Capitulo 34
JOSH BEAUCHAMP
Estar com alguém a ponto de querer amar e não poder. Me doeu muito ouvir isso dela. Acho que eu não largaria essa vida para viver um amor, e Any realmente não merece isso, é boa demais.
Eu realmente confio em deixar ela sair por aquela porta, mesmo que no fundo esteja apenas querendo evitar um sofrimento maior. Sei que quanto mais o tempo passar, mais vai doer quando acabar.
Foi um erro, mas foi o melhor cometido em minha vida. Any conseguiu fazer em uma semana coisa que tem tentando fazer há três anos. A sua inocência é algo tão puro que realmente algumas coisas que ela fala me dá vontade de rir, justamente porque foi sem querer. Sei que na sala ela sabia do que se tratava o chá, e fico impressionado em saber o quão boa ela foi só no intuito de me distrair.
Mesmo que doa em ambos, ela merece alguém melhor, alguém que não tenha que fugir às pressas deixando tudo para trás com medo da polícia te encontrar.
Quando isso acabar, se ela me permitir, quero ajudar com seus estudos. Minha grana não é limpa, mas ninguém precisa saber disso. Se Any quiser se formar em algo, farei questão de ajudar.
Any saiu às pressas do escritório quando Noah entrou e uma parte do meu coração foi levada junto nisso tudo. Ela está sofrendo e tudo o que menos quero é que seu brilho se apague...
— Desculpa. — disse Noah olhando em volta.
— Fala logo. — cruzei os braços.
— Encontraram o carregamento, parece que foi deixado no galpão de Ainfort. — assenti. — Reunimos os caras para ir buscar.
— Vou junto. — digo indo até a mesa e pego meu celular. — Faço questão de estourar a cabeça de alguém. — saímos do escritório.
ANY GABRIELLY
Resolvi me privar de todos os pensamentos que me levassem a Josh, só quero curtir, não importa como.
Sei que ele confia em mim para sair por aquela porta, mas já que Sabina vai ter que ficar um mês com Pepe, vou ficar mais um mês aqui. Isso é um pretexto que eu achei, um pretexto para adiar o fim.
Fiquei no sofá da sala e liguei um pouco a tv.
— Any, a gente vai sair. — disse Bay aparecendo ali.
— Todos vão? — pergunto e ele assente. — Ok, se cuidem. — forcei um sorriso e voltei a olhar tv.
Alguns segundos depois escutei a porta bater e suspirei.
Desliguei a tv e fui andar pelo jardim. É bom saber que tiram a regra de sair com eles aqui.
...
As horas foram passando e com elas meu tédio veio junto. Almocei e depois subi para o escritório de Josh, queria terminar aquele livro que realmente estava muito bom.
Achei o livro no mesmo lugar e fiquei feliz em saber que a página estava marcada.
...
Passei um bom tempo ali, tanto que terminei o livro e comecei a ler outro. Isso é realmente uma ótima distração.
Encarei a janela do escritório e vi que já estava de noite. Não sabia que eles iam demorar tanto.
Soltei um suspiro e caminhei até a mesa de Josh.
Peguei um pedaço de papel e escrevi um bilhete para ele. "Já devem ter te falado isso, mas queria te lembrar que seu sorriso é lindo".
Deixei em cima do teclado do computador e voltei a me sentar para ler.
...
Estava deitada e me assustei quando a porta do escritório foi aberta de uma vez.
— O que faz aqui? — Josh perguntou grosso e eu vi os meninos ao seu lado.
— Estava lendo, desculpa. — deixei o livro no sofá e sai pedindo licença.
Não vou me preocupar com seu tom, já estou ciente que ele chega assim toda vez que volta do "trabalho".
Entrei no meu quarto e fui pegar um pijama para tomar banho.
...
Me sentei na cama e fiquei encarando um ponto fixo no colchão.
Amanhã é dia 15/10, o que significa que é aniversário da minha falecida avó. Como eu queria estar com a minha família agora...
Sai da cama e segui até a porta do quarto. Abri ela lentamente e notei a casa silenciosa.
Sai do quarto e desci em direção a cozinha.
Peguei uma xícara e depois procurei um sachê de chá, porém só encontrei frutas vermelhas e mate...
Vai mate mesmo.
Esquentei a água e despejei na xícara logo depois. Me sentei em cima do balcão e cruzei as pernas ficando em posição de lótus.
Dei um pequeno gole no chá e fechei os olhos sentindo o líquido quente descer pela minha garganta.
Amanhã eu sei que é um dia delicado para muitos, até para Sabina. Nós duas éramos muito mimadas pela minha vó, e dale comida.
Lembro das nossas tardes de filmes, karaokês, minha avó cantando Bruno e Marrone e Sabina se rachando porque não entendia nada.
Fechei os olhos e deixei algumas lembranças voltarem.
Não gosto de chorar no aniversário da minha avó, até porque ela era uma pessoa muito alegre e sempre deixava as pessoas à sua volta assim... só que ela me faz tanta falta.
— Any? — limpei meu rosto rapidamente e virei a cabeça para o outro lado. — Em cima do balcão de novo? — soltei uma risada fraca.
— Mania. — digo e sinto a mão de Josh no meu rosto me obrigando a virar.
— Por que está chorando? — alisou minha bochecha com o polegar.
— Lembra quando estávamos fazendo perguntas? — assentiu. — Você me perguntou uma data importante.
— 15/10. — disse e eu assenti. — É amanhã. — sorri sem mostrar os dentes e suspirei.
— É aniversário da minha avó. — peguei minha xícara voltando a beber meu chá.
— E você queria fazer algo? — neguei sem olhar ele.
— Ela já faleceu. — Josh ficou em silêncio e eu dei mais um gole.
— Sinto muito. — sua mão parou na minha coxa e ele ficou fazendo um leve carinho.
— Geralmente minha família se reúne na praia e joga flores, ela amava o mar. — sorri. — Mas me conta, como foi lá? — olhei Josh e ele me encarava.
— Ah. — balançou a cabeça rapidamente. — Brian se livrou, mas matei uns caras. — arqueio uma sobrancelha.
— Você ainda vai atrás, não é? — assentiu. — Nem vou falar nada, vocês devem ter sua honra. — dou o último gole no meu chá e desço do balcão.
— Você até que entende rápido. — revirei os olhos e coloquei a xícara na lava louça.
— Vocês foram roubados. — abri a geladeira e peguei uma garrafinha de água. — Não me impressiona. — fechei e me virei olhando ele.
— Aprendeu? — cruzou os braços me fazendo revirar os olhos novamente.
— Não fique achando que esqueci do computador. — ele riu. — Aliás, o que faz acordado?
— Fui ao seu quarto e você não estava. — colocou a mão no bolso da calça. — A dona dessa letra? — Josh me mostrou o bilhete que escrevi.
— Nunca nem vi. — fingi demência abrindo minha garrafinha.
— Sabe que eu tenho câmeras, não é? — dei de ombros.
— É melhor olhar então. — pisquei dando um gole na minha água e ele se aproximou.
— Você tem que parar com isso. — me puxou pela cintura colando meu corpo no seu.
— Isso o quê? — pergunto confusa.
— Ser tão gostosa. — selou nossos lábios em um beijo acelerado e eu senti meu corpo arrepiar.
Levei minha mão livre na sua nuca e senti ele apertar minha bunda com força. Suspirei interrompendo o beijo e ele puxou meu lábio inferior lentamente.
— Gostinho de mate. — disse ele me fazendo rir e me deu um selinho demorado.
— Acho melhor irmos dormir. — digo fechando a garrafinha e ele assente.
Subimos em direção ao quarto e eu parei na porta do meu olhando ele.
— Boa noite. — digo escorada ali.
— Boa noite. — Josh me deu um beijo demorado na testa e eu sorri com o gesto.
Vi ele se distanciar no corredor e entrei no quarto.
...
Escovei meus dentes e depois me joguei na cama sentindo o sono bater.
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