Capitulo 31

| CONTROLADOR |

Any Gabrielly

Josh hoje tinha uma entrega para fazer e não queria me levar. Tive que insistir porque não queria ficar sozinha e ele demorou um pouco para aceitar. Ameacei fazer uma greve de silêncio e ele desistiu quando falou comigo pela segunda vez e eu não respondi. Sou um amor, não sou?

Já estávamos chegando no local e eu estava encolhida no banco da frente por conta do frio que fazia hoje. O medo de pegar uma gripe, minha imunidade deve estar uma merda ainda.

Josh parou o carro e eu tirei meu cinto descendo. Dessa vez era um novo local, estávamos no sul com os Red.

Peguei na mão dele e seguimos juntos até o grupo que já estava à nossa espera.

— E aí Kyle! — se cumprimentaram com um toque de mão.

— Eai. — respondeu o loiro.

Andamos pelo local até chegarmos em um lugar para troca. Ali eles conversaram novamente e eu fiquei no meu canto. Pelo menos os Red são mais respeitosos e não ficaram me olhando a cada dois segundos.

— Gabrielly seu nome? — Gusta, líder dos Red, perguntou enquanto pegava a bolsa com dinheiro.

— Isso. — digo com as mãos no bolso da blusa.

— Verdade que não se envolve nesse meio? — assenti. — Nada de armas? — neguei.

— Mas sei me defender, caso lhe interesse. — ele me lançou um olhar desafiador.

— É mesmo? — cruzou os braços com um sorriso. — Se pudesse desafiar uma das minhas meninas, quem escolheria?

Meu olhar percorreu aquela sala toda, mas nenhuma daquelas garotas me chamaram a atenção.

— Ele. — apontei para um dos caras que estava ao lado dele.

— Ficou maluca? — Josh protestou ao meu lado.

— Está falando sério? — perguntou Gusta e eu assenti. — Quero ver isso agora.

— Mas eu não deixo. — Josh se colocou à frente.

— Mas você não tem que deixar. — protesto vendo ele me encarar e alguns levarem a mão na boca com tal audácia minha.

— Gabrielly, ele tem o dobro do seu tamanho. — disse sério.

— Bailey também tinha, e mesmo cansada dei um pau nele. — o loiro negou.

— Ela não vai. — Josh disse como se a sua palavra fosse a final.

— Obrigada por confiar em mim. — digo deixando aquele local e bato aquela porta com força.

Sério? Desisto do Josh. Até hoje ele não me deixa treinar com os meninos e somente as meninas vem me ajudando, mas aquilo não me basta. Não adianta, não consigo colocar na cabeça dele que dou conta, ele insiste em dizer que só quer me proteger e que não preciso disso. Quando ele vai entender que eu aprendi a gostar disso?

Se a intenção dele era me ver irritada com ele, parabéns, acabou de conseguir!

Andei por aquelas ruas vendo vários caras conversando e apenas segui o caminho dos carros.

— Ei dona. — parei de andar quando um cara entrou na minha frente. — Está perdida?

— Não. — digo seca tentando passar, mas ele entra na minha frente. — Vai sair ou está difícil? — pergunto séria vendo ele rir.

— Nem é daqui e está com essa marra toda? — cruzou os braços. — Cuidado em garotinha, faço da sua vida um inferno. — ri debochada.

— Minha vida já foi um inferno, você no máximo viria de brinde.

Passei ao seu lado, mas ele me segurou pelo braço. Sem pensar, apenas girei meu corpo e acertei um chute em sua barriga fazendo ele ir com tudo ao chão.

— Ficou maluca garota? — disse se levantando.

— Toque em mim de novo que te mostro o quão maluca sou. — digo irritada.

Me virei para retomar meu caminho, mas fui obrigada a levantar as mãos quando um grupo apontou armas na minha direção.

— Você não está na sua casa. — travei meu maxilar vendo ele entrar na minha frente. — E vou te fazer pagar por esse chute.

— Encosta só um dedo nela que eu perfuro sua cabeça com uma bala. — escutei aquela voz irritada de Josh atrás de mim e logo o cara na minha frente se afastou.

— Por que está apontando arma pra garota, Logan? — Gusta se aproximou parando do meu lado. — Perdeu a noção do perigo?

— A garota me chutou. — disse simples.

— Não teria te chutado se você não tivesse tapado minha passagem e não tivesse agarrado meu braço quando tentei passar. — cruzei os braços e foi questão de segundos até ver o Josh em cima do cara.

— Tocou nela seu filho da puta? — perguntou irritado e Gusta não mexeu um dedo para impedir aquilo.

— Não sabia que a garota estava com vocês cara. — revirei os olhos me afastando.

— Não só está com a gente, como é minha namorada. — suspirei parando ao lado de Sina.

— Onde está o carro? — pergunto para a loira.

— Só cruzar essa rua. — assenti e sai por trás deixando toda aquela zona.

Me aproximei dos carros e Lamar estava ali.

— Lamar vamos. — digo entrando no seu carro. — Não faz pergunta, só dirige até em casa. — bati a porta e vi o moreno olhar em volta antes de entrar no banco do motorista.

— E o Josh? — perguntou ligando o carro.

— Não sei e nem quero saber. — abaixei o vidro do carro e ele logo saiu.

Abracei meus joelhos naquele banco e fechei os olhos um pouco.

Isso não é drama da minha parte, é cansaço de perder tempo tentando colocar algo na cabeça de alguém. Não vou bater boca com ele, me recuso a gastar mais um pingo de saliva para debater isso. Se ele quer desse jeito, bom, parabéns para ele.

Senti meu celular vibrar no bolso e quando olhei a tela vi o que era ele me ligando. Deslizei o dedo recusando e coloquei no modo avião.

Devolvi o celular para o bolso e voltei a encarar aquela rua.

Foi coisa de segundos até um toque chamar minha atenção e eu ver Lamar pegar o seu celular.

— É ele. — disse me mostrando a tela.

— Se quiser atender, fique à vontade. — ele deslizou o dedo na tela e levou o celular no ouvido.

— Oi, chefe. Sim, está comigo. — revirei os olhos. — Porque ela me mandou entrar no carro e dirigir. — encarei ele que tinha os olhos fixos na rua. — Sim, eu sei que o chefe é você. — conseguia ouvir a voz irritada de Josh daqui. — Bom, vocês estão juntos, então tecnicamente ela já é considerada uma primeira dama. Então eu, como um cara que segue a hierarquia, vou obedecer ela. — soltei uma risada fraca negando lentamente. — Não senhor, jamais brincaria com a sua cara. — Lamar inclinou o celular na minha direção sem parar de olhar a rua. — Ele quer falar com você.

Encarei a tela do celular e peguei de sua mão. Cliquei encerrando a ligação e coloquei o celular dele no modo avião também.

— Queria, passado. — digo guardando o celular ali. — Quando chegarmos em casa, lembre-se de tirar do modo avião.

— Sim senhorita. — pisou o pé no acelerador.

Chegamos em casa e eu subi direto para o quarto.

Peguei um pijama e caminhei até o banheiro para tomar um banho rápido.

Me troquei ali mesmo e peguei meu celular deixando o quarto.

Descendo as escadas vi que todos haviam acabado de chegar, inclusive Josh.

— Sobe que eu quero falar com você. — Josh disse sério passando ao meu lado.

— Problema seu. — terminei de descer as escadas e todos ali em baixo se olharam.

— O que você disse? — não me virei.

— Ficou surdo também? — escutei ele descer as escadas e logo entrou na minha frente.

— Gabrielly estou mandando você subir. — cruzei os braços de forma debochada.

— Que eu saiba não assinei papel nenhum dizendo que você manda em mim ou que sou obrigada a te obedecer. — vi seu maxilar travar e seu olhar ficar escuro. — Não quero falar com você, nem hoje, nem amanhã e se duvidar nunca mais! — me virei para sair dali.

— Gabrielly... — sua mão me segurou e eu me soltei no mesmo instante.

— Não toca em mim. — vi todos subirem aquelas escadas ao mesmo tempo para seguirem aos quartos.

— Isso tudo é porque não deixei você fazer aquilo?

— Não Josh! — gritei me aproximando. — Isso tudo é por você ter a porra de um cérebro minúsculo e não me deixar fazer nada! — digo irritada.

— Eu não te deixo fazer nada? — ri desacreditada.

— Na sua cabeça eu devo ser um pedaço de vidro que a qualquer momento posso cair no chão e me quebrar. — encarei seus olhos. — Para de ser assim! Para de querer tirar aquilo que gosto de fazer para distrair minha mente. — apontei o dedo em seu peito.

— Estou apenas te protegendo…

— Não, você não está! — gritei interrompendo ele. — Você está sendo controlador. — dei um passo para trás. — E eu de verdade, não quero mais perder meu tempo tentando colocar algo na sua cabeça. — me virei.

— Onde você vai? — parei de andar ficando de costas.

— Dormir. — digo simples. — No meu quarto. — virei aquele corredor e entrei no meu antigo quarto.

Tranquei a porta e para me assegurar de que não teria surpresa desagradável, empurrei a cômoda deixando ela ali para travar a abertura da porta.

Apaguei as luzes e me deitei querendo pegar no sono o mais rápido possível.

A briga foi feia, teve dedo na cara, teve voz alterada, teve tudo que tem em uma discussão. Mas eu não, eu não tava terminando não, você confundiu seu coração…

Vejo vocês em breve. Votem e comentem 🤍

Xoxo - Sun

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