Capítulo Vinte: Feliz Aniversário, Bela Adormecida!
Olá meus bombons de cereja!
Demorei, mas cheguei!
Esse capítulo e o próximo seriam um só, acontece que eu estava escrevendo e escrevendo e não parava, todo dia acrescentava alguma coisa, por fim ele ia ficar com mais de dez mil palavras, então preferi dividir.
Espero que gostem!
Votem e comentem, please 💜
(PS: Ouçam Alanis Morissette!!! É só uma dica mesmo 😋)
O dia é dez de agosto de 1989, o sol lá fora é brilhante e fresco, pequenas fitas de luz entram pela janela e atravessam as frestas da cortina e repousam sobre o rosto de Peter.
O rádio relógio despertou tocando Friday I'm Love do The Cure, na verdade era quinta e a realidade era que ele estava apaixonado todos os dias.
Peter achou estranho ter sido acordado pelo despertador, geralmente quem o acordava era May.
O garoto se levantou e seguiu normalmente com sua rotina, tomou banho, colocou seu uniforme e calçou os tênis.
Desceu as escadas ainda coçando os olhos porque estava com um pouco de sono.
Ao entrar na cozinha logo começou a cantoria de May e Tony.
-Parabéns pra você, nessa data querida, muita felicidades, muitos anos de vida... -ambos exclamaram e Peter abriu um grande sorriso. Havia esquecido completamente que era seu aniversário.
May segurava um prato de panquecas com velas espetadas e acessas, Tony estava usando um chapeuzinho de aniversário de papel.
O moreno caminhou até ele e lhe deu um abraço apertado e um beijo no pescoço.
-Feliz aniversário, Bela Adormecida, que você seja a pessoa mais feliz do mundo, porque você merece o mundo. -ele sussurrou no ouvido de Peter. -Te amo.
-Também te amo, Idiotony -respondeu o castanho com um sorriso bobo e deu um selinho no namorado.
-Okay, agora é minha vez de abraçar! -disse May puxando o sobrinho para um abraço caloroso. -Feliz aniversário, Petey. Meu Deus, dezessete anos, como o tempo passa rápido.
-Obrigado, tia May. -respondeu Peter e se sentou no balcão da cozinha junto a Tony e May.
Ele adorava as manhãs de aniversário com as panquecas de tia May, eram sempre um deleite.
-Aposto que não esperava me encontrar aqui a essa hora. -Disse o namorado dando uma garfada no prato já servido.
-Não esperava mesmo, você não gosta de acordar cedo, só faz isso por causa da escola e ainda sim se atrasa às vezes. -disse Peter se servindo.
-Ei mais hoje é um dia especial. Eu tinha que chegar cedo. -defendeu Tony.
-Eu sei amor, só estou brincando. -falou o castanho se inclinando e dando um beijo na bochecha de Tony.
May olhava os dois com um sorriso no rosto, admirando o carinho que ambos expressavam um pelo outro, se ela pudesse apostar diria que aquele relacionamento entre os dois não era só uma coisa passageira de adolescente, era algo mais.
-Bem, Peter, eu ainda não comprei seu presente, mas vou comprar quando sair do trabalho, até porque tem haver com um dos presentes do Tony. -ela disse bebericando o café.
-Presente do Tony? -indagou o garoto olhando da tia para o namorado. -Aliás, presentes do Tony? No plural?
O moreno lhe lançou um sorriso animado.
-Isso mesmo, presentes. O primeiro é que a gente vai passar o fim de semana em um lugar especial, eu já combinei com a May e ela deixou, inclusive permitiu que você falte na escola amanhã porque nós vamos sair cedo para pegar a estrada.
O castanho olhou confuso para a tia, que apenas ergueu as mãos.
-Sim, eu permiti, mas não quero de forma alguma que vocês se acostumem com isso. -falou May, séria. -É só porque gostei da ideia e é seu aniversário.
-Mas que lugar é esse? -indagou Peter, confuso.
-Ah não, isso é surpresa, você só vai saber quando chegarmos. -disse Tony.
-May? -ele olhou para a tia em busca de respostas.
Ela deu de ombros.
-Sinto muito, Tony me fez prometer que não contaria.
-Vocês dois... -falou Peter balançando a cabeça. Então agora sua tia e seu namorado estavam de conluio. -Tudo bem então, vou esperar, só espero que não seja... -ele pensou em fazer piada com a bocada que Tony havia o levado e eles quase foram presos, mas esqueceu que May não sabia da história, então se calou.
Peter voltou a atacar as panquecas, mas Tony o cutucou na barriga e o mexeu as sobrancelhas de modo malicioso.
-Você não vai querer saber qual é o outro presente? Era no plural mesmo, presentes, além da viagem tem mais um. -disse Tony.
-Ah então o outro presente ao está envolvido na viagem? -perguntou Peter com uma expressão confusa. O que será que o Idiotony estava aprontando?
-Não mesmo, na verdade ele está aqui, você quer ver agora? -perguntou Tony com expectativa.
Peter franziu o cenho para ele.
-Estou com medo de dizer sim...
O moreno o puxou pela mão e começou a levá-lo para a entrada, mas antes de abrir a porta ele se pôs atrás de Peter e cobriu seus olhos com as mãos.
-Não vale espiar. May você poderia abrir a porta por favor? -pediu Tony e o castanho ouviu o barulho da porta sendo aberta.
-Estou começando a ficar com medo. -disse ele enquanto o namorado o guiava lentamente para fora.
-Cuidado com o degrau. -falou Tony.
Peter pôde sentir a maciez da grama sobre os pés. O que diabos seria o presente de Tony para ter que ficar lá fora?
-Tá preparado?
-Preparado não, com medo, talvez. -respondeu ele.
-Okay, então vamos lá. -falou Tony e liberou a visão de Peter.
De início foi tudo um borrão e o mundo estava embaçado, o clarão do sol da manhã também não ajudava, ele piscou algumas vezes e sem demora viu o Opala azul escuro estacionado em frente a sua casa. O melhor de tudo era o enorme laço vermelho que estava posto sobre o veículo. Peter olhou boquiaberto para o veículo e olhou Tony sem entender.
O moreno abriu os braços de maneira teatral e deu um sorriso largo.
-Tcharaaam!!!
Peter ainda não tinha palavras, estava bem confuso e até mesmo desconfortável.
-Você pintou o Opala? Ou meu presente está dentro do carro? -ele perguntou temendo a resposta ou simplesmente não querendo acreditar.
-Não, o Opala azul é o seu presente de aniversário! Você gostou? Como você quer aprender a dirigir eu achei que seria uma ótima ideia você ter o seu próprio carro para treinar, afinal já tem idade, não que eu me incomode de você dirigir o Mark, mas enfim queria te fazer uma surpresa. -disse Tony com animação e foi até o carro apoiando o pé nele e cruzando o braços fazendo pose. -Ele é lindo, não é?
Mark era o nome do Opala vermelho de Tony, algo que o castanho nunca entendeu direito.
Peter ainda estava sem palavras, ele olhou para May em busca de algum comentário, mas a mesma ergueu as mãos em rendição.
-Não tenho nada haver com isso, eu não sabia de nada.
O castanho apertou os olhos e olhou para o namorado com seu melhor sorriso.
-Que foi Peter, não gostou do presente? -disse Tony se aproximando dele.
-Tony... -começou Peter sem saber bem o que dizer. -E...eu... não sei o que dizer.
-Não diga nada, apenas entre no seu carro novo. -falou o moreno. -Você não parece feliz como achei que ficaria.
Sentia aquela situação delicada demais, não queria magoar o namorado.
-É que um carro é um pouco demais, amor. Lembra quando falei para não exagerar? Sei que a intenção foi boa, mas eu não posso aceitar... -disse Peter com delicadeza.
Os ombros de Tony murcharam.
-Você não gostou da cor? É isso? Droga, sabia que devia ter ficado com o cinza.
Peter segurou as mãos do namorado e as apertou carinhosamente.
-Não tem nada haver com a cor, é só que um carro como presente de aniversário é um pouco demais, entende? Eu nunca poderia te dar algo assim no seu aniversário -explicou Peter.
-Mas eu não quero que você me de algo caro de presente de aniversário, comprei o carro porque achei que seria legal você ter o próprio carro. Como eu disse, não que eu me importe de vir te buscar, só queria que você se pudesse ter a chance de ser independente depois que aprender a dirigir. -falou Tony, desanimado.
-Eu sei disso e eu amei que você quis me dar um presente incrível, mas não posso aceitar, sinto muito.
Peter realmente ficou com pena da carinha desapontada que Tony fez.
Ele abraçou o rapaz e sussurrou em seu ouvido:
-Estar com você já é meu melhor presente.
Tony suspirou e afastou ele para olha-lo em seus olhos.
-Tem certeza de que não quer? Tipo, olha pra ele, é um Opala Azul! Ele e o Mark seriam um casal.
-Tenho. -falou Peter acariciando o rosto do rapaz. -Alem do mais tem a viagem não é? Isso já é um presente e tanto.
O moreno suspirou pesadamente, ele estava genuinamente desapontado.
-Bem, nesse caso vou ter que devolver. -falou olhando para o carro. -Quer dizer, vamos ter que ir pra a escola nele hoje, mas depois eu devolvo ou talvez eu fique com ele pra caso você mudar de ideia e se não mudar, pelo menos eu terei dois Opalas.
-Você é tão fofo. -falou Peter dando um selinho no rapaz, que sorriu meio fraco. -Agora vamos terminar nosso café e ir para a escola.
Tony assentiu e seguiu para dentro com May e Peter.
Eles terminaram a refeição e foram para a escola no veículo novo e que tinha aquele cheirinho gostoso de carro novo.
Peter riu consigo mesmo balançando a cabeça ao analisar a questão toda.
Somente Tony Stark mesmo para lhe dar um carro de presente de aniversário.
[...]
Era bem estranho estar dentro de um veículo que tinha um laço vermelho gigante sobre o topo, consequentemente as pessoas olhavam curiosas.
Quando Tony estacionou em frente a escola todos que passavam olharam.
-Belo carro, Stark, é menina? -perguntou um garoto que estava encostado em uma árvore com um grupinho.
Tony não respondeu nada, apenas lançou um sorrisinho cínico ao rapaz.
Peter sabia que o namorado estava desgostoso por ele ter recusado o presente e tentou não falar muito para não desencadear qualquer tipo de briga justo em seu aniversário.
Primeiro ele pegou tudo o que precisava em seu armário e depois foi até o de Tony para tentar animá-lo um pouco.
Peter se aproximou do rapaz e o abraçou por trás dando vários beijos em seu pescoço.
-Você é o melhor namorado do mundo. -Ele disse, apertando mais o corpo do outro.
-Eu sei que sou. -respondeu o moreno com um sorriso de canto.
Tony fechou o armário e se virou para o castanho e o puxou pela gravata para um beijo rápido.
-Não vai me contar mesmo para onde nós vamos? -perguntou Peter.
-Não mesmo, vai que você resolve recusar esse presente também.
O castanho revirou os olhos.
-Nós vamos de carro?
Tony assentiu.
Isso significava que o destino não seria tão longe, o que fazia ele ficar mais curioso.
-Como vou saber o que levar pra vestir se você não me fala nada? -disse Peter suspirando e cruzando os braços.
-Eu já combinei tudo com May, ela vai fazer a sua mala. Está tudo milimetricamente calculado para que você não saiba de nada. Serão três dias de pura curtição. -explicou Tony.
-E se eu não sobreviver até amanhã? E se eu morrer antes de saber?
-Não importa o que você diga, eu não vou contar. -Tony saiu andando para tentar esquivar das perguntas do garoto.
-Então nada de beijos hoje. -falou Peter e tom desafiador.
O moreno deu ombros.
-Por mim tudo bem.
-Você fala isso agora, mas depois vai estar implorando.
-Não, vou não. -disse Tony. -Ainda bem que não temos tantas aulas juntos hoje, assim você não vai achar novas maneiras de me chantagear.
-Eu consigo ser bem persuasivo, Stark. -Peter falou parando em meio ao corredor e lançando um olhar afiado para o namorado.
-E eu consigo ser bem rápido. -falou Tony roubando um beijo de Peter e depois saiu correndo olhando para trás e rindo.
Ele era rápido mesmo, pensou Peter, não era à toa que estava no time de futebol.
Ah, aquele Idiotony...
[...]
As primeiras aulas foram arrastadas e chatas, nada demais para um dia que deveria ser tão especial.
Ned e MJ estavam distantes e nem sequer haviam se lembrado que era seu aniversário, isso porque ele já havia comentado dias antes, talvez eles só estivessem com a cabeça cheia das matérias.
Já sua própria cabeça estava nas alturas também, ele tentava decifrar sem sucesso para onde Tony o arrastaria e também intrigava o fato de que May havia ficado tranquila com ele passando três dias fora de casa. Não que a tia proibisse ele de coisas, era só que jamais imaginaria que ela simplesmente concordasse de forma tão fácil. O namorado com certeza deve ter usado o charme dele para conseguir a permissão de May.
O sinal do intervalo tocou, Peter saiu da sala animado, Tony sempre o esperava para eles irem juntos para o refeitório, mas quando olhou em volta o namorado não estava lá. Nem mesmo Ned tinha o esperado, o amigo saiu correndo assim que o sinal tocou, nem deu tempo de falar nada.
Seria infantilidade admitir que estava chateado por ninguém além de Tony e May lembrarem de seu aniversário? Não queria que as pessoas o paparicassem e dessem presentes, só queria ser abraçado e receber o parabéns, pelo menos por consideração.
O castanho afastou a mágoa para longe e foi caminhando pelos corredores do Instituto Romanoff, com intenção de chegar ao refeitório, mas foi parado por um grito de Carol que vinha atrás de si.
-Líder de Torcida! -ela falou correndo até ele, estava séria e com um semblante muito preocupado.
-O que foi? -perguntou ele, curioso.
-Preciso falar com você! -falou Carol segurando os braços dele enquanto estava ofegante. -É muito importante.
-Diga. -disse Peter apreensivo.
A loira olhou em volta desconfiada e se inclinou para falar no ouvido do garoto.
-É um segredo, vamos para um lugar mais privado.
-Ninguém vai ouvir aqui, fala logo, está me deixando preocupado.
-Sabe que aqui a fofoca come solta, vamos para o laboratório de química, não tem ninguém lá. -Carol o puxou pelo braço e saiu arrastando o garoto.
Peter apenas se deixou levar pela garota pelos corredores semi vazios já que todos estavam indo em direção ao refeitório.
Eles pararam em frente a porta da sala, a luz estava apagada, Carol girou a maçaneta e entrou devagar, Peter a seguiu.
-Acende a luz -pediu ele. E assim foi feito.
Quando a claridade tomou conta da sala o coro começou:
-Parabéns pra você, nessa data querida, muitas felicidades... -O segundo parabéns do dia.
Um festa surpresa?
As pessoas presentes na sala eram Tony, MJ, Ned, Wanda, Pepper, Okoye, Thor, Clint, Natasha, Pietro e até mesmo o diretor Banner. Todos batiam palma e cantavam parabéns.
Durante a cantoria Peter ficou meio encabulado, não sabia onde enfiar a cara, apenas tentou sorrir educadamente. Ele se assustou com aquele monte de gente cantando quando a luz foi acesa, mas estava gostando.
Todos gritaram após o fim da canção e bateram palmas.
E claro, teve o "Com quem será que o Peter vai casar?"
-Com Anthony Stark. -respondeu ele com um sorriso malicioso. -Eu não sei se vocês sabem, mas ele é rico.
O moreno gargalhou de sua piada e lhe deu um beijo.
-Eu ficaria feliz de me casar com você, mesmo que fosse um plano seu e da Carol para me matar.
-Tá bom, já chega de melação, Stark. Divide o Peter com a gente um pouquinho. -falou Carol se enfiando entre os dois.
A loira que estava ao seu lado sorria alegremente, ela estendeu os braços e lhe deu um abraço apertado.
-Feliz aniversário. -ela disse dando um beijo apertado na bochecha do rapaz.
Peter olhou para todos com um sorriso bobo, então era por isso que Ned e MJ estavam o ignorando? Estavam fingindo não lembrar de nada.
-Tá ficando velho, Parker. -disse MJ depois de o abraçar.
-E você cada vez mais chata. -ele brincou.
Ele notou que em uma mesa havia um bolo e algumas garrafas de refrigerante.
Os olhos de Peter se encheram de lágrimas com o ato de consideração até mesmo das pessoas que ele nem tinha intimidade direito.
-Obrigado, gente. -ele falou sendo abraçado por Pepper, que lhe estendeu um pacote embrulhado.
-Tony falou que você é muito fã do Bowie, então comprei isso pra você. -ela falou.
Peter rasgou o papel de presente e era uma camiseta do David Bowie.
-Obrigado, Pepper.
Thor lhe deu um abraço de urso, como sempre fazia.
Todos que estavam presentes lhe deram parabéns.
-É seu primeiro aniversário aqui, tinha que ser especial. -falou Pepper. -Tony nos contou e nós unimos forças para fazer isso. Claro, com a autorização do diretor para usar o laboratório de química.
Banner balançou a cabeça.
-E eu vim para te desejar feliz aniversário e garantir que vocês não destruam o laboratório de química. -disse ele.
Tony olhou para o diretor e cruzou os braços.
-Fala a verdade, Banner, você só veio para filar um pedaço do bolo.
O diretor olhou para Tony com um olhar sério.
-Quer ir para a detenção, Sr.Stark?
Tony engoliu em seco e se escondeu atrás do castanho.
Peter riu da cara ameaçadora que Banner fez.
-Pietro e Clint também vieram filar o bolo, essa é a verdade. -falou o moreno.
-Quem não gosta de bolo de aniversário? -Pietro se pronunciou.
-Eu quero bolo, um pedaço grande. -disse Thor animado.
-Muito cuidado mauricinho, senão não vai conseguir mais correr com a bola no campo. -brincou Clint.
Thor ergueu a camisa do uniforme mostrando o tanquinho definido e bateu na barriga.
Todos riram da graça do loiro.
-Eu comprei pra você -falou Carol se aproximado de Peter e lhe entregando um embrulho dourado. -Tony me disse que você gostava disso e eu penei um pouco para achar, mas consegui.
-Carol... Não precisava. -ele falou abraçando a amiga. Abriu o pacote e viu que era uma pelúcia de aranha com um sorriso fofinho. -Ah é muito fofo, obrigado. Eu amo aranhas mesmo.
-Eu conheço muito bem o meu amor. -falou Tony passando o braço sobre o ombro de Peter.
-E isso aqui é para você, não deu para embrulhar, mas espero que goste. -falou Okoye estendendo uma pulseira prateada para ele. -É uma pulseira de tradicional de Wakanda.
-Obrigado, Okoye.
-Por que todo mundo pode te dar presentes e eu não? -perguntou Tony.
Peter crispou os lábios.
-Porque ninguém aqui me comprou um carro?
-Você deu um carro para o Peter? -perguntou Pepper.
-Sim. -respondeu o moreno dando de ombros. -Qual o problema?
-Wow, um carro é tipo, um presente e tanto. -disse Clint.
-Ele não aceitou, vou ter que devolver. -falou Tony. -Mas enfim, vamos cortar o bolo antes que o intervalo acabe.
-Sim, deixei vocês fazerem isso, mas não vou aceitar nenhum atraso para as próximas aulas -disse Banner.
-Mas ainda sim vai ficar para comer o bolo. -comentou Thor baixinho e depois tossiu para disfarçar.
Banner o olhou desconfiado.
Todos riram.
-Hora de soprar a vela, Petey. -disse Carol segurando o bolo e aproximando dele.
Todos olhavam para ele com expectativa e Peter se sentia grato por estar ali naquele momento, tinha aquele sentimento bom de ser importante para algumas pessoas. E quem diria, até Pepper lhe dera um presente, não que ele soubesse que a moça o odiava, isso havia sido esclarecido no baile, a questão era que se ela deu um presente é porque não havia nenhum ressentimento mesmo.
-Faça um pedido, Peter. -falou MJ.
Peter se inclinou sobre o bolo confeitado com glacê e olhou em volta. Não sabia bem o que pedir, ele tinha aquela sensação de que nada lhe faltava naquele momento, uma sensação de plenitude. Havia somente felicidade.
Seus olhos se encontraram com os de Tony, o rapaz estava com os braços cruzados e um sorriso de canto.
Se ele não queria pedir nada para si, então que fosse para alguém que amava. Tony fazia de tudo para vê-lo feliz, para sempre agradar e trazer os melhores momentos de sua vida.
Peter fechou os olhos e mentalizou.
"Eu desejo que Tony seja a pessoa mais feliz do mundo..."
Soprou a vela e ela não voltou a acender, diziam que quando ela apagava de primeira era porque o pedido se realizaria.
Peter faria de tudo para que sim.
[...]
Já estava anoitecendo quando Tony foi embora. Depois da aula eles haviam ficado conversando no Opala, mas o moreno avisou que precisava ir porque tinha coisas a resolver antes da viagem. Segundo Tony eles sairiam cedo no dia seguinte, então seria melhor que o castanho dormisse cedo.
Peter queria que Tony ficasse mais um pouco, mas como o fim de semana seria só deles, então teriam todo o tempo do mundo para ficarem juntos.
A curiosidade estava matando Peter, mas ele tentou afastar isso ao invés de ficar se torturando.
Quando entrou em casa May estava na cozinha finalizando o jantar. Ele puxou uma cadeira e ficou vendo a tia cozinhar, ele gostava de fazer isso e jogar conversa fora. Contou sobre a pequena festa na escola e mostrou seus presentes, de longe a aranha de pelúcia foi a coisa que ele mais gostou.
-Acho que esse é o melhor aniversário da minha vida. -disse Peter animado.
-Que bom que está gostando. Ah, me lembrei, sua mala já está pronta. -falou ela. -Mas está no meu quarto, para que você não fique sabendo de nada sobre a viagem. Seu presente está dentro dela.
Já estava quase esquecendo a ansiedade até May o lembrar e ainda adicionar mais mistério a coisa toda.
-Você está bem mesmo com isso? -perguntou Peter. -Tipo, eu vou ficar três dias fora.
May deu um suspiro e sorriu de forma terna.
-Você merece um final de semana especial, e também é seu aniversário. Além do mais, eu não deixaria você ir se não confiasse no Tony. Ele ficou falando disso a manhã toda, se eu não deixasse, ele provavelmente iria te sequestrar. -Peter viu graça no comentário da tia. Talvez porque ele soubesse que Tony seria bem capaz disso. -E também acredito que você tem que viver, ter experiências novas, vá viver a vida. Eu estaria sendo muito injusta proibindo isso. Sei que você é responsável, então aproveite.
-Obrigado, May, eu vou aproveitar. -ele falou se levantando. -Agora vou tomar um banho.
-Tudo bem, querido, o jantar já está quase pronto.
É claro que Peter olhou suas gavetas para ver que roupas estavam faltando quando chegou ao quarto, assim teria uma ideia do destino para onde Tony o levaria, mas só sentiu falta de duas camisetas e algumas cuecas. Ele não se lembrava de ter usado as camisetas e se elas estavam para lavar, talvez fosse isso também, mas não faria sentido May fazer uma mala de viagem com cuecas e duas camisetas. Com certeza Tony adoraria se ele só usasse isso, mas esperava que não fosse o caso.
Hmmm, então o namorado e a tia estavam fazendo um ótimo trabalho em esconder o local da viagem. Ele amava a interação entre Tony e May. Ambos realmente se gostavam e se davam bem, isso por si só já era tudo que Peter poderia querer.
Naquele ponto de sua vida o rapaz só podia ser grato por ter tantas pessoas boas em sua vida, amigos de verdade. A tempestade havia passado, agora ele podia admirar o arco-íris.
No jantar, Peter tentou arrancar alguma informação da tia, mas May era muito boa em guardar segredos e realmente não revelou nada, até mudava de assunto quando ele jogava um indireta, mas não conseguiu nada.
Happy ligou quase na hora de dormir, era sempre assim, ele sempre ligava tarde, o que era aceitável já que o homem trabalhava muito.
"-Gostou do carro?" -Happy indagou. "-Tony ficou me atazanando por causa disso a semana passada inteira. Como sou o tutor dele, preciso permitir o uso de grandes quantias, então ele queria que eu liberasse logo o valor pra comprar o seu presente."
"-Gostar, eu gostei, mas não aceitei, é claro. Falei pra ele que um carro é demais para um presente de aniversário de um namorado."
Happy gargalhou do outro lado da linha.
"-Peter, aprenda que os Stark são extravagantes. Howard também era um pouco. Isso não é um defeito, é só que eles tendem a demonstrar o quanto gostam de alguém com coisas materiais. Howard comprava um colar novo para Maria quase toda semana. Acho que Tony puxou isso dele."
Ele sabia sim que o namorado podia ser exagerado, e até entendia por saber que Tony havia nascido em berço de ouro, Peter só não sabia se era literalmente um berço de ouro, não era algo a se duvidar.
-Eu sei que o Tony pode ser um pouco demais as vezes, só não me sinto bem aceitando presentes tão caros. -falou Peter enquanto enrolava o fio do telefone no dedo.
"-Eu entendo." -disse Happy. "-Tony é assim mesmo. Ele mudou tanto do começo do ano para cá, você é o causador disso, só tenho a agradecer. Eu estava muito preocupado com Tony. Hoje ele está bem melhor. Obrigado por ter paciência com ele e mostrar que as coisas podem ser boas. Isso foi incrível Peter. Você é muito importante pra ele. Toda vez que ligo para Tony ele só fala de você. Tudo é Peter pra cá, Peter pra lá. Obrigado de verdade por fazer ele enxergar o mundo de forma diferente"
O castanho sorriu ao ouvir de Happy que ele era tão importante para Tony, não que ele não soubesse disso, mas ali era diferente. Cuidar de Tony era algo natural, ele fazia com prazer, porque se importava muito com o rapaz.
-Eu amo aquele Idiotony e quero o melhor pra ele.
"-Eu sei que sim, garoto. Pelo que vejo ele também te ama. Aproveitem esse sentimento um pelo outro." - falou Happy de forma carinhosa. "-Preciso ir, Peter. Boa noite e feliz aniversário. Ah e boa viagem."
-Obrigado, Happy. Boa noite. Hey, espera, você sabe para onde o Tony vai me levar?
"-Sei, mas ele me proibiu de me falar." -falou Happy.
O castanho deixou os ombros caírem, aquela curiosidade ainda ia o matar.
-Okay então. Tchau, Happy.
"-Tchau, Peter."
Peter colocou o telefone na base e se enrolou nas cobertas, o intuito era dormir, mas sua cabeça simplesmente não parava.
Apesar de ter prometido para Tony que dormiria cedo, tudo que ele fez foi virar de um lado para o outro quase que a noite toda.
~*~
O ar úmido causado pelo orvalho da manhã acariciava o rosto de Peter enquanto ele esperava Tony aparecer. Eram seis da manhã e o garoto mataria o namorado se ele chegasse mais atrasado do que já estava. Estava sentado no degrau da varanda.
Peter estava rastejando de sono porque havia dormido no máximo duas horas na noite passada e agora sentia todo o peso de uma noite mal dormida, nem mesmo o banho que ele tomara havia ajudado.
May saiu pela porta e entregou a mala a ele.
-Nada de espiar, hein. -ela segurava uma xícara de café.
Peter só havia tomado um suco de laranja e comido um iogurte, simplesmente não tinha fome quando estava muito ansioso.
-Não tô conseguindo nem manter meus olhos abertos, imagina se eu vou querer abrir a bolsa para olhar, o máximo que vou fazer é usar ela como travesseiro -disse ele em meio a um bocejo.
-Estava ansioso, né?. -May passou a mão nos cabelos de Peter.
-Bastante e ainda estou.
O Opala vermelho apontou na esquina e o interior do castanho deu uma leve acordada. Tony estacionou o carro e saiu do veículo. Era impressão de Peter ou ele estava mais lindo do que o normal aquele dia? O moreno usava uma calça jeans azul clara, camiseta toda preta com as mangas dobradas e estava com um Ray Ban preto, que dava a ele um ar extremamente sexy.
-Bom dia, amor da minha vida. -Tony falou animado, e, dando um beijo rápido no castanho. -Bom dia, May.
-Bom dia, Anthony. Quer entrar e tomar um café antes de ir? -ofereceu May.
-Não obrigado, eu já tomei, obrigado. Precisamos sair se quisermos chegar cedo.
O moreno olhou para Peter que estava com um semblante carregado e até mesmo cambaleando para os lados.
-Que cara é essa?
-Eu não dormi direito. -murmurou Peter e apoiou a cabeça sobre o ombro do namorado.
-Não tem problema, pode dormir no carro. -Falou Tony acariciando as costas do outro. -Vamos, antes que você desmaie aqui. -Ele segurou a mala de Peter.
-Tchau tia May. -Peter se virou para a tia e abraçou ela.
-Tchau, querido, boa viagem e me ligue ainda hoje para avisar se chegou bem, okay? -falou May dando com a mão no ombro de Peter.
-Tudo bem, se houver alguma cabine telefônica onde Tony estiver me arrastando.
-E você -começou May olhando para o moreno. -Trate de cuidar muito bem de Peter, dirija com cuidado.
-Pode deixar, Peter está perfeitamente seguro em minhas mãos. -respondeu Tony.
Apesar de tudo, o castanho sabia que ele falava a verdade, podiam acusar Tony de muitas coisas, menos de ser imprudente no volante.
-Se cuidem, crianças, e não façam nada que eu não faria. -May falou e deu um beijo na bochecha de cada um. -Agora vão.
Eles se afastaram e Peter deu uma olhada para a tia com uma leve dor no coração, era a primeira vez que ele ficaria longe de May depois de tanto tempo, tudo bem, ele estava com Tony, mas ainda sim ele sentia uma pequena sensação dentro de si.
Ele entrou no carro e deu um pequeno aceno para a tia que devolveu com um enorme sorriso.
Tony guardou a bolsa do porta malas e entrou depois.
-Fico feliz que o Opala vermelho tenha voltado. -comentou Peter. -Ele sempre será meu preferido. O que fez com o azul?
-Decidi que vou ficar com ele na coleção. -respondeu Tony ajeitando o retrovisor. -Talvez eu use ele quando quiser variar. Não que eu queria trocar você, meu bebê. -ele disse acariciando a porta do carro. -Papai te ama muito, Mark. -Tony deu um beijinho no volante.
-Esse com certeza é o melhor nome para carro. -falou Peter rindo da vozinha que Tony fez ao falar com o próprio veículo.
-Ele é especial para mim. -Tony deu a partida.
-Eu sei. -Peter sabia como o namorado gostava daquele carro e ele também gostava, era como se fosse parte de Tony, tinha todo o toque dele.
-Se importa se eu ligar a música?
Peter balançou a cabeça.
-Só não muito alto, por favor, acho que vou tirar um cochilo mesmo. Vai demorar muito para chegar?
-Provavelmente umas quatro horas mais ou menos. -respondeu Tony balançando a mão.
-É muito longe?
-Um pouco.
-Estou ansioso.
-Eu sei que sim. -disse Tony e esticou a mão para acariciar a nuca de Peter. -Agora dorme um pouco, se precisar eu te chamo.
Tony ligou o rádio em uma estação aleatória e tocava alguma música country que surpreendentemente ele começou a cantarolar, até então o rapaz nunca havia se mostrado um fã de country.
-Meu pai gostava dessa música. -ele comentou com um sorriso nostálgico.
O castanho tocou o braço do namorado gentilmente.
Peter encostou a cabeça no vidro do carro e relaxou.
A música que veio em seguida era Dreams do Fleetwood Mac, provavelmente a música mais perfeita para se ouvir em uma viagem.
A última coisa que o castanho se lembra foi de ver a placa da estrada estadual passar correndo por eles.
Sua pálpebras se fecharam enquanto o reflexo vítreo do sol pairava sobre sua pele.
Ele se deixou levar para um dos melhores fins de semana de sua vida...
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