-lo raivosa por ele ter interrompido meu choro.

- Como é? - Pergunto limpando o rosto, me sentindo envergonhada por alguém me ver nesse estado.

Ele suspira, joga o cigarro fora e se aproxima de mim com passos calmos e preguiçosos.

- A idiotice é de graça, ser idiota só depende de você. E agora, você quer ser idiota? - ele me encara com seus olhos castanho-escuros.

Abaixo minha cabeça, envergonhada com a verdade, e volto a me encolher no chão. Coloco minha cabeça deitada nos meus joelhos e penso alguns segundos antes de dizer algo.

- Talvez eu queira ser idiota - sussurro baixo tendo certeza que ele ouviu. Eu sei que isso não é verdade , eu não quero ser idiota, mas, eu quero Dylan e isso me faz ser idiota.

Como eu queria que meu coração deixasse de ser idiota, queria deixar de ser essa pessoa patética e de sofrer. Queria deixar de amar Dylan.

Lágrimas e mais lágrimas escorrem pelo meu rosto. Elas não param.

Por que não param?

Meu peito dói, minha mente culpa meu coração por ser tão idiota e cair nas armadilhas fajutas e tão óbvias que Dylan joga. Por que quem eu amo me faz sofrer? Por que ele me fere tanto?

Eu só queria que ele me amasse...

Eu sou uma masoquista que ama sua dor. Eu o amo.

- Dói não é? - respiro e levanto minha cabeça olhando para o garoto ao meu lado que pensava que tinha ido embora. - Não se preocupe, logo passa - ele fala distante e pensativo.

Ele ajeita seus óculos, então vira seu olhar para mim sem desviar e me pego presa a eles, seus olhos castanhos e gélidos que parecem ter muitas histórias a contar.

- E quanto mais rápido se desapegar, mais fácil será para você - ele acaba de falar e continua a me encarar.

Depois do que pareciam ser horas o sinal da próxima aula toca e minha alma é puxada de volta para meu corpo.

Levanto e limpo minha calça que está suja de grama, passo as costas da mão no meu rosto limpando o resto de lágrimas presentes. Respiro fundo para encarar a próxima aula que, aliás, é junto com Dylan. A única aula que podemos ficar juntos, lado a lado, já que ele é meu parceiro, o que não é uma boa ideia nesse momento.

Antes de ir em direção à próxima aula, onde meu demônio está, encaro o garoto misterioso que ainda permanece parado do mesmo jeito. Ele saca mais um cigarro do maço, acende e traga, soltando a fumaça dramaticamente.

Pego minha mochila e caminho de volta para a escola. Paro por um momento apenas para olhá-lo.

- Da próxima vez não segure as lágrimas, pode dar diabetes.

Franzo as sobrancelhas em dúvida enquanto tento raciocinar o que ele disse.

- Mas como, se a lágrimas são salgadas? - questiono ainda sem entender.

Ele sorri de lado mostrando a covinha na sua bochecha, o que me faz entender.

- Seria então você, o tipo de cara que acredita que caso eu engula o chiclete, e diz que ele vai parar o coração? - pergunto entrando na brincadeira e ele responde com sua risada rouca.

- Ele ainda está batendo perfeitamente, não está? - Ele rebate, rindo, o que me faz rir também.

Reviro os olhos e sigo para a sala.

Talvez não...

Chego na sala e peço licença antes entrar. É hora de enfrentar o demônio destrutivo que ainda ouso amar.

N.A.

Iae seres, o que acharam? Espero que tenham gostado.
Dêem seu voto, seu comentário e até o próximo

Bjs

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top