Capitulo 9
ANY GABRIELLY
Eu vou ouvir dele, é certeza que vou. Se bem que eu não fiz nada, a menos que ele tenha percebido algo, o que é impossível, sou boa em disfarçar... Pelo menos eu acho que sou.
Ele andava ao meu lado e eu não parava de roer as unhas. Se bem que enquanto eu estiver no meio das pessoas será bom, ele não é doido de me matar com gente olhando...
Subimos na escada rolante e eu apertei meus lábios com o dedo nervosa. Esse silêncio dele vai me matar.
Viramos para a direita e meus olhos até cresceram quando vi a praça de alimentação.
Eu convenci ele?
— Vamos comer? — pergunto sorridente mas ele não respondeu.
Paramos ao lado de uma mesa e eu me sentei.
— Vou ser bem claro. — suas mãos ficaram sobre a mesa e ele se inclinou na minha direção. — Vou bem ali fazer um pedido, se eu ver qualquer movimentação sua, quem vai pagar é sua família. — engoli seco.
— Sem picles por favor. — vi seu maxilar travar e ele se afastou.
Me escorei na cadeira e bati os pés alegre. Nem acredito que minhas chantagens e dramas funcionaram.
Apoiei meus cotovelos sobre a mesa e apoiei minha cabeça em minhas mãos. O loiro estava me olhando, então era só eu ficar quieta.
Ainda fico de cara com a beleza desse cara. Como pode alguém existir assim? Tudo nele parece ter sido pensado milimetricamente para ser feito. Parabéns aos pais dele, porque olha...
— Oi. — me assustei quando um cara se sentou do meu lado. — Quer companhia? — desviei meu olhar para o loiro e senti meu coração disparar.
— Já estou acompanhada. — digo olhando o cara ao meu lado e tento parecer normal.
— Então estou cego, porque não vejo ninguém. — sorriu e minha vontade era de sair correndo.
— Só vai embora, já disse que estou acompanhada, muito bem inclusive. — digo firme.
Olhei para JB e o mesmo estava com o celular no ouvido. Senti um nó se formar em minha garganta e encarei o cara novamente.
— Some! — encarei seus olhos.
— Ok. — se levantou e caminhou para longe.
Cobri meu rosto com as mãos e respirei fundo. Me diz que aquele celular no ouvido não era nada.
...
Não demorou muito e eu senti alguém se sentar do meu lado novamente. Estava prestes a xingar, mas vi que era o loiro.
— Escuta, eu juro que não falei nada, ele queria me fazer companhia e eu só disse para ir embora. — digo rapidamente e ele arqueia uma sobrancelha. — Por favor, me diz que não fez o que estou pensando?
— O quê? — disse seco. — Pedi seu lanche com picles? — abri minha boca para falar, mas fechei quando processei o que ele disse.
— Como? — digo confusa.
Sua mão foi atrás do meu ombro e ele logo me mostrou um pequeno ponto preto.
— Colocou uma escuta em mim? — peguei de sua mão olhando. — Por isso estava com o celular no ouvido? — ele não respondeu.
— Chegamos! — Noah e Krys aparecem se sentando.
Olhei para o loiro e só desisti de fazer perguntas, apenas peguei meu lanche e comecei a comer.
Os meninos também pediram um lanche, exceto o loiro que preferiu ficar enfiado no celular.
...
Assim que terminamos segui feliz para fora da praça de alimentação.
Os meninos dessa vez estavam em uma ligação mais atrás e o loiro estava de olho em mim. Só espero ter ganhado um ponto de confiança nisso tudo.
Virei meu rosto para frente e parei de andar no mesmo instante quando vi uma figura familiar vindo na direção. Por reflexo segurei no braço do loiro e ele me olhou.
— O que é isso, garota? — disse grosso, mas não tirou minha mão.
— Minha amiga. — apontei para frente.
Sabina estava vindo exatamente em linha reta, o celular estava em seu ouvido e ela balançava uma sacola que estava na outra mão.
— Droga. — o loiro pegou minha mão e entrou na minha frente me abraçando.
Fiquei paralisada, não por esse cara estar me abraçando, mas por Sabina estar exatamente aqui. Tudo pode ir de mal a pior se ela me ver.
Virei meu rosto para o lado e vi ela passando rapidamente bem próxima a mim.
Soltei um suspiro aliviada e fechei os olhos. Quais as chances?
— O que rolou aqui? — escutamos a voz de Krys e nos separamos rapidamente.
— É... — olhei para trás e já não tinha mais visão de Sabina.
— Vamos embora. — disse o loiro.
Continuei olhando para trás até sentir uma mão no meu ombro. Noah abriu um pequeno sorriso e nós saímos do shopping.
No caminho eu expliquei o que tinha acontecido e sabe o que disseram? Iriam sequestrar a Sabina se ela tivesse me visto. Porra, se eu soubesse...
Brincadeira, nunca que eu cogitaria a possibilidade de ser mantida como refém de assassinos sanguinários com minha melhor amiga... não mesmo.
...
O caminho de volta foi mais silencioso, os meninos até conservaram um pouco, mas era tudo em código. "Hoje recebemos um 1030", "Carlos ligou e disse que tinha que pegar um 8D". Eu nem fiz questão de perguntar, não quero me envolver em mais nada que seja contra a lei.
Chegamos em casa e pegamos as milhares de sacolas para deixar no quarto.
...
Desci para tomar um copo de água e acabei trombando com Noah ali.
— Any. — peguei o copo de água e me virei vendo ele. — Nós vamos sair hoje à noite, então você vai ficar sozinha.
— Sozinha não. — digo após engolir a água. — Tem os caras lá fora.
— Você entendeu, nenhum de nós estará aqui. — assenti. — Você já sabe, não é? — suspirei.
— Já Noah, não precisa ficar me lembrando o tempo todo. — deixei o copo na pia. — Dói ter que lembrar disso.
— Sinto muito. — escuto ele atrás de mim.
Sente muito... Eu poderia jogar mil e um motivos para ele sentir muito, mas estaria sendo egoísta com a pessoa que está querendo me dar um voto de confiança.
— Vou para o meu quarto. — digo saindo da cozinha e subo as escadas.
Assim que virei o corredor, vi o loiro saindo do escritório. Desviei meu olhar e apenas entrei no meu quarto.
Olhei aquele tanto de sacola no chão e coloquei as mãos na cintura. Pelo menos vou ter com o que me distrair.
— Noah falou com você? — me assustei com aquela maldita voz e dei um pulo para o lado.
— Como você consegue ser tão silencioso? — pergunto e ele fica me olhando da porta.
Suas mãos estavam no bolso da calça e só depois me lembrei que ele era um assassino.
— Pergunta idiota a minha. — digo me virando e volto a olhar as sacolas.
— Vai responder a minha pergunta? — me agachei ali.
— Falou. — escuto seus passos se aproximarem. — Não precisa repetir. — ele parou do meu lado.
— Não me preocupo em repetir. — continuei agachada. — Inclusive, seria ótimo se você esquecesse e atravessasse aquela porta. — abri a boca inconformada e me levantei.
— Se eu te incomodo tanto, por que está aqui? — cruzei meus braços e ele se virou.
Tudo bem, ele ficou bem mais perto do que imaginava. E lá vai o meu maldito coração disparar.
— Preciso te lembrar que essa casa é minha? — neguei dando um passo para trás, porém ele me seguiu dando um à frente. — Qual o seu nome? — segurei minha vontade de sorrir.
Essa chance eu não perco!
— Me fale o seu. — suas mãos seguiram dentro do bolso da calça e ele olhou o teto antes de continuar.
— Te dou três chances para acertar. — mordi o lábio inferior.
— E seu acertar? — olhei em seus olhos e aquele maldito arrepio voltou.
— Se acertar bom pra você, se não acertar... — se aproximou mais e eu novamente dei um passo para trás.
É nessas horas que a gente percebe o jogo. Esse cara pode muito bem perguntar para os meninos, já que é o chefe deles. Noah já me disse que ele não estava interessado, então porque isso agora?
— Se não? — pergunto esperando sua resposta.
— Vai descobrir. — engoli seco.
Ele sabe! Ele sabe que me sinto inquieta do lado dele, isso explica o motivo de perguntar da minha roupa ontem, ele claramente notou meu desespero em o ver sem camisa.
Engraçado como as coisas ficam claras de repente. Eu sabia que naquele momento ele estava se divertindo com a situação, só não esperava que fosse ser tão baixo.
— Muito bem. — digo limpando a garganta. — Somente o primeiro nome. — assentiu.
"J", o que poderia ser? José eu descarto, Joshep não combinaria com ele. Jonny? John? Ah que decisão difícil.
— Jaden? — mirei um dedo esperando uma resposta e ele negou.
Coloquei meu dedo indicador na ponta do nariz e tentei pensar em algo.
Parando para analisar, o que poderia acontecer se eu não acertar? A forma que ele falou comigo parecia insinuar algo, mas ele não seria capaz de fazer algo comigo... seria?
Vamos Gabrielly, foco!
— James? — ficou me olhando e novamente negou.
Joguei a cabeça para trás e coloquei as mãos na cintura.
— Me dá uma dica, só uma. — implorei com as mãos.
— 15! — disse sem pensar muito.
Porra, 15? O que caralhos é 15?
Não sei porque eu invento de fazer isso, está estampado na cara dele que não quer que eu acerte.
Fiquei batendo meu dedo indicador na testa tentando encaixar esse 15 e vi uma luz surgir no fim do túnel.
— Josh? — digo olhando ele novamente.
— De onde? — tirou suas mãos do bolso da calça e cruzou os braços.
— Do útero da sua mãe? — digo séria e tudo o que vejo é ele contraindo seus lábios. Ele quer rir que eu sei.
Isso já é um fato comprovado, ninguém resiste a minha pessoa.
— Como? — perguntou ele e eu soltei uma risada.
— Você disse 15 e a única coisa que veio na minha cabeça foi o alfabeto, a letra "O" é a décima quinta. — ele assentiu lentamente. — Claro que poderia ser outras milhares de opções, mas Josh é um nome bonito, na verdade Joshua, acho lindo. Inclusive quando tiver um filho, se for menino se chamará Joshua. — encarei o loiro que mantinha seu olhar sério. — Errei feio, não é?
— É. — se aproximou mais e novamente eu recuei. — Sabe o que isso significa? — engoli seco e senti minhas costas se chocarem na parede.
— Que você é um cara muito legal e não vai querer fazer nada comigo a não ser me dizer seu nome? — suas mãos pararam ao lado do meu rosto e ele se apoiou na parede.
Alguém entra nesse quarto antes que eu desmaie!
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