𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 16
" Eu sei que não é o mesmo
Mas eu sinto isso de qualquer maneira
Diga-me se isso está certo
Agora vou estar no meu caminho
Deveria ter percebido
Agora eu me sinto insano
Eu sou insano? "
— In My Heard, Peter Manos.
Meu Deus do céu! Meu coração bate tão aceleradamente, que parece que ele está na minha garganta, de modo que faz com que minhas perspectivas mudem-se de forma imediata. Por que sincera e honestamente, eu não tenho peito para aguentar isso daqui para frente.
Ainda sentada ao lado do tenente mais durão, lindo e gostoso que eu já pude conhecer, tento processar o que acaba de acontecer a segundos atrás.
Em um minuto estávamos transando e no outro simplesmente estávamos tentando salvar nossas vidas. É, isso é realmente uma coisa muito louca, sem dúvidas. É muita adrenalina, senhor!
Aí eu pergunto a vocês, será que foi essa a vida que Deus reservou para mim? Uma mãe morta, família longe, pai preso e agora ter que fugir de um bandido maníaco.
— Você está bem? — diz ainda dirigindo só que com os olhos vidrados na direção.
— Claro que não, eu estou apavorada, não sei o que vai ser da minha vida Gael, esse atentado com certeza foi ele, foi Grego!
— Eu não tenho dúvidas disso, mas de qualquer forma, preciso saber tudo mais a fundo sobre isso.
Cubro meu rosto com as duas mãos e encosto a cabeça no banco do carro, choro, choro desesperadamente, por que isso tem que acontecer comigo?
Essa é uma das perguntas que não sai da minha cabeça desde o dia que subi naquele maldito morro.
— Se acalma, tá? Vou resolver essa situação, agora o importante é que você fique segura.
— Eu sei Gael, mas e meu emprego, minha faculdade.. — digo desesperada.
Por que só eu sei como lutei para ter um emprego, para aí sim poder fazer faculdade.
— Calma, tudo vai se ajeitar nos seus conformes — diz tentando me acalmar.
De certa forma, isso até funciona, por que ele conseguiu me deixa um pouco mais calma só em fala isso.
Todavia, fico calada, pois ainda tento assimilar as coisas que acabou de acontecer. Só que a proposta que Gael me fez não sai da minha cabeça, como posso aceitar ficar em sua residência se não temos absolutamente nada um com o outro? E se eu tiver na casa dele e ele aparecer com outra? Acho que não vou suportar.
Droga! Tudo está chegando a esse ponto? Eu com ciúmes do tenente, meu Deus!
— Está pensando no que te falei?
Como assim? Virou bruxo agora?
— Sim, mas estou pensando seriamente em não aceitar.
— E por qual motivo?
— O motivo é que, não quero me decepcionar, Gael!
Ele estaciona o carro e eu logo pude perceber que já estamos no seu condomínio, vira para minha direção e me encara com um olhar diferente, como se ele quisesse me dizer algo, só que não diz.
— Olha, eu tô fazendo o máximo que eu posso para te ajudar, por que gosto de você, não quero que te aconteça algo, então por favor, deixa meus seguranças buscarem suas coisas e sua vizinha.
Como assim Gael esta me pedindo por favor? Me recuso a acreditar que isso é real.
— Nem acredito que vive para ver você me pedir por favor em algo — digo tentando ser descontraída para esquecer um pouco do que aconteceu.
— Nem eu tô acreditando, mas tô falando sério, você tem que sair de lá.
Dou um sorriso de lado e puxo o ar para meus pulmões.
— Tudo bem, eu aceito ficar em uma das suas casas, mas só até eu conseguir encontrar uma que eu possa pagar.
— Combinado, mas antes disso, vamos passa em um lugar que de hoje em diante terá que frequentar.
— Que lugar?
— Você vai ver — diz com um sorriso torto e desce do carro.
Faço o mesmo e vejo ele falando com seus seguranças alguma coisa, ele entrega a chave do carro a um deles e faz sinal para que eu o acompanhe. O acompanho e assim que chego na porta da sua casa paro.
— O que foi? — arqueia uma sobrancelha.
— Aquela sua rottweiler não está solta por aí não né? — digo vasculhando o local com os olhos.
— Relaxa, Suzy tá na área dela, vem logo — diz em tom de tédio e eu reviro os olhos.
Óbvio que eu tinha que perguntar, imagina se vou passar pela mesma coisa que da última vez? Nem pensar, da aquela cadela quero distância, apesar de que eu estou estudando para ser veterinária, tenho um pouco de medo de cachorros dessa raça.
— Deixa a bolsa aí no sofá, está com fome? Quer comer alguma coisa? — diz jogando seu celular, que parece ter custado uma nota e sua chave do carro no sofá.
— Bom, tô só um pouquinho — digo um pouco tímida.
Mal sabe ele que como pra caramba, mas por educação não vou deixar ele saber, do jeito que é debochado, vai me chamar de morta de fome.
— Certo, deixa só eu ver se Jade deixou algo na geladeira, se não vamos ter que fazer.
— Quem é Jeda?
— Ah, ela é a empregada da família, fica na casa dos meus pais e por aqui.
— Entendi.
Ele segue para cozinha e eu aproveito para olhar melhor sua casa, a sala é um sonho, tudo muito bem organizado, logo no centro tem um sofá enorme, que parece caber muitas pessoas e logo a frente tem uma televisão que parece ser de cinema, várias estantes com livros e fotos da sua família.
Tem ele com a mãe dele e o pai, com os primos, só uma que não reconheci, ela tem os olhos azuis e parece um pouco com Miguel. Tem também ele com toda a sua família reunida em uma mesa, com alguns caras que parecem ser seus amigos do batalhão, enfim, são muitas fotos, mas eu achei todas legais.
— Você pode me ajudar aqui? — diz me chamando ao aparecer na porta da cozinha.
— Claro — caminho até lá.
Assim que entro, fico encantada, caramba! Essa é a cozinha dos meus sonhos, na verdade é o sonho de qualquer mulher ter uma cozinha desse nível, tudo de inox, até a pia é de inox. Ela é toda espaçosa e tem um balcão dividindo a parte da mesa de refeições e as cadeiras, com a parte que tem o fogão, geladeira, forno, pia e bancadas.
— Que cara é essa? Parece que nunca tinha entrado numa cozinha antes — diz rindo da minha cara, que homem abusado!
— Em uma dessa com certeza não — digo ainda boquiaberta, como se eu tivesse em um lugar jamais visto.
Sou muito besta mesmo!
— Então aproveita que Jeda não está aqui e me ajuda a preparar algo, por que quando ela está, tirando minha mãe, ninguém pode entrar, eu mesmo tenho que passar longe dessa cozinha. — diz rindo e eu rir mais ainda.
— Ela trabalha para sua família a muito tempo?
— Muito tempo, desde quando eu usava fraudas.
— Nossa, então ela é muito querida então.
— Sim, ela é..só é uma senhorinha muito brava — diz fazendo uma careta e eu começo a rir novamente.
— Vai rindo, se ela estivesse aqui você ia ver — diz tirando a camisa e sai da cozinha.
Imagina, um cara todo musculoso como Gael, com essa cara de mal dele, apanhando de uma senhora para não entrar na cozinha? Foi muito hilária essa cena, que acaba de passar pela minha cabeça.
Fico olhando tudo, ainda apaixonada, vou até a geladeira e vejo que essa é daquelas que pode pegar água na porta, nossa que sede! Olho em minha volta e vejo um monte de copos e taças em um dos armários, me estico para tentar alcançar, mas sem sucesso.
Então me estico mais um pouco e nada..droga! As coisas aqui é tudo no alto, eu sou tão pequena.
— Nossa, que visão! Estou vendo sua calcinha daqui — diz malicioso encostado na porta da cozinha, de braços cruzados.
— Ao invés de ficar ai vendo ela, poderia me ajudar? Tô com sede — digo quase suplicando.
Ele vem em minha direção com a cara mais sinica do mundo e pega o copo sem nenhuma dificuldade, também né, o homem é enorme.
Ele estende o copo em minha direção, mas quando vou pegar ele o afasta.
— Para Gael, quero beber água.. — digo já brava, Gael já tá me tirando a paciência.
Nisso, ele continua sorrindo com essa cara irônica dele e eu tento pegar o bendito copo, mas ele levanta o braço, dificultando ainda mais para mim.
— Só com uma condição.. — diz sorrindo da minha cara emburrada.
— Fala.. — digo sem paciência e cruzo os braços.
— Quero um beijo — diz me encarando com esses olhos azuis lindos e encantadores, porém tô com raiva dessa cara irônica dele.
Fico o fitando por um tempo e logo chego a conclusão de que, eu vou ficar com sede se esse cara de pau não me dar esse copo bendito, então descido me render.
— Só um — digo abrindo um sorriso e ele se encosta na bancada, ainda com o copo na mão.
Vou até ele e fico entre suas pernas, ponho minhas mãos em seu abdômen trincado e as deixo percorrer até seu peitoral tatuado. Faço o mesmo caminho e aproximo meu rosto do dele.
Gael observa todos os meus movimentos, como um animal que estuda sua caça antes de atacá-la. Mordo seu queixo e sinto sua barba espetar meus lábios, beijo o mesmo e subo até seus lábios. Gael entre-abre seus lábios dando passagem a minha língua, que logo entra em contado com a sua de forma suave.
Levo uma mão para dentro dos seus cabelos e deixo meus dedos afundarem nos fios sedosos e lisos. Em algum momento ele largou o copo em algum lugar, por que agora sinto suas duas mãos segurarem minha cintura com firmeza, pressionando meu corpo contra o seu.
— Hum — geme em meus lábios e intensifica o beijo.
Sabe quando você sente uma quentura invadir as células do seu corpo e você não sabe de onde essa tal quentura vem? Pois é, é exato assim que estou, as mãos de Gael me aperta cada vez mais, como se estivesse perdendo o controle sob si mesmo.
Nosso beijo é daquele de tirar o fôlego e de desentupir pia, até que com um movimento rápido, sinto minha bunda em algo frio, interrompo o beijo e logo vejo que já estou sentada sob a bancada.
Gael vem para cima de mim e começa a beijar meu pescoço, chupa o lóbulo da minha orelha.
— Eu quero você — sussurra no meu ouvido me fazendo ficar toda arrepiada.
Puxo seus cabelos e tomo seus lábios em um beijo profundo, seus lábios reivindicam os meus de forma provocante, me fazendo sentir meu sexo de encharcar.
De repente, um celular começa a tocar, ele ainda reluta em se afastar, pois sua boca está no meu pescoço novamente.
— Vai atender — digo tentando não gemer.
— Depois eu retorno.
— Vai logo Gael — o empurro e pulo da bancada.
Ele me lança um olhar de " já já você não me escapa" e eu engulo seco, ele sai da cozinha e vai atender a tal ligação. Olho para a bancada novamente e me imagino debruçada ali com ele enfiando aqueles 25cm dentro de mim. Minha nossa! Que calor..só de imaginar já me deu esse calor, imagina só passando por isso.
Droga, esse homem está me fazendo ser uma pessoa muito pervertida, balanço minha cabeça negativamente na tentativa de afastar esse pensamento nada descente com o tenente gostosão e pego minha água.
Assim que tomo, lavo o copo e deixo sob a bancada para que Gael guarde, afinal eu não alcanço, vou até a geladeira a abro e pego alguns ingredientes. Olho para o relógio de vidro na parede e vejo que já são 18:00 da noite, nossa as horas passam voando.
(...)
Os minutos passam-se e eu não tenho nem um sinal de vida do Gael, será que ele saiu? Dou de ombros tentando não me importar e termino de preparar a torta de frango que aprendi com Vânia. Assim que termino a massa ponho o recheio e coloco no forno, sigo até as paredes de vidros da cozinha e observo a noite, até que começa cair uma forte chuva.
Encosto minha testa na janela e deixo uma lágrima escapar, como vou seguir minha vida agora? Me sinto como uma intrusa aqui, neste lugar tão luxuoso que chega a me incomodar um pouco, pois não estou tão acostumada com tudo isso.
— O cheiro está bom — diz atrás de mim e eu quase tremi por conta do susto.
— Droga, por que você tem que chegar que nem um fantasma?
— Eu não fiz nada você que tá aí distraída, me diz..o que foi agora?
— Quero ir embora.
— Por que?
— Sei lá, eu..eu só quero ir tá?
— Não vai sair agora, olha só como está chovendo — aponta para a janela.
— Não posso ficar aqui Gael, tenho que ver Vânia.
— Está tudo bem com ela e pode ter certeza que logo mais ela aparecerá por aqui.
— Oi? — faço cara de quem não está acreditando no que ele acaba de dizer.
— Mandei meus seguranças buscarem ela e suas coisas — diz com as mãos no bolso.
— Você é doido?
— Não, só tô te prevenindo de ter que ir até lá — da de ombros.
— Cara, você só pode ser maluco, não é possível uma coisa dessas — coloco as mãos na cintura, ainda incrédula.
— Por que está brava? Eu só queria que você não pusesse mais os pés lá, só por precaução, aquele maníaco do caralho que você mesma se deu o trabalho de procurar esta solto por aí e eu não tenho ainda o cacete do mandato para invadir a favela — esbraveja nervoso.
— Tudo bem, muito obrigado por isso, mas não gosto que tome decisões por mim, ainda mais quando se trata de algo tão sério, tudo tem que ser com calma Gael, você só sabe sair atropelando as coisas.
Ele começa a respirar pesadamente e fecha os olhos como se estivesse buscando por controle.
— Quer saber.. Vai se lascar! — esbraveja alto.
— Vai se lascar você também — brado sentindo meus olhos arderem.
Ele bufa emburrado e sai pisando duro da cozinha, droga! Por que ele tem que ser assim? Um furacão em forma de homem?
▄︻┻┳═ - ═┳┻︻▄
Oi amores, o que acharam desse capítulo? Gael e Gabriela parecem cão e gato, haha!! ❤️😘
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top