Epígrafe | The scientist
Haviam se passado cinco anos desde que estive aqui, e tudo continuava do mesmo jeito como eu recordava. As dunas com um pouco de vegetação rasteira com espinhos e cactos, o mar cristalino com ondas calmas, o sol forte queimando nossas peles, a areia branca misturada com sal, você e eu.
Parecia perfeito.
Era perfeito.
Estávamos observando o mar sem jeito como havíamos feito anos antes, sentindo os mesmos sentimentos que faziam com que nossos estômagos começassem a girar como os planetas fazem ao redor do sol. Bom, não podia comparar nesse sentido mas o meu ludismo não permitiria que não o fizesse. Eu me virei para o rosto dele e pude notar o brilho em seus olhos curiosos, podia jurar que vi o universo inteiro naquele olhar, que me senti despida e foi como se cada átomo do meu corpo dançasse em um ritmo gostoso.
Brincamos na praia, rimos de coisas que não tinham sentido antes, eu achei teus cabelos ressecados pelo sal a coisa mais fofa do universo, sua composição te deixava incrível perto de qualquer ser. Eu estava explodindo por dentro, me sentindo diferente de cinco anos atrás e também me sentindo diferente de todos os outros períodos que vivi, pois este era um ciclo único para mim. Havia algo maior pelo que me importar, belezas maiores para notar como a beleza que era a vida sendo gerada em meu ventre redondo, aquela que nós planejarmos e esperamos ansiosos, a mesma que desejamos pegar nos braços e chamar de filho em breve, o nosso pequeno. Nós caminhamos pela mesma areia, com os pensamentos novos, com a mente renovada e aberta para um novo ciclo que iria vir e eu só pude me lembrar de um poema que compus na noite anterior a este dia.
Os ventos fazem com que meus cabelos fiquem desgrenhados, caindo no rosto. O riso é inevitável, estamos aqui outra vez. Nessa mesma praia, molhando os pés nas águas cristalinas e desejando que tudo isso seja eterno.
O estômago gira.
Isso é efeito do amor, é a prova de que tudo aquilo que sentimos não morreu mas cresceu a cada vez que nós brigamos e nos separamos. Significa que, apesar de tudo o que passamos, estamos aqui outra vez.
E somos felizes.
As ondas ainda são como eu me lembrava e, ainda damos as mãos para não ficarmos distantes caso uma de nós seja arrastada pela força do mar mas a única força capaz de me mover é a da atração que sinto por ti.
É como um chamado silencioso.
E eu sigo em busca deste encanto que me faz querer dançar como uma sereia no mar, em um encanto infinito e lindo que faz com que se abra em poesia todo o mar.
Você é meu mar de poesias.
E nós estamos de novo sorrindo e pensando nas mesmas coisas que pensamos quando viemos pela primeira vez, mas dessa vez não estamos com todas aquelas pessoas, dessa vez somos apenas nós três: eu, você e a vida que habita meu ventre esperando pelo momento em que o chamaremos de filho.
E agora somos apenas nós buscando a felicidade que irá nos abraçar enquanto olhamos o azul infinito.
E agora somos apenas nós, amando o mar de poesias que nos encanta a cada novo dia.
Seremos apenas nós.
Fim.
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