Prólogo
Tcharaaaam!!! Aqui está minha primeira fic Starker.
Nota gigante a seguir.
Antes de começar, preciso esclarecer algumas coisas:
Me desculpem por esse prólogo parecer meio corrido, é que eu queria contextualizar vocês sobre a situação de Peter e não queria perder tanto tempo falando sobre isso no primeiro capítulo, o fato de Peter ter ficado anos em coma certamente terá consequências e isso será visto ao longo da história.
Tentei explicar na maneira mais coerente sobre o estado de Peter, eu não entendo nada de termos médicos e não faço ideia do que acontece se uma pessoa ficar em coma por tanto tempo, e também tentei resumir o máximo possível o que aconteceu com ele nesse prólogo para que não ficasse chato para vocês. E claro usei da licença poética para simplificar algumas coisas que com certeza não seriam simples na vida real.
A história se passa nos anos 80, porque eu amo <3
Teremos um Tony Stark adolescente aqui, postarei algumas fotos do Robert jovem para vocês terem uma ideia.
Digam o que acharam.
Kisses ;*
-x-x-x-
Era terça à noite quando Peter acordou lentamente, seu olhos estavam secos e grudados, ele tentou esticar o braço para esfregá-los, mas eles pareciam pesar quilos.
Abriu os olhos com dificuldade e o clarão atingiu suas retinas como fogo então voltou a fechar, os apertando.
Seu corpo inteiro estava imóvel e ele sentia pequenas pontadas na pele.
O garoto ouviu um bipe repetitivo no ambiente em que se encontrava, ele ouviu o barulho de uma porta abrindo e uma voz feminina dizer quase sussurrada: - Ele acordou mesmo.
-Peter? - Um homem falou.
O garoto apenas resmungou.
-Consegue falar?
-S-S-Sim...- Sua voz saiu rasgada e a garganta parecia estar mais seca que qualquer deserto.
-Ligue para a tia dele e avise que ele acordou. - O homem pediu para a mulher.
-Onde estou? - Peter falou com dificuldade.
-Vou te explicar tudo, mas antes, preciso realizar alguns procedimentos.
O médico o examinou, questionou se ele sentia todo seu corpo, se tinha dor, queimação, confusão mental... Ele negou todas as perguntas.
Peter estava desconfortável e queria poder levantar, mas sentia como se nenhuma força que fizesse seria o suficiente para que ele levantasse.
Em seguida suas palbebras foram erguidas e molhada pelo homem com um líquido gelado.
-Colírio lubrificante, isso vai te ajudar a enxergar. - O homem falou.
A visão do garoto foi focando lentamente e ele pode reconhecer o local onde estava, um quarto de hospital. O lugar tinha uma luz forte a qual o fazia apertar olhos, o cheiro era de álcool, ouvia o tempo todo barulho de aparelhos eletrônicos. A cabeceira de sua cama foi erguida pelo médico por algum botão e ele pôde ouvir um barulho mecânico fazendo com que a parte de cima de seu corpo fosse erguido.
Ele olhou seu braço e o mesmo estava espetado dos dois lados por acessos que injetavam algum medicamento em sua veias.
Sua cabeça estava confusa e seus braços pareciam maiores do que ele se lembrava.
-Vou colocar esses óculos em você, sua visão vai ficar sensível por um tempo. -O doutor colocou óculos de lentes escuras em Peter.
-O que aconteceu? - O garoto perguntou com dificuldade. Até mesmo sua voz estava diferente, estava mais grave.
O homem de jaleco branco puxou um banco alto que estava no canto do quarto e sentou ao lado da cama de Peter.
-Meu nome é Dr. Isaac. Acompanho seu caso há alguns anos e posso dizer que é algo inacreditável. - O homem não parava de analisar o corpo de Peter e nem mesmo parar de tocá-lo, verificando seus braços e rosto o tempo inteiro, sempre ajustando o óculos de grau no rosto sempre que podia. -Há seis anos atrás, você estava em um ônibus escolar com mais quarenta e uma crianças, o ônibus bateu de frente com um caminhão que vinha na contra mão e com isso foi causado um acidente horrível. Você ficou gravemente ferido na cabeça e entrou em coma após uma série de cirurgias neurológicas. Lembra de alguma coisa Peter?
A cabeça do garoto estava rodando e doendo, parecia que seus neurônios estavam dormindo e agora acordavam com um choque. Seis anos? Acidente de ônibus? Nada disso fazia sentido.
-Tia May? - Indagou Peter.
-Ela já foi contatada e está vindo para cá. -O doutor respondeu. -Você é um sobrevivente Peter, nós fizemos de tudo nesses seis anos para te manter vivo e em crescimento constante, usamos até mesmo tratamentos experimentais para mantê-lo em evolução hormonal e para que nada em seu corpo se atrofiasse.
-Em que ano estamos? - Perguntou o garoto olhando a sua volta.
-1988.
Se seis anos haviam se passado, a idade de Peter agora era quinze ou dezesseis. Como poderia dormir com nove e acordar com quase dezesseis? Ele se lembrou de estar próximo ao seu aniversário de dez anos, estava animado por isso porquê May havia prometido para ele um Atari.
A confusão dentro de si estava o deixando tonto. Era muito para ele assimilar.
-Você não vai conseguir se movimentar com agilidade agora, mas aos poucos sua coordenação motora irá se restaurar. Nós aplicamos em você um suplemento vitamínico experimental desenvolvido pelo Dr. Steve Rogers e aparentemente faz milagres. Não dá para saber com certeza ainda, mas parece que tudo ocorre bem. - Explicou o médico.
Peter olhou para o teto tentando absorver tudo, ele fechou o punho e o apertou o mais forte que podia. Seus olhos que ardiam, se encheram de lágrimas e ele se pôs a chorar.
Agora se lembrava, do dia ensolarado em que se despediu de Tia May e subiu as escadas do ônibus correndo, deu bom dia para o senhor Stan Lee, o motorista e correu de encontro aos seus melhores amigos, Gwen Stacy e Harry Osbourne. Ele conhecia todos naquele ônibus, havia estudado com eles desde a primeira série. Lembrou-se do impacto e das coisas ficando extremamente claras e depois de sentir um frio muito forte e a visão escurecer, depois ele se recordou de flashes de um corredor claro e seu corpo sendo movimentando com velocidade por pessoas de uniforme verde, elas murmuravam algo em sua volta, mas ele não entendeu.
-Como estão os outros? -falou com uma voz rouca.
O médico ficou em silêncio por alguns minutos, parecia medir as palavras que iria proferir para o garoto.
-Você foi o único que sobreviveu. -O homem murmurou. -Sinto muito.
Peter sentiu seu corpo ser envolto por um frio jamais sentido, o gosto metálico que carregava na boca se tornou amargo e sua visão escureceu.
*~*
Antes mesmo de abrir os olhos novamente, ele pôde ouvir um soluço e choro ao seu lado.
Havia uma mulher de pele clara e cabelo comprido ao seu lado, seus estavam olhos vermelhos e inchados, era tia May.
-Peter! - Ela se jogou em cima dele e o abraçou com tanta força que fez seu corpo doer.
-Tia... M-May. -Ele levantou seus braços com dificuldade e tentou apertá-la, mas não tinha forças.
-Ah meu querido... - A mulher se afastou dele e segurou sua mão.
-Eu já sei de tudo. -Ele falou.
-Foram muitos anos Pete, mas eu nunca desisti de você. -May falou entre lágrimas. -Eu lutei para mantê-lo vivo, já estava quase perdendo as esperanças mas você acordou.
Ela o abraçou de novo e apoiou sua cabeça na de Peter, ficaram assim por um tempo.
-Como conseguiu me manter no hospital por tanto tempo tia May? Nós não temos convênio e também não temos dinheiro. - Peter falou preocupado.
May acariciou os cabelos do garoto, ele podia sentir que estavam um pouco grandes.
-Tivemos ajuda durante todos esses anos. Você é famoso agora meu querido. - Respondeu May.
-Famoso?
-Sim. O acidente teve uma proporção enorme e várias pessoas quiseram ajudar a manter você aqui. Uma em especial foi essencial para ajudar com os custos, queria que você pudesse ter o conhecido.
-Quem, tia May? -Questionou Peter, confuso.
-Howard Stark, um rico empresário. Infelizmente ele faleceu há três anos, mas o novo presidente da empresa, Happy Hogan quis manter a ajuda e também sou muito grata a ele. Você terá a chance de agradecê-lo.
-Isso tudo é tão estranho tia May. -Falou Peter caindo no choro novamente.
May o abraçou de novo e se pôs ao seu lado na larga cama de hospital.
-Há tanta coisa pra te dizer meu amor. -Ela respondeu acariciando o rosto do garoto com os nós dos dedos.
-Então me conte. -Peter a olhava com os olhos molhados de lágrimas.
-Bem... Por onde começar? - Sua tia segurou sua mão e ambos olhavam para o teto deitados lado a lado enquanto ela explicava um breve resumo dos últimos seis anos.
Era bom para Peter ter o calor da pessoa que ele mais amava no mundo, isso o fazia se recompor e se reconectar com o mundo.
Dali para a frente as coisas seriam difíceis, teria que se readequar ao mundo, entender coisas em pouco tempo para que pudesse voltar para a sociedade.
Eram tantas perguntas.
Quais eram as músicas que tocavam nas rádios? O filmes que ele gostava eram considerados velhos? Seu gato, Spider, ainda estava vivo? Agora tinha dezesseis anos, ainda podia ver desenhos?
Sua cabeça girava enquanto conversava com May.
Ele era o mesmo Peter Parker, ou era um novo?
*~*
Peter passou mais duas semanas no hospital, não via a hora de ir para casa, dormir na sua cama. Ele passou tempo demais de sua vida naquele lugar, queria poder ver o mundo.
Eram tantas perguntas feitas por médicos e enfermeiras, tantas agulhadas, exames e testes feitos nele, parecia mais que seu corpo era mais dos outros do que dele mesmo.
A semanas se passaram rápido, logo ele estava em casa, poucas coisas haviam mudado. Seu quarto era o mesmo, Spider ainda estava vivo, as músicas na rádio não eram as mesmas, havia novos filmes...
O que mudou é que ele passou quatro meses sendo carregado em uma cadeira de rodas e suas refeições eram quase feitas completamente de medicamentos e vitaminas.
O garoto descobriu ser famoso em mídia nacional e recebia inúmeros cumprimentos de desconhecidos quando se aventurava sair de casa com sua tia.
Ele passava oito horas por dia estudando, para poder se readequar ao ensino que foi perdido. O Sr.Hogan, que ele teve a chance de conhecer e descobriu ser muito simpático, fez questão de arrumar um tutor para colocá-lo a par das matérias e fundamentos necessários para poder chegar ao ensino médio em um ano.
Peter se forçava a estudar mais do que as oito horas por dia em casa, ele odiava pensar na chance de ter que ficar em uma sala cheia de crianças bem mais novas do que ele.
Haveria um teste que ele precisaria fazer no fim do ano, a prova servia para dizer se ele estava apto a realizar o ensino médio no ano seguinte. Peter lia tanto, mas tanto, que muitas vezes sua tia lhe dava bronca por não fazer mais nada além de estudar. Devido ao contexto atual, o esporro que levava era aceitável, mas ainda sim, surpreendente.
Ele acordara do coma no dia 7 de fevereiro de 1988, e então sua vida passou a ser sobre reaprender o mundo.
Realizava fisioterapias para fortalecer as pernas, não via a hora de sair da cadeira de rodas para as muletas, depois para uma bengala de apoio, e então, andaria normalmente.
Todo o tratamento que Peter recebeu durante os seis anos em coma foi essencial para que ele passasse pela puberdade da forma mais natural possível, foi um processo delicado onde seu corpo adecuou-se ao crescimento mesmo com as funções em baixo funcionamento.
Agora ele era uma rapaz de dezesseis anos que tinha pelos onde não havia antes. Por um tempo foi estranho aceitar e entender seu novo corpo.
Peter deu entrevistas para a tv, jornal e até rádio. Sua cabeça estava amadurecendo rápido demais, ele oscilava entre a ingenuidade de uma criança e a maturidade de ser um adolescente que dormiu por seis anos.
Seus melhores amigos haviam morrido, isso era um fato a ser lidado. Alguns pais que perderam os filhos no acidente, vieram lhe conhecer e dar apoio, muitos choravam quando viam Peter, talvez por pensar que seus filhos teriam a idade dele caso tivessem sobrevivido.
Com tudo isso, o garoto ainda tinha que aceitar o fato de que agora era uma bomba relógio, após o acidente ele teve um traumatismo craniano e passou por várias cirurgias, entre uma delas foi colocado uma válvula em seu cérebro para controlar o fluxo sanguíneo, isso evitava que houvesse uma hemorragia e seu cérebro fosse afetado. Poderia acontecer, ou não. Exigia um bocado de cuidados em relação a isso.
Peter acabou por ter Happy Hogan como um novo amigo que lhe ajudava e dava apoio em tudo que era necessário, o homem continuou o que Howard Stark, que era muito rico havia começado. O garoto descobriu que após o governo se recusar a ajudar no pagamento das diárias do hospital, Howard se ofereceu para arcar com os custos para mantê-lo vivo. Seus aparelhos seriam desligados e o homem interviu faltando uma semana para seu destino final. Infelizmente o mesmo morreu de câncer alguns anos antes de Peter acordar, mas não antes de deixar claro para Happy que queria que a empresa Stark pagasse as contas do hospital enquanto houvesse a chance de Peter viver. O garoto era imensamente grato a ele por isso, lamentava não ter o conhecido.
Os meses se passaram, Peter já andava de bengala para manter sua sustentação. Ele realizou a prova e foi considerado apto para iniciar o ensino médio no ano seguinte.
O garoto não via a hora de voltar para a escola, ele temia um pouco o fato de que teria que conhecer pessoas da idade dele, mas mesmo assim de forçava a acreditar que seria algo bom.
Happy informou que as Industrias Stark pagaria por uma escola particular para ele, aparentemente era uma escola de pessoas ricas, a mesma que o filho de Howard, Anthony Stark, frequentava, mas ele nunca havia conhecido o rapaz, apenas ouvia Happy mencionar de vez em quando o nome dele.
Aos poucos, Peter foi se acostumando a uma nova vida. Sua tia May sempre lhe ajudava a entender questões do mundo que ele aprenderia aos poucos se fosse um adolescente normal, mas ele absorvia em pouco tempo, o que se demora para entender em anos.
Aceitou o fato de que sua vida nunca seria normal. Perdeu os pais quando pequeno e quase morreu mais tarde. Sua existência não tinha sido fácil até ali, mas se estava vivo era por um motivo não é mesmo, mas afinal, qual seria esse motivo?
Então era isso, Peter Parker era uma quase celebridade, por motivos que preferia que não houvessem acontecido. Iniciaria uma nova etapa da vida, em uma escola de gente rica, ele só não fazia ideia se isso seria bom ou ruim.
Mas ele era Peter Parker, e um Parker sempre segue em frente...
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