Epílogo

ANY GABRIELLY

— Só se eu estivesse louca. — digo e todos na mesa dão risada.

São os últimos clientes do lugar, hoje Sabina está de folga e aí já viu né?

Os quatro estão contando sobre o futebol, eu não entendo bulhufas e me chamaram para assistir qualquer dia, por isso a crise de risos. Não tenho a menor paciência para ver homem correndo atrás de bola.

— Ok, mas chega de ferrar o fígado de vocês, eu tenho que fechar. — bati o pano na mesa.

— Você é a única pessoa que expulsa a gente e não reclamamos. — disse Peter se levantando.

— Bom saber que andam frequentando outros bares, irei cobrar minha gorjeta. — todos se levantaram rindo.

— Boa noite Gabrielly, cuidado ao voltar para casa.

— Boa noite, e vocês também, é pra ir pra casa, não parar em outro bar. — estreitei os olhos vendo eles saírem rindo.

Suspirei diante do cansaço e me sentei na cadeira... Acho que eu realmente preciso de férias, viver isso como se nada tivesse acontecido é torturante.

Peguei os copos da mesa e levei até a pia.

Lavei rapidamente e sai para devolver as prateleiras.

Colocando o último copo escutei a porta ranger dando o sinal de que alguém entrou.

— Desculpa, já fechamos. — passei o pano e travei no mesmo instante ao escutar uma voz atrás.

— Que pena, me falaram tão bem do whisky daqui. — meu coração disparou e o pano caiu da minha mão.

Ao me virar lentamente me vi de frente com ele, aquele loiro de olhos azuis e um corpo que foi perfeitamente esculpido.

Foi um mês torturante sem ter sinal dele e o mínimo que vi foi sua silhueta semana passada... Agora ele está aqui, exatamente na minha frente me dando a oportunidade de correr e abraçá-lo.

— Você... — parei de falar e ele se aproximou.

— Acho que você é pior do que cocaína. — ele deu um sorriso.

Parei de querer processar o que estava acontecendo e corri em sua direção pulando em seu colo.

Josh abraçou minha cintura e me apertou com força. Eu o apertei, apertei porque se isso for um sonho quero aproveitar.

— Está mesmo aqui? — me afasto vendo seus olhos.

— Estou Gabrielly, em carne e osso. — voltei a abraçar ele.

Seu perfume continua o mesmo, a maciez do seu cabelo, o calor do seu corpo.

— Achei que nunca mais ia te ver. — digo segurando o choro.

— Era o plano. — dei risada. — Mas não teve um dia que não pensei em você.

Ainda em seu colo, me separei um pouco e tomei sua boca em um beijo calmo, um beijo que desde que voltei para casa venho sonhando com ele.

— Eu te amo. — digo por fim o que sempre quis quando apaguei aquele dia. — Não importa o que digam, o que aconteça, você é dono de uma parte do meu coração. — Josh me olhou, e com um brilho nos olhos se pôs a sorrir.

— Eu te admiti isso no dia em que te vi entre a vida e a morte. — me colocou no chão e segurou meu rosto. — Mas você é sim a coisa mais incrível que me aconteceu, é a única que só de pensar me faz querer rir. — uma lágrima escorrer por seu rosto. — Eu te amo Gabrielly, te amo tanto que me dói te ver de longe e não poder te tocar.

— Não toca porque não quer. — brinco encarando meus pés e ele ri. — Acha que não percebo você todo dia me olhando ou me seguindo no caminho para casa?

— Proteção. — dei risada. — Eu tentei, passamos três semanas na Rússia, mas era difícil me concentrar. Meu corpo estava lá, mas minha cabeça estava aqui. — encarei ele.

— Por que não avisou que voltou? — ele suspirou.

— Porque eu achei que depois de um mês você já estaria ao menos seguindo sua vida.

— Até parece que não me conhece. — ele riu. — Eu vivo com ele. — tirei meu colar de dentro da blusa. — Sabe o que é olhar para uma geladeira e automaticamente ouvir sua voz ecoando na minha cabeça? — ele riu alto.

— Era estranho ver alguém com ela aberta e imaginar você. — neguei lentamente. — Mas durante esse tempo que eu explodia, era só os meninos pronunciarem seu nome que me acalmava.

— A não. — ri incrédula.

— Eles também sentem sua falta.

— E onde eles estão? — passei a mão no rosto.

— Mudamos de casa, um pouquinho longe. — disse rindo.

— Pra variar. — torci o lábio. — O que pensa em fazer agora? — cruzei os braços.

— É complicado. — se sentou em uma cadeira. — Os meninos me falaram algo, mas não sei.

— Que seria? — me aproximei.

— Pedir uma certa cacheada brasileira em namoro. — arregalei os olhos.

— Oi? — ele deu uma risada fraca.

— Vim porque quero saber algo. — segurou minhas mãos. — Teria coragem de ficar comigo? Digo, ficar mesmo. — encarei no fundo de seus olhos.

— Josh, eu realmente amo você, mas, não posso abandonar essa vida... — ele se levantou.

— Não estou te pedindo isso. — alisou meu rosto. — Estou te pedindo para me deixar fazer parte dela. — e foi aí que meu coração saltou de uma vez e eu senti minhas pernas bambas.

Cai de uma vez na cadeira puxando o ar que parecia faltar.

— Você o quê? — pergunto tentando fazer minha ficha cair.

— É tão ruim assim? — brincou.

— Josh você não pode... — fechei os olhos.

— Any eu nunca tive um propósito maior, era sim pelos meus pais, porque eles eram assim, mas me tornei um assassino por perder eles de forma fria. — neguei lentamente.

— Essa é sua vida. — encarei ele.

— Mas não vale mais a pena se eu não tiver você. — se ajoelhou na minha frente. — Eu quero largar tudo, mas é para viver livremente sem se preocupar em ser pego pela polícia.

— Largaria mesmo isso só para viver comigo? — ele sorriu segurando meu rosto.

— Abrir mão de certas coisas pela pessoa que ama, é demonstrar o quanto ela é importante para você. — sorri com vontade de chorar. — Eu me apaixonei por uma maluca, que não sabia a hora de fechar a boca, que adorava testar minha paciência e me provocar. — dei risada.

— Você com certeza foi meu maior desafio. Arrancar um sorriso daqui. — puxei suas bochechas e ele fechou os olhos. — É meu amigo, você foi a prova de que ninguém resiste a mim. — ele riu.

— Você é impossível. — mordi o lábio inferior. — Mas ainda não respondeu minha pergunta.

— Você é idiota ou se faz? — franziu o cenho confuso. — Joshua eu amo você, mesmo com todos esses erros em sua vida, foi por esse louco assassino que me apaixonei, no fundo sempre soube que valia a pena. — ele riu negando.

É lógico que meu motivo para não seguir em frente era minha dificuldade em aceitar sua vida, até porque realmente não tinha como isso acontecer. Mas ele deu um passo que me deixou surpresa... Digo, largar tudo para viver com uma maluca que não segura a língua? Tem que me amar mesmo.

— Isso é um sim? — me olhou pegando minhas mãos.

— Óbvio. — ele sorriu.

— Eu realmente senti sua falta. — me puxou pela mão e me beijou.

Eu ainda não sei como vou falar para os meus pais que estou envolvida com um cara de 25 anos e que provavelmente vai me querer morando com ele em menos de um mês, mas é aquilo, um sacrifício pequeno não faz mal a ninguém.

Nos separamos com alguns selinhos e eu abracei ele novamente.

— Vou deixar você fechar o lugar. — assenti e ele me deu mais um selinho.

Josh saiu do bar e eu apenas terminei de verificar tudo.

Peguei minha bolsa e encarei aquele saco de lixo... Peguei tanto trauma que nem tiro mais.

Ri sozinha e apaguei as luzes deixando o local. Ao fechar a porta vi Josh escorado ao lado do seu carro.

— Quer ir ver os meninos? — fiz um bico pensando.

— Querer eu quero. — até porque estou realmente morrendo de saudades. — Mas meus pais vivem preocupados.

— Liga para eles. — disse rindo. — Só que dessa vez você não vai sair de LA. — bati em seu braço.

— Idiota. — dei a volta no carro e entrei.

Liguei para os meus pais e custei a explicar que estava apenas indo na casa de um amigo, Josh até teve que falar com eles que realmente estava tudo bem. No fim, me pediram para responder as mensagens rápido, chega de sustos.

Josh e eu conversamos sobre tudo desse mês, na verdade mais ele, já que eu basicamente trabalhei. No fim das contas ele foi diminuindo o ritmo aos poucos, afinal, não é largar e pronto.

A viagem realmente foi longa, mas quando o mato começou a aparecer me dei conta de que estávamos chegando.

Assim que o carro estacionou seguimos até a casa. As luzes ainda estavam acesas, ou seja, a cambada estava acordada.

Josh abriu a porta e escutamos uma gritaria vindo de um cômodo.

— Como sempre, gritando. — resmungo rindo.

Josh passou por todos ali e se sentou no sofá. Fiquei olhando eles esperando notar minha pessoa mas estava difícil.

— Oi meninos. — digo simples e eles me olham.

— Oi Gaby. — disseram juntos. Mas foi questão de segundos até se tocarem disso. — Gabrielly! — gritaram juntos e correram me abraçando.

— É, também senti falta de vocês. — digo segurando o choro.

Nos separamos e eu sorri deixando uma lágrima escapar, isso que dá se apegar a todos.

— Você está aqui. — Krys me pegou pela mão e me fez dar uma volta. — Continua gostosa. — gargalhei alto.

— Mas. — Noah disse me olhando e logo olhou Josh. — Josh?

— Eu? — encarei ele no sofá. — Ela disse que estava com saudades. — deu risada.

— Achamos que não ia fazer isso. — disse Bay. — Quer dizer, sabemos que vai ser difícil. — Josh se levantou e veio até mim.

— É, mas já está feito, não me arrependo. — me abraçou de lado. — Any vai ficar até amanhã.

— Vou? — pergunto confusa. Isso não estava nos meus planos, mesmo a casa sendo longe.

— Vai. — saiu me puxando. — Tapem os ouvidos. — gritou subindo as escadas comigo.

— Para de ser doido. — digo rindo. — Vocês não vão morar aqui então?

— Não, na verdade já estou vendo um apartamento na cidade, ou você prefere casa? — caminhamos até o fundo do corredor.

— Minha opinião importa? — abriu uma porta.

— Claro, até porque você vai estar comigo. — neguei.

— Não pense que vai ser fácil. — digo colocando minha bolsa no chão.

— A não? — escutei a porta se fechar. — E o que pensa que vai fazer? — me abraçou por trás.

— Eu? — beijou meu pescoço. — Não vou fazer nada, até porque, quem não quer morar com um gostoso desse? — me virei sorrindo.

— Esse gostoso quer fazer algo com sua gostosa. — mordeu meu lábio inferior. — Será que ela me permite?

— Nem precisa pedir. — o beijei e caímos na cama.

Foi questão de segundos até nos livramos das roupas, não vou negar, estava com saudades de sentir ele assim, dentro de mim e gemendo de prazer. Eu até me preocuparia com os meninos, mas minha saudade dele falou mais alto e eu só me entreguei.

Estava cansada do trabalho de hoje, mas isso não me poupou de ter cinco maravilhosos orgasmos. Foram tantas posições que no terceiro eu já deixei de raciocinar direito e me deixei levar ao ápice.

— Não vou negar, sonhei com você me ligando dizendo que estava grávida. — dei risada.

Ambos já estávamos deitados, ainda nus apenas sentindo o calor de nossos corpos.

— E eu que fiquei enjoada e já pensei isso? — digo rindo. — Mas depois me lembrei que havia levado um tiro na barriga... — ele me abraçou.

— O importante é que tenho você agora, e posso gritar isso aos quatros ventos. — sorri.

— E enquanto a quem queria sua cabeça? — inclinei meu rosto olhando ele.

— Todos estão com o mesmo destino de Brian. — arregalei os olhos.

— Matou todos? — ele me olhou.

— Não, fizemos um acordo. — assenti lentamente. — E antes que pergunte, eu só disse que ia largar tudo, que se algo viesse a me acontecer, quem iria pagar eram as famílias deles.

— Como ele é mau. — tracei seu peito com o dedo.

— Sobrevivência. Não toco no que é deles, e eles não tocam no que é meu. — me abraçou mais.

— Eu sou sua? — encarei ele.

— Todinha minha. — mordeu meu nariz e eu ri. — E eu sou todinho seu. — sorri.

— Te amo loirinho.

— Te amo morena. — me deu um selinho.

Fim

Obrigada a todos que leram, votaram, comentaram. Estou feliz com a história finalizada novamente e mais feliz ainda em saber que muitos acompanharam.

Vejo vocês em breve porque tem muita coisa legal chegando… fanfic totalmente nova talvez? O retorno de uma que está sendo muito pedida? Hmmm joguei no ar KKKKKK

Enfim, obrigada novamente por tudo, vocês me animam e muito a continuar escrevendo histórias.

É isso, bebam água!

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