Let's Make Contact *McCook*

Encarei os cacos de vidro.

-Eu destrui a última lembrança dele.

Me ajoelhei ao lado da bagunça e comecei a chorar. Brian tocou meu ombro.

-Feche os olhos.

-Por...

-Só fecha os olhos vadia.

Tapei meus olhos com as mãos.

-Você consegue vê-lo?

Meu noivo apareceu na minha frente em meio ao deserto. Por que estou no deserto? Nenhum lugar melhor cérebro? Ele caminhou em minha direção, sorri. Meu noivo não está destruído, a morte lhe fez bem.

-3 anos Brian e você ainda não superou? -Essa é a primeira vez que ele me chama pelo primeiro nome.

-Jonathan...

-Segue em frente, eu segui.

Um moreno apareceu ao seu lado segurando sua mão.

-Vá ser feliz. Podemos ser amigos?

Eu assenti, meu coração se partiu em mil pedaços. Ele sempre foi direto, eu já devia saber. Escutei Brian me chamando. Como eu saio daqui?

-Brian? Alô?

Em um soluço voltei. Destampei os olhos.

-Pensei que estivesse dormindo, você viajou por 10 minutos.

-Eu o vi.

-Seu noivo?

-Ex noivo.

Consegui me libertar. Eu não vou insistir em alguém que está morto. Olhei pro vidro e olhei para Brian, ele me encarava.

-O que foi?

Ele começou a rir, ri junto.

-O que foi?

-Nada. Eu só gosto de você.

Ri muito alto, me senti feliz com sua presença.

-Vou varrer os cacos.

-Quer ajuda?

-Sim.

Ele levantou. Peguei a vassoura e uma pá, dei a pá pra ele. Isso ficou estranho. Varri enquanto ele recolhia com a pá, colocamos os de volta no lugar e sentamos no sofá. Toquei na perna dele.

-UH, UH. Você já viu contact?

Ele balançou a cabeça negativamente. Coloquei o filme, decorei todas as falas, sem exceção. Dividi minha atenção entre o filme e seu rosto, aguardando alguma reação. Eu estava tão próximo que quase sentei em seu colo, minha respiração estava próxima a sua. Os créditos subiram na tela.

-E aí?

-Normal.

-O QUÊ? ISSO É UMA OBRA DE ARTE.

Levantei do sofá, minha indignação ficou aparente em meu rosto. Ele começou a rir.

-Desculpa Brian, mas não é.

Sentei ao seu lado.

-Não acho que seja nota 10. Mas é o perfeito encontro entre a ciência e a espiritualidade. Jodie Foster está exibindo uma maravilhosa e complexa feminilidade em camadas.

Começamos a rir.

-Parece que te conheço há anos.

Ele sorriu. Brian tocou seu bolso.

-PERDI.

-O quê?

-Meu celular.

Reviramos a casa. Nada.

-O parque.

-Já anoiteceu. -Tentei convencê -lo a ficar.

-Oh, wow. -Ele sentou. -Vamos pegar uma lanterna e ir.

Eu o encarei enquanto segurava meu leque.

-Você está falando sério?

Ele assentiu.

-Eu não vou, é arriscado, sei o que as pessoas fazem essa hora no parque.

-Fumam?

-Definitivamente não.

-Gostei de passar esse tempo contigo. Agora vou buscar meu celular.

-Não vai.

Ele levantou do sofá.

*meia hora depois*

-Você nunca vai encontrá-lo.

-Honey, esta é minha sexta.

Eu sorri.

-Uhnnn, posso te fazer uma pergunta?

-Você já fez, mas pode.

-Como o padastro sabe o seu nome de drag?

Ele suspirou enquanto segurava a lanterna.

-Ele me chamava assim quando eu era muito feminino. Peguei esse nome e vou usá-lo pra algo bom.

Eu sorri. Ouvi passos próximos ao balanço.

-Acho melhor irmos embora...

-Ainda não.

Segurei a lanterna e encarei o balanço.

-Por que estamos com lanterna? Está iluminado. -Disse ele.

Desliguei a lanterna, continuei encarando o balanço. Alguém tocou no meu ombro, gelei.

-Achei.

-Vamos embora.

Ele assentiu guardando o celular. Os passos se intensificaram, olhamos ao redor.

-Vamos sair. -Ele susurrou.

Andamos para a direção oposta, conseguimos minutos sair antes do parque fechar.

-Você ouviu aquilo?

Assenti.

-Eram passos?

-Acho que sim.

Ele olhou para trás de mim e congelou. Seu rosto empalideceu, não vou olhar pra trás, não v... Ah, foda-se. Me virei dando de cara com o padastro.

-Já foram ao shopping?

-Sim. -Respondi com ódio.

-Eu te esperei Brian, mas você não apareceu, então voltei para cá e fumei uma caixa de cigarros. -Ele olhava fixamente pro moreno.

Brian estava se segurando para não chorar, segurei sua mão tentando ajudá-lo. Ele me olhou, seus olhos estavam mais alegres.

-Trixie. -Disse o padastro em pé na nossa frente.

-Mattel. -Respondeu Brian.

-O quê?

-Trixie Mattel é o meu nome de drag.

Ele apertou minha mão e olhou para trás. Nos viramos e caminhos até o carro, a rua estava deserta aumentando a tensão.

-Me leva pra casa, por favor. Não quero que ele descubra seu endereço.

Assenti. Um carro começou a nos seguir.

-É ele, desculpa.

-Tudo bem. -Sorri nervoso.

-Você pode dormir em casa. -Ele corou- Só pra ele não te seguir.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top