Encontro de Almas
Era extremamente difícil pra mim estar na casa de Alex. Acredito que por ser um ambiente em que eu não estava na minha zona de conforto, meu corpo me impulsionava a fazer coisas que eu tinha vontade, mas faltava coragem – é tipo esse pessoal que quando sai de casa enlouquece um pouco.
O meu motivo de enlouquecer, no entanto, é justamente ver aquele homem só de cueca a minha disposição – eu sabia que quando eu quisesse fazer mais coisas do que fazíamos, ele estaria totalmente disponível para isso também, o que me deixava em um misto de vontade e medo. Fora que aparentemente ele gosta de ficar extremamente confortável perto de alguém que confia e isso implicava em vê-lo com pouca roupa o tempo inteiro.
Já nos meus primeiros 10 minutos dentro do quarto dele não aguentei e acabei me entregando para o primeiro oral que recebi na vida – e mal sabia eu que esse era apenas o começo de uma rotina um tanto quanto prazerosa na minha existência. Na tarde daquele dia ele tinha treino e chamamos a Júlia para me fazer companhia enquanto isso acontecia e para a minha surpresa as pessoas realmente conseguem perceber quando você está mais "alegre".
– O que vocês andaram fazendo? – ela pergunta totalmente do nada, já que antes disso estávamos apenas assistindo o treino calados.
– Como assim?
– Você tá diferente. Até hoje de manhã eu sentia que você queria ir, mas estava com medo, agora parece que andou metade do percurso e necessita terminar o caminho. – ela diz e eu a observo por alguns segundos.
– Não foi nada demais. – respondo. – Eu só fico controlado, porque não quero me viciar nele. Tenho medo de ser magoado.
– Fala assim, mas já está viciado. – encaro ela. – Até o jeito que olha pra ele já mudou.
– Hoje vou dormir na casa dele pela primeira vez. – falo.
– Já era virgindade. – ela comenta e eu começo a rir.
– Dá pra você parar?
– Se você já não se controla direito no seu habitat natural, imagina onde ele vai ter mais controle... amanhã me conta como foi e se doeu muito. – ela diz e eu começo a rir muito mais.
– O que mais me deixa chateado comigo mesmo é que ele nunca deixou de ser gentil comigo. Eu já fiz tantas escolhas erradas, sabe, Júlia? E mesmo assim ele me tratou com todo o carinho que tinha no peito.
– Então é melhor você devolver isso e passar a mudar, já que já percebeu seus erros. Todos percebem o quanto ele é cuidadoso com você. Ninguém zoa, porque todo mundo acha que esse é o jeito dele de expressar carinho, afinal ele é meio carinhoso com os meninos do time também, mas contigo eu sei que é diferente. E por ser diferente, algumas meninas também já perceberam e acredite em mim quando eu falo que muita gente quer estar no seu lugar. – ela comenta e eu fico curioso.
– O que elas dizem?
– Que você namora um príncipe e que assim que magoar ele, uma fila de pessoas vai estar ali disponível pra consolar. Se ele for bi ou pan o tamanho da fila é imensa, mas até mesmo se ele for gay a fila vai estar grande do mesmo jeito. – ela dá alguns tapinhas nas minhas costas. – Então, Arthur, se liga... começa a se entregar pra ele como ele vem se entregando pra você ou se não quiser, já larga logo que muita gente quer. – ela diz e eu volto a olhar para o campo.
Depois de algumas horas o treino dos meninos terminou e fomos levar Júlia pra casa dela. O olhar dela na despedida já me disse tanta coisa que até ri um pouco, o que deixou Alex um tanto quanto confuso, mas não perguntou nada. Já na casa dele, aproveitei que ele ia tomar banho para fazer companhia para Danda, que estava assistindo a novela dela.
– Foi ela que matou a mãe da amiga? – pergunto, porque não estava entendendo nada da história.
– Foi, ela é apaixonada pelo pai, então matou a mãe pra ficar mais fácil se aproximar, só que agora a amiga vai se mudar, porque o pai dela foi transferido e ela tá tentando fazer a cabeça deles para que isso não aconteça. É louca. – ela responde. – E você é um menino muito esperto.
– Eu? – encaro ela, com os olhos arregalados.
– Claro. Namora a pessoa mais fácil de amar do mundo. – gelo completamente.
– A gente não...
– Todos nós, que trabalhamos para a família do Fabrício, sabemos que vocês namoram. – ela me corta antes que eu tente negar.
– O pai dele sabe?
– Não. O rapaz não merece passar por uma possível situação de estresse. Como não sabemos qual vai ser a reação do Senhor Falmouth, preferimos não incluir essa informação nos relatórios diários do Fabrício. Ele só sabe que você são amigos extremamente próximos, como irmãos. – ela explica e me bate um alívio inexplicável.
– Entendo. – respiro aliviado, evitando contato visual com ela.
– De qualquer forma, Arthur, saiba que o meu menino já sofreu demais nessa vida. E eu sei que a maioria das pessoas deve pensar "como se sofre tendo uma casa dessas, uma fortuna a sua disposição" e eu digo que é totalmente possível, então o valorize. Aqui, todos são gratos por você trazer um pouco de alegria para a vida um tanto quanto melancólica do meu menino, entende? – concordo com a cabeça. – Não o machuque, como a maior parte das pessoas que ele tem e teve contato fizeram.
– Sobre o que estão falando? – Alex aparece, vestido com roupas confortáveis e cabelo molhado.
– Falando sobre a novela. Senta aí. E fica calado, depois o Arthur te conta o resumo que dei pra ele. – Danda responde e ele sorri, se sentando conosco.
Terminamos de assistir e eu fui tomar um banho, enquanto eles ficaram na cozinha, com Alex ajudando Danda no preparo da comida. Quando voltei, percebi o quanto eles pareciam ter uma relação familiar. Era como se ela fosse uma mãe pra ele, já ele um filho sapeca pra ela.
Jantamos todos juntos, conversando e depois disso nos despedimos para dormir. No final das contas, ele acabou colocando um filme para que assistíssemos e por mais que no começo eu tenha tentado realmente me concentrar no que estava vendo, tudo naquela cama exalava o cheiro dele e enquanto esse misto de sensações tomava conta do meu corpo, ele mantinha sua respiração próxima ao meu ouvido, enquanto estávamos de conchinha. Não demorou muito para que eu o olhasse por cima do meu ombro e puxasse seus braços para que ele me apertasse contra seu corpo.
E é claro que tudo que eu fazia ele acatava. Logo minha mão começou a acariciar seu membro e ele começou a respirar cada vez mais fundo. Quando tirei minha mão dele, senti que sua pegada pelo meu quadril tinha mudado, estava mais forte e foi aí que comecei a rebolar bem devagar pra ele, que foi respirando cada vez mais fundo.
Nessa altura do campeonato eu já sentia minhas pernas bambas e dormentes, minha barriga estava gelada e enquanto ele me segurava pelos quadris, sentia uma vontade imensa de fazer tudo que imaginava – eu só não sabia o que ia acabar acontecendo.
– Eu já te pedi pra não me deixar assim. – ele sussurra pra mim e eu solto um pequeno sorriso, me virando e indo pra debaixo do cobertor.
Por causa da claridade do filme, conseguia ver que enquanto o chupava, Alex segurava o lençol da cama com força e consequentemente as veias de suas mãos e braços faltavam saltar. Foi aí que decidi, enquanto mantinha seu pau na minha boca, tirar minha calça moletom e cueca. Quando tirei o cobertor de cima de mim e apenas fiquei segurando seu pau com a minha mão, ele me olhou e percebeu o que eu tinha feito. É claro que pra ele, eu estar praticamente nu foi autoexplicativo, já que nunca tinha feito nada daquele tipo.
Olhei pra ele, então, com a cara mais inocente que consegui fazer e passei o dedão pelo canto da minha boca, tirando minha blusa em seguida e engatinhando até Alex, que me beijou com força e puxou meu corpo pra si – todas as vezes que ele fazia isso eu me tocava do quão forte ele era e o quanto suas mãos eram grandes, o que me deixava ainda mais entregue. Enquanto ele segurava seu pau com uma mão, com a outra ele introduzia seus dedos em mim, ao mesmo tempo que eu rebolava por cima de sua virilha, o que fazia com que ele me olhasse cada vez mais anestesiado de prazer.
Acredito que a parte mais dolorida disso foi, sem dúvida, sentar pelas primeiras vezes – mesmo começando bem devagar. Eu nunca tinha feito isso, o membro dele era relativamente grande e de fato ninguém te avisa o quanto isso dói. Mas por mais que doa, é um tanto quanto viciante, porque ver ele revirar os olhos pra mim me deixava cada vez mais motivado a não desistir.
Eu pensava que por estar em cima dele, eu mesmo controlaria o ritmo, por ele não estar em uma posição que conseguiria aplicar muita força contra meu corpo, mas estava errado. Assim que relaxei e passei a curtir mais, Alex me dava umas estocadas tão profundas, enquanto segurava meus quadris com força, que por diversas vezes minha única reação foi olhar pra cima e sentir, enquanto mantinha minha mão em minha nuca. Ele era, de fato, perfeito.
Uma coisa que eu não fazia ideia era do quanto meus mamilos ficavam sensíveis quando eu estava realmente muito excitado, mas quando ele começou a me chupar, enquanto me penetrava com força, foi o momento que senti minha ejaculação vindo com força e foi por isso que o empurrei para que ele caísse de costas na cama e ele ficou, vendo-me cavalgar por algum tempo. Se eu não fizesse isso, explodiria de tesão.
Pra mim, no entanto, foi ainda pior vê-lo contraindo seus músculos o tempo inteiro e não demorou muito para que gozasse – e em seguida ele tirou seu pau de mim e senti, perto da minha bunda, que ele também tinha chegado ao orgasmo. Me deitei sobre seu peito por alguns segundos e quando o olhei ele sorriu, passando a mão pelo meu cabelo.
– Você é muito corajoso. – ele diz.
– Está orgulhoso? – pergunto, me levantando um pouco e fazendo biquinho. Ele, então, desvia o olhar de mim e pensa um pouco.
– Arthur, eu vou ficar duro de novo. – diz e eu sorrio, dando beijinhos pelo seu queixo.
– Você tá criando um monstro, Alex, então aguenta. – rebato, próximo ao seu ouvido e ele me olha. – Vamos tomar banho, preciso. – digo me preparando para me levantar, mas antes que eu faça ele me puxa e me beija, olhando nos meus olhos em seguida.
– Espero que esteja te fazendo bem. – é tudo que ele diz e eu sorrio, concordando com a cabeça.
– Você tá aumentando e muito a minha qualidade de vida. – respondo e ele retribui o sorriso.
Tomamos banho juntos e enquanto isso acontecia, brincamos bastante. Ele gostava muito de me provocar e fazer com que eu entrasse em sua onda, o que sempre dava certo e depois disso fomos escovar os dentes para nos deitarmos mais uma vez. Por incrível que pareça, dessa vez não assistimos o filme, porque pegamos no sono.
De manhã, quando acordei, ele não estava mais no quarto. Fiquei confuso, mas decidi escovar meus dentes e trocar de roupa antes de sair e quando saí do quarto, fui até a sala, mas não o encontrei. Passei, então, pra cozinha e ele também não estava lá – embora a mesa estivesse montada.
– Tá procurando o Fabrício? – Danda pergunta, assim que me vê e eu confirmo com a cabeça. – Ele está na academia, treinando. Vem, vamos montar seu café da manhã e te guio até lá.
– Obrigado. – agradeço e ela passa por mim, indo até o balcão.
Nele, ela vai me perguntando tudo o que eu queria e vai colocando em um pratinho. Depois disso pego suco e começo a segui-la para a academia. Chegando lá, vejo Alex correndo na esteira, sem camisa e um frio sobe pela minha espinha. Assim que ele me avista, desliga a esteira e vem até mim, me dando um selinho e sorrindo em seguida.
– Pensei que fosse demorar acordar. – ele diz e eu fico levemente assustado pelo o que ele tinha acabado de fazer.
– Vou deixar vocês dois sozinhos. – é tudo que Danda diz e ele concorda com a cabeça.
– Obrigado, minha princesa. – agradece e eu continuo ali, segurando meu pratinho e suco, estático. – Relaxa, os funcionários daqui sabem da gente. Nada escapa dos olhos dos seguranças. – ele me diz e eu me sento em um dos bancos do lugar, comendo meu lanche, enquanto ele volta a correr.
– Vai passar o dia treinando?
– Não, tô fazendo isso, porque você estava dormindo e meu pai me pediu pra treinar esse final de semana, por causa do jogo de segunda. Mas pode ficar tranquilo que minha atenção vai ser toda sua. – ele diz e eu sorrio, olhando para o chão em seguida.
– Você me deixa sem graça as vezes. – falo, vendo ele ir até os pesos e começar a musculação.
– Por quê? – pergunta.
– Não sou acostumado com isso de atenção e alguém que me integre em seus planos. – falo e ele me observa por alguns segundos.
– Cada vez que você expressa esse tipo de pensamento apenas por eu fazer o mínimo percebo mais que é muito acostumado com nada, sabe? – ele me observa por alguns segundos e eu abaixo a cabeça. Alex, então, larga o que estava fazendo e vem até mim, me puxando para um abraço em seguida. – Você é minha prioridade, Arthur.
Terminei de comer, enquanto ele treinava e depois disso pedi que ele me ensinasse a treinar e assim ele fez. Ficamos mais tempo do que o esperado na academia e depois disso fomos tomar banho juntos. Eu poderia tentar explicar em palavras como ele era perfeito na medida certa, mas provavelmente não conseguiria.
Todo minuto ao lado de Alex tinha algo especial e diferente. Ele conseguia demonstrar carinho sem ser grudento ou desnecessário, além de ser extremamente prestativo e isso fez com que meu sábado fosse ainda mais especial.
A tarde nós chamamos Júlia para sair e o motorista dele nos levou ao shopping, para que fôssemos ao cinema – e pela primeira vez posso dizer que percebi seus seguranças, porque como o shopping estava cheio, eles ficavam andando próximos de nós. Enquanto lanchávamos na praça de alimentação ainda tentei brincar com alguns deles, mas não era como se eles realmente quisessem papo.
De qualquer forma fomos assistir o filme e depois ficamos nos divertindo em algumas atividades do shopping. Após deixarmos Júlia em casa, voltamos para a casa de Alex e depois de um banho relaxante ficamos deitados.
– Amanhã se você acordar e eu não estiver aqui, já sabe onde estarei. – ele diz.
– Tem que treinar tanto assim? – pergunto. – Acordou que horas pra isso?
– Umas 5. – responde. – Preciso me dedicar, porque o futebol é a minha única chance de ser livre.
– Eu vejo a sua necessidade de se esforçar em tudo e tenho muito medo de não ser suficiente. – digo e ele me observa. – E aí, se eu não for suficiente posso acabar te machucando.
– Tá se cobrando atoa. – rebate.
– Por quê?
– Porque eu não tenho perspectiva de vida desde criança, Arthur, não é como se você pudesse me machucar. Quem tá morto não sangra. – explica, olhando seriamente nos meus olhos.
Passo meus dedos pelo rosto e subo pelo cabelo de Alex, enquanto ele me olha. Devagar, começo a fazer cafuné nele, que responde lentamente aos meus estímulos, se aproximando. Ele enterra seu rosto no meu peito, enquanto permanecemos ali por algum tempo, em silêncio.
– O que acha que seus pais vão achar quando souberem de nós? – pergunto e ele pensa um pouco.
– Prefiro não pensar nisso. – é tudo que ele diz, fazendo com que o silêncio invada completamente o quarto em seguida.
Naquele dia dormimos e domingo de manhã o motorista da família dele me levou em casa. Quando cheguei a primeira coisa que fiz foi me sentar pra ler um pouco, já que fazia muito tempo desde que tinha feito esse ritual e estava com saudade. Aparentemente meus pais tinham saído para alguma reunião de família, por isso consegui ter um tempo sozinho comigo mesmo.
A tarde o Alex me avisou que ia passar a tarde treinando, então decidi que iria tirar esse tempo pra terminar meu livro mesmo, afinal não era saudável passar o tempo inteiro grudado nele. Acontece que por volta de umas 15h alguém invadiu meu quarto.
– O que está fazendo aqui? – pergunto pra Antônio, que olha ao redor.
– Hoje ele não está, me perguntei se poderíamos jogar um pouco de videogame. – ele responde e eu fico encarando-o.
– Claro, senta aí. – digo e ele vem andando até um dos puffs, se jogando nele. – Pensei que o treino de hoje de vocês fosse com todos do time.
– Não vai ser, é treino informal e eu não tô animado pra ir. – explica. – Aliás, acho que pra você eu posso contar...
– O que? – pergunto e ele pensa um pouco.
– Eu já te apresentei o João, né? Do meu time? – concordo com a cabeça. – A gente tá saindo. – engasgo.
– Como é?
– Ele meio que me deu a mão quando eu percebi que estava apaixonado por você, mas você meio que já estava com outra pessoa. Na verdade ele não me deu só a mão... – como sou pego desprevenido com essa afirmativa, começo a rir.
– Então se entendeu como bissexual? As outras pessoas sabem?
– Não. Você é o primeiro a saber, acho que eu precisava quebrar essa corrente de sentir raiva de toda essa situação, por você ter encontrado um cara que pode te valorizar como eu nunca conseguiria. – ele explica, relaxando em seguida. – Cara, isso é bom. Parece que tirei muito peso das costas.
– Então você chegou a se apaixonar por mim? – pergunto e ele me olha brevemente.
– Já passou. Não vou te dar mais problemas com o Alex, acho que finalmente entendi meu lugar e entendi que ficava te tirando de onde você queria estar por capricho, pra tentar mostrar pra ele que eu sou mais importante. Foi como um jogo de ego pra mim. – explica e eu confirmo com a cabeça.
– Vamos jogar? – pergunto e ele confirma com a cabeça.
– E vocês, já fizeram muitas coisas? – ele pergunta, depois de um tempo que jogamos e eu sorrio, confirmando com a cabeça. – É assustador, mas viciante né? – confirmo de novo e ele começa a rir. – Cara, todas as vezes que vou fazer com o João fico nervoso, mesmo sabendo que a gente se entende.
– Eu tenho medo de viciar. – falo e ele começa a gargalhar.
– Cuidado, porque vicia mesmo. – responde. – Ele só me guiou na primeira vez que fizemos, depois eu meio que fui no instinto.
– Ficou com mulheres depois dele? – pergunto. – Eu nunca mais consegui olhar ninguém com os olhos que olho o Alex.
– Não. Até tentei, mas o nosso ritmo é um pouco agressivo demais e constante demais também, meio que não me sinto confortável pra abrir esse lado com alguém que não seja ele. Mas mesmo assim demorei perceber, sabe? Acho que de fato se eu tivesse levado em consideração o que fiz com você e tivesse entendido como aprendizado teria sido melhor pra ele desde o início. – explica e eu o observo, voltando minha atenção para a televisão em seguida.
– Ele vai na viagem da escola, né? – pergunto e ele concorda com a cabeça.
– Se tiver, né? Porque tá demorando comentarem sobre isso.
– Acredito que vai ter, sempre é sucesso.
Ele apenas me olha e continuamos jogando. Minha tarde com Antônio foi boa como não vinha sendo há tempos. Conversamos muito mais sobre as pessoas pelas quais estávamos apaixonados, além de ele me dar atualizações sobre como estava sua casa depois de toda a tragédia.
Tanto ele quanto sua mãe faziam acompanhamento psicológico, mas me chamou atenção ele ainda frisar algumas poucas vezes que caso descobrisse quem fez o que fez com Andrey, ele mesmo daria fim na pessoa – por mais que eu tentasse acreditar que ele jamais seria capaz disso, ainda tinha medo, porque querendo ou não as pessoas são imprevisíveis.
No outro dia de manhã fui pra escola sozinho e chegando lá Júlia já me esperava – isso, porque sua mãe sempre a levava mais cedo, porque passava para o trabalho e já a deixava ali.
– Você vai vir para o jogo hoje a noite? – ela me pergunta, assim que coloco minha mochila na mesa.
– Claro, tenho que vir, se não recebo duas visitas nada agradáveis depois. – falo e ela sorri.
– O Antônio ainda tá na sua prioridade de vida? Paciente.
– Ele foi lá em casa ontem. – Júlia me encara com os olhos arregalados, esperando a continuação da frase como a bela fofoqueira que é. – Jogamos conversamos, acho que fazia muito tempo que não fazíamos isso sem nenhum tipo de drama envolvido. Ele disse que já superou os problemas com o Alex, vamos ver quanto tempo isso vai demorar.
– Hoje a noite ele acha algo pra implicar e eles brigam.
– Espero que não. – digo, pensativo, vendo Alex se aproximar. Ele, então, se senta com a gente depois de dar um beijo na testa de Júlia e me lançar um aceno e piscadinha.
– O que fez ontem depois de treinar? – pergunto.
– Absolutamente nada demais, só ajudei a Danda a arrumar a casa, porque fiquei entediado, mas não queria parecer grudento com você. Meus pais disseram que chegariam ontem, mas chegam hoje para o meu jogo e acabei ficando ansioso, então pra dormir ajudei ela e os outros empregados, assim gastava energia fazendo alguma coisa. – ele responde e minha mão começa a suar.
– S-seus... P-pais vão vir? – pergunto, nervoso.
– Vão sim, meu amor. E não quero você evitando eles, meu pai disse que quer te conhecer melhor, porque ultimamente tenho passado tempo demais contigo. – ele comenta e eu congelo meu rosto, sem saber como deveria reagir.
~Fodeu. ~Penso.
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