Prólogo
Sozinho.
Theo estava completamente sozinho, sem amigos, em um lugar completamente desconhecido e com um corte no lado direito da boca e um roxo na região do olho, sua vida já era ruim e agora acaba de piorar.
Ao menos conseguiu escapar do lugar que algum dia já chamou de "lar", mas agora estava sem casa e tinha somente a sua caminhonete como teto, já que absolutamente ninguém da sua família o ajudaria, todos estavam do lado dos seus progenitores.
Precisou deixar o bairro onde morava às pressas antes que acabasse morto pela própria família, nenhum de seus vizinhos o ajudou.
Bom, nunca o ajudaram antes, por quê ajudariam naquele momento?
Tinha um lado bom, finalmente estava livre, mas agora estava com fome, sem ter onde morar, não sabia o que fazer, como faria agora? Esse seria o seu fim? Simplesmente acabar morrendo de fome? Tanto sofrimento para ter esse final? Bom, não sabia o que poderia fazer agora.
Parou o carro em uma rua quase deserta nas proximidades de um posto de gasolina em um região da cidade até então desconhecida por ele, precisou atravessar São Paulo para conseguir ficar seguro, agora poderia respirar aliviado, havia alguns caminhões ali, apenas ficou parado observando o movimento no posto pela janela, estava de noite, as luzes da cidade estavam todas acesas.
Estava com fome, faz horas desde a última refeição e ele não tinha um tostão no bolso.
— Sem comida, sem emprego, é Theo, você está no fundo do poço — fala para si mesmo.
25 anos de sofrimento, trabalhava com o progenitor desde os 15 no bar da família, sobre os olhares maliciosos de homem mais velhos, se sentia extremamente desconfortável com a situação que tinha que passar todo santo dia. Quando descobriram sua sexualidade entre a noite de ontem e a madrugada de hoje foi um verdadeiro pesadelo, seu pai lhe espancou e depois pegou uma faca, sua mãe apenas observava tudo.
Por sorte ele conseguiu acertar um chute na barriga do mais velho, logo ele se levantou e pegou a chave da sua caminhonete usada que havia comprado aos 20 anos e fugiu.
E assim ele chegou nessa situação deplorável.
Assim que escuta alguém bater no vidro do carro, Theo se assusta, era um homem barbado, usando um boné e roupas sujas. Theo não sabia se tinha feito a escolha certa, mas decidiu abrir a janela.
— Oi — diz em voz baixa.
— Quanto você cobra? — o homem pergunta.
— Como é? — Theo indaga.
— Quanto é o programa? — Agora ele entendeu tudo.
O homem estava achando que ele era um garoto de programa.
— Eu não..
— Te pago 100 reais — O homem não havia deixado Theo terminar de falar.
Theo iria responder, mas então parou para pensar um pouco, não tinha um teto, não tinha comida e ele estava morrendo de fome, não conseguiria arranjar emprego no estado em que estava. Theo não tinha outra escolha, não havia ninguém para lhe ajudar, precisaria se virar do jeito que fosse.
Nem que fosse desse jeito.
Abriu a outra porta para que o homem pudesse entrar, respirou fundo assim que o homem começou a desabotoar a calça.
Infelizmente esse é o único meio de conseguir algum dinheiro para não morrer de fome. Depois de tudo o homem lhe pagou, Theo olhou para a nota de 100 reais em suas mãos, poderia ir até a loja do posto e comprar alguma coisa.
Depois, teria que esperar outro homem aparecer de novo.
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