Jisung não conseguia lembrar-se da última vez que havia visitado o Reino de Erya, a família Cho tinha laços fortes com a família Real do Reino, mas o Han pouco sabia sobre a nobreza daquele local. As poucas informações que tinham lhe pareciam o suficiente, já que não imaginava que seu casamento seria arranjado com uma moça daquele Reino. Sabia unicamente que o Rei de Erya estava com uma doença grave o suficiente para que ele tivesse de se afastar de suas responsabilidades como monarca, fazendo seu filho mais velho ter que assumir o posto de Príncipe Regente. Jisung sabia também que este Príncipe estava noivo e aguardava pela data do seu casamento ser marcada, já que com a doença grave do Rei, ele provavelmente logo iria partir de seu leito.

Aquela não era uma história nova entre famílias nobres, principalmente a família Real. Casamentos não eram vistos como algo feito por amor, para eles aquilo poderia servir como algo para firmar seus status, aumentar sua riqueza e prestígio, ou proteger seu Reino e o ajudar a prosperar. Já no caso de famílias nobres como a de Jisung, servia unicamente como algo para manter a honra e prestígio de sua família, assim como também manter a linhagem familiar. Casar por amor parecia quase que um conto de fadas difícil de ser alcançado. Havia príncipes que abdicaram de seu trono e acabavam sendo deserdados da família somente por seguir sua vontade de casar-se com alguém que amou e que suas famílias não aprovaram.

Os mais velhos cuidavam daqueles assuntos da forma que eles julgavam ser o "certo", e eles só precisavam acatar suas decisões já que não poderiam se opor ao poder da hierarquia.

— Tenho algumas terras em Erya, penso em dar uma residência em algumas delas como presente de casamento! — O Conde Cho exclamou. Já fazia mais ou menos dois dias desde a chegada de Jisung em Erya, depois de descansar por algum tempo, longo o Conde quis acertar os últimos detalhes sobre o casamento. — Admito que fiquei surpreso quando sua avó veio com essa proposta, achei que já estava noivo com a sua idade. Sabe, achei essa uma oportunidade mais do que perfeita, Miyeon noivou uma vez, mas o noivo a abandonou e manchou a imagem dela na cidade, achei que ela nunca conseguiria outro pretendente novamente.

— Agradeço pelo presente, Conde Cho. — Jisung respondeu, educado. — Nossas famílias são próximas, nada mais justo do que este casamento, não acha? Eu ainda não estava noivo, acreditava ser muito jovem para isso, mas agora sei que tenho responsabilidades a cumprir como o próximo Senhor da Residência Han.

— Exato, todos temos responsabilidades a cumprir desde que nascemos! — Exclamou, parecendo orgulhoso. — Vi você quando ainda era pequeno, é bom ver o quanto amadureceu. O Reino de Erya é muito agradável, vá conhecer a cidade do Reino hoje, estou preparando algumas coisas. Amanhã minha família irá em um encontro com o Rei, sendo minha filha uma futura integrante da sua família, é bom que nos acompanhe.

— Está bem, Senhor Cho, obrigado pelo convite.

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— Christopher! É ótimo receber sua presença em meu castelo! — Yoonsun exclamou, vendo o Rei de Vera aproximar-se com um enorme sorriso em seu rosto. — Estava ansioso para sua chegada desde a sua carta.

— Vim o mais rápido que consegui, temos assuntos sérios a tratar. — Respondeu, cumprimentando a Rainha Minji logo depois e virando-se para Seungmin. — É um prazer conhecê-lo pessoalmente, Príncipe Seungmin.

— Meu filho cresceu e se tornou um belo Príncipe, não acha, Majestade? — Minji gabou-se, pousando sua mão no ombro de Seungmin.

— Com certeza, Minji. Ele se parece muito com você.

— Todos dizem isso! — Disse, parecendo feliz.

— Vamos entrar! Creio que precisa descansar, Christopher, e então trataremos do nosso assunto. — Yoonsun disse, abrindo espaço para que o Rei entrasse pelo portão principal.

Seungmin estava um tanto curioso e confuso, havia poucas vezes em que Christopher havia visitado o Reino.

Christopher era o Rei de um reino chamado Vera, era um reino um pouco distante. Ele havia se casado e assumido o trono ainda muito cedo, com dezoito anos, após a morte de seus pais em uma grave epidemia que abateu o Reino na época. Um ano após seu casamento ele teve sua primeira filha com sua esposa, mas, infelizmente, ele acabou ficando viúvo muito cedo, com vinte e cinco anos. Agora, com trinta e seis anos, ele não havia se casado novamente e tinha somente sua filha ao seu lado, sem outros herdeiros que pudessem assumir o trono diretamente.

Seungmin preparava-se para entrar no castelo novamente, mas parou ao ver um mensageiro aproximando do castelo. Esperou por sua chegada no portão, sozinho.

— Trago uma carta do Reino de Eura! — Avisou, aproximando-se do Príncipe. — É de Sua Alteza Yang Jeongin, endereçada a Vossa Alteza Kim Seungmin.

Ele entregou a carta, fazendo uma reverência para o príncipe e se afastou. Seungmin encarou a carta em seus dedos, com um sorriso contido em seu rosto. Entrou no castelo e se direcionou ao seu quarto, sentou em frente à sua penteadeira e abriu a carta ansioso. A letra simples mas bem feita de Jeongin fez com que Seungmin sentisse seu coração mais aquecido, mesmo que aquilo ainda o fizesse sentir uma pontada de saudades, mesmo que nem fizesse tanto tempo desde sua partida. A carta não era muito longa, parecia ter sido escrita rapidamente.

"Cheguei em Eura em segurança, já faz alguns dias. Estava ansioso para escrever uma carta a você o mais rápido possível, meu pai tem planos de realizar um baile de aniversário para meu irmão. Você será convidado, mas queria que pudesse vir mais cedo e passar alguns dias aqui antes de ter que retornar para Ziana após o baile. Não sei se será possível, mas eu realmente gostaria disso.

Estou escrevendo rapidamente para mandar esta carta a você logo, mas logo o médico real chegará em meu quarto, hoje me sinto um pouco indisposto, então pedi para que ele viesse me examinar.

Espero que chegue em você logo, faz poucos dias, mas por causa do que aconteceu antes de minha partida, por algum motivo, sinto sua falta.

Se puder... Pode vir me visitar?

Yang Jeongin."

Seungmin logo pegou uma folha limpa guardada em uma das gavetas e escreveu para Jeongin, avisando que estaria à caminho de Eura logo e saiu de seu quarto, mandando o mensageiro de Ziana para Eura, a fim de mandar a carta para Jeongin. Ele só iria agora avisar seu pai e se preparar para partir no dia seguinte, porque, assim como Jeongin, por algum motivo ele sentia falta.

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Estavam no jardim do castelo de Erya, sentados ao redor de uma mesinha redonda, em cima havia algumas xícaras de porcelana cheias de chá, o local estava preenchido com o Rei de Erya e seu filho mais velho, o senhor Cho e sua filha e Jisung.

Erya era um Reino antigo, com uma grande história, abrigava a Família Real Lee. O Rei atual estava gravemente doente, o suficiente para ter que se abster do trono por estar sofrendo de demência, então seu filho mais velho, Lee Minho era o Príncipe Regente, comandava o Reino no local de seu pai por ele não poder assumir suas responsabilidades como Rei por causa de sua doença. Logo, Minho passaria de Príncipe Regente para Rei, ele estava de casamento marcado com uma princesa e assim que se casasse, subiria ao trono como Rei, já que as esperanças para a melhora de seu pai haviam se esgotado após ser examinado pelo médico real uma última vez.

— Tenho que parabenizar pelo casamento! Creio que serão um belo casal! — O Rei elogiou com um sorriso de orelha a orelha. — Queria poder estar presente na cerimônia, mas infelizmente mal posso sair do território do castelo que meu filho começa a me seguir por todos os cantos. Mas garanto que os presentearei.

O tom acusatório fez Minho revirar os olhos, mas preferiu manter-se quieto, ele só se preocupava com seu pai e sabia que ele poderia estar se sentindo um pouco sufocado por não poder mais ter tanta liberdade para visitar outros lugares como antes.

— Isso seria uma grande honra, Majestade. — Jisung agradeceu, mas algo em seu tom incomodou o Príncipe Regente, que se manteve em silêncio.

— Meu filho também irá se casar! Será uma grande cerimônia, mandarei um convite para que vocês compareçam, acredito que o casamento de vocês acontecerá antes da do meu filho.

— Agradeço, Majestade! — Miyeon disse após tomar um gole do chá em sua xícara. — Meu pai ainda está terminando de resolver alguns assuntos para que o casamento possa acontecer.

— Isso não demorará! Quero ver minha filha casada logo! Já passou da idade.

O encontro seguiu de uma forma um pouco tensa para os mais jovens, enquanto os mais velhos conversavam animadamente. Após algumas horas, eles finalmente se preparavam para ir embora, voltar para a Residência dos Cho na cidade. Jisung pouco conhecia o Reino de Erya e seus monarcas, então aquele havia sido seu primeiro contato com a família, ainda que o filho mais novo não estivesse presente. Mas uma coisa o Han sabia bem:

Lee Minho era amigo de Hwang Hyunjin.

E foi por isso que o Marquês agradeceu por estar partindo sem trocar muitas palavras com o Lee. Não sabia se o Hwang tinha contado sobre o que havia acontecido entre eles, se tivesse contado seria extremamente embaraçoso, e se não tivesse contado, ainda assim continuaria sendo embaraçoso.

— Marquês! — Jisung ouviu a voz de Miyeon, que se aproximava devagar. — Se não for incômodo, pode me acompanhar em um passeio pela cidade?

— Ah... Sim, claro.

— Obrigada, faz muito tempo que não tenho uma oportunidade para fazer isso, meu pai não gosta que eu ande por aí sozinha ou somente com minhas criadas.

— Por que não? — Perguntou confuso.

— Por causa do último escândalo... Te contarei na cidade. Na verdade, acho que você entenderá sozinho somente por estar caminhando comigo.

Os dois seguiram juntos para a cidade, avisando o senhor Cho que ainda não voltariam para a Residência da família. Os dois foram juntos, sem muitas objeções do pai de Miyeon. A capital de Erya tinha um centro comercial muito vasto, com muitas barracas populares abertas na rua, parecia que um festival típico do Reino de aproximava, então tinha indícios de decorações em algumas casas e barracas, assim como algumas coisas à venda no meio da rua, como máscaras engraçadas e decoradas e roupas estranhas e exageradas com cores gritantes. Muitas crianças corriam em grupos pequenos de amigo entre as barracas mais infantis, alegres enquanto compravam com pequenas moedas de bronze o máximo de brinquedo que conseguiam com aquela quantia.

Jisung ainda se perguntava o que Miyeon estava querendo se referir com "você entenderá sozinho", não via nada de estranho naquela parte, até porque o que mais tinha eram adolescentes e crianças parecendo se preparar para aquele divertido festival.

Mas, ao chegarem em outra parte do mercado em que havia mais adultos, o Han conseguiu perceber olhares estranhos direcionados a Cho ao seu lado e alguns para si mesmo. Alguns homens olhavam com zombaria e algumas mulheres tinham um olhar "divertido" mas que mais beirava a maliciosidade. Alguns burburinhos também puderam ser ouvidos em algumas partes do mercado. Ia questionar aquilo com a Cho, mas ela respondeu antes que pudesse:

— É isso que acontece quando uma mulher de família conhecida tem a reputação manchada por um homem, principalmente se foi seu ex-noivo.

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Queria pedir algo antes que isso acabe por acontecer, não sei porque, mas tenho o pressentimento que isso pode acontecer. Não quero nenhum tipo de reclamação de shipp ou algo do tipo, os shipps estão bem grandes lá nas tags da fic e não vai mudar.

Não esqueçam de deixar um votinho aqui caso tenham gostado do capítulo e nos vemos aqui semana que vem de novo!