Reporte de sessão XIV - Parte I - Dizimando orcs... apenas orcs
Aron lutava para subir o precipício no qual havia pulado até que achou uma escadaria natural para ajudá-lo.
Subia decidido a voltar e ajudar os companheiros dessa vez, e o mais importante, achar a Croc, que obviamente, não tinha pulado do precipício com ele.
***
A batalha parecia impossível e o grupo não sabia como derrotar aquela energia viva.
Irritado, Kuoth olhou para o laboratório e teve uma ideia.
— Apenas aguentem um pouco mais!
Ele correu desesperadamente contornando Zanshow e Bolton, que cercavam a bolha de plasma, e entrou na construção com o moinho. Se concentrando, ele buscou todos os pontos de magia que sentia enquanto lá fora os outros tentavam conter a ameaça.
Acabou achando pergaminhos e poções, também pegou uma pequena caixa escrita GURY, um cilindro estranho e uma coroa de ouro que, apesar de não conterem magia alguma, lhe chamaram a atenção.
Saiu da construção e abriu a boca para gritar que todos fugissem quando viu Bolton ser atingido e ficar inconsciente em cima da sela.
Naquele momento os aventureiros viram Aron se aproximar com Croc, preparado para atirar. Ninguém sabia o que havia acontecido com ele depois que fugiu apavorado, mas parecia ter conseguido criar coragem para voltar, o que não era mais necessário, já que era hora da "retirada estratégica", vulgo fuga desesperada.
Meirelles percebeu seu dono inconsciente em cima dela e começou a correr para longe da bolha para protegê-lo, em cima dela todos podiam ver um pequeno halfling pulando inconsciente enquanto seus pés peludos subiam e desciam nas laterais da sela.
Kuoth disse algumas palavras e Zanshow se viu mais veloz que o normal, conseguindo fugir dali antes de acabar no mesmo estado que o pequeno cavaleiro. Depois disso o qareen saiu voando sem olhar para trás, seguido por Earwen, que corria desesperado.
O orc, no entanto, foi atingido por um jato de ácido, mas com um urro de dor, e quase desmaiando, ele conseguiu mancar para longe.
Najla foi a última a correr e já estava quase na entrada da caverna quando olhou para trás e viu Aron com o arco armado encarando a criatura. Ele foi atingido enquanto atirava e caiu inconsciente. Croc se pôs na frente dele e atacou a criatura para protegê-lo, enquanto a medusa pegava o meio-elfo nas costas e seguia atrás do grupo.
Novamente dentro da caverna os aventureiros atravessaram a ponte que passava pelo rio subterrâneo. A clériga pôs Aron no chão e começou a arfar, sem fôlego, junto com o restante do grupo, que se encontrava estirado no chão.
Ninguém viu Croc aparecer. Kuoth sentiu a energia viva no mesmo lugar que antes, não os perseguira, eles souberam que não voltariam mais a ver a crocodila.
Depois de um pequeno descanso e curas da Najla, o grupo decidiu enviar batedores para descobrir o que havia mais para a frente.
Earwen foi escolhido, apesar de não gostar da ideia, e a medusa se ofereceu para ir com ele. Kuoth manteve contato telepático com o ladino, que começou a transmitir a situação em que ele e Najla estavam depois de subirem na passagem construída que seguia para o interior da caverna.
Era uma situação simples: Dois orcs grandalhões em barricadas na frente de escadas em um salão com uma porta nos fundos.
O humano gesticulou para a companheira que deveriam voltar e se juntar ao grupo, mas ela balançou a cabeça em negação e seguiu andando confiante, sem ligar que os orcs a vissem.
— Sou uma clériga de Tenebra. — Ela retirou o cordão com o símbolo da deusa e mostrou aos guardas. — Quero passagem.
Não foi um gesto muito inteligente, vendo que a reação dos orcs foi armarem os arcos e se prepararem para atirar.
Vendo que a situação só pioraria, Earwen apareceu, surpreendendo um dos orcs, que não esperava aquele homem surgindo de trás da medusa sem fazer som algum. O ladino conseguindo acertá-lo com uma flecha no ombro e o adversário urrou, se virando para o companheiro.
Os dois guardas correram então até duas alavancas nas laterais da porta e as abaixaram. Um som chiado começou a vir do chão e, de repente, uma enxurrada pegou Earwen e Najla de surpresa. A medusa conseguiu se segurar em uma das pilastras e se manteve de pé. Quando olhou para o lado, no entanto, viu que faltava um certo humano imbecil ali.
— Aaaaaahhh!!!
Ao ouvir o grito, as coisas se esclareceram e a clériga pôs a mão no rosto enquanto balançava a cabeça antes de se voltar furiosa para os orcs.
Disparou para cima do ferido e, antes da criatura poder fazer qualquer coisa, foi tocado por ela. Com um sorriso no rosto, a medusa viu o orc ficar branco e cair no chão. O outro largou o arco e pegou o machado, Najla correu até onde ele estava, segurou na barricada para subir, e viu um machado ser cravado na madeira bem ao lado da sua mão.
— Ho ho ho. Não, senhor!
Subindo e encarando o orc, ela o tocou, mas ele continuou em pé, com um sorriso selvagem, ela viu o ferrão do mantor atravessá-lo e ele caiu no chão.
Najla olhou para os dois corpos e riu.
***
La perto da ponte, o restante do grupo ouviu um grito e viram Earwen descer, sendo arrastado pela água. Ele já começava a gritar, cada vez mais desesperado, ao se aproximar do rio que atravessava a caverna, quando sentiu uma dor no couro cabeludo e se viu subindo... e subindo... até perceber que era puxado pelos cabelos por Zanshow, que o encarava, confuso.
— Pareeede! Que milagre você por aqui!
— Por que Earwen indo embora?
— Embora... não, não, não... só estava com saudades. Agora, se não for pedir muito... posso voltar pro chão?
Depois de ser solto, o grupo rapidamente subiu para descobrir o estado das coisas, Kuoth já tinha dito tudo o que acontecia enquanto Earwen era arrastado, então o que precisavam fazer ea ajudar Najla.
Só não esperavam pela cena que se apresentava à frente deles.
Na entrada do salão, todos pararam lado a lado e olharam para a área do altar, onde Najla estava sentada em cima de dois corpos de orcs enquanto balançava as pernas e sorria, talvez um sorriso fofo, se ela realmente soubesse como fazê-lo.
— Essa medusa às vezes me dá medo. — Kuoth disse telepaticamente para o ladino, que apenas engoliu em seco e concordou.
As portas atrás da clériga se abriram e ela se virou para olhar enquanto os outros se aproximavam. Ela subiu as escadas sendo seguida por Zanshow, Kuoth, Aron e Bolton. Ninguém notou o desaparecimento de Earwen.
Quando chegaram ao fim dos degraus viram quatro orcs que já pareciam esperar por eles. Dois guerreiros portando machados estavam próximos da escadaria, ao fundo um dos oponentes parecia uma espécie de xamã, com um orc um tanto maior ao lado usando uma coroa de prata. Os sensores mágicos de Kuoth apitaram para este, ondas de magia vinha de seu machado e sua armadura.
—- Senhores, não queremos confusão. — Najla começou, com uma expressão não muito convincente.
— Vocês estarem em lugar que não deviam. — O orc que parecia um xamã falou em Valkar, o que surpreendeu o grupo, que já estava desistindo de ter qualquer tipo de conversa com orcs (exceto Zanshow, claro). — Voltem para lugar de onde vieram!
— Eu sou uma serva de Megalokk. — A clériga tentou uma nova abordagem. — Viemos em busca de algo e queremos saber se vocês o tem.
— Não interessar o que vocês buscar. Servos de Megalokk não orcs devem morrer.
— Bem, tenho a mesma opinião sobre não medusas.
— Isso ser ameaça?
— Se formos chegar a esse ponto.
— Muito bem! Então duelo! Um de vocês enfrentar nosso campeão! Vamos lá, covardes!
Aron armou o arco e atirou no xamã.
— Cansei de ouvir, não vou ficar de fora da briga, então vamos ter uma batalha de verdade aqui!
— Malditos! — O xamã gritou. — Peguem-nos!
— Aron? — Kuoth se virou para o meio-elfo.
— O que foi?
— Às vezes você pensa?
— Do que está falando?
— Nada, apenas se prepare!
Os orcs já se prepararam para partir para cima do grupo.
Bolton percebeu que estava faltando algo, um barulho, algo irritante com o qual se acostuma e que acabara fazendo parte do ambiente... então lembrou que uma vozinha faltava ali, alguém faltava.
— Onde está o bardo? Ele não lutará conos...
— Claro que vou lutar "conosco", Boltinho.
Uma flechada atingiu o orc que vinha da direita, brandindo o machado. O orc gritou de surpresa e dor no momento em que todos viam Earwen surgir ao lado de Najla, já com outra flecha preparada, ninguém soube dizer de onde ele veio ou como apareceu ali, mas já não importava.
— Viram só! EU – FUI – ÚTIL! Rá!
O halfling e os outros entenderam o que era o sentimento de falta, era uma junção de voz irritante com frases idiotas.
Sem tempo para responder e querendo aproveitar a surpresa dos inimigos, Zanshow e Bolton partiram para a luta, batendo de frente com os três orcs guerreiros que vinham em linha com o campeão no meio.
Mesmo estando machucados, o grupo lutou com força. O orc com a coroa, o campeão do xamã, rodava seu machado a fim de acertar os oponentes que o cercavam, mas os ataques eram constantes e os outros guerreiros orcs não conseguiam ajudá-los, já que eram constantemente atingidos por flechas ou magia.
A troca de golpes seguiu por um tempo até que Bolton e Zanshow aproveitaram a queda de um dos orcs e o instante de hesitação do campeão para cortá-lo pelas costas e perfura-lo na barriga, ao mesmo tempo. O orc com a coroa de prata caiu no chão.
O pequeno cavaleiro avançou com Meirelles para cima do Xamã, que já era atacado por Aron e Earwen.
Zanshow e Najla se concentraram no guerreiro orc que faltava e, vendo que a batalha estava ganha, Kuoth riu e resolveu testar sua besta, armando-a e atirando no orc guerreiro. O virote, no entanto, passou longe e acabou atingindo uma parede, caindo inofensivo no chão.
— Como alguém usa uma porcaria como essa? — reclamou, olhando com ódio para a arma e sacudindo-a no alto para mostrar aos outros.
Zanshow não aguentou e explodiu em uma gargalhada, enquanto desferia o último golpe no orc guerreiro.
— Menino vermelho ser muito burro!
— Nhe nhe nhe... — Kuoth nem acreditava que estava ouvindo aquilo vindo do orc samurai.
Nesse momento, Bolton se engajava em uma luta contra o Xamã, quando de repente, foi coberto em uma névoa escura e espessa. Sem conseguir ver nada, contou com Meirelles, que começou a farejar o oponente que faltava. A loba conseguiu ainda morder o orc, que tropeçou e quase caiu no chão. Ouvindo o barulho, Bolton brandiu a espada e, olhando para frente como um cego, disse:
— Renda-se agora! Por Thyatis!
Quando a fumaça se esvaiu, o pequeno cavaleiro se viu perto da parede do fundo do salão, o xamã não estava mais lá. Ele franziu o cenho e começou a buscar por sinais de uma passagem.
Aron foi ajudá-lo e encontrou uma pequena manivela escondida. A acionou, fazendo com que um pedaço da parede deslizasse e o grupo pôde ver um rio com um barco amarrado na margem, além de uma corda solta que, provavelmente, estava prendendo o barco que o xamã havia utilizado para fugir.
Kuoth percebeu que aquela passagem era uma saída de emergência, não havia como chegar a ela pelo rio a não ser remando contra a correnteza, o que seria um trabalho quase impossível.
Percebendo que enfim não havia mais perigo, o grupo fechou a passagem e começou a revistar a sala, descobrindo três estátuas, sendo uma delas de Khalmyr, ou Heredrimmm, como era chamado pelos anões.
À esquerda dessa estátua havia uma de Tenebra, e à direita uma de um deus menor dos anões, Thanatorimm, o deus da magia arcana, do conhecimento, e das ciências.
Cada estátua tinha pequenas marcas na testa que chamaram a atenção de Bolton e Kuoth, eles entenderam enfim qual era o lugar das coroas que acharam, ainda assim, faltava uma.
O grupo resolveu usar o salão para descansar, passando o resto do dia e o dia seguinte descansando, comendo e bebendo, para tentar recuperar os corpos enquanto Najla auxiliava com suas curas.
Zanshow pegou o machado do corpo do oponente para analisá-lo.
— É um bom machado. — Kuoth comentou, sentindo a aura mágica da arma.
— Zanshow fazer bom uso dele. — O orc se sentou para descansar junto com os outros.
Só depois de recuperados decidiriam que caminhotomar.
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Então é isso, pessoal! Espero que tenham gostado do capítulo!
Não se esqueçam de votar e comentar!
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