II - Família
PASSADO
Lembro de sentir o vento esvoaçando meu cabelo, do bater de asas potente e preciso do cavalo negro. Lembro da quentura do ambiente fora da água, de sentir minha pele derreter sob a capa do homem que me segurava pelo meio. A vista lá de cima era confusa, eu não estava acostumada com toda aquela luz nos olhos. Tudo estava embaçado e repleto de cores.
Em algum momento, após cruzar o que parecia ser uma cidade, cheia de pessoas, animais e árvores, além de construções e um enorme palácio, o cavalo alado e seu mestre aterrissaram no chão, pela entrada traseira do palácio, por onde entravam os empregados, supus. O homem me jogou no ombro sendo o mais gentil que conseguia ser, entregou seu cavalo para um guarda do palácio e rumou para dentro do castelo me carregando sem a menor dificuldade, como se eu nem estivesse em suas costas.
A enorme construção era ainda mais bela por dentro, como um templo ornamentado por ouro e pedras preciosas. Os candelabros pendurados enfeitando o lugar, as gigantescas cortinas e o cheiro de pétalas de rosa. Guardas vestidos com suas armaduras reais vigiavam todo o palácio e garantiam sua completa segurança. Depois de dobrar várias vezes em corredores diferentes, o homem entrou em um quarto e me tirou das costas, colocando-me gentilmente sobre a cama.
- Você está segura agora. - Ele disse, dotado de um olhar nobre e feliz.
De joelhos diante de mim, ele afagou minha cabeça e deu um pequeno sorriso de canto, mais por alívio do que por felicidade. Seu cabelo comprido emoldurava seu rosto angelical e lhe dava um ar muito mais cavalheiresco. Assisti quieta enquanto ele se levantava e partia, fechando a porta atrás de si. Respirei fundo depois que ele saiu e olhei ao redor, observando os detalhes daquele lugar tão luminoso, onde uma planta se espalhava pela abertura da janela, lhe conferindo uma bela vista.
Testei tocar os pés no chão, me arrastando até a borda da cama. O chão estava gelado e liso. Na primeira tentativa de me colocar de pé, falhei miseravelmente e caí de cara no piso. Não era tão fácil quanto parecia, andar era totalmente diferente de nadar. Engatinhei pelo chão até encontrar uma mesinha de cabeceira e a usando como suporte, fiquei de pé com pernas trêmulas. Arrastei os pés pelo quarto visando chegar até a janela e ver o que havia daquele lado do palácio.
Minha visão dava direto no jardim florido, onde eu conseguia ver uma mulher de longos cabelos loiros encaracolados usando um lindo vestido rosé. Ela cheirava a leite quente e sua presença passava total confiança e respeito. Era séria, e ao mesmo tempo em que parecia ser tão ingênua e imatura, ela emanava uma energia confusa. Porque todos fora da água tem um cheiro diferente? Mesmo de longe, eu sentia seu cheiro delicioso de café da manhã. Não sei como esses cheiros de coisas que nunca comi nem vi me são tão familiares.
A mulher estava delicadamente jogando água nas flores do jardim e à espreita, espionando-a, estava um rapaz, um jovem rapaz de semblante empolgado, cheio de energia. Ele se remexia pelas pequenas brechas do jardim para ver aquela mulher, mas a cada vez que ela se locomovia para outro lugar, ele soltava um suspiro de revolta e mais uma vez procurava outra brecha entre a cerca viva. Ele tinha cabelos e olhos castanhos, uma pele bronzeada e porte de soldado. Além de se vestir igual aos outros soldados que eu vi no caminho até o quarto.
Ouvi o barulho de passos no corredor e rapidamente me virei para a porta, esquecendo de me apoiar em algo para permanecer de pé. Meu rosto bateu contra o solo outra vez, abrindo um pequeno corte na minha sobrancelha. Assisti uma pequena gota de sangue escorrer pela minha testa na direção da têmpora. Ancorei meu peso sobre os braços, tentando levantar mais uma vez, quando a porta se abriu e uma mulher entrou no quarto. Ela era branca como as nuvens, tinha cabelos castanhos compridos e olhos héteros. Um olho era castanho e outro era verde.
- Posso ajudar você? - Sua voz era tão familiar, tão calorosa...
Eu fiquei quieta, imóvel, sem dizer uma palavra. A mulher veio até mim e me ergueu, colocando-me sentada sobre a cama novamente. Ela colocou uma mexa do meu cabelo para atrás da orelha e deu o sorriso mais doce que eu já havia visto. Uma minúscula lágrima escorreu de seus olhos, mas ela se apressou em limpá-las.
- Pelos deuses, você se machucou. - Ela disse, embaraçada. Ergueu uma mão para tocar minha testa, porém eu alcancei o ferimento mais rápido. - Você sabe se curar sozinha... Isso é impressionante.
Ela afagou meu rosto entre suas mãos e beijou minha testa com carinho. Então recebi o abraço mais aconchegante do mundo e me senti como se andasse em nuvens. Acho que esse sempre foi o maior dom dela, sem usar nenhum poder, apenas sua presença já era maravilhosa.
- Sinto tanto por não ter ficado ao seu lado durante esses anos... Eu quis afastar você ao máximo dos problemas deste mundo. Destes mundos... - ela se corrigiu. - Como rainha, é meu dever garantir a paz. Para todos. Seja quem for. E exatamente por isso, você estava em perigo.
Ela respirou fundo, me soltando do abraço. Olhou em meus olhos e segurou em minhas mãos.
- Sei o quanto Oceano significa para você. Ela cuidou de você por mim, ela foi sua mãe em meu lugar... - ela fechou os olhos com força e os abriu novamente, como se estivesse suprimindo algo dentro de si. - Precisei enviar Círio para resgatar você porque Oceano está perdendo a consciência. Com Oceano distante de si, você estava em perigo. Mas, agora, eu irei proteger você, cuidarei de você.
Camie depositou um longo e doloroso beijo em minha testa, como que sentisse tanta dor ao fazê-lo. Em seguida, ela preparou um banho para mim na banheira que havia no quarto. Quando ela se aproximou mais uma vez de mim, eu me retraí e a olhei com desconfiança. Me agarrei à capa preta que me cobria e me afastei dela até o centro da cama.
- Não vou te machucar. Eu jamais faria mal a você. - Ela disse, estendendo uma mão para que eu a segurasse.
Ergui a mão para tocar a dela, então senti sua palma se fechar ao entorno da minha. Sua voz penetrou minha consciência, eu podia ouvi-la dentro da minha cabeça. Sinta-se em casa, pois esta é sua casa agora. Camie fez meu corpo se tranquilizar e aceitar o seu toque, ela não era má. Só era alguém com quem eu não estava habituada.
Deixei que ela me despisse, jogando a capa preta de Círio no chão e me carregando até a banheira, colocando-me cuidadosamente dentro dela. A água estava morna, cheirando a chá de pêssego, cheirando como ela. Quando senti a água hidratar meu corpo, relaxei e me encolhi no fundo daquela banheira aconchegante. Pensei em Oceano e se ela ainda possuía memórias e personalidade.
Minha recém descoberta mãe esperou pacientemente que eu voltasse à superfície para lavar meus cabelos brancos, esfregar minha pele com gentileza e me secar com uma toalha seca. Ela escolheu um vestido azul para mim, macio de seda, me calçou e penteou meu cabelo, fazendo um penteado bonito nele. Eu não me reconhecia, não reconhecia meu cheiro, muito menos minha aparência. A imagem no espelho de um rosto tão meigo e angelical, bochechas rosadas num tom rosé e olhos redondos de cílios espessos. Eu não me parecia com ela, em nada.
Ela me deu mais um longo abraço, exprimindo muito amor e carinho. Então sorriu mais uma vez para mim.
- Minha pequena Stacy. Minha filha. Estou tão feliz por finalmente poder te abraçar. - Ela tinha um sorriso tão bobo naquele momento.
- Meu nome é Silene. Foi o nome que Oceano me deu. - Falei para ela.
Camie arregalou os olhos, surpresa pela minha fala, visivelmente feliz e ligeiramente incomodada com o nome.
- Silene Stacy. O que acha? - Perguntou, buscando minha aprovação.
Assenti para ela. Um bater de portas, alguém estava querendo entrar. Eu podia ouvir duas respirações, duas pessoas lá fora. Os sons do lado de fora da água são mais altos, os cheiros estão sempre espalhados pelo ar, tudo aqui fora é tão palpável. Camie se apressou para abrir a porta, ansiosa para que eu visse quem me aguardava. Quando a porta se abriu, eu pude ver duas crianças tendo quase o mesmo tamanho que eu. Um menino de olhos idênticos aos de Camie, cabelos castanhos na altura dos ombros e expressão ansiosa. Escondida atrás dele, estava uma menina de cabelos pretos e franja, tendo incríveis olhos violeta. Não sabia que alguém poderia ter olhos tão diferentes assim.
Ela era parecida com Camie e ao mesmo tempo, tinha traços muito mais redondos e delicados, um rosto pequeno e era ligeiramente menor que eu. Eles entraram devagar, olhando para os lados, sem saber se deviam mesmo estar lá dentro.
- Estes são seus irmãos: Crixus e Isis. - Apresentou Camie. - Meninos, esta é sua irmã mais velha que eu contei que estava chegando, Silene Stacy.
Me recordo bem desse dia. Eu os observei e de pouco a pouco, durante os dias e as visitas noturnas de Isis para dormir junto comigo, me acostumei com eles. Vagarosamente, me acostumei a ter uma família, a viver entre pessoas iguais a mim. E com o passar do tempo, também me acostumei a ser chamada de Stacy. Ser a Silene de Oceano era passado, uma memória distante, como todas as outras. E era melhor deixar as memórias de Oceano descansarem. Tudo era diferente agora.
...........
PRESENTE
Stacy olhou fixamente para seus punhos apertados com a grave notícia que Lárissa acabara de proferir. Porém, ela aliviou a tensão de seu corpo ao pensar com clareza no que estava em jogo. Então Stacy a olhou decidida, numa voz firme, lhe respondeu:
- Lidere-os, tenente. Convoque os melhores soldados que ficaram para trás e leve curandeiros também. Traga todos os feridos de volta.
- Você não irá conosco?! - Ela repetiu o absurdo estampado em sua expressão facial. - Sua família está lá e você não vai salvá-los?!
- Você é um mero soldado igual a todos. Haja de acordo. Não me desgaste mais, Lárissa. - Respondeu friamente.
Lárissa deu as costas, revoltada com a decisão covarde da princesa de ficar no palácio. Ela marchou batendo as botas com fúria sobre o chão. Ela é a melhor para esse tipo de situação, Leger com certeza está invicto, como sempre, só precisa de alguém forte como ele para trazer vitória ao reino mais uma vez. Stacy Ponderou consigo mesma.
A princesa respirou fundo. Porém, sem pre há um porém. Ainda assim, ela jamais permitiria que fossem totalmente a sós. Era melhor que apenas não soubessem da sua presença, seria muito mais seguro. Ela caminhou calmamente até seu quarto, para buscar sua capa. A capa que um dia fora de Círio. No caminho, ouviu uma pequena discussão vinda da sala de reuniões, então ela parou diante da fresta das portas para saber do que se tratava. Rosalind estava adequadamente vestida e pronta para ir na guerra também, ela estava de joelhos diante da tenente pedindo para participar.
- Tire essa armadura e guarde essa espada, Rosalind. Você seria um empecilho para mim. Seu lugar é no palácio, se prontifique apenas para cuidar da família real. - Lárissa respondeu friamente.
Stacy poderia intervir e permitir a ida de Rosalind, mas sua mamãe não ficaria nada feliz com isso, tendo em vista que Rosalind era sua fiel amiga e mais preciosa companheira. Rosalind curvou a cabeça, fechando os olhos com força, engolindo aquela resposta dura que recebera. O ideal era que ela permanecesse em segurança no palácio. Além disso, que treinamento ela possuía para lutar pelo reino? Patético, Stacy pensou. Um sacrifício tolo. A princesa logo se afastou dali quando percebeu o movimento de Lárissa para sair da sala, ela apressou em se preparar para sair o mais rápido possível, sem que fosse vista.
Ela cruzou o palácio à passos firmes, atravessando paredes e portas, até chegar em seu quarto, ornado com belas cortinas brancas que esvoaçavam com o vento, uma mobília simples amadeirada, a área de banho, uma pequena escrivaninha onde ela esporadicamente sentava-se para ler e um piano que ela costumava tocar com sua mãe quando criança. Curiosamente, Stacy tinha um leve apreço por aquelas bobagens, as vezes ela se pegava dedilhando algumas notas ou sentada em frente à janela, com um belo livro para estudos. Essas atividades não tinham nada de especial, eram apenas um meio eficaz para manter-se em equilíbrio e focada.
Ela trocou suas roupas por uma armadura enegrecida, espadas, botas e capa, trançou o cabelo até o final e o retorceu para dentro do capacete da armadura, cravando o escudo no fecho traseiro da armadura para atravessar o palácio em silêncio, se atirando para fora dele até o estábulo, onde ela procurou pelo melhor companheiro de que dispunha, sei cavalo alado Peu, muito provavelmente alguém devia tê-lo prendido e o alimentado durante o tempo em que ela esteve no palácio.
Na última baia, ela o viu quieto, descansando deitado. Abriu a portinhola e atravessou, colocando nele também uma armadura de ferro enegrecida, resistente a cortes por espadas. Depois de pronto, montou nele e o guiou para fora do estábulo, onde alçaram vôo rapidamente. Peu era um cavalo alado muito veloz, por isso, logo estariam na frente de batalha.
A dupla sobrevoou a cidade, acima das nuvens, sentindo o calor do sol, pisoteando nuvens. Peu adorava fazer isso, ele relinchava em alegria, empolgado com o movimento. Quando Stacy avistou o exército inimigo esgueirando-se pelos entornos desprotegidos do reino, atravessando portais para o nosso mundo. Thamuz não deveria ter o poder para abrir portais aqui, e se tivesse, não sustentaria por tanto tempo, tampouco conseguiria atravessar tantos trevianos. Nenhuma feiticeira tem esse poder, é totalmente impossível. Ou pelo menos, deveria ser.
Eles eram muitos, dos diversos tipos e aparências. Alguns chegavam até a se parecer com os cidadãos plandarianos, mas a maioria possuía aqueles olhos profundos, monstros enormes de duas cabeças ou quatro braços, metade animais e alguns tinham asas. Alguns de classe maior que outros. Os seres das Trevas são dividos em classes, principalmente na guerra, pois os Peões geralmente são usados para cansar os oponentes; os Bispos e os Cavalos são mais resistentes, enquanto os Torres e os Reis tem fator de cura, conseguem restituir até membros inteiros. O imperador Thamuz adorava um bom jogo de xadrez.
Stacy guiou novamente Peu na direção das novas tropas que se aproximavam e empunhou a espada. Ela passou por eles derrubando a primeira fileira num ataque surpresa, acabaria tão rápido que eles nem veriam quem os atacou. Usou apenas a velocidade de Peu, uma espada e um escudo. Ela conseguiria derrota-los assim, usando apenas a surpresa e técnica de luta.
A princesa cavalgou firme, segurando as correias com apenas uma mão. Foi de frente ao encontro deles e diante do cavalo, ela pôs o escudo para proteger sua face dos ataques inimigos. Fazendo isso, rapidamente a maioria dos oponentes ficaram perdidos, sem saber em qual direção atacar. Ela fez Peu levantar vôo sozinho e partiu de encontro rumo aos soldados inimigos, golpeando-os entre as costelas, cortando braços e pernas, expondo suas vísceras para fora. Porém, de repente um ataque firme a fez perder sua espada, então ela precisou se defender dos golpes mortais até achar uma brecha para pegá-la de novo, ou encontrar outra arma e lutar de igual para igual.
Desviando os lances cortantes e acertando-os com chutes e socos, quebrando membros e os fazendo gritar de dor, assim ela permaneci intacta. Então, no momento mais oportuno, ela achou a abertura que precisava para pegar um martelo do tamanho de seu braço, feito de chumbo e atacou mais trevianos, esmagando crânios, golpeando-os com tanta força ao ponto de fazer suas tripas romperem para fora. Havia sangue por toda parte, o cheiro daquele sangue amargo como fel preenchia o seu corpo. E ela queria mais. Sua visão já estava totalmente bloqueada pelo avermelhado que cobria seus olhos, mas ela não precisava vê-los, só precisava senti-los.
Se eu acabar com todos eles aqui, Lárissa e Leger e terão chances de levar todos para casa a salvo. Enquanto ela seguia destruindo-os como insetos, Peu fazia parte sobrevoando o local a defendendo dos ataques que ela não via. Ela já não enxergava nada usando aquele capacete e, por um momento, eles pensaram que isso a impediria de encontrá-los, mas ela estava totalmente confortável, não enxergar não a limitava, bastava sentir o seu cheiro e ouvir seu próximo movimento.
Depois de matar todos os mais fracos, um soco firme passou de raspão pelo seu rosto e atirou seu capacete para longe, expondo seu rosto para todos eles.
- Garota... - Disse o monstro capaz de se regenerar. - Eu conheço você.
Sua voz era rouca e embargada, um monstro de grande porte e seus companheiros. Uma pele escura de escamas e olhos répteis, armados da cabeça aos pés com espadas, lanças, martelos, ganchos, escudos, facas, flechas e foices. Eram pelo menos 200 deles, os últimos que ela precisava matar para garantir que sua família e seus súditos saíssem com vida. Porém, com aqueles monstros ela não poderia usar somente técnica e velocidade, ela precisava acabar com seu fator de cura. E para isso, era necessário usar seu poder.
Apenas uma centelha será suficiente. Stacy arrancou uma espada do exército inimigo, feita com cinzas de seus antigos entes-queridos e a acendeu com chamas azuis. Uma única faísca, pois ela não poderia perder o controle. Assobiou para Peu e partiu para atacar. A cada corte, eles queimavam de dentro para fora, desfazendo-se em uma poça de sangue pisado. Quando Peu passou por ela, a princesa agarrou em seu pescoço e montou nele. Ela o fez voar até o céu e de lá se atirou, apontando a espada para baixo. Assim que partiu um deles ao meio, seu corpo explodiu feito uma bomba, manchando o solo com seus restos mortais.
A espada atingiu o solo com tamanho impacto, que explodiu, fragmentando-se em milhões de pedaços, atingindo cada treviano com um poder mortal. Quase todos foram mortos, exceto um, que se protegera dos pedaços da espada com um escudo. Ele era um metamorfo, metade crocodilo, tinha um olhar ardiloso e sorriso maquiavélico.
- Chama divina. - Ele disse após abaixar o escudo. - Eu realmente conheço você. Esse olhar frio, o controle, a tática de batalha... Sei de onde vem.
Stacy juntou sua espada do chão enquanto Peu corria ao entorno do soldado, fazendo círculos que iam se afunilando, numa atitude intimidadora. No entanto, decidiu partir para cima dele tirando Peu do meio da luta. Ela foi até ele, cruzando espadas, golpeando-o alternadamente, pra atacava, pra defendia. Ela o atacou e esquivou várias vezes, até que sua espada em chamas azuis finalmente ganhou o caminho até o coração fétido do soldado das trevas. O monstro tombou ao chão em agonia, retraindo seus músculos e tremendo. Ela aproveitou para chegar perto dele e retorcer o aço da espada em seu peito.
- Morra de uma vez. - Falou para a expressão de desespero do soldado.
Ela ainda arrancou a espada de seu coração e a guardou na bainha, pegando seu capacete e o levando junto consigo. O sol já se punha no horizonte e até que se levantasse novamente, os restos mortais dos trevianos mortos já teriam se tornado cinzas, dessa forma, não haveria vestígios de sua presença no reino, muito menos a confirmação da sua localização para o Lorde Thamuz. Ela voou com Peu para o horizonte, retornando para casa. Para o Palácio de Plandar.
No caminho, Stacy viu enquanto os curandeiros tratavam os feridos. Novas carruagens chegavam para levar todos de volta ao reino em segurança. Estava feito, estavam em segurança.
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