38 • it was all fun and carnivals until someone says 'no'

[só digo uma coisa: eu num digo é nada... 

boa leitura]

Sentado no sofá estou, como uma estátua, observando a televisão sem necessariamente prestar atenção na sequência frenética de imagens que nela são reproduzidas.

Em minha cabeça tocava nada mais do que "eu vou pedir Louis fucking Tomlinson em namoro" no ritmo de Paparazzi da Lady Gaga remixada com Like A Virgin de Madonna.

Gemma está sentada no chão, encostada no sofá ao lado dos meus pés enquanto mexe no celular, rolando pela timeline do twitter como se eu não estivesse à segundos de ter um ataque cardíaco seguido de uma combustão espontânea.

A campainha toca. Gemma me olha sorridente. Mamãe grita da cozinha "Tem alguém na porta!". Eu respiro fundo.

"É agora." Minha irmã fala.

"Você acha que eu não sei?" Meus olhos ainda mais pregados à tela.

"Mas meu deus do céu, vocês dois nem se mexem!" Mamãe grita da cozinha, o som de um utensilio metálico sendo jogado na pia seguido de seus passos em direção à porta. "Louis querido!"

Minha respiração trava como um cadeado.

"Pode entrar, querido. Os dois imprestáveis que eu pari estão na sala."

Daqui podemos ouvir a risada de Louis, meu futuro talvez possivelmente namorado.

Será que ainda posso cancelar?

"Boa noite." Ele fala assim que chega à sala. Eu me viro para ele, duro como um robô enferrujado. Louis segura um pequeno buquê de flores, ele me pega olhando fixamente para as flores.

Eu não conseguia a enxergar, mas sabia que Gemma estava observando tudo aquilo na intenção de fazer seu relatório completo no grupo secreto que ela tinha com Niall e Nick, possivelmente Eleanor também tinha se enfiado nesse grupo, mas essa é apenas uma teoria.

"Bem... eu vou deixar os pombinhos terem um pouco de privacidade."

"Não vai não, eu sei que você vai se esconder na escada e fingir demência."

"Exatamente isso que eu vou fazer, irmãozinho." Ela coça a garganta. "Você pode sentar no sofá se quiser, Louis."

"Não precisa." Pulo de meu lugar, ficando de pé e tomando Louis pela mão em um ato impensado. "A gente já tá indo."

"já?" Louis me olha confuso.

"Sim." O puxo comigo em direção à porta. "Tchau mãe!"

"Tchau dona Anne!" Louis grita e acena para minha mãe, que nos vê da cozinha enquanto puxo ele comigo e bato a porta atrás de nós.

Respiro profundamente o ouvir o som da porta batendo enquanto Louis ri de minha cara. Talvez eu esteja nervoso.

"Boa noite, Harry." Ele ri, me puxando para que eu fique de frente para ele. Suas mãos agora entrelaçadas em minha nuca. Seu rosto se aproxima do meu, mas ele não sabe se sorri ou se me beija até que consegue fazer os dois ao mesmo tempo.

"Senti sua falta." O beijo mais uma vez, aproveitando aquela sensação que era como a de tomar um copo d'água gelada no deserto.

"Eu sei." Ele separa o beijo e ri de minha expressão incrédula.

"Babaca!" O empurro, e ele, ainda rindo de mim, me puxa para perto de si e me aperta contra seu peitoral.

***

"Mamãe não para de falar de você." Ele entrega as moedas na mão do vendedor e vira para mim, me entregando o sorvete.

Todo ano é montado um parque de diversões no centro de Londres, com vários brinquedos e todos os tipões de coisas para fazer. Bandas são chamadas para tocar no centro do parque, várias competições acontecem e, é claro, muita humilhação publica como competições de perguntas e respostas que envolvem torta na cara e uma plateia enorme para prestigiar tudo.

Tinha sido ideia de Louis que viéssemos passear aqui, pois ele estava com uma crise de filme clichê de romance adolescente americano e queria de qualquer jeito ganhar um urso enorme de pelúcia em alguma barraca de tiro ao alvo e agora cá estou eu com um enorme urso rosa debaixo do braço, lutando para conseguir tomar meu sorvete e manter uma conversa com meu futuro talvez possivelmente namorado.

Deus, eu espero que ele diga sim ou isso tudo vai ficar muito constrangedor.

"Então diga a ela que sinto muita falta dela e morro de saudade daqueles doces que ela faz."

"Minha cozinha virou uma fábrica de doce de maçã desde que você foi lá da última vez."

"Sua mãe é maravilhosa."

"A melhor de todas." Ele suspira.

"E suas irmãs?" Tento lamber meu sorvete, mas na mesma hora o urso quase cai e me exaspero até que Louis o pega antes de atingir o chão. "Valeu... Quando suas irmãs voltam?"

"Hum, eu não sei exatamente, parei de contar depois de um tempo, mas acho que faltam umas três semanas? Talvez elas voltem amanhã e eu não faço a menor ideia. Elas ligam quase todo dia para saber como estão as coisas."

"Isso é bom, que elas não tenham perdido o contato e se distraído demais pelas coisas do acampamento."

"Sim, mas também é bom que elas tenham passado esse tempo longe."

Nós já tínhamos gastado todos os tickets que compramos e agora só nos restava caminhar aleatoriamente pelo parque, vendo as crianças correndo e os pais desesperados correndo atrás.

Eu sempre gostei muito de observar as pessoas e isso já deve ter ficado claro para você, mas nesses últimos messes eu descobri que não tem nada mais gostoso na minha vida do que observar Louis enquanto ele contempla o mundo daquele jeitinho de quem nem se dá conta de que está há meia hora observando o mesmo lugar.

Louis encarava fixamente as pessoas competindo na corrida de cavalos, eu não sei o nome daquilo, mas é aquele jogo que as pessoas jogam a bola para acertar nos buracos e fazer seus cavalos andarem mais rápido. Ele observava todas as jogadas sendo feitas, claramente ele tinha um cavalo em mente para qual estava torcendo e quando o tal cavalo não venceu ele franziu o rosto, irritado por perder a aposta que fez consigo mesmo.

"O que—O que foi?" Ele me olha confuso quando rio. "Do que você tá rindo."

"De você." Ele me olha boquiaberto, o sorriso querendo quebrar sua cara de mau malfeita.

"De mim?" Resmunga. Suas mãos vão para sua cintura, na tentativa vergonhosamente falha de parecer irritado.

"Eu realmente espero que você não esteja planejando em seguir uma carreira como ator."

"Já cogitei uma carreira em direito, mas como minhas habilidades de atuação são claramente vergonhosas..." ele dá de ombros.

"Você vai ser perfeito em tudo que você quiser fazer, Lou." Me inclino em sua direção, apoiando minha testa em seu ombro. "Mas..."

"Hum?" Ele vira para me olhar. "Mas...?"

É isso. Essa é a hora. É agora.

"Mas eu sei que você vai ser ainda mais perfeito em tudo se você me quiser lá com você..."

"Harry... não..."

"Não?" O olho, perplexo. "Mas eu... eu nem terminei de falar, Louis."

"E nem precisa, pois eu já sei onde você quer chegar."

Eu o olho sem saber o que falar. Então é assim que nossa história acaba?

"Você não vai me pedir em namoro, Harry..." Então ele simplesmente...

Se ajoelha no chão.

"Louis?" Ele toma minhas mãos nas suas.

"Você não vai me pedir em namoro antes que eu te peça."

"Eu to muito feliz e ao mesmo tempo com ânsia de cometer um homicídio." Falo sério, mas ele ri e beija os nós de meus dedos.

"Só você mesmo consegue transformar um pedido de namoro em uma ameaça de morte..."

"Tá... pula logo pra parte do pedido que eu quero te beijar!" Louis ri mais uma vez e então...

"Harry Edward Stuart Little Styles... você quer namora comigo?" Ele fica me encarando, esperando por uma resposta quando eu percebo que tem um semicírculo de pessoas parando pra olhar pra gente.

"A gente virou atração, Louis."

"Então me beija logo e diz que sim!" Ele sussurra para mim e então em dá uma de suas tão famosas piscadelas.

"Meu deus, eu te amo."

E então ele me puxa para seus braços e me aperta com força. Eu nunca quis tanto alguém como eu quero Louis Tomlinson.

A pequena multidão que tinha se formado ao nosso redor agora batia palmas e assobiava enquanto ele me apertava.

"E agora o mundo sabe que você é meu."

"Eu só preciso que você saiba disso."

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