Capítulo X

Tudo parecia estar seguindo calmamente, sem grandes problemas caindo sob o reino, a Rainha Soon havia recebido uma carta de seu marido, já em Eura, preocupado sobre a preparação da volta do restante da família Yang que havia permanecido no castelo. A data para a volta estava ficando próxima, fazendo um pouco de melancolia abater os dois príncipes, que durante essa temporada haviam ficado especialmente íntimos. Além disso, uma outra carta havia chegado, direcionada ao Rei de Ziana, avisando a chegada do Rei de Vera para tratar de assuntos privados entre os dois reis.

Se abstendo dessa reunião entre os dois reis, Seungmin e Jeongin resolveram somente aproveitar seus últimos dias juntos. Após a revelação de Jeongin durante aquela aula, os dois sentiam-se mais próximos, o suficiente para poderem confiar um no outro assuntos que com certeza não poderiam compartilhar com outras pessoas. Agora, Seungmin via o Yang com um olhar diferente, sentia que talvez, nem todas as esperanças estivessem perdidas.

— O Marquês tem outros livros como aquele? — Nos últimos dias, o Yang havia se mostrado curioso e interessado no livro de Jisung.

— Só mais um, e outro ele ainda está em processo de escrita, mas tem grandes chances de ele abandonar.

— Por que? Ele escreve bem. — Jeongin disse, parecendo um tanto triste.

Os dois estavam mais uma vez em frente àquele lago da fonte natural, sentados em meio a grama baixa, o dia estava bem quente, então resolveram ir para aquele ponto juntos e cancelaram a aula de piano do dia.

— Nem tudo se resume a escrever bem, Jeongin. — Seungmin suspirou. — É preciso ter inspiração, algo que faça você ter vontade de se esforçar. Jisung escreve, só tem eu como leitor e ele mesmo, mas ele tinha o sonho de um dia ter uma obra reconhecida e de se tornar um grande escritor. Porém, ele perdeu sua principal fonte de inspiração e quando isso acontece, sua fonte de criatividade é simplesmente esgotada… Escrever não é algo que se resume unicamente em escrever bem.

Jeongin assentiu com sua cabeça devagar, mostrando que entendia. Pelo tom usado pelo Kim, parecia que as coisas realmente não estavam bem com o marquês e que ele estava preocupado.

— Ele irá abandonar esse sonho de ser um grande escritor?

— Eu não sei. Mas deve ser difícil dar tantas horas de seu tempo para uma obra que não será lida ou reconhecida.

— Na próxima vez em que eu tiver a oportunidade, quero poder conhecer o Marquês de Ilsan melhor.

Seungmin sorriu, parecendo satisfeito e animado com aquela ideia.

— Acho que Jisung adoraria conhecê-lo melhor também. Ele precisa saber que ganhou mais um admirador. — Brincou, fazendo Jeongin mostrar sua língua para o mais velho.

— Chame-me do que quiser. Mas não é só porque estou curioso sobre algo ou alguém que sou um admirador. Para admirar um autor, preciso ler mais de uma obra sua para saber sua marca em seus livros. Para admirar uma pessoa, preciso conhecê-la mais intimamente para saber seu caráter.

— Agora que você me conhece um pouco mais, me admira então?

Jeongin pareceu pensar por um momento, percebendo a expressão do Kim ficar mais fechada por causa da sua demora, ele sorriu e se levantou.

— Alguma coisa me diz que você não está me perguntando realmente sobre admiração. — Brincou, estendendo sua mão para o mais velho, que aceitou em meio a resmungos. — Está muito quente, vamos nadar um pouco, depois te conto.

Para que não voltassem completamente encharcados para o castelo ou pegassem algum tipo de resfriado, haviam levado toalhas com eles, que estavam dobradas em cima de uma rocha mediana, e também resolveram tirar a camada superior de suas vestes, permanecendo com a camada de roupas inferiores. Apesar do clima um tanto quente, a água estava bem gelada, Jeongin foi o primeiro a ficar completamente submerso na água, voltando satisfeito e balançando sua cabeça, a fim dos vários pingos de seu cabelo acertarem o mais velho, que ainda permanecia com seu cabelo seco.

— Talvez eu te admire agora. — Jeongin disse, jogando um pouco de água no rosto do Kim. — Talvez não.

— Então não vai me responder de forma direta?

— Eu posso te dizer amanhã, no dia em que eu partirei para Eura e você ficará aqui com sua resposta. — Jeongin sorriu e murmurou em um tom bom o suficiente para que Seungmin o ouvisse. — Parece uma lástima meu pai ter pedido para voltarmos agora.

— Uma lástima?

— Hm, uma lástima. — Suspirou. — Estarei partindo amanhã, espero que isso não nos faça perder o contato. Mande-me algumas cartas quando puder, ou então, vá me visitar, adorarei mostrar para você  o meu Reino.

Seungmin sorriu, sentando-se na borda do lago. Jeongin o observou, seus fios completamente escuros pareciam refletir cada pingo de água que escorria devagar.

— Verei isto como um convite especial, então logo irei cobrar para que me mostre cada canto de Eura.

— Só peço para que me mande uma carta como um aviso antes de aparecer por lá. — Sorriu, sentando-se ao lado do Kim. — Terei o Príncipe da Primavera em meu castelo, que grande emoção!

O tom de brincadeira na voz do Yang fez com que Seungmin se sentisse envergonhado, dando um empurrão leve no ombro do mais novo, com um sorriso contido em seus lábios.

— Não me chame assim, é constrangedor e não tem motivo para tal título.

— Discordo. — Respondeu, aproximando-se novamente do mais velho e fazendo-o mirar seus olhos. — Para mim esse título é mais do que perfeito para você.

— Por que seria…?

Jeongin respirou fundo e desviou seu olhar, parecendo que estava divagando sobre como responder e voltou a olhar para os olhos do mais velho. A proximidade parecia um tanto incômoda para ambos, mas não era ruim, era muito boa.

— Porque você é uma verdadeira beldade, de longe você já é extremamente chamativo e quando alguém tem a oportunidade de te conhecer de perto, fica ainda mais atraente. E eu tenho a leve impressão de que você tem o mesmo aroma doce das flores do jardim.

— Disse que me responderia amanhã, mas por que parece que essa já é sua resposta? — Indagou, provocativo e um pouco ansioso.

— Hm… Por que será? — Brincou, dando um sorriso zombeteiro e se afastando. — Então, não continue com esses tipos de perguntas, não quero respondê-lo agora.

— Parece que está brincando comigo.

— Parece? Não é a minha intenção, só não consigo formular nada certo agora, preciso de um tempo para acalmar minha mente, já sou confuso normalmente, mas sinto que agora estou pior. — Deu uma risada curta. — De qualquer maneira, você vai ter sua resposta, e como eu disse antes, você é muito bem-vindo em Eura.

Seungmin suspirou, ele nunca foi uma pessoa tão paciente, mas aquela curta risada do mais novo parecia ter dado a ele uma dose de paciência a mais.

A residência parecia ter sido inundada de êxtase repentinamente, sons de rodas e cascos de cavalos se aproximaram, soando por todo o pátio da residência nobre. O Marquês saiu de sua residência para ver a carruagem do Príncipe de Ziya se aproximando, quando viu a figura alta sair da carruagem, sentiu como se, por alguns instantes, toda a compostura que tinha em frente ao seus avós nos últimos dias havia desabado, mas logo se recuperou e esperou pacientemente pela aproximação do Príncipe.

— Fiquei surpreso ao receber sua carta repentina, foi um tanto descortês de sua parte simplesmente vir para cá antes de receber uma resposta. — O Han começou, encarando o rosto do Hwang.

— Sinto muito, mas era um assunto urgente que estava pendente. Partirei em pouco tempo, só quero resolver isto.

— Ah, Alteza, não precisa partir tão rápido! — A avó de Jisung exclamou, animada. — A viagem deve ter sido cansativa, entre e descanse.

Hyunjin sorriu para a senhora de idade avançada e abanou com uma de suas mãos, dispensando a extrema cordialidade.

— Senhora Han, não se preocupe, realmente só preciso resolver esse problema com Jisung e então partirei.

— Oras, o que meu neto deve ter aprontado para criar um problema urgente o suficiente para sair de seu reino e vir visitar nossas terras tão repentinamente? — Ela perguntou.

— Não precisa se preocupar com isso, é um assunto particular.

Jisung, que havia permanecido quieto enquanto os dois conversavam, finalmente chamou a atenção, arranhando sua garganta levemente.

— Então vamos resolver logo este problema para que possa partir de volta para Ziya antes de anoitecer. — Jisung disse, recebendo um olhar de reprovação de sua avó, então logo se corrigiu. — Temo estar roubando seu precioso tempo, Alteza.

Jisung então o chamou com um gesto de sua cabeça e começou a andar para dentro da propriedade, alguns dos criados da residência observaram o príncipe encantados, eram poucas as vezes que poderiam ter a oportunidade de ver um membro da realeza de perto. O porte dele chamava atenção, assim como sua aura e uma chamativa confiança em seus gestos e passos. De alguma forma, aquilo pareceu estressar o Han que o acompanhava, ele só queria que Hyunjin fosse embora o mais rápido possível, não queria ter que lidar com ele naquele momento ou fazer muito alarde pela presença dele em Ilsan.

O Han o levou para seu escritório e fechou as portas, garantindo que não teria ouvidos curiosos. Sentou-se em sua cadeira e esperou que o Hwang fizesse o mesmo à sua frente. Devidamente acomodados, Hyunjin começou:

— Ouvi dizer que seus avós começaram a negociar um casamento para você com a filha de um Conde, a senhorita Cho Miyeon. Por que isto de repente?

— E por que você quer se envolver nisso? Até onde sei, você tem uma prometida desde os seus treze anos. — Lembrou o mais velho, com um tom de mágoa. — Eu fui muito inconveniente e agora resolvi tomar jeito na vida, como meus avós querem.

— Não quero que você se case.

— E que poder você tem sobre isso? Não pode se envolver nessas negociações que nada lhe dizem respeito! Se for para me casar, eu me casarei.

— Por que decidiu isso tão de repente?

— Porque eu quero deixar de ser seu brinquedo, que te distrai em um momento de tédio e depois larga em qualquer lugar como se não fosse nada! — Exclamou, tão alto que se tivesse alguém do lado de fora bisbilhotando, com certeza teria escutado. — É preciso levar os negócios da família para frente.

— Um brinquedo? De onde você…

— Talvez para você possa não parecer nada demais, Hyunjin. Mas a forma que me trata me machuca profundamente. Teve alguma vez que falou abertamente comigo sobre o que sentia? E como você reagia quando eu falava abertamente com você? — Indagou, sem receber respostas do Hwang. — Eu sei que isso deve ser complicado, é muito para se pensar, tudo vira uma confusão em sua mente, por isso esperei para que colocasse ordem em seus pensamentos e finalmente chegasse a uma conclusão sobre nós. Mas por que essa conclusão nunca chegou?

— Porque é difícil! Como disse, estou noivo desde meus treze anos, tenho um trono para assumir no futuro, não é fácil decidir coisas como essas estando nesta posição, você é um Marquês, não sabe a extrema pressão que um povo inteiro coloca em você, esperando que suba ao trono. — Tentou se justificar, soando um tanto desesperado. — Todos querem que eu case e vire um bom Rei, como meu pai ou até melhor.

— Então faça isso, case-se e vire um bom Rei para seu povo e pare de me machucar. Eu irei fazer o mesmo.

Hyunjin balançou sua cabeça em negação.

— Eu não quero. Por favor, não posso vê-lo se casar dessa forma, tão rápido.

— É só não ver, simples. Você não está convidado para a cerimônia, e mesmo que seja convidado pela minha avó, é só negar o convite e usar alguma desculpa. Vai ser só o casamento de um Marquês, um Príncipe Herdeiro não precisa se preocupar com isso. — Ele deu um longo suspiro e se encostou na costa da cadeira. — Parta antes de escurecer, durante a noite a estrada de Ilsan é perigosa. Peço para que não fale mais sobre esse assunto comigo, já está decidido e as negociações com a família Cho estão correndo muito bem.

Com isso, Jisung se levantou para sair da sala, mas foi parado repentinamente pelos braços do mais velho, que o abraçaram em um último ato de súplica.

— Me diga tudo que o magoou, tudo que eu fiz para que isso acontecesse, mas não me trate de forma tão fria, isso me despedaça, Jisung.

Já cheguei a falar isso antes, mas eu acho que foi somente no meu mural...

Enfim, essa fic tem dois finais, não consegui decidir ainda qual escolher, eu estava pensando então em fazer algo como uma "votação às cegas" no insta kk

O que acham? Eu só faria isso quando a fic já estivesse perto do final, uns seis ou cinco capítulos antes de terminar... Por aí.

Estamos no décimo capítulo da fic, então deixo avisado que o planejado é ela ter 20 capítulos, o máximo que eu dou para ela é uns 22 capítulos.

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