Uma onda de azar se espalhou pelo já miserável vilarejo, secando as fontes de água, matando as plantações e animais e adoecendo os moradores que, aos poucos, foram perecendo um após o outro de uma peste incurável.

Uma senhora pobre e franzina, de aparência decrépita cuja vivia solitária em sua cabana mal-acabada, foi acusada de bruxaria pelos outros.

Eles a condenaram à fogueira, e eu a vi chorar e implorar, gritar conforme o fogo lentamente derretia e carbonizava sua pele enquanto, junto dos demais, me sentia aliviada.

A diferença era que meu alívio não era como o deles, não era proveniente da ciência de que a tal maldição que a bruxa trouxera agora estava acabada, mas sim por saber que outra pessoa tinha pagado pelos meus crimes e pecados no meu lugar.