Capitulo 35

ANY GABRIELLY
Quarta-feira


Hoje eu acordei e nem ao menos saí da cama, até tentei na verdade, mas estava tão frio que apenas me entreguei à preguiça.

Encarava aquela janela do quarto e via apenas o embaçado devido à névoa fria. Hoje é realmente um dia para ficar na cama.

Escutei batidas na porta e fechei os olhos soltando um suspiro.

— Any, é o Josh, posso entrar?

— Não estou com fome. — digo e escuto a porta abrir.

Me virei na cama e encarei ele.

— Não foi isso que eu perguntei. — soltei uma risada e ele me encarou da porta. — Quer fazer alguma coisa hoje? Cinema? — neguei.

— Eu estou bem, daqui a pouco desço para comer alguma coisa. — forcei um sorriso e ele assentiu deixando o quarto.

Não queria ninguém preocupado comigo, mas hoje minha única distração seria Sabina, assim como era no trabalho.

Me sentei na cama e fiquei encarando aquela TV desligada.

— Acho que ouvir música vai ser bom. — resmunguei pegando o controle.

Liguei a tv e entrei no YouTube.

Que esse cômodo seja tomado pela música, assim como era quando estávamos juntas.

Coloquei Good 4 u da Olivia e aumentei me levantando da cama.

Cantei dançando pelo quarto e segui até a porta para trancar ela. Não quero ninguém me interrompendo agora.

Fui dançando até o closet e procurei uma roupa para esse dia frio.

Segui em direção ao banheiro ouvindo o segundo refrão e parei me olhando no espelho. Essa música é realmente muito boa.

Deixei a porta do banheiro aberta e segui até o chuveiro.

Tirei minha roupa entrando naquele chuveiro com a água quente e peguei um shampoo fazendo ele de microfone. Voltei a seguir a batida e tomei cuidado apenas para não cair no chão.

Sempre gostei de cantar, é algo que realmente me faz bem, porém é um sonho que se tornou muito distante. Minha mãe vivia dizendo isso, nunca me senti mal ou algo do tipo, só achei mais fácil aceitar logo.

Maybe I'm too emotional
But your apathy is like a wound in salt
Maybe I'm too emotional
Or maybe you never cared at all

Cantei aquela parte como se tivesse alguém na minha frente.

Maybe I'm too emotional
Your apathy is like a wound in salt
Maybe I'm too emotional
Or maybe you never cared at all

Soltei minha voz e nem acredito que consegui manter aquele tom, no banheiro ficou ainda melhor com a acústica improvisada.

Ainda não sei como não cai aqui dentro, o que eu estou pulando não está escrito.

A música infelizmente acabou e começou a tocar Blank Space da Taylor Swift. Cantei também e resolvi terminar meu banho.

...

Coloquei minha roupa quentinha nesse frio e deixei o banheiro.

Apertei um pouco meu cabelo para secar mais e mudei para um funk no YouTube.

Joguei o controle em cima da cama e comecei a rebolar a bunda. Sabina provavelmente estaria rindo de mim nesse momento, eu definitivamente não sei rebolar.

Passei um creme hidratante no meu rosto enquanto mexia a cintura lentamente. Como pode uma batida ser tão boa?

— Vou te levar pro beco, do beco cê não escapa. — cantei colocando um braço pra cima.

Graças a Deus os meninos não entendem nada, é cada "perereca" que esse cara fala na música.

Passei um creme no cabelo e escovei ele novamente.

A música trocou e eu estava mexendo meu corpo lentamente quando minha porta foi aberta. Olhei pelo espelho e era Josh.

— Any? — me virei para ele.

— Meu nome. — me aproximei dançando e vi que ele queria rir. — Nós dois pelados, dentro do carro, com o vidro fechado e o som tocando baixo. — cantei com a música e vi ele confuso por não entender nada.

— Abaixa isso. — revirei os olhos e peguei o controle tirando do YouTube. Estraga prazeres.

— Fala meu anjo. — ele revirou os olhos e eu ri. — Aí, por que você tem a chave do meu quarto? — cruzei os braços após me tocar de que tinha trancado.

Cara, eu corria o risco de ser pega tomando banho, que perigo.

— Tenho de todos, segurança. — encarei ele desconfiada e fiz um bico com os lábios. — Pepe está lá embaixo. — arregalei os olhos.

— Aconteceu algo com a Sabina? — pergunto preocupada.

— Não sei. — sai do quarto e segui até o andar de baixo correndo.

— Pepe. — parei na frente dele. — O que foi?

— Any, ela não quer comer, não sei mais o que fazer. — disse preocupado e eu suspirei. Aí Bina...

— Já experimentou apontar uma arma na cabeça dela e obrigá-la a comer? — olhamos para Josh que estava escorado em uma pilastra.

Ignorei sua fala revirando os olhos e voltei a olhar o Pepe.

— Sabina deve estar muito triste. — digo cruzando os braços. — Ninguém vai fazer ela comer, a não ser...

— A não ser? — Pepe me segurou pelos ombros e eu ri.

— Que você traga ela aqui. — digo e ele me solta de uma vez.

— Não! — disse Josh parando ao nosso lado. — A garota te vê aqui e você vai falar o quê?

— Que sou refém de um assassino? — digo encarando o loiro e vejo seu maxilar travar.

Ok, péssima hora para brincar.

— Escuta, Sabina é uma garota que não importa se apontarem uma arma na cabeça dela, ela não vai falar nada se alguém estiver dependendo de sua palavra. — digo e Josh apenas nega.

— Tudo bem Josh, você tem uma ideia melhor? — perguntou Pepe fazendo o loiro olhar ele.

— Apontar uma arma na cabeça dela e obrigá-la a comer. — bufei irritada.

— Vem aqui. — peguei no braço de Josh e levei ele em direção a cozinha. — Josh ela é minha melhor amiga, não posso deixar ela morrer de fome. — digo encarando ele.

— Any você está querendo demais. — disse seco. — O que eu disse ontem não é mentira, você pode passar por aquela porta e ir embora, mas não invente de meter sua aqui! — seu tom de voz aumentou e eu dei um passo para trás.

— Se confiasse mesmo em mim não teria medo de trazer ela aqui. — digo séria encarando ele. — Sabina vai ter que ficar um mês com o Pepe e esse era o prazo que eu também iria ficar, mas quer saber? — coloquei as mãos na cintura encolhendo os ombros. — Foda-se! — sai da cozinha e me aproximei de Pepe.

— O que deu? — neguei alisando minha nuca.

— Vou embora amanhã. — digo simples cruzando os braços e ele arregalou os olhos. — Você pode me ligar por uma chamada de vídeo e me deixar falar com ela.

— Ela vai ficar sem comer hoje de novo? — neguei.

— Vou falar com o Noah e pedir o celular, se tudo der certo ele te avisa e você fala com ela. — ele assentiu. — Vou voltar para o quarto.

— Ok. — forcei um sorriso e me virei para as escadas.

Josh estava escorado na entrada do corredor que levava a cozinha e me olhava. Apenas virei minha cabeça e subi em direção ao quarto.

Às vezes eu acho que ele tem o dom máximo para agir sem pensar. Eu não fico muito atrás, mas porra?

Me joguei na cama e liguei a tv procurando alguma série legal. Resolvi colocar lúcifer e me aconcheguei nas cobertas.

...

Na metade do primeiro episódio minha porta abriu e eu vi Josh passando com uma bandeja em mãos.

Ele não falou nada, apenas deixou a bandeja na cama e saiu do quarto. Idiota!

Encarei aquela bandeja e me sentei para comer enquanto assistia.

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