Capitulo 17

ANY GABRIELLY

Eu tenho que parar de ser assim. Minha vontade agora é de sair correndo, mas do jeito que sou desastrada vou escorregar, bater a cabeça e ir parar direto no hospital.

Eu esperava que ele fosse dizer sim ou não, mas assim que vi seu rosto me arrependi. Aí Any, por quê? Era só ficar calada.

— Que pergunta é essa? — disse me encarando.

Ainda dá pra considerar a ideia de sair correndo, cair e bater a cabeça? Se eu der sorte perco a memória e esqueço desse momento constrangedor.

— É... — travei sem saber o que falar. — Acho que vai chover. — digo e olho para o céu.

O sol ainda estava rachando e não tinha um vestígio de nuvem no céu. Poxa universo, me ajuda também né?

— Any. — Josh se aproximou mais e eu senti meu coração disparar.

Na verdade, se ele quiser me beijar agora eu nem vou impedir. Talvez eu vomite de nervoso, mas fazer o que né?

Ok, isso foi desnecessário.

— Que pergunta foi essa? — abaixei o olhar encarando minhas coxas.

Pensando rapidamente, o que pode acontecer é ele achar eu enlouqueci, ou no pior dos casos me evitar por ter a certeza de que eu realmente enlouqueci!

— Uma pergunta. — digo baixo. — É tão difícil assim responder? — digo em tom provocativo.

O que é um peido pra quem já tá cagado?

— Na verdade, até entendo. — digo fazendo pouco caso. — No seu lugar também não ficaria. — sou surpreendida quando ele agarra minhas pernas e me puxa para perto.

Minhas mãos pararam nos seus ombros e ele ficou exatamente no meio das minhas pernas.

Se eu não estivesse sentada nessa parte rasa era certeza que me desmancharia.

Naquele momento meus olhos não sabiam se olhavam nos seus ou em sua boca.

Por que eu estou deixando isso acontecer? É errado Gabrielly, você sabe disso...

— A insegurança não combina com você. — disse com aquela sua maldita voz.

Sexy para um caralho!

— Não sou insegura. — tirei minhas mãos dos seus ombros. — Não vai responder minha pergunta? — suas mãos deslizaram pela minha coxa e eu tive que me segurar para não morder os lábios ou soltar um suspiro.

— Não vou responder porque não seria certo da minha parte. — encarei seus olhos.

Talvez agora tenha ficado claro, ou mais ou menos. Das duas uma, ou ele não quer porque sou uma refém, ou porque sou menor, ou os dois... Facilitaria minha vida dizendo que amanhã faço 18?

Deus, eu só queria essa boca dele na minha.

— Minha idade? — pergunto para tirar a dúvida logo.

Um suspiro escapou de sua boca e eu mordi o lábio inferior nervosa.

— Você também está sendo mantida presa. — assenti.

— Tudo bem, eu não estou querendo ficar com você. — digo dando um sorriso e ele franziu o cenho confuso.

— A não? — neguei com um sorriso. — Gabrielly, você acabou de dizer exatamente isso...

— Ei. — levantei o dedo indicador interrompendo sua fala. — Não coloque palavras na minha boca. — abaixei o dedo. — Eu disse "Josh, você ficaria comigo?", e não, "Josh quero ficar com você". — cruzei os braços e vi seu olhar parar em meus seios.

Olhei para baixo vendo que tinha causado um volume maior e relaxei minhas mãos.

— Então não quer ficar comigo? — voltou a me olhar.

— Também não disse isso. — brinquei rindo em seguida. — Só queria acabar com esse assunto logo. — assentiu.

Sua mão subiu um pouco parando na minha cintura e ele me puxou para dentro da água.

— Se eu tivesse te conhecido em outras circunstâncias, até cogitaria isso. — disse ainda me segurando.

— E me contaria que é um assassino? — apoiei minhas mãos em seus ombros.

— Não mesmo. — soltei uma risada.

— Por que não confia em seus parceiros? — pergunto curiosa.

— Não acha que está querendo saber demais? — revirei os olhos. — O que está escrito aqui? — ele alisou minha costela onde tinha a frase.

— Não acha que está querendo saber demais? — sorri de canto e ele revirou os olhos.

Josh me levou até o canto da piscina e eu peguei impulso me sentando na borda.

— É uma frase escrita em português, significa, não se preocupe, seja feliz. — digo mostrando. — Fiz ela em um momento que passei por alguns problemas, com o tempo fui aprendendo que lamentar não me levava a lugar nenhum, por isso deixei de me preocupar e fui ser feliz. — sorri. — Você deveria tentar, sorrir faz bem. — coloquei meus dedos em sua bochecha e puxei forçando ele a sorrir.

— Gabrielly! — tirei meus dedos. — Já disse que não tenho motivos para sorrir.

— Como não? — digo inconformada. — Tem uma gostosa bem na sua frente. — notei uma leve contração em seus lábios e ele abaixou a cabeça.

Segurei minha vontade de rir e ele voltou a me olhar sério.

Agora eu tenho a certeza de que sou a pessoa mais legal desse universo, ele ia rir mas se segurou.

Ah Joshua, você não perde por esperar.

— E essa da âncora? — ele mudou de assunto apontando para a parte debaixo do meu braço.

— Essa eu fiz com minha melhor amiga. — digo mostrando melhor a tatuagem. — Sabina é meu maior apoio, confio mais nela do que em mim. — sorri lembrando dela.

— Essa do sol e da lua? — passou o dedo levemente pela minha costela esquerda.

— Fiz com o significado da união dos opostos. — sorri. — Bem e mal, amor e ódio. — olhei para ele que me encarava.

Por algum motivo senti meu coração acelerar e meu corpo arrepiar.

Limpei minha garganta desviando o olhar e mexi meus pés na água.

— Acho que já deu de nadar. — Josh disse mergulhando e saiu pelo outro lado.

Suspirei fechando os olhos e resolvi ficar mais um pouco ali.

Por um lado fico feliz de que o assunto tenha morrido, mas também fico triste pois queria aqueles lábios nos meus... Dei risada sozinha e mergulhei na piscina sentindo meu corpo mais leve.

Consegui nadar um pouco e depois fiquei tomando um sol. Acho que eu realmente estava precisando disso.

...

Saí da piscina e peguei a toalha para me secar. Coloquei o vestido e voltei para dentro de casa. Acho que vou comer alguma coisa e depois tomo banho.

Segui até a cozinha e pensei o que fazer para o almoço.

Abri a porta do congelador e sorri ao ver um pacote de batata congelada pronta para fritar. É você mesmo!

Deixei na pia e liguei a panela elétrica. Coloquei um pouco ali dentro e fui procurar algo para beber.

Abri a geladeira novamente e fiquei entre suco e refri.

Me agachei olhando algumas frutas que estavam picadas no pote e mordi o lábio inferior pensativa. Será que eles já compram assim ou alguém vem aqui e deixa tudo pronto?

— Gabrielly eu ainda te mato! — levantei de uma vez ao escutar a voz de Josh.

Fechei a geladeira e olhei para ele nervosa. Tenho essa péssima mania de ficar olhando dentro da geladeira e esquecer da vida.

— Desculpa. — digo nervosa. — É que... — ele negou passando ao meu lado.

Mordi o lábio inferior e fechei os olhos rapidamente. Tanta hora pra você aparecer...

— Se eu ver você com essa geladeira aberta de novo, vou te obrigar a matar alguém. — engoli seco.

— Não é pra tanto. — cruzei os braços. — Eu só esqueço. — encolhi os ombros. — E outra, essa geladeira tem economia de luz.

— Quem disse isso? — me olhou.

— Ela. — apontei para a geladeira.

Estava escrito exatamente isso, "mais econômica". Josh revirou os olhos e eu soltei uma risada.

— Está com fome? — pergunto sorridente.

— Não. — disse seco.

Abri a geladeira e peguei uma garrafinha. Fechei rapidamente e entreguei pra ele.

— Não pedi água. — disse olhando a garrafinha.

— Ah, mas eu acho que você está precisando. — digo debochada.

— Vou matar você! — disse sério e eu saí correndo deixando a garrafa para trás. — Volta aqui!

Comecei a correr pelos cômodos desesperada, não esperava que ele fosse entender tão rápido.

— Josh calma. — gritei indo em direção a sala. — Eu só achei que você estava com sede. — rodei no sofá.

— Não, você estava me testando. — neguei dando risada.

Olhei em volta e vi que estava sem saída, não importa para onde eu vá, ele vai me pegar... Minha única dúvida é pra que?

— Sem saída. — disse vindo na minha direção.

Olhei para o sofá e corri subindo em cima dele. Quando ia pular para o outro lado, senti uma mão na minha cintura me trazendo de volta.

Cai deitada e Josh parou bem em cima de mim. Minha respiração estava pesada devido a correria e podia sentir a sua assim também.

— Foi quase. — digo sorrindo.

— Any... — sussurrou encarando meus lábios e seu rosto se aproximou mais do meu.

Meu coração só faltava sair pela boca e eu fechei os olhos. Seus lábios encostaram suavemente no canto da minha boca e meu corpo arrepiou.

Abri meus olhos encarando a imensidão dos seus azuis e queria parar o tempo nesse momento. Queria viver aqui pra sempre sem me preocupar com o amanhã ou o peso na consciência que vou ficar.

— Não posso fazer isso. — disse ainda próximo a mim.

Sei que não pode, sei que não podemos, mas nunca desejei tanto alguém em minha vida, e olha que sou virgem.

— Mas eu quero. — sussurro e seu olhar parecia ter mudado, é como se ele tivesse tirado um peso enorme das costas ao escutar isso.

Seus lábios estavam prontos para acabar com o resto de espaço que tinha entre nós, porém o barulho da porta principal abrindo me fez jogar ele com tudo para o lado fazendo ir de encontro ao chão.

— Uh. — escutei ele gemer pela dor e me sentei no sofá.

A casa foi preenchida pela voz dos meninos e eu olhei Josh no chão.

— Me desculpa. — digo e saio correndo dali.

— Any... — não esperei Noah continuar, subi as escadas correndo e fui em direção ao quarto.

Fechei aquela porta com força e me escorei ali tomando fôlego.

Esqueça o amanhã, minha consciência está pesando agora.

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