Capitulo 51

ANY GABRIELLY
Segunda-feira. 01:50h

Acordei assustada quando tive um pesadelo com o maldito filme de terror. Amo assistir, mas esqueço que sempre tenho pesadelos.

Cocei meu olho e joguei a coberta para o lado. Acho que as vezes que acordo na cama nem preciso me questionar mais, já sei que foi o Josh.

Meu sono resolveu sumir e eu fiz um coque no cabelo deixando o quarto.

Desci em silêncio e fui até a cozinha pegar uma garrafinha de água.

Saí pelos fundos e me assustei quando vi um segurança.

— Por Deus Joe. — digo ao reconhecer ele e levo a mão no peito.

— Me desculpe. — ri fraco assentindo. — A senhorita não acha que está muito tarde? São duas da manhã.

— Perdi o sono e vim olhar um pouco o céu, não vou demorar. — ele fez um pequeno aceno com a cabeça e eu segui até a área da piscina.

Ela estava iluminada e dava para ouvir um pequeno barulho. Me agachei encostando minha mão na água e sorri ao ver que estava aquecida.

Tirei meu chinelo e me sentei na borda colocando os pés dentro da piscina. Tomei minha água e fiquei mexendo meus pés lentamente.

Apoiei minhas mãos um pouco atrás e me inclinei vendo o céu.

Fico impressionada com o tanto que isso me relaxa. Pode ter a confusão que for, se eu conseguir ter a visão dele eu me acalmo.

— A senhora está aí? — sussurro em português olhando o céu. — Será que você está rindo da minha situação agora? — digo rindo. — Um lixo, vovó, um lixo. — abaixei a cabeça rindo.

Antes eu me culpava mais, mas agora é só questão de tempo até que tudo isso acabe...

Encarei meu reflexo na piscina e respirei fundo.

Flashback on ~

— Vó, a senhora acha que eu canto bem?

— Como um anjo, meu amor. — alisou meus cachos. — Sua mãe gosta de manter seus pés no chão, ela não quer ver você sofrer se não der certo.

— Eu sei. — digo sorrindo. — Mas já imaginou como seria incrível eu no palco? Uma multidão gritando meu nome?

— Eu estaria na primeira fila te aplaudindo. — sorri. — Acho que independente do que aconteça, saiba que ao cantar, eu estarei te ouvindo. — dei um abraço nela.

Flashback off ~

Fechei meus olhos e escutei apenas o som da minha lágrima se juntando com a água.

Você é assim, um sonho pra mim, e quando eu não te vejo. — encarei meu reflexo novamente. — Eu penso em você, desde o amanhecer, até quando eu me deito. — olhei o céu. — Eu gosto de você, e gosto de ficar com você. Meu riso é tão feliz contigo, o meu melhor amigo é o meu amor. — sorri fechando os olhos. — E a gente canta, e a gente dança, e a gente não se cansa. De ser criança, a gente brinca, na nossa velha infância. — respirei fundo.

Seus olhos, meu clarão. — cantei sem me preocupar se algum segurança ia ouvir. — Me guiam dentro da escuridão, seus pés me abrem o caminho, eu sigo e nunca me sinto só. Você é assim, um sonho pra mim, quero te encher de beijos. Eu penso em você, desde o amanhecer, até quando eu me deito. — diminuo minha voz e abaixo minha cabeça respirando fundo.

Eu simplesmente amava cantar essa música com ela, de todas, sempre foi minha favorita. Antigo ponto de paz...

Me assustei quando alguém começou a bater palmas atrás de mim e me virei de uma vez vendo Josh ali.

— Que voz em. — desviei meu olhar e passei a mão no rosto rapidamente. — Any Gabrielly, cheia de talentos. — dei risada e ele parou em pé do meu lado.

— O que faz acordado? — pergunto mexendo meus pés lentamente.

— Pepe me ligou a respeito de um carregamento. — assenti.

— E o que faz aqui fora? — olhei ele que encarava a piscina.

— Bom, digamos que eu tenha ido ao seu quarto porque perdi o sono. — dei risada negando. — Achei estranho você não estar dormindo, mas já sabia onde te achar. — sorri. — Posso saber o que faz aqui? — Josh levantou as barras de sua calça e logo se sentou ao meu lado colocando os pés ali dentro também.

— Tive um pesadelo com o filme. — Josh me olhou. — Se você rir eu te atiro nessa piscina. — ameacei e ele contraiu os lábios. — Joshua. — empurrei ele de lado.

— Você é muito medrosa. — revirei os olhos. — Gosta de cantar no seu idioma? — olhei ele.

— Eu cantava mais quando era com a minha avó, essa música era nossa favorita. — assentiu.

— Sabe, quando eu era mais novo sempre tive vontade de ir para o Brasil. — levantei as sobrancelhas surpresa.

— Me permite perguntar o porquê? — desviou o olhar rindo.

— Meus pais se conheceram lá em uma viagem. — me olhou. — Era meio que uma excursão de aventureiros, ambos eram adolescentes e disseram que foi amor à primeira vista. — sorri achando fofo. — Quando eu era mais novo sempre perguntava como eles se conheceram. Eles falavam tão bem do lugar, as pessoas são super receptivas, a comida é maravilhosa, as músicas, acho que... ache? — dei risada da sua pronúncia.

— Axé. — repito certo. — O ritmo dela é bem gostosinho. — rimos.

— Cresci vendo eles nesse meio, mas sempre que possível eu me entretia com o país. Me inspirava tanto neles que me imaginei conhecendo meu amor lá também. — Josh abaixou sua voz. — Porém essa vida não é nada fácil.

— Josh não precisa me contar. — me olhou. — Sei que não tenho o direito de me meter na sua vida, muito menos os meninos, mas, eles me contaram. — digo receosa e ele assentiu lentamente.

— Eu acho que não ia conseguir mesmo. — disse rindo e voltou a encarar a piscina.

— Sinto muito por tudo. — coloquei minha mão sobre a sua. — Mas eu aposto que onde quer que eles estejam, devem ter orgulho de você. — Josh me olhou e eu fiz uma careta. — Nossa, que estranho falar que um cara que mata pessoas traz orgulho para a família. — Josh deu risada.

— Any você é realmente de outro mundo. — dei risada. — Como consegue fazer piada com tudo?

— Não gosto de ver as pessoas tristes porque eu sei como é ruim. — sorri sem mostrar os dentes. — Mas ó, você pode não ter conhecido o amor da sua vida no Brasil, mas em compensação conheceu uma brasileira doidinha das ideias aqui. — ele riu.

Só faltou ser o amor da sua vida mesmo… Mas quem sabe em outra vida.

— Agora, mate uma curiosidade minha. — me olhou. — Como é a sensação de levar um tiro? — digo para mudar de assunto.

— Hm. — ele encarou o céu parecendo pensar. — Não sei. — disse rindo.

— Nunca levou um tiro? — negou. — Tipo. — fiz uma arma com a mão e encostei na sua costela. — Pá. — fiz um pequeno barulho e ele deu risada.

— Já levei de raspão no braço. — assenti lentamente. — Mas dizem que a sensação de um certeiro é horrível. De começo você não sente, porque é tão rápido que te atinge que seu cérebro demora alguns segundos para processar isso. Depois disso você sente sua dor crescer e se toca do local atingido. — me olhou.

— Credo, não quero sentir isso. — digo olhando minha barriga. — Imagina algo perfurar essa preciosidade. — apertei minha barriga e Josh riu alto me fazendo rir junto.

Me sinto tão bem em saber que ele não se segura mais, que não importa a bobagem que eu fale, ele sempre vai dar risada por achar realmente engraçado...

— Vamos nadar? — perguntou já tirando sua blusa.

— Está doido? — ele se levantou e tirou sua calça junto com a cueca. — Joshua! — gritei. — Os seguranças. — digo olhando em volta e ele ri.

— Vamos Gabrielly, só se vive uma vez. — ele mergulhou me fazendo abrir a boca.

Nem ferrando!

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