Imagine c/ Steve Rogers

Boa leitura! XoXo

Estavam os vingadores e S/N no andar inferior do complexo, após uma festa que só Tony Stark sabe dar. Com bastante bebidas pela metade abertas e jogadas na mesa central, com a Natasha com uma longneck na mão e sentada de qualquer jeito em um dos sofás e os outros fazendo o mesmo, Bucky Barnes propõe um jogo para tirar o tédio. Ninguém estava com sono, estavam todos energéticos e no clima de festa ainda.

Além dos seis originais, estavam os outros vingadores. S/N era uma delas, a mais nova vingadora e uma das mais poderosas no quesito luta, graças a Natasha Romanoff e Yelena Belova que treinaram a garota muito bem, ao ver o potencial dela pela tv uma vez se defendendo de vários criminosos. E foi há exatamente três anos atrás que Tony Stark e Steve Rogers decidiram através de uma reunião, recrutá-la.

O jogo seria Verdade ou Desafio. Todos se ajeitaram nos sofás e poltronas ao redor da mesa redonda de vidro escura. Sem garrafas nessa mesa, já jogadas em um lixo qualquer do ambiente, Bruce gira uma outra garrafa já vazia. Para em S/N e Wanda Maximoff.

— Verdade ou desafio?

Wanda perguntou com uma feição suspeita, querendo ler a mente da mulher a sua frente. Qualquer medo ou algo que faça seu peito subir e descer com a respiração, Wanda iria pegar aquilo para brincar com a colega de trabalho. Mas, preferiu não ler a mente. Já S/N, conhecendo sua melhor amiga claramente, preferiu não pensar em nada e responder rápido sua pergunta.

— Verdade!

Preferiu isso. O que seria pior que uma pergunta boba do que um desafio? Os vingadores jogavam para valer essas brincadeiras, arracando risadas e até arrumando uma coisa que um dia deu errado. Ou era brincar demais ou levar para outros lados.

— Por que você passa a maior parte do seu tempo com o Steve se vocês terminaram?

Wanda queria chegar em um lugar, e sabia como. Ela e Natasha tentaram de várias maneiras, quem sabe agora não conseguiriam?

— Ué, porque ele é meu amigo e trabalhamos juntos. Poxa, o Steve é um cara ótimo. Não podemos mais ser amigos?

S/N responde sem graça, sabendo que essa não é a verdade.

O término foi há sete meses atrás. Ficou um clima tenso no complexo e nas missões por exatos três meses, depois disso tentaram se resolver na amizade para não atrapalhar a convivência já que moravam juntos e por serem uma ótima dupla nas missões. E nesses últimos quatro meses nunca mais se desgrudaram. Não rolou mais nada íntimo entre eles ou que deixasse a amizade constrangida. Agiam como grandes amigos que ainda se amavam muito, e ambos sabiam disso. Mas, nunca precisavam tocar nesse assunto ou pensar por muito tempo nisso. E nesse meio tempo nenhum dos dois teve coragem o suficiente para seguir em frente ou se quer tentar sair com alguém.

— Então por que você terminou a relação com ele?

Dessa vez foi Natasha que perguntou. O clima estava estranho, ninguém queria falar nada, mas queriam saber a resposta. Principalmente Steve, que fingia que a pergunta não era sobre ele. Tentou dizer algo, mas preferiu ficar calado. Até Tony que falava coisas erradas nos piores momentos, não disse uma única palavra.

— Eu não sei... Ficou séria demais, eu não tava pronta...

— Interessante! -Wanda retorna a falar. — Como você vai reagir no futuro se estiver pronta e o Steve não estiver disponível porque outra mulher se deu conta de que ele é nas suas palavras "um cara ótimo"?

S/N mudou sua expressão. De sorridente e alegre por conta da bebida, para zero animação de estar ali. Se deu conta que a pergunta poderia sim acontecer. Namorar o Capitão América era muito difícil. Ele se arriscava mais que ela nas missões, não estava disposta a perder mais alguém desse jeito. Foi assim que perdeu seus pais e decidiu seguir os passos dos espiões da Itália, mas na América.

Amava demais Steve para ter o mesmo destino de seus pais. Não queria ficar sozinha novamente mesmo sabendo que agora tinha uma família nova. Steve já quase morreu diversas vezes, e em todas a S/N tinha um deja vu. Seu coração doía mais que o normal, não queria isso para si. Passou a metade da noite uma vez com Steve no seu colo inconsciente, enquanto chovia e ambos não conseguiam levantar. Era doloroso, e preferiu terminar. Assim, na sua cabeça, se acontecesse algo a Steve não doeria tanto, e passou a doer menos quando algo acontecia com ele. Porém, doía seu coração, mas a dor era diferente. Era de um coração partido.

— Só vale fazer uma pergunta, Wanda!

Wanda e Natasha se entreolham e falam juntas: — Essa é a pergunta!

S/N abaixa o olhar, começa a brincar com os dedos. Isso ocorre quando ela está nervosa. Steve e Thor percebem. Thor era seu melhor amigo também, e sabia perfeitamente o porque ela mexia os dedos. Não era pela pergunta e sim pelas lembranças. Thor segura suas mãos com apenas de uma mão, eles ficam assim durante um minuto, enquanto todos olham para ela com expectativa esperando uma resposta.

S/N sorrir para Thor em agradecimento. Ela solta delicadamente suas mãos da de Thor, coloca a cerveja que estava entre suas pernas na mesa. Se levanta. Todos levantam o olhar para olhá-la. S/N olha Wanda e Natasha que estavam lado a lado.

— Olha só, eu não quero mais brincar!

E sai. Thor se levanta repreendendo as meninas. Elas não sabiam que iam chegar tão longe e Wanda preferiu não usar sua telepatia, não queria roubar nesse jogo. As meninas só queriam ajudar o casal, como sempre fizeram e como sempre quase conseguiam. Só que dessa vez deu errado, acabaram machucando a melhor amiga.

Sim, Thor, Natasha e Wanda eram os melhores amigos de S/N.

Antes que Thor adentrasse o complexo e subisse as escadas, Steve segura o ombro do amigo, fazendo-o parar.

— Deixa que eu falo com ela!

Steve saiu a procura de S/N, a encontrando na sacada do segundo andar. Ela chorava, mas ao ouvir os passos lentos e cautelosos de alguém que ela não sabia, tratou de limpar as lágrimas. Ela se virou e viu que era Steve, que já estava sorrindo com os lábios fechados e encostado no toldo da sacada. Ele olhou para baixo sorrindo e voltou a olhá-la.

*finge que ele sorriu assim na cena abaixo*

— Por que não me disse que o motivo do término era esse? O que me contou era mais sério que isso.

Ele queria descontrair o momento, não queria brigar novamente sobre o término depois de meses e muito menos destruir a amizade. Sem contar que esse assunto doía muito nos dois. S/N deu um meio sorriso.

— Me desculpa, eu te contei a verdade. Mas, é que... -e voltou a brincar com os dedos, os encarando. — Se a gente tivesse continuado, logicamente com o tempo iria ficar mais sério e mais sério, e... -S/N encarou aqueles olhos azuis. — Steve, eu não queria te perder também. Não quero que você morra e eu fique por aqui.

— Perder alguém não é o fim do mundo. É um começo de algo para o falecido e um recomeço para quem fica.

— Não queria recomeçar sem você. Eu perdi meu irmão gêmeo no parto, meus pais morreram em uma missão, minha tia morreu quando completei a maioridade. Só Deus sabe como eu iria sobreviver sozinha nesse mundo se eles não tivessem me deixado um lar.

— E você escolheu um caminho que fez chegar até nós. -Steve sorriu novamente. — Vem cá!

Steve esticou os braços a chamando para um abraço. Ela se aconchegou no peito dele, enquanto ele depositou um beijo no topo da sua cabeça. A fez olhar dentro dos seus olhos após.

— Você nunca vai me perder. Se eu morrer primeiro que você, eu volto pra te buscar. Tá me ouvindo? -ele perguntou a fazendo gargalhar. — Agora limpa essas lágrimas. Você é tão feia chorando que se soubesse sorriria mais.

— Steve!!! -S/N o repreendeu dando um tapa no seu braço, fazendo os dois gargalharem.

— Brincadeira, garota. Você é linda! É linda até revirando os olhos de prazer.

S/N ficou corada na mesma hora, mas não fez mais nada. Apenas encarou ele sorrindo sereno, do mesmo jeito que ele a encarava.

Steve desviou o olhar para frente, ao notar que o sol estava indo embora. S/N seguiu seus olhos parando-os no céu avermelhado. Steve passou seu braço nos ombros dela, enquanto S/N passou sua mão em volta da cintura dele apertando a camisa dele com força. Seus braços eram pequenos e Steve era de um tamanho relativamente maior que ela, muito maior, e se não segurasse a camisa sua mão deslizaria. E ele sempre percebeu isso. S/N era a metade do tamanho dele.

— Amo quando aperta sua mão na minha camisa. Mostra que é vulnerável, mesmo sabendo que bate em dez caras em uma fração de segundos.

S/N ri com a frase e deita a cabeça sobre o peito de Steve, ficando um pouco encostada na frente dele.

— Amanhã o Sol volta tentando fazer mais um dia bonito.

— Por que tentando? -perguntou S/N, ambos ainda olhavam para frente.

— Nem sempre quando ele vem, ele brilha. Às vezes só ilumina, mas as nuvens atrapalham a caminhada o escondendo.

— Isso faz todo sentido.

— E ele nunca deixa de tentar. Isso deixa ele triste, pois não consegue. E mesmo assim ele continua todo santo dia iluminar o dia, mesmo "machucado".

— O que tá querendo dizer com isso, Steve?

S/N percebeu onde Steve queria chegar. Seu coração palpitava mais forte e rápido que o normal. Se virou para olhá-lo. Ele abaixou o olhar para ela e pousou as mãos nos ombros de S/N.

— Mesmo machucado e com medo de nascer, o Sol nasce e se põe triste, mas nunca desiste disso. As nuvens são um obstáculo grande, com chuvas e trovões, mas quando o Sol decide que não é isso que irá o atrapalhar de iluminar, ele deixa o dia radiante e lindo.

— Steve...-sussurrou ela, olhando para o lado. Não queria ceder isso.

— S/N, a gente não consegue ficar longe um do outro por um minuto se quer. Às vezes no meio da noite você pede para eu dormir com você porque você tá com medo ou pede um espaço na minha cama pelo mesmo motivo.

— Mas não acontece nada, você sabe. Eu só te abraço e te faço de concha menor. -S/N riu baixo, com lamentação.

— Eu não estou dizendo isso porque quero sexo. Estou dizendo isso porque a gente terminou, mas ainda nos amamos. Não quero viver a maior parte do tempo com medo de iluminar o dia. Eu quero iluminar o dia e voltar todos os dias sabendo que posso fazer isso. Você sabe que as meninas tinham razão naquele jogo. E se eu morrer como você tem medo? Você não aproveitou seu amor... E se eu encontr...

— Não termina essa frase se você ainda quer viver. -ele riu da sua fala entre-dentes. — Você não vai a lugar algum sem mim. Você ouviu bem, Steve Rogers?

— Sim, senhora!

Steve fez a pose de um soldado ao obedecer seu comandante. S/N sorriu.

— Será que dá para fazer uma mulher feliz sem fazê-la ter medo de perder o namorado toda vez que sai para a missão?

— Olha, para te ajudar posso pedir o Bucky o número da terapeuta dele. Ela é ótima!

— É ótima, mas não tá fazendo um serviço bom. Ele é muito nervoso, parece um pinscher. -os dois gargalharam, de um pôr a mão no peito de tanta graça e outro de jogar a cabeça para trás. Após sessar os risos, eles se olham. — Então vamos iluminar o dia sem medo de voltar no outro dia?

— Só se você quiser...

— Se toda vez que eu tiver uma crise até eu me curar, você me acalmar...

— Eu vou sempre segurar sua mão.

Eles sorriram. Steve pegou na nuca da S/N e a beijou suavemente, a fazendo levantar os pés na ponta dos dedos e esticar o corpo levemente. O coração dos dois foram se acalmando aos poucos e sendo preenchidos novamente, fazendo-os transbordarem. Sempre foram completos sem o outro, mas juntos transbordavam.

No fundo, Thor, Wanda, Bucky, Natasha e Tony os observavam. Wanda tinha os braços cruzados e sorria. 

— Não me chamam de fanfiqueira à toa.


Um beijo e até logo! 💋

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